O fantasma da censura

De tempos em tempos a realidade imita a ficção.  A recente onda de censura a livros em escolas e bibliotecas dos Estados Unidos nos faz lembrar da sociedade distópica e autoritária do livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. Na sociedade imaginária livros são proibidos e queimados pelo governo, com o objetivo de controlar o pensamento e a opinião pública. Continue lendo “O fantasma da censura”

O senhor dos labirintos

Ah, o Mario Vargas Llosa, romancista de prosa descomplicada, escreveu nesta quinta-feira, 20, no Estadão, sobre um autor que é o seu oposto. Quem já leu Willian Faulkner que o diga. O americano do Mississipi (1897-1962), Nobel de Literatura em 1949, conquistou este leitor pelo espanto. O título da obra já alertava: O Som e a Fúria. Continue lendo “O senhor dos labirintos”

Imprescindível Padura

Que figura absolutamente fantástica, fascinante, esse Mario Conde. Da geração que aprendeu a ler já na Cuba livre da ditadura nojenta de Fulgencio Batista (dá para imaginar que ele seja de 1955), teve veleidades literárias no final da adolescência, umbral da idade adulta: na época do pré-universitário, escreveu contos, e chegou a publicar um deles em uma revista literária fundada por um grupo de amigos. Continue lendo “Imprescindível Padura”

Amor e horror na Berlim da Guerra Fria

Em O Inocente ou O Relacionamento Especial, Ian McEwan conta uma história de amor e horror passada no auge e no coração da Guerra Fria. A época é 1955 e 1956, o cenário é Berlim, a cidade dividida então em quatro setores, cada um controlado por uma das maiores potências que haviam derrotado o nazismo uma década antes, em 1945 – Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, do lado ocidental, e União Soviética, do lado oriental. Continue lendo “Amor e horror na Berlim da Guerra Fria”

Testemunha e agente da história

O avião Convair era um recordista de quedas, daí a forma jocosa como era conhecido; “convém não ir”. Mas naqueles idos de 1963, quando o regime presidencialista já tinha sido restabelecido, um jovem de 22 anos resolveu arriscar. Embarcou, no Rio de Janeiro, num Convair bimotor a pistão da Varig, com destino a Belo Horizonte. Continue lendo “Testemunha e agente da história”

Um clássico dos trópicos

Como fazer literatura nestes trópicos em tempos de pós-modernismo; nessa terra que se afasta a galope da civilização e avança com fúria para a barbárie? Como emergir deste oceano de mediocridades, misérias, corrupção, violência, modismos e desencanto em que meteram a pátria-amada-mãe-gentil? Ah, a produção cultural desse fim de milênio, a nossa e a dos outros… Continue lendo “Um clássico dos trópicos”

Gabo

O caixão com o corpo do Gabriel García Márquez teve que ser levado na mão, por trezentos metros. Vencida mais ou menos a metade, um homem que segurava uma das seis alças (parece que era o Vargas Llosa) sentiu-se mal e teve que desistir. Continue lendo “Gabo”

Spoilers

Os trailers, as sinopses, hoje em dia, estão contando todo o filme. São spoilers – entregam o que o espectador não deveria saber, estragam o prazer, as surpresas que os criadores prepararam. Continue lendo “Spoilers”

O livrinho e o Supremo

Primeiro eu digo que sou filho de Juiz de Direito e aprendi, desde menino, a valorizar esse tipo de gente que se dedica a resolver conflitos e aplicar, com conhecimento e sensatez, a Justiça. Mais que a lei, a Justiça, pois a legislação que foge do bom direito não deve prosperar, tem de ser revogada. Continue lendo “O livrinho e o Supremo”

O homem que viveu com Bardot, Deneuve e Fonda

O livro de memórias de Roger Vadim é tão absolutamente repleto de casos incríveis, de incidentes espetaculares, de momentos fantásticos, que o leitor tem todo o direito de duvidar um pouco. De gritar truco! De achar que ali tem muita ficção, criada por uma cabeça especialmente imaginativa, criativa. Continue lendo “O homem que viveu com Bardot, Deneuve e Fonda”