Na hora de chutar o pênalti, vamos escolher quem?

Tento olhar para a frente – não para trás. O que veio atrás, todo o processo até aqui, tudo é um horror. Mas tento ver o momento, e o futuro próximo. Hoje, há três pessoas disputando a indicação do PSDB para ser o candidato a prefeito de São Paulo.

Temos José Serra, José Aníbal e Trípoli.

Vamos supor que estejamos num estúdio, tendo que escolher quem deverá ser o astro do filme no qual estamos apostando todas, mas todas, as nossas fichas.

Temos Tom Cruise, Will Geer e, vá lá, Richard Jenkins. Em quem devo apostar minhas fichas?

Talvez não tenha ficado claro o exemplo. Vamos tentar de novo.

Temos, para bater o pênalti definitivo, Pelé, Deivid e Sérgio Vaz. Quem o técnico do time deve escolher?

Vamos tentar outro exemplo. Digamos que uma comissão do Nobel queira fazer uma homenagem especial à literatura brasileira, que jamais ganhou um prêmio, ao contrário dos nossos vizinhos chilenos, argentinos e colombianos. Quem indicaríamos? Machado de Assis, Gabriel Chalita ou José Mauro de Vasconcellos?

Poderíamos também tentar uma prévia entre os melhores letristas da música popular brasileira. Temos na prévia Chico Buarque, Wando e Michel Teló. Quem escolheríamos?

Atrizes. Por que não uma escolha entre atrizes? Teríamos na prévia Fernanda Montenegro, Grazi Massafera e outra iniciante promissora e linda, Juliana Paes. Juliana é promissora e linda, mas, convenhamos, é iniciante.

Estamos concorrendo ao Oscar, ou ao prêmio de melhor atriz em Berlim: escolhemos, como representante do Brasil, a Fernanda, a Grazi ou a Juliana?

***

Com o maior respeito possível por Zé Aníbal e por Tripoli, é muito óbvio que eles não são as pessoas mais preparadas para enfrentar uma eleição que – seja pelo que os adversários fizeram, seja pelo que nós mesmos da oposição ao lulo-petismo fizemos, seja simplesmente pela importância óbvia da cidade de São Paulo, o terceiro maior orçamento do País – se tornou a mais importante do país.

Com o maior respeito possível pelos seguidores de Zé Aníbal e de Trípoli, a questão é simples: ou se derrota em São Paulo o lulo-petismo, ou abrimos as comportas para que o lulo-petismo domine o país de forma avassaladora, sem retorno.

Não sou serrista. Sou apenas um tucano sem carteirinha do partido, enojado com que o que lulo-petismo tem feito neste país.

Só existe um baluarte que pode impedir que o lulo-petismo domine o país inteiro, e aí faça como seus amigos fazem – os Chávez, os Correa, os Kirchner.

Só São Paulo pode barrar o domínio do lulo-petismo.

E então é assim, é muito simples, caros colegas zé-anibalístas e tripolistas: ou a gente reconhece que José Serra é, dos três, o único que tem chances de derrotar o lulo-petismo, ou então estaremos dando a vitória ao adversário.

É muito simples. É simples assim.

1º de março de 2012

 

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