Eu só queria entender

Dizem que nas décadas de 20 e 30 do século passado a moral das classes altas e a da classe artística era muito elástica, ou melhor, era muito frouxa. As aparências enganavam, a hipocrisia campeava. O uso da droga era muito difundido, o álcool era livre, o adultério era quase obrigatório, os casamentos eram um contrato comercial e patrimonial, mais do que tudo. Continue lendo “Eu só queria entender”

Na solidão fria do armário

Por maior que seja, o armário é sempre apertado, escuro. Sufoca, oprime, fere de morte. Dentro dele falta o ar que alimenta, a visão do horizonte. Falta espaço pra sorrir, gritar, só não falta para o choro e o ranger de dentes. Viver no armário machuca a gente e quem nos espera de braços abertos lá fora: a vida, o mundo, o amor.
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Cuidar do meu pai, cuidar do meu filho

Um amigo meu, por quem tenho grande respeito e admiração, viveu uma experiência fascinante, rara, rica, de adotar como filho um rapaz que conheceu na vizinhança. Ele relatou a história em um texto que serviria de base ao processo de adoção, apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Continue lendo “Cuidar do meu pai, cuidar do meu filho”

Ágata

Ágata me contou que veio para esta cidadezinha da Ilha do Marajó faz algumas semanas, e que ainda vai ficar alguns meses. Ela trabalha numa repartição do governo que tem escritório aqui, e está cobrindo o período de licença de uma colega. Continue lendo “Ágata”

Bastião

O cientista político, no meio à descrição da vida de determinado governante brasileiro, lembra sua lutas nos bastiões da esquerda. Pronto, é hora de mudar de leitura. Certas palavras têm o poder de me afugentar. Continue lendo “Bastião”

Dylan e Joan Baez cantam na Casa Branca as músicas que mudaram os EUA

Bob Dylan e Joan Baez, e mais diversos grandes nomes da música americana, vários deles ligados diretamente à luta pelos direitos civis que resultou no banimento das leis segregacionistas que estiveram em vigor em vários Estados do Sul até meados dos anos 60, reuniram-se na Casa Branca, e cantaram as canções que ajudaram a mudar os Estados Unidos. Continue lendo “Dylan e Joan Baez cantam na Casa Branca as músicas que mudaram os EUA”

Um dia para não comemorar

Toda discriminação é odiosa. Seja motivada pela cor da pele, pela origem dos povos, pelo credo, opção sexual, condição social ou matiz política.

Mas a luta segmentada, sectarizada contra a discriminação privilegia apenas um determinado grupo e, portanto, acaba por perpetuá-la. Continue lendo “Um dia para não comemorar”

Porto Alegre, uma fascinante cidade onde não vale o que está escrito

Em Porto Alegre, ao contrário de no Brasil do jogo do bicho, não vale o que está escrito. E a maior atração da cidade é – como dizem a respeito da macheza da gente daquele estranho país ao Sul de Santa Catarina – uma ficção. Ou, no mínimo, uma gigantesca dúvida. Continue lendo “Porto Alegre, uma fascinante cidade onde não vale o que está escrito”

Uma reportagem subjetiva sobre os anos de chumbo, piração e amor

Cada geração tem sua década, o conjunto dos anos em que era jovem e portanto seus sonhos eram tão fortes e poderosos que parecia ser possível realizá-los. A jornalista Lucy Dias teve a sorte grande (e, junto com ela, o terrível azar) de ter tido como sua a década de 70, aquela que, no Brasil, mais ainda que a de 60, mudou absolutamente tudo, ou quase tudo. Continue lendo “Uma reportagem subjetiva sobre os anos de chumbo, piração e amor”

As músicas que embalaram nossas paixões

Os mais jovens, mais inexperientes (uma pena; ainda bem que a juventude é uma doença que o tempo cura), não sabem o que é isso. Mas que maravilha era “Besame Mucho” com Ray Conniff e sua orquestra. Aquelas paradinhas marotas, depois do pa-pa-rã dos metais, eram uma total delícia. Nada mais fácil do que ter uma paixonite por quem sabia dançar bem nos bailinhos do começo dos anos 60 – ainda mais depois de um cuba libre. Continue lendo “As músicas que embalaram nossas paixões”