Más notícias do país de Dilma (10)

“Os projetos estão parados; os prazos, se esgotando.” “Nenhum projeto do governo federal está com o cronograma em dia”. “A equipe ministerial é de uma incapacidade raramente vista na História republicana brasileira.” “Nestes cinco meses, a presidente ainda não conseguiu apresentar ao País o que pretende fazer.” “Dizem que agora o governo Dilma vai começar. Mas, para que a pressa? O país já esperou sentado quase seis meses pelo tiro de largada.”

Estas são frases de análises publicadas nos jornais na última semana, entre os dias 11 e 17 de junho.

E então aqui vai mais um apanhado de análises e notícias que demonstram a incompetência do governo Dilma Rousseff. O de número 10, num período de menos de dois meses.

* O governo está empacado e tudo parece meio à deriva

“O problema é ter impasses no Congresso, como previsto, e o governo empacado, como não se previa. Os projetos estão parados; os prazos, se esgotando; o melhor momento, passando; tudo permanece emperrado e parecendo meio à deriva. (…) A presidente pode nomear as pessoas que achar adquadas para os cargos que escolher; o que ela não pode é não governar. Seu projeto tem que ficar mais claro; as decisões, mais céleres; a orientação, mais precisa. O mandato passa voando e é no começo que os governos são mais fortes. (Miriam Leitão, O Globo,12/6/2011.)

* Em suma: aquela história de que Dilma é competente era uma fantasia

“A realidade sobrepôs-se à fantasia. Primeiro, com a inoperância governamental. Nenhum projeto do governo federal está com o cronograma em dia. Os tão falados ‘gargalos’ não só permanecem, como foram ampliados. A equipe ministerial é de uma incapacidade raramente vista na História republicana brasileira. Ou os ministros são omissos ou, quando são notados, os motivos são as constantes trapalhadas. A presidente acabou ficando perdida em meio à burocracia oficial e demonstrou uma enorme dificuldade gerencial, sem saber destacar o que era relevante e fundamental para o País das questões comezinhas do cotidiano administrativo. Confundiu seriedade com minúcia digna de um dono de armazém. Dessa forma, o governo está paralisado, somente o que funciona é o que foi herdado da gestão anterior. E, claro, com tempo de validade restrito.” (Marco Antonio Villa, historiador, no Estadão, 15/6/2011.)

O artigo é um brilho, e transcrevo mais trechos:

“Nestes cinco meses, a presidente ainda não conseguiu apresentar ao País o que pretende fazer. Ela administrou o varejo, ampliou o número de Ministérios (como se a quantidade dos então existentes fosse pequena) e requentou programas já conhecidos. As propostas apresentadas durante a recente campanha eleitoral foram arquivadas.”

“Dilma não entendeu que um governo democrático tem de delegar funções e autoridade. A concentração do mando na presidente não é demonstração de força, muito ao contrário. Mostra fraqueza e desconfiança no desempenho dos seus ministros. As últimas quatro semanas confirmaram o que era evidente para qualquer observador com um mínimo de criticidade. O governo é frágil, tem uma base congressual gelatinosa, comunica-se muito mal com a população e vive ainda com base no prestígio adquirido pela gestão presidencial anterior. Ninguém consegue identificar um programa governamental que esteja caminhando bem e represente a nova administração.”

“O problema é que governo não tem um projeto para o País.”

* Ministério da Pesca não serve para nada e gasta horrores do nosso dinheiro

“Criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Pesca (…) é muito mais conhecido pelo luxo de seu prédio-sede em Brasília do que pelos resultados que apresenta. A pasta gasta R$ 575 mil por mês, num contrato de R$ 7 milhões por ano, com o aluguel de um prédio espelhado de 14 andares, onde 374 servidores estão lotados. O ministro e 67 assessores nem ficam lá. Eles dão expediente em dois andares de um prédio da Esplanada. Nos oito anos dos dois mandatos do ex-presidente Lula, os recursos da Pesca aumentaram mais de 70 vezes, de R$ 11 milhões para R$ 803 milhões. Enquanto isso, segundo dados do próprio ministério, a produção nacional de pescado cresceu, no mesmo período, apenas de 990 mil toneladas por ano para 1,2 milhão.

O desempenho no comércio internacional é ainda pior. Em 2003, havia sido fixada meta de triplicar, até 2006, o superávit comercial dos pescados, então em US$ 181 milhões. Em vez disso, no ano passado, houve déficit comercial no setor de US$ 519 milhões.” (Estadão, 11/6/2011.)

* Nunca antes neste país o governo avançou tanto sobre nosso dinheiro (1)

“A notória ineficiência estatal, refletida na incapacidade de Brasília fiscalizar a lisura na aplicação do dinheiro do contribuinte, não pára de ter exemplos. O mais recente, revelado em reportagem do Globo, envolve indícios do uso de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) no desvio de recursos do Tesouro. (…) Nos últimos dez anos, a extração tributária escalou dez pontos do PIB e hoje está na faixa dos 36% do produto interno, mais do que em várias economias desenvolvidas e recorde no bloco dos emergentes. Algo como mais de 100 mil funcionários públicos foram contratados, mas a fiscalização continua a dar seguidas demonstrações de ineficácia. Não empregaram fiscais, pelo visto. (Editorial, O Globo, 16/6/2011.)

* Nunca antes neste país o governo avançou tanto sobre nosso dinheiro (2)

A arrecadação federal bateu recorde em maio. Segundo a Receita Federal, o recolhimento de tributos no mês somou R$ 761,5 bilhões, um crescimento real de 7,18% sobre o mesmo mês de 2010 e o maior resultado já registrado em maio. (O Globo, 17/6/2011.)

* Investimento do governo cai, gasto com pessoal cresce

“O ajuste fiscal nos primeiros cinco meses do ano baseou-se numa desaceleração drástica dos investimentos, que tiveram queda real de cerca de 4% de janeiro a maio, comparado a igual período de 2010. Ao mesmo tempo, as despesas de pessoal subiram mais nos cinco primeiros meses de 2011 do que em 2010, comparando-se a igual período do ano anterior. Na Previdência, o gasto real estimado cresceu 3,9% (menos da metade da expansão ocorrida de janeiro a maio de 2010), mas sem aumento real das aposentadorias. Para o economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que calculou esses números, ‘esse padrão de ajuste é claramente insustentável, porque os investimentos terão de voltar a crescer, e o salário mínimo será reajustado em 14% em 2012, puxando os gastos da Previdência’.” (Estadão, 11/6/2011.)

* A grande trapalhada da semana: o projeto sobre o sigilo dos documentos

A primeira notícia saiu no Estadão da segunda-feira, 13/6, a partir de uma entrevista da Ideli Salvatti, poucas horas após assumir o Ministério da Articulação Política:

“A presidente Dilma Rousseff vai patrocinar no Senado uma mudança no projeto que trata do acesso a informações públicas para manter a possibilidade de sigilo eterno para documentos oficiais. Segundo a nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o governo vai se posicionar assim para atender a uma reivindicação dos ex-presidentes Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP), integrantes da base governista.”

A decisão de manter o sigilo eterno desagradou historiadores, jornais (Globo e Estadão fizeram editoriais contra), a OAB, a ANJ, e também metade do PT. Até o antecessor de Dilma falou contra o sigilo eterno. A favor estão os militares, o Itamaraty, Collor e Sarney; a tal da base aliada está dividida.

* Trapalhadas do MEC são conseqüência do aparelhamento político da administração

“Para a cúpula do MEC, os erros nos cinco livros de matemática não decorreriam de má-fé, mas de inépcia administrativa e falha de revisão da Secad – o mesmo órgão que coordenou a produção do kit anti-homofobia vetado por Dilma. Na realidade, o problema parece ser o aparelhamento político da administração federal, com a substituição de técnicos especializados por ‘companheiros’. Desde a posse de Haddad, o MEC já se envolveu numa sucessão de trapalhadas administrativas. As mais graves aconteceram nas duas últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). (Editorial, Estadão, 11/6/2011.)

* Trapalhadas do MEC envolvem contratos de R$ 200 milhões do nosso dinheiro

“Dos escândalos que aconteceram nas duas últimas edições do Enem aos erros do material didático de matemática e à polêmica causada pelo kit anti-homofobia, as falhas do MEC envolvem contratos que, somados, chegam a R$ 200 milhões.” (Estadão, 12/6/2011.)

A reportagem do Estadão enumera os custos de cada barbaridade:

“Enem 2009. A licitação que selecionou o consórcio Connasell alcançou R$ 116 milhões. Após o vazamento da prova, relevado pelo Estado, o MEC contratou às pressas o consórcio Cespe/Cesgranrio para a aplicação do novo exame por mais R$ 99,9 milhões.”

“Enem 2010. A gráfica RR Donnelley cometeu erros de encadernação. Houve também troca do cabeçalho no cartão resposta.” Custo: R$ 68,8 milhões.

“Kit anti-homofobia. Dilma Rousseff suspende a distribuição de kit-anti-homofobia a escolas de ensino médio, após resistência das bancadas católica e evangélica.” Custo: R$ 1,8 milhão.

“10 – 7 = 4. Foram impressos 7 milhões de livros da coleção Escola Ativa. Havia erros em pelo menos 5 dos 35 volumes de cada coleção.” Custo: R$ 13,6 milhões.”

* E vem aí nova trapalhada do MEC

Um representante do Conselho Nacional de Educação, Raimundo Feitosa, anunciou no Senado que o órgão está estudando a inclusão no currículo do ensino básico de uma disciplina sobre direitos humanos. Seria a quinta nova disciplina a ser incluída nos últimos anos, depois de filosofia, sociologia, música e espanhol.

“Para a maioria dos pedagogos, no entanto, a introdução dessas disciplinas não passa de modismo político e pedagógico. Segundo eles, quanto mais ‘inchado’ for o currículo do ensino básico, mais o ensino das matérias consideradas fundamentais – português, matemática, ciências, história e geografia – é prejudicado. Como a carga horária não é elástica, para que novas disciplinas sejam oferecidas é preciso diminuir o número de aulas das matérias já existentes. (…) Se a qualidade do ensino fundamental e do ensino médio já é ruim, a introdução atabalhoada de novas disciplinas pode piorá-la ainda mais.” (Editorial, Estadão, 16/6/2011.)

* Quando finalmente privatiza, o governo não sabe como fiscalizar e cobrar

“Ferozes críticos, por razões ideológicas ou meramente eleitorais, das privatizações feitas nos governos aos quais faziam oposição sistemática, muitos líderes do PT continuaram a rejeitar a necessária modernização do setor público depois que chegaram ao poder. Foram muito poucas, por isso, as ocasiões em que o governo do PT aceitou transferir para a iniciativa privada o que antes era feito pelo Estado em condições cada vez piores para o País. Quando o fez, os resultados têm sido decepcionantes, pois ao atraso na decisão de privatizar se somam outros, de responsabilidade tanto do próprio governo como das empresas concessionárias. É o que demonstra a situação de algumas das principais rodovias federais cuja operação e manutenção foram transferidas para empresas particulares, descrita em reportagem de Renée Pereira publicada segunda-feira no Estado.” (Editorial, Estadão, 11/6/2011.)

* Área econômica ignora alerta do BC no combate à inflação

“De nada adiantaram os alertas do Banco Central. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) pressionou e conseguiu a liberação de mais R$ 30 bilhões do Tesouro Nacional no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) advertiu, mais uma vez, para a necessidade de o governo reduzir os subsídios para a expansão do crédito. Para o BC, esses subsídios trazem riscos e representam combustível extra para a inflação neste momento em que se trabalha para levar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao centro da meta de 4,5%. O ritmo ainda alto de crescimento da oferta do crédito é um dos fatores apontados pelo BC que alimentam a demanda da economia e impulsionam os preços. “O Comitê considera oportuna a introdução de iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito”, afirmaram os diretores do BC na ata. Foi o segundo alerta seguido do Copom sobre o problema. O novo empréstimo ocorreu a contragosto de alguns integrantes da equipe econômica, que vinham defendendo a postergação para 2012 da liberação de boa parte da linha de financiamento de R$ 55 bilhões, autorizada pela Medida Provisória (MP) 526. A intenção era administrar a liberação para ajudar o BC no combate contra a inflação.” (Estadão, 17/6/2011.)

* Dilma promete dois milhões de casa, e mais 600 mil. Prometer é fácil

“O governo lançou ontem a segunda etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, com meta de construção de dois milhões de moradias até 2014. (…) Mal terminou de anunciar o programa, Dilma prometeu mais 600 mil unidades dentro de um ano. (…) Para bater a meta de dois milhões de moradias até 2014, o governo terá mesmo de correr, como disse o presidente da Caixa. Um ano e depois meses depois do lançamento da primeira fase do programa, o banco conseguiu entregar as chaves de apenas um terço do um milhão de unidades prometidas.” (O Globo, 17/6/2011.)

* Interferências do governo na Petrobrás fazem ações despencar

“Quando se achava que as ações da Petrobrás tinham chegado ao fundo do poço no mês passado, os papéis da estatal voltaram a surpreender na última semana. Na terça-feira, as preferenciais (PN, sem direito a voto) atingiram R$ 23, o menor nível desde 3 de março de 2009, quando fecharam a R$ 22,75.” Em março de 2009, “o mercado vivia a fase aguda da crise financeira mundial. (O Globo, 13/6/2009.)

* Há quem diga que agora Dilma vai começar a governar

“Dizem que agora o governo Dilma vai começar. Mas, para que a pressa? O país já esperou sentado quase seis meses pelo tiro de largada. Não custa dar mais um tempinho para a ‘presidenta’ decidir com que ministros, afinal, pretende governar o Brasil. Ainda faltam três anos para a próxima campanha eleitoral, dá tempo de sobra.” (Guilherme Fiúza, no Globo, 11/6/2011.)

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* Há petistas que lamentam o que virou o PT

“Ajudei a construir o PT, assessorei muitos movimentos que formaram lideranças que hoje integram o PT e a política profissional. Lamento que os dirigentes do PT hoje dêem consultoria aos donos do dinheiro. Andando pelo Brasil, já não encontro esses dirigentes prestando consultoria a movimentos sociais.” (Frei Betto, em entrevista ao Estadão, 12/6/2011.)

“Estou angustiado. Não estou nem um pouco contente com o que ocorreu nos últimos 30 dias. Nós, do PT, pioramos algo que já era ruim o suficiente. (…) Diante de uma situação ótima (de governo), estamos conseguindo piorar. É bom que a gente tome juízo. Estamos, sim, sofrendo de uma autofagia. Estamos seguindo o PSDB, nessa coisa de autofagia. (Senador Jorge Viana, PT-AC, em entrevista ao Globo, 11/6/2011.)

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* Mas é preciso reconhecer: Dilma teve uma atitude digna com relação a FHC

“A convivência cordial e respeitosa entre líderes, mesmo que adversários, é mostra de civilização e exemplo de inestimável importância a estimular o amadurecimento político da sociedade. Foi o que fez, com elogiável elegância, franqueza e até mesmo coragem, a presidente Dilma Rousseff, em mensagem enviada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ocasião das comemorações de seu octogésimo aniversário. Depois de oito anos em que a tônica das manifestações do então chefe do governo em relação a seu antecessor primaram pela vulgaridade da terminologia e pela falsificação dos conceitos, a mensagem de Dilma a FHC tem o efeito de uma suave aragem sobre a cena política brasileira e sinaliza, num tom irrepreensivelmente digno, que o populismo rasteiro das apelações demagógicas do tipo ‘herança maldita’ pode fazer parte do passado. Depois de homenagear Fernando Henrique com elogios que se poderiam considerar protocolares numa mensagem de congratulações, Dilma Rousseff escancarou a intenção de restabelecer a verdade dos fatos sempre negada por seu antecessor e por seu partido ao atribuir a FHC a condição de ‘ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica’. (Editorial, Estadão, 15/6/2011.)

17 de junho de 2011

Outros apanhados de provas da incompetência de Dilma e do governo:

Volume 1 – Notícias de 20 a 27/4

Volume 2 – Notícias de 28/4 a 4/5

Volume 3 – Notícias de 4 a 6/5

Volume 4 – Notícias de 7 a 10/5

Volume 5 – Notícias de 10 a 17/5

Volume 6 – Notícias de 17 a 21/5

Volume 7 – Notícias de 22 a 27/5

Volume 8 – Notícias de 28/5 a 2/6

Volume 9 – Notícias de 3 a 10/6

 

 

15 Comentários para “Más notícias do país de Dilma (10)”

  1. Sou um cidadão que trabalho desde 17 anos de idade, hoje com 58 acho que também vou morrer sem saber o que é um político que cumpra o que prometem durante as campanhas políticas. São todos um bando de mentirosos e desonestos.

    Ass.

    Laurindo Mota

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