Más notícias do país de Dilma

Criou-se e difundiu-se o mito de que Dilma Rousseff é uma gerente, uma administradora, uma tocadora de obras e projetos de grande competência.

É um mito, uma história da carochinha, que não resiste a qualquer análise.

Se Dilma fosse uma gerente competente, seu governo não teria se intrometido nos negócios da maior empresa privada do Brasil, para tirar de sua presidência Roger Agnelli, em cuja gestão a Vale cresceu 17 vezes.

Seu governo estaria seriamente empenhado em cortar os gastos públicos, para combater a inflação que está saindo do controle. E não apenas anunciando cortes de um lado e por outro comprometendo as contas públicas com os bilhões postos à disposição do BNDES para financiar as empresas escolhidas pelo lulo-petismo como campeãs de seu capitalismo para-estatal.

Dilma não é competente.

“Projetos gerenciados por ela desde que assumiu a Casa Civil de Lula, há mais de quatro anos, empacam ou insistem em não sair do papel”, resumiu Mary Zaidan em artigo publicado no Blog do Noblat e reproduzido aqui. “O de saneamento tem menos de 2% concluído, os de ferrovias não chegam perto disso. Só para citar alguns exemplos. Com ela na presidência, o PAC só executou 0,25% dos recursos previstos.”

O artigo focalizou o fracasso absoluto de um programa que é a menina dos olhos da presidente da República, o Minha Casa, Minha Vida, que não consegue sair do lugar – ao contrário, anda para trás.

Há muitos outros exemplos.

Reuni aqui onze notícias e/ou análises publicadas nos últimos dias que, assim como o programa Minha Casa, Minha Vida, comprovam: a competência de Dilma – que, é bom repetir, gerencia o governo há mais de quatro anos, desde que assumiu a chefia da Casa Civil, após o escândalo do mensalão – é tão real quanto Papai Noel, Saci Pererê, mula-sem-cabeça.

* A inflação dispara e o governo demonstra incompetência para enfrentá-la. Três análises deixam isso claro:

 “O governo tem um diagnóstico parcial da inflação e todos, inclusive o Banco Central, estão incentivando uma perigosa interpretação de que a inflação subiu no mundo inteiro e que o Brasil não está tão mal assim. Parecem não ter entendido que o país tem uma história diferente na relação com esse problema. Não demonstram perceber o risco da reindexação.” (Míriam Leitão, no Globo, 27/4/2011.)

“Com a inflação acima de 6% ao ano e quase batendo no teto da meta, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiram falar sobre o assunto e prometeram usar todos os meios para conter a alta de preços. (…) Somados os comentários e promessas, nenhum deles conseguiu transmitir um recado tranquilizador. (Editorial, Estadão, 27/4/2011.)

“A economia brasileira continua em festa, e a conta, naturalmente, vai subindo. (…) Seria bom viver nesse mundo imaginado pelo ministro da Fazenda e por seus colegas de governo. Mas o gradualismo, até agora, produziu pouco ou nenhum resultado no combate à inflação. Ao contrário: os indicadores só pioraram desde o trimestre final do ano passado. (…) Para tirar o país da armadilha, o governo terá de aceitar um ajuste fiscal de verdade, muito mais sério do que esse alardeado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento.” (Rolf Kuntz, no Estadão, 27/4/2011.)

 * Os impostos não param de subir.

“Em dez anos, a carta tributária do Brasil subiu cinco pontos percentuais do PIB. É um peso de impostos muito maior do que o de muitos países ricos que oferecem serviços melhores aos cidadãos. Em 2001, a carga era 30,3% e, em 2010, foi para 35,13%. O governo tirou a mais da sociedade, só com esse crescimento, no acumulado de dez anos, R$ 1,850 trilhão. Tirou meio Brasil do Brasil em dez anos.” (Míriam Leitão, em O Globo, 22/4/2011.)

* O governo se mete onde não deveria.

“As agências reguladoras vão começar a ganhar um perfil mais alinhado com a presidente Dilma Rousseff ainda neste ano. As indicações para os cargos em aberto já foram iniciadas pelo Palácio do Planalto. Até o fim do ano, o comando de órgãos reguladores importantes, como a Anatel e a ANP, estará sob nova gestão.” (Estadão, 22/4/2011.)

Ora, as agências reguladoras existem para ser organismos independentes das pressões políticas do governo. O Palácio do Planalto anunciar que ampliará o controle das agências é um fato absolutamente lamentável.

O alto Custo Brasil afugenta empresas e empregos.

* Grandes empresas estão fechando unidades no Brasil ou migrando para outros locais, devido ao alto custo da energia, entre outros fatores – e o custo da energia é alto por causa da carga tributária. A Novellis fechou fábrica na Bahia e pode migrar para o Paraguai. A Companhia Brasileira de Alumínio, do Grupo Votorantim, está prestes a abrir filial em Trinidad e Tobago. A Stora Enso está para abrir fábrica de celulose no Uruguai. A Rio Tinto Alcan está em negociações para instalar a maior fábrica de alumínio do mundo no Paraguai. A Braskem vai inaugurar unidade de soda cáustica no México. (Estadão, 23/4/2011.)

* A Vulcabrás vai comprar uma fábrica na Índia para produzir lá a parte do tênis de sua marca que mais emprega mão de obra. É apenas um exemplo: indústrias brasileiras estão fechando unidades no país e transferindo suas atividades para o exterior. Os motivos: escassez de mão de obra, custo trabalhista alto, tributação excessiva, infra-estrutura precária. (Estadão, 18 e 25/4/2011.)

* O emprego formal teve em 2011 o pior mês desde 1992. O saldo de empregos com carteira assinada no país ficou em 92.675, com queda de 65,21% em relação a 2010 e de 66,99% em relação ao mês imediatamente anterior. Os números são do próprio Ministério do Trabalho. (O Globo, 20/4/2011.)

O governo não tem uma política para os combustíveis.

* O preço do etanol subiu mais de 30% nos postos nos quatro primeiros meses deste ano. Chegou a faltar combustível nos postos do interior de São Paulo. Usineiros e a Petrobrás tiveram que importar gasolina e etanol. O consumo de derivados superou a produção. Pela projeção da RC Consultores, o déficit na balança de derivados de petróleo crescerá de US$ 13 bilhões em 2010 para US$ 18 bilhões este ano. (Estadão, 24/4/2011.)

* O patrimônio líquido do Fundo Soberano do Brasil teve em abril uma perda de R$ 1,5 bilhão. O tombo dos papéis do fundo – que tem como principal investimento as ações da Petrobrás – está relacionado à pressão do governo para que a empresa mantenha os preços dos combustíveis inalterados, mesmo que seus custos tenham subido com a alta do petróleo no mercado internacional. (O Globo, 27/4/2011.)

O rombo nas contas aumenta

* A dívida pública do governo federal em títulos nas mãos dos investidores chegou a R$ 1,69 trilhão em março, com alta de 1,39% em relação a fevereiro. O custo médio acmulado em 12 meses subiu para 11,76% ao ano. (Estadão, 26/4/2011.)

* O rombo nas contas com o exterior vai a US$ 14 bilhões no primeiro trimestre. Em março, o saldo das transações comerciais e financeiras com o resto do mundo ficou negativo em US$ 5,7 bilhões, o maior déficit para meses de março desde 1947, início da série histórica do Banco Central. (Estadão, 27/4/2011.)

* Falta tudo na infra-estrutura para a Copa e a Olimpíada

Apenas um pequeno exemplo de como o país não está preparado para receber os dois mais importantes eventos esportivos do mundo: faltam só dois anos para a Copa do Mundo, e já não lugar em hotéis em São Paulo. Passageiros já são levados de Cumbica para pernoitar em Bertioga, a 105 km do aeroporto, por falta de vagas em hotéis mais próximos. Foi o que aconteceu no dia 5 de abril, quando o vôo 104 da Delta Airlines para Atlanta teve que ser adiado por causa de pane mecânica na aeronave. (Estadão, 24/4/2011.)

 27 de abril de 2011

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