Toca meu telefone no meio da tarde na sala, Mary atende, vê que é o Mitre, diz alô, Mitre – e o Mitre não diz nada, achando que tinha ligado errado. Mas rapidamente Mary avisa que vai passar pra mim. Pego o telefone e já vou dizendo: – “Pô, meu, estou curiosíssimo para ler seu livro!” Continue lendo “O veterano jovem repórter”
O copy e o foca
Os dois senhores aí da foto não se viam há uns bons 15 anos! Encontraram-se para um rápido café numa padaria, e saíram de lá combinando que têm que se ver de novo, com tempo de sobra, sem ter que olhar no relógio – e tomando cerveja, e não café. Continue lendo “O copy e o foca”
R de Reportagem
Naqueles velhos tempos, tudo era singelo no exercício do jornalismo. A máquina de escrever, as laudas de papel… O que fez, por exemplo, o enviado especial da Folha de S. Paulo a Corumbá, para cobrir o confinamento do ex-presidente Jânio Quadros, em 1968? Ora, em seu quarto de hotel datilografou, na máquina portátil trazida de São Paulo, um texto com o que havia apurado durante o dia. Depois, de um telefone do hotel, ligou para certo número no jornal. Continue lendo “R de Reportagem”
“Os nativos estão inquietos”
– “Os nativos estão inquietos.”
Paulinho Nogueira costumava falar essa frase cada vez que os aparelhos de TV da redação mostravam os desfiles das escolas de samba, enquanto nós, da editoria de Reportagem Geral do Jornal da Tarde, ficávamos à espera da chegada dos textos e das fotos enviados pelos nossos colegas na avenida. Continue lendo ““Os nativos estão inquietos””
O gesto da rainha
Sua Alteza já era muito bem conhecida do repórter quando ele recebeu a instrução de que não podia tirar os olhos dela. Explicando melhor. O profissional já tinha participado da cobertura da visita da monarca a Recife e Salvador. Agora, ela estava em São Paulo. À noite seria recebida pelo governador Abreu Sodré em palácio, em banquete. Continue lendo “O gesto da rainha”
Mafalda, um gauchão macanudo
Folheando a coleção Cem Anos de Fotografia, da Folha, dei com uma imagem assinada por Antonio Carlos Mafalda. Um gauchão que em seus anos de São Paulo chamava linguiça de salsichão, menino de piá e policiais militares de brigadianos (no Rio Grande do Sul equivalentes aos nossos PMs), Continue lendo “Mafalda, um gauchão macanudo”
Pio!
O jornalista de fala mansa Dirceu Martins Pio, ou simplesmente Pio, para os amigos, era uma peça rara. Continue lendo “Pio!”
A Olivetti do Lenildo
Houve uma época em que na redação do Jornal da Tarde tinha mais pares de mãos do que teclados de Olivetti. Na verdade, bem mais – e era uma briga, uma batalha. Continue lendo “A Olivetti do Lenildo”
Garçons sinceros
Na noite em que conheci o garçom mais sincero da minha vida, estávamos recém-chegados a Passos, no sul de Minas, para matéria sobre a Hidrelétrica de Furnas. Este da caneta, e Hélvio Romero, das câmeras e objetivas (mas pode chamar de texto e fotos). A hidrelétrica estava muito mal, com água pelas canelas. Continue lendo “Garçons sinceros”
Eta juiz porreta
O que faz um confinado para evitar o canto da sereia – a Melô do Bolsô – quando se dispõe a escrever um texto? Abre o baú de antigas reportagens. Continue lendo “Eta juiz porreta”
No bar até as 2 da tarde
Naquele tempo jurássico, pré-histórico, pré-computador, uns dez anos antes de a S. A. O Estado de S. Paulo entrar no maravilhoso mundo novo – comprando o Atex, o sistema editorial que já nasceu velho, ultrapassado –, o último a fechar as páginas da editoria deixava um recado na mesa do pauteiro que chegaria dali a umas poucas horas, de manhãzinha. Continue lendo “No bar até as 2 da tarde”
Uma aposta no foca
Em fevereiro de 1971, o editor de Reportagem Geral do Jornal da Tarde, Fernando Portela, tomou uma decisão arriscada, para dizer o mínimo. Ousada, perigosa: incumbiu um foca, um absoluto foca, de viajar para o Recife para fazer amplas reportagens sobre o carnaval da cidade. Continue lendo “Uma aposta no foca”
Afinal
Valdir Sanches estava mexendo em fotos feitas por colegas profissionais das lentes – daquelas antigas ampliações em papel fotográfico –, e deparou com esta aí. Não se lembrava dela.
Eu me lembrava. Mais que velha, é uma foto histórica. Continue lendo “Afinal”
O furo da telefonista do jornal
Duas horas da madrugada. Os jornalistas que cobrem a guerra da Nicarágua vêem a porta de um salão se abrir, no Hotel Intercontinental, em Manágua, e já imaginam o que está para acontecer. Políticos que terminavam uma reunião anunciam que um deles é o novo presidente da República. O que interessava: Anastasio Somoza havia deixado o poder, depois de 42 anos de ditadura. Continue lendo “O furo da telefonista do jornal”
Dos tempos de foca
Um textinho ameno, para vésperas de Natal. O personagem é este que vos escreve, em seus dias de foca da Folha. Continue lendo “Dos tempos de foca”