Más notícias do país de Dilma (41)

Ao nomear ministro da pesca o senador Marcello Crivella, do PRB e ligado à Igreja Universal, a presidente Dilma Rousseff escancarou duas verdades. A primeira: o ministério não serve para nada, a não ser acomodar políticos da base que só é aliada na sede pelas benesses – ou seja, dinheiro – do poder. A segunda: para o lulo-petismo, os ministérios, as instituições públicas não são públicas, são privadas: pertencem ao Partido, que pode fazer com elas o que bem entender.

A manchete do Globo da quinta-feira, 1º de março, não deixa dúvidas: “Dilma faz Crivella ministro para enfrentar Serra em SP”. O título do Estadão também: “Governo leva PRB ao ministério para blindar Haddad de ataque evangélico”.

Ancelmo Gois, no Globo, sintetizou: “Desde que Lula criou o Ministério da Pesca, o cargo foi ocupado por um cientista político (José Fritsch), um veterinário (Altemir Gregolin), uma física (Ideli Salvatti), um metalúrgico (Luiz Sérgio) e, agora, um engenheiro civil (Marcelo Crivella). Ou seja: a pasta é um blefe.”

E Dora Kramer, no Estadão, analisou com o brilho costumeiro: “A substituição (de Luiz Sérgio por Crivella) diz respeito ao movimento de redução de danos eleitorais que o Planalto vem empreendendo na direção das ‘igrejas’. Crivella é um líder importante no segmento evangélico (foi eleito senador por isso) no qual o governo federal enxerga um potencial grande de prejuízo se não estabelecer com ele alguns compromissos de caráter preventivo.  A entrega de uma pasta cuja importância é nenhuma, basta? Não, mas é um gesto. Precedido de outro, antes do carnaval, quando a presidente Dilma Rousseff fez do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, seu enviado especial à bancada evangélica no Congresso para dissolver ‘mal-entendidos’.”

E arremata: “Duas inverdades são esclarecidas nesse episódio: uma a de que a presidente não se envolverá em eleições e outra dá conta de sua recusa a incluir ministérios na mesa de negociações políticas.”

Aqui vai a 41ª compilação de notícias e análises que comprovam a incompetência do governo Dilma Rousseff. Foram publicadas entre os dias 24 de fevereiro e 1º de março.

Irregularidades

* Integração liberou verba contra enchentes antes de parecer técnico

“O Ministério da Integração Nacional manipulou processos de liberação de recursos da Defesa Civil para que prefeituras tivessem os termos de compromisso firmados antes da emissão do parecer técnico atestando como e quanto o município deveria receber. A manobra assegurou o pagamento de R$ 11,5 milhões a seis prefeituras baianas, em 2009, durante a gestão de Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Outro convênio, com o governo do Maranhão, seguiu o mesmo procedimento, porém não houve repasses ao Estado. A manipulação foi comprovada durante a última inspeção que o Tribunal de Contas da União (TCU) fez na Secretaria Nacional de Defesa Civil, em 2010.

“Os auditores identificaram nas pastas onde os processos ficam guardados, bilhetes com a seguinte recomendação: ‘Atenção: o parecer de análise deverá ser colocado antes do termo de compromisso, com data anterior ao mesmo’. Nos mesmos processos, os auditores encontraram folhas em branco à espera do aval da área técnica. As folhas só não estão completamente em branco por conta do aviso, em manuscrito, indicando a sua finalidade: ‘parecer de análise’, que seria incorporado ao processo com data anterior a do Termo de Compromisso.” (Roberto Maltchik e Thiago Herdy, O Globo, 24/2/2012;)

* A corrupção atua em rede

“Inquéritos abertos depois de revelados casos típicos desses ‘malfeitos’, no governo Dilma e no de Lula, têm sido concluídos com a confirmação do dolo. O trabalho rotineiro de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) tem chegado à mesma conclusão. As auditorias revelam métodos desenvolvidos nos porões brasilienses para políticos e partidos aliados dragarem dinheiro do contribuinte em proveito próprio. Um exemplo é Geddel Vieira, do PMDB da Bahia, ministro da Integração Nacional — pasta bastante cobiçada pelo clientelismo —, e hoje abrigado numa vice-presidência da Caixa Econômica Federal, depois de derrotado na disputa pelo governo do seu estado. Não adiantou usar a máquina e o dinheiro do ministério.

“Que ele privilegiou a Bahia, como ministro, com fins político-eleitorais — como já fez o sucessor Fernando Bezerra, do PSB, com Pernambuco — sabe-se há muito tempo. Na edição de sexta (24/2), O Globo revelou como, conforme auditoria do TCU, processos de pedido de ajuda financeira feito por municípios à Defesa Civil, subordinada à pasta, foram fraudados, para que os recursos chegassem aos prefeitos beneficiados sem a apresentação dos necessários pareces técnicos. No lugar destes, folhas em branco, a serem depois preenchidas ou não. Foi assim que, em 2009, Geddel, ministro de Lula, irrigou com pelo menos R$ 11,5 milhões seis prefeituras baianas. Os auditores encontraram irregularidades em 48 convênios assinados na gestão Geddel.

“A corrupção atua em rede. Nela, cabe a prefeitos decretarem ‘emergência’, para facilitar a liberação de verbas e despesas, sem a necessidade de licitação. No Sul, a prática foi detectada em regiões atingidas por cheias. Preocupado com o alastramento dessas ‘indústrias’, o Planalto encaminharia ao Congresso projeto para voltar a comprometer os estados na decretação de emergência em municípios. O risco é criar-se mais burocracia, quando o melhor caminho é o da investigação e punição rápidas, eficiente antídoto contra a impunidade, causa básica de toda esta bandalheira.” (Editorial, O Globo, 26/2/2012.)

* Gastos do governo com festas cresceu 314% em cinco anos

“Nem a queda de sete ministros por suspeitas de corrupção, muito menos os cortes orçamentários e a estagnação de programas carros-chefes do governo como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida atrapalharam o governo federal de bancar festividades oficiais e homenagens ao longo de 2011, quando os gastos em comemorações atingiram R$ 54,2 milhões, 19,5% a mais do que no ano anterior (R$ 45,4 milhões). Se levarmos em conta os dispêndios para esse tipo de evento nos últimos cinco anos o crescimento é de 314%.

“Segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), divulgados pela ONG Contas Abertas, em 2007, primeiro ano do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tais despesas somaram pouco mais de R$ 17 milhões. No ano seguinte, tiveram um acréscimo de 40% e saltaram para R$ 24 milhões. Já em 2009 o aumento foi de 30%, ultrapassando os R$ 31 milhões. Em 2010, ano das eleições presidenciais, o governo desembolsou R$ 45,5 milhões, o que representou um aumento de quase 45% em relação ao ano anterior.” (Marcio Allemand e Bruno Góes, O Globo, 26/2/2012.)

* TCU abre espaço para reduzir pedágio de estrada de onde sumiram 18 quilômetros

“Na primeira auditoria de uma série para avaliar os contratos de concessão de rodovias à iniciativa privada, o Tribunal de Contas da União (TCU) registrou o sumiço de 18 quilômetros no projeto de construção do Contorno de Florianópolis e atrasos em obras obrigatórias, além da má qualidade do asfalto da Autopista Litoral Sul, entre Curitiba (PR) e a capital catarinense. As irregularidades no contrato representam uma vantagem financeira indevida à concessionária – tecnicamente chamada de desequilíbrio econômico-financeiro -, estimada pelos auditores em cerca de R$ 800 milhões, segundo relatório aprovado pelo plenário do TCU.

“A auditoria abriu caminho a um processo de ajuste das tarifas de pedágio da rodovia. Depois de ouvir novamente a concessionária e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a quem cabe fiscalizar os contratos, o TCU voltará a se manifestar. Procurados pelo Estado, a OHL Brasil, controladora da concessão, e a agência reguladora informaram que aguardam decisão final do TCU no sentido de compensar os usuários da rodovia, de 382 quilômetros.

“Na semana passada, entrou em vigor mais um reajuste dos pedágios na rodovia, de 7,14%, autorizado pela agência reguladora. A estrada faz parte do lote de 2,6 mil quilômetros concedido à iniciativa privada em 2008. A redução em 18 quilômetros do traçado do Contorno de Florianópolis teria sido aprovado pela ANTT numa afronta ao Plano de Outorgas do Ministério dos Transportes e a pareceres técnicos da própria agência, relata o tribunal. E pior, segundo o relatório de auditoria: ‘Representa perdas em relação à segurança, economia e conforto para os usuários’. A obra, de má qualidade, seria rejeitada pelo tráfego pesado, contrariando o principal objetivo da construção, além de prejudicar a mobilidade urbana na região.

“O Contorno de Florianópolis foi uma das obras obrigatórias previstas no contrato de concessão que tiveram prazos de conclusão atrasados sem a apresentação de justificativas ‘válidas’ nem correspondente adequação das tarifas ou aplicação de penalidades. Tampouco teria sido punida a má qualidade das pistas, ‘favorecendo a ocorrência de acidentes e aumentando os custos de transporte’.” (Marta Salomon, Estadão, 27/2/2012.)

* Uma idéia marota para gastar ainda mais com os estádios para a Copa

“Uma idéia marota, que poderá onerar ainda mais o custo dos estádios da Copa, será levada em março ao Comitê Organizador Local. Faltando quinze meses para o início da Copa das Confederações, as cinco sedes do torneio alegam que não têm mais tempo para plantar o gramado exigido pela Fifa. Por isso, querem comprar um piso provisório. E, só após a Copa das Confederações, seria plantada a grama definitiva, que demora até seis meses para ficar em condições adequadas para o futebol.” (Lauro Jardim, Veja, 29/2/2012.)

Incompetência

* “Órgãos do governo batem caberça e pagam R$ 3.5 bilhões a mais por porto”

“Era uma vez um porto em Belém, que o governo resolveu desapropriar em 1988, fechando um acordo com o proprietário para pagar a metade do preço definido pela Justiça. Três anos depois, os advogados da União resolveram questionar o cálculo do valor acertado, numa briga judicial que se estendeu por 20 anos. Nesse intervalo, a conta para o contribuinte subiu de R$ 705 milhões para R$ 4,2 bilhões. Agora, o poder público fará a concessão à iniciativa privada para transformar o porto no maior terminal de grãos do País.

“O caso ilustra a falta de planejamento, coordenação e estratégia do governo federal, que emperrou na Justiça um projeto que reduzirá em 85% o custo do frete da soja, de acordo com cálculos da Companhia Docas do Pará (CDP), tornando o principal produto agrícola do País muito mais competitivo. Documentos obtidos pelo Estado mostram, por exemplo, que há 14 anos a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) sugeria o fim do litígio judicial, e que há 11 anos o Ministério do Trabalho pedia à Advocacia Geral da União (AGU) que a causa fosse encerrada. ‘É de todo pertinente trazer à lume que a paralisação do referido terminal vem dificultando o desenvolvimento do País’, disse o então ministro Eliseu Padilha. Mas o caso só terminou em dezembro do ano passado, após quatro recursos idênticos da AGU ao Supremo Tribunal Federal (STF), que multou o órgão por ‘litigância de má-fé’, segundo o ministro Ayres Britto. Ou seja, a AGU teria agido com o objetivo único de retardar a solução do problema.” (Iuri Dantas, Estadão, 26/2/2012.)

* Governo demora a decidir sobre portos, e investimentos são paralisdados

“Pelo menos na área oficial não há mais dúvidas a respeito dos contratos de concessão de 77 terminais portuários em 15 portos – entre os quais os de Santos e do Rio de Janeiro – que vencem em 2013: eles não serão prorrogados e as novas empresas concessionárias serão escolhidas por meio de licitações a serem realizadas ainda este ano. A demora do governo em acertar com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), órgão regulador do setor, uma posição comum a respeito desses contratos já vinha retardando investimentos, pois as empresas detentoras das atuais concessões não se arriscariam a aplicar recursos sem garantias de renovação dos contratos. A Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), que representa as atuais concessionárias, estima que essas empresas poderiam investir R$ 3 bilhões nos terminais que operam, caso os contratos fossem prorrogados.” (Editorial, Estadão, 27/2/2012.)

* A falência estrutural do Dnit, fruto do modelo petista

“O impressionante retrato da falência estrutural e administrativa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) apresentado pelo Estado (19/1), em reportagem de Fábio Fabrini, é também um retrato da incapacidade do governo do PT de avaliar a gravidade dos problemas e, quando consegue fazer isso, de sua incompetência para solucioná-los. Dos dez anos de existência do Dnit, em nove o governo federal esteve sob o comando do PT, que deixou a autarquia na situação em que se encontra. ‘O que fazem com ele (Dnit) é uma covardia’, diz seu diretor executivo, Tarcísio Gomes de Freitas, um auditor da Controladoria-Geral da União (CGU) colocado no cargo pela presidente Dilma Rousseff depois da limpeza na direção do órgão, com a demissão de envolvidos em denúncias de pagamento de propinas. A primeira providência de Freitas no exercício do cargo foi estudar a situação da autarquia e sua conclusão revela o descaso com que o Dnit tem sido dirigido. O órgão não tem condições estruturais de executar as funções para as quais foi criado.

“Não é uma repartição pública qualquer. Trata-se do órgão responsável por alguns dos maiores investimentos federais, especialmente nas obras inscritas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e pela operação, administração, manutenção, ampliação e gestão da infra-estrutura de transporte rodoviário, ferroviário e aquaviário.” (Editorial, Estadão, 26/2/2012.)

* Hospital inaugurado por Lula funciona a meio pau. Outro inaugurado por Dilma, também.

“Veja como a saúde no Brasil é doente crônica. O hospital da Rede Sarah inaugurado por Lula no Rio, em maio de 2009, até hoje não opera nem com 50% de sua capacidade. É pena. O novo Inco, inaugurado por Dilma, também.” (Ancelmo Gois, O Globo, 27/2/2012.)

* Ministro culpa o país pelas falhas do Enem

“O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, colocou no tamanho do Brasil a culpa pelos problemas com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Durante audiência ontem (quarta, 29/2) na Comissão de Educação do Senado, o ministro afirmou que riscos, como o de vazamento de dados ou extravio de provas, sempre existirão pela abrangência e tamanho do exame. ‘O MEC não tem culpa de o Brasil ser tão grande e diverso. São 140 mil salas, 400 mil pessoas fiscalizando. E tem de ter um sigilo absoluto. O risco logístico sempre haverá’, disse Mercadante sobre o exame, que classifica de um ‘critério republicano’ de acesso à universidade.” (Evandro Éboli, O Globo, 1º/3/2011.)

As más notícias na Economia

* Briga de foice no escuro entre aliados leva à quebra de sigilo de ex-drietor do BB

“O Ministério da Fazenda determinou ontem (terça, 28/2) que o Banco do Brasil (BB) instaure uma sindicância para investigar a possível quebra de sigilo do ex-diretor da instituição Allan Toledo. A decisão pretende resguardar o banco diante de notícias veiculadas nos jornais Correio Braziliense e Folha de S.Paulo sobre movimentação atípica nas contas de Toledo. Segundo fontes da área econômica, essas notícias fariam parte de um movimento para desestabilizar a cúpula do BB, que tem como pano de fundo a disputa de poder envolvendo o presidente do banco, Aldemir Bendine, e o presidente da Previ, Ricardo Flores.

“A queda de braço na cúpula do BB começou a preocupar fortemente o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A avaliação, segundo interlocutores, é que a disputa de poder envolvendo a cúpula extrapolou os limites do banco, passou a envolver facções políticas dentro do PT e ganhou uma proporção que poderia eventualmente atingir o ministro. O mais novo personagem da briga entre Bendine e Flores, Toledo, que é funcionário do BB com mais de 30 anos de casa, foi exonerado do cargo no fim do ano passado. Ele teve sua movimentação financeira divulgada na mídia em função de um pagamento de quase R$ 1 milhão recebido no ano passado. O ex-diretor teria sido afastado depois de diferenças com Bendine, com quem Mantega tem um bom relacionamento e avalia positivamente.

“Por se tratar de um valor elevado, o pagamento já vinha sendo investigado internamente pelo BB, mas o assunto só veio à tona agora, depois que as tensões na cúpula do banco se agravaram. Por isso, interlocutores de Ricardo Flores começaram ontem a questionar se o vazamento dos dados de Toledo não teria sido feito pela turma de Bendine. Segundo técnicos do governo, esses desdobramentos começaram a remeter Mantega à crise que acabou derrubando Antonio Palocci do Ministério da Fazenda em 2006. O então ministro foi obrigado a deixar o cargo depois de que dados bancários do caseiro Francenildo Costa, que fez denúncias contra Palocci, foram divulgados pela imprensa.” (Regina Alvarez e Martha Beck, O Globo, 29/2/2012.)

* “Quando grupos políticos aparelham áreas do Estado e as utilizam em prol de projetos próprios”

O conhecido braço sindical cutista/petista atuante no sistema bancário já produziu muito dossiê contra inimigos político-ideológicos. Ilegais, por suposto. Mas serve agora para apertar o gatilho em cerrado fogo amigo na cúpula do Banco do Brasil e Previ. A quebra de sigilo bancário é golpe conhecido neste tipo de guerra. Desta vez, atinge ex-diretor do BB, numa disputa entre companheiros por mais poder. Essas coisas acontecem quando grupos políticos aparelham áreas do Estado e as utilizam em prol de projetos próprios. Às vezes brigam entre si.” (Opinião, O Globo, 1ª/3/2012.)

 

* Valor de IR pago por pessoas físicas dobrou nos últimos dez anos

“O brasileiro dobrou o volume de recursos que paga para o Leão nos últimos dez anos, enquanto a arrecadação dos demais setores da economia aumentou 72,21%. Levantamento da consultoria Ernst & Young Terco feito para O Globo, com base em dados da Receita Federal, mostra que a arrecadação com Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), que inclui venda de imóveis, veículos e outros rendimentos de trabalho, foi de R$ 90,798 bilhões. Em 2002, o montante tinha sido de R$ 44,953 bilhões, considerando os valores ajustados pela inflação. Já a arrecadação total saltou de R$ 405,486 bilhões em 2002 para R$ 698,320 bilhões. Com isso, a fatia dos impostos de pessoas físicas frente ao total arrecadado subiu de 11% para 13% entre 2002 e 2011.” (Luciana Carneiro, O Globo, 26/2/2012.)

* Extorsão tributária: o assalariado é refém indefeso da Receita

“Esta época do ano, em que as pessoas físicas acertam as contas com a Receita Federal, bem simbolizada na antiga propaganda oficial pela figura imponente e temida de um leão, costuma ser tempo de mau humor. Não é preciso entender de tributos para perceber – ou melhor, sentir no bolso – o aperto do torniquete tributário, sempre mais doloroso para assalariados que recolhem na fonte e com poucas ou nenhuma possibilidade de dedução do imposto já pago. (…) Nestes dez anos, enquanto o volume de dinheiro arrecadado junto às pessoas físicas dobrou – de R$ 44,9 bilhões para R$ 90,7 bilhões -, o total coletado pela Receita nos demais contribuintes aumentou 72,2%. Ou seja, o peso dos impostos ficou maior sobre as pessoas físicas do que em geral. E, com isso, o que saiu da renda do cidadão para o Tesouro aumentou a participação relativa sobre o bolo total da arrecadação: passou de 11% para 13%. (…)

“O caminho indicado é aproveitar a fase de crescimento do bolo da arrecadação para calibrar para baixo a carga tributária e tratar de ampliar a base de contribuintes – mais gente pagando, paga-se menos. Porém, como a visão ideológica em vigor é que cabe ao Estado ser o grande repartidor das rendas da sociedade, o céu passa a ser o limite para a coleta de impostos. Claro que, deste ponto de vista, não estão em questão os serviços de má qualidade que o poder público dá em troca da extorsão tributária. (Editorial, O Globo, 29/2/2012.)

* Nunca os brasileiros pagaram tanto imposto quanto em janeiro

“O governo começou o ano com uma arrecadação recorde. Segundo dados divulgados pela Receita Federal ontem (sexta, 24/2), o recolhimento de impostos e contribuições federais somou R$ 102,579 bilhões em janeiro, o que representa o melhor resultado da história para o primeiro mês do ano e um crescimento real de 6,04% em relação a 2011, já descontando a inflação no período. Essa também é a primeira vez que um único mês registra uma arrecadação acima do patamar de R$ 100 bilhões. O último recorde havia sido dezembro de 2011, quando as receitas somaram R$ 97,166 bilhões.” (Martha Beck, O Globo, 25/2/2012.)

* Governo vai tungar dinheiro dos trabalhadores no FGTS

“Para cumprir a meta do superávit primário do setor público nos últimos anos, o governo não tem hesitado em realizar manobras contábeis, incorporando receitas de estatais ou não levando em conta certas despesas. Este ano, pelo visto, não será exceção. Nos cortes de R$ 55 bilhões anunciados na semana passada pelos ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, no Orçamento-Geral da União para este exercício, consta uma parcela de R$ 2,96 bilhões, relativa à multa adicional de 10% paga pelas empresas que demitirem trabalhadores sem justa causa, recursos que, por lei, deveriam ser creditados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), gerido pela Caixa Econômica Federal (CEF).

“A jogada se tornou possível porque não há exigência de que o repasse seja feito ‘imediatamente’ ao Fundo. Os atilados técnicos do governo se valeram da inexistência desse advérbio no texto legal para encaixar essa parcela nos cortes. E não foi especificado quando esses recursos voltarão para o FGTS, que pertence aos trabalhadores e não ao governo. Trata-se de uma verdadeira tunga. É como se a importância retida fizesse parte, para todos os efeitos, da arrecadação tributária do governo – quando na verdade o governo é mero intermediário entre a empresa que paga a multa e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço que a recebe.

“O governo, nesse caso, não improvisou. A artimanha vinha sendo tramada há tempo. Como mostrou o artigo de Ribamar Oliveira, publicado pelo jornal Valor (23/2), a tabela sobre resultados do Tesouro Nacional (de qualquer mês), constante da página do órgão, que pode ser acessada pela internet, informa, em nota de rodapé, que a metodologia utilizada ‘não inclui receitas de contribuição do FGTS e despesas com o complemento da atualização monetária, conforme previsto na Lei Complementar n.º 110/2001’. A ‘limpeza’, portanto, era feita há tempo, em antecipação ao corte de R$ 2,96 milhões, agora efetivado. Esse valor faz parte dos cortes incluídos nas ‘reestimativas de despesas obrigatórias’. Ao reestimar, o governo passou por cima de uma obrigação legal, ou seja, ficou com a receita e cancelou a ‘despesa’.” (Editorial, Estadão, 28/2/2012.)

* Já se vende iPhone made in Brazil. Com o mesmo preço do importado

“O iPhone já está sendo fabricado no Brasil. Um estudante do Espírito Santo comprou o celular no site oficial da Apple em fevereiro e recebeu um aparelho cuja embalagem trazia a inscrição ‘Fabricado no Brasil’, seguida do endereço da fábrica da Foxconn em Jundiaí, São Paulo. Mas a esperada redução no preço não chegou junto com a produção nacional: o valor do celular está na mesma faixa dos iPhones vindos da China. Gabriell Huver, de 17 anos, comprou um iPhone 4 de 8GB, branco, no site Apple Store, em 13 de fevereiro e recebeu quatro dias depois em sua casa em Domingos Martins, município da Grande Vitória. Apesar de a caixa dizer que o produto foi feito no país, o celular custou R$ 1.799, mesmo preço que, por exemplo, a Oi cobrava pelo modelo de 16GB, importado, quando ele foi lançado.” (Rennan Setti, O Globo, 28/2/2012.)

Outras más notícias trazidas pelo lulo-petismo

* Na Bahia governada pelo PT, filiado político tinha vantagem em concurso público

“Quem mostrasse a carterinha de um partido político ou alguma ‘organizações da sociedade civil’ teria vantagem na seleção pública promovida pela secretaria de Cultura da Bahia (Secult) para preenchimento de nove vagas de ‘representante territorial de cultura’, com vencimento mensal de R$ 1,98 mil mais auxílio-alimentação. No edital 001/2012, que estava até a manhã de ontem no portal da Secult, uma das formas de pontuação era ‘atuação em sindicatos, partidos e organizações da sociedade civil (2,5 pontos por ano – máximo 4)’. Ou seja, o militante poderia somar dez pontos no processo de seleção, que também levava em conta pontos com doutorado, estágio em área cultural, obra literária publicada e outros itens técnicos.

“As inscrições da seleção seriam abertas a partir de ontem, mas o advogado da União e especialista em concursos públicos Waldir Santos denunciou o caso à imprensa numa carta aberta ao secretário da Cultura da Bahia, Albino Rubin. Diante da repercussão do caso, a Secult cancelou o concurso. Onde se lia o edital, surge o aviso: ‘A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia comunica a todos o CANCELAMENTO do processo de contratação de representantes territoriais da cultura (edital 001/2012), visando avaliar os critérios de seleção desse edital’. (Biaggio Talento, O Globo, 24/2/2012.)

* O caso do procurador que quer banir uma acepção de vocábulo

“O pedido do Ministério Público Federal de Minas para a retiradade circulação do dicionário Houaiss, por supostas ‘expressões pejorativas e preconceituosas’ sobre ciganos, seria apenas bizarro não fosse a expressão trevosa de grupos militantes da ideologia do ‘politicamente correto’. É a mesma visão de mundo que leva à existência, em certos regimes ditatoriais, de polícias de costume e outras patrulhas de controle social.” (Opinião, O Globo, 29/2/2012.)

2 de março de 2011

Outros apanhados de provas de incompetência de Dilma e do governo:

Volume 1 – Notícias de 20 a 27/4

Volume 2 – Notícias de 28/4 a 4/5

Volume 3 – Notícias de 4 a 6/5

Volume 4 – Notícias de 7 a 10/5

Volume 5 – Notícias de 10 a 17/5

Volume 6 – Notícias de 17 a 21/5

Volume 7 – Notícias de 22 a 27/5

Volume 8 – Notícias de 28/5 a 2/6

Volume 9 – Notícias de 3 a 10/6

Volume 10 – Notícias de 11 a 17/6

Volume 11 – Notícias de 18 a 23/6

Volume 12 – Notícias de 24/6 a 8/7

Volume 13 – Notícias de 8 a 14/7

Volume 14 – Notícias de 15 a 21/7

Volume 15 – Notícias de 22 a 28/7

Volume 16 – Notícias de 29/7 a 4/8

Volume 17 – Notícias de 5 a 11/8

Volume 18 – Notícias de 12 a 18/8

Volume 19 – Notícias de 19 a 25/8.

Volume 20 – Notícias de 26/8 a 1º/9.

Volume 21 – Notícias de 2 a 8/9

Volume 22 – Notícias de 9 a 15/9

Volume 23 – Notícias de 16 a 22/9

Volume 24 – Notícias de 23 a 29/9.

Volume 25 – Notícias de 1º a 27/10

Volume 26 – Notícias de 28/10 a 3/11.

Volume 27 – Notícias de 4 a 10/11.

Volume 28 – Notícias de 11 a 17/11.

Volume 29 – Notícias de 18 a 24/11.

Volume 30 – Notícias de 25/11 a 1º/12

Volume 31 – Notícias de 2 a 8/12.

Volume 32 – Notícias de 9 a 15/12.

Volume 33 – Notícias 16 a 29/12.

Volume 34 – Notícias de 30/12/2011 a 5/1/2012.

Volume 35 – Notícias de 6 a 12/1.

Volume 36 – Notícias de 13 a 19/1.

Volume 37 – Notícias de 20/1 a 26/1.

Volume 38 – Notícias de 27/1 a 2/2.

Volume 39 – Notícias de 3 a 9/2.

Volume 40 – Notícias de 10 a 23/2.

 

6 Comentários para “Más notícias do país de Dilma (41)”

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *