A inflação não dá sinais de desaceleração; o IPCA – o índice usado pelo governo – ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, deixando mais claro ainda, para diversos analistas, que a decisão de baixar a taxa básica de juros foi precipitada, arriscada – em suma, foi uma medida tomada diante da pressão política, e não com base em argumentos técnicos.
A proposta de Orçamento para 2012 enviado pelo governo ao Congresso contradiz as promessas de austeridade fiscal, de gastar menos e de forma melhor.
Embora a arrecadação de impostos não pare de crescer, e já seja uma das mais altas do mundo, fala-se insistentemente em cobrar mais impostos ainda para melhorar a Saúde pública. Analistas e editoriais repetem: não é preciso mais dinheiro, é preciso mais eficiência.
Mas eficiência é algo que o governo lulo-petista não tem, como mostram diversos exemplos divulgados pela imprensa nesta semana – uma semana que ainda ofereceu fartos exemplos de irregularidades e roubalheira.
Aí vai o 21º apanhado de notícias e análises– publicadas entre os dias 2 e 8 de setembro – que comprovam que o governo lulo-petista é, além de corrupto, incompetente.
Incompetência, descalabro
* Aeroporto no Piauí já gastou R$ 25 milhões, mas não existe
O aeroporto do Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no sul do Piauí, foi orçado em R$ 25 milhões. Já consumiu R$ 25 milhões desde 2002, e está parado por falta de recursos. No lugar do terminal de passageiros o que se vê são ferros retorcidos, concretos aos pedaços, tocos de madeira e pregos enferrujados.
“Isso porque as verbas públicas para a construção do Aeroporto Serra da Capivara seguiram o rumo de tantas outras destinadas a projetos tão ou mais importantes: sumiram. Como sumiu o dinheiro para a edificação de nove quiosques na cidade vizinha de Coronel José Dias, a 30 quilômetros dali. O enredo em São Raimundo Nonato tem o perfil das irregularidades detectadas pelas auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) e investigações da Polícia Federal nas verbas do Turismo: dinheiro do orçamento público que começou a ser liberado no fim de um governo e vai pingando com critério eleitoral, empreiteira de político contratada e zero de comprometimento administrativo com o projeto de incentivar o turismo.” (João Domingos, Estadão, 4/9/2011.)
* A Universidade em Garanhuns, exemplo típico do modo de governar do lulo-petismo
“’Esgoto a céu aberto, falta de professores e servidores, de salas de aula, de laboratórios, de segurança, de ônibus, de água, alunos trabalhando como funcionários, hospital veterinário fantasma.’ Este é o retrato do câmpus da Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG), vinculada à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP), inaugurada com banda de música e foguetório pelo presidente Lula em 2005 e anunciada, como tantas outras obras que se inserem na célebre galeria das “nunca antes”, como “a primeira extensão universitária a ser instalada no País”, conforme está registrado no site da UFRP. De acordo com depoimentos de professores e alunos colhidos pela repórter Tânia Monteiro (Estado, 30/8), a unidade de Garanhuns, festivamente apresentada pelo fogueteiro-mor como pioneira na interiorização do ensino superior do País, ‘está em coma profundo, na UTI, precisando de uma junta médica para salvá-la’. (…)
“A situação dessa universidade federal, que seria cômica se não fosse trágica, é bem um exemplo de um modo de governar que valoriza, sobretudo, as aparências. Embora suas origens remontem a 1912, em sua configuração atual a UFRP é um produto típico da era Lula. Suas duas chamadas unidades acadêmicas, a de Garanhuns e a de Serra Talhada, foram inauguradas, respectivamente, em 2005 e 2007, criadas ‘a partir do programa de expansão e interiorização do Ensino Superior do Governo Federal’. O câmpus de Serra Talhada, como revelou reportagem do Estado publicada um mês atrás, é chamada pelos alunos de ‘museu de obras’, tantas as construções interrompidas. A UFRP, aliás, lidera, num levantamento feito pelo MEC, a lista de serviços paralisados em universidades federais. E essa situação se deve, segundo o próprio MEC – e, mais uma vez ainda, é um espanto! -, a problemas com as construtoras, que abandonaram os canteiros, faliram ou simplesmente demonstraram incapacidade na construção da obra. Quem contratou essa turma?” (Editorial, Estadão, 4/9/2011.)
* Não é preciso mais dinheiro para a Saúde; precisa-se é de eficiência
“A resistência à criação de um novo tributo para financiar a Saúde é grande entre tributaristas, e a primeira pergunta que surge nesse debate é: por que o governo não busca maior eficiência no gasto dos recursos de que dispõe hoje antes de pensar em aumentar a carga tributária? Três especialistas ouvidos pelo Globo afirmaram haver uma frouxidão generalizada na gestão do dinheiro público e que uma nova contribuição para a Saúde não será garantia de melhora nos serviços oferecidos à população.” (Silvia Amorim, O Globo, 3/9/2011.)
* “Sem gestão eficiente, mais dinheiro não resolve”
“Um levantamento do Banco Mundial, de 2009, compilado no livro Desempenho hospitalar no Brasil, mostrou que 30% das internações foram de casos que não requeriam atenção hospitalar, gerando um custo desnecessário de R$ 10 bilhões, a maior parte na rede pública. “Reconheço que falta dinheiro, mas acho que primeiro temos que fazer o dever de casa para legitimar essa demanda. Fizemos um trabalho com 50 hospitais, e o resultado é uma economia anual de R$ 44 milhões. Somente no controle das internações, um dos nove procedimentos para os quais damos consultoria, a economia foi de R$ 27 milhões”, disse Luiz Pierry, secretário-executivo do Programa Gaúcho da Qualidade e da Produtividade.” (Leila Suwwan, O Globo, 3/9/2011.)
* Mais dinheiro ainda para um governo incapaz?
“Para que dar mais dinheiro a um governo incapaz de planejar e executar até o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, apresentado ao mundo em 2007 como filho dileto da ministra Dilma Rousseff, hoje presidente? (…) Se o governo é incapaz de planejar e de executar investimentos, como é gasto aquele dinheirão? A folha de pessoal tem crescido acima da taxa de inflação tanto pela concessão de aumentos quanto pela contratação de mais funcionários. Mas a quantidade e a qualidade dos serviços não têm aumentado proporcionalmente. (…) Fora disso, há muito desvio e muito desperdício. Os escândalos denunciados em vários ministérios, nos últimos dois meses, são com certeza uma pequena parte do saque rotineiro. E aqui vai mais um instrutivo detalhe captado pelo pessoal da organização Contas Abertas: desde 1995 a União Nacional dos Estudantes (UNE) recebeu do governo R$ 44 milhões. Desse total, 97,4% foram concedidos nos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em agosto, a UNE foi inscrita como inadimplente no Cadin, o Cadastro de Créditos não Quitados do Setor Público Federal. Quanto dinheiro sobraria depois de uma faxina mais ampla? (Rolf Kuntz, Estadão, 7/9/2011.)
* O governo arrecada muito, gasta mal e deixa muito dinheiro ir pelo ralo
“Do ponto de vista do contribuinte, a questão importante é outra: o governo precisa mesmo de mais dinheiro para a saúde? E vale a pena acrescentar uma segunda pergunta: se a tributação aumentar, a administração federal será melhorada? Não pode haver dúvida quanto a esses pontos. Em primeiro lugar, o governo federal deveria abster-se de lançar novos encargos sobre o contribuinte antes de um esforço honesto e persistente para aumentar a própria competência. A administração federal arrecada muito, gasta mal, exige pouco de seus quadros e deixa muito dinheiro ir pelo ralo. Nem sequer consegue cuidar do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), essa colcha de retalhos agitada como grande símbolo da política nacional de desenvolvimento. Desde o lançamento desse programa até o ano passado, o Tesouro só pagou 60,9% dos valores previstos no orçamento. Neste ano, o PAC 2 mal começou a ser realizado, porque a maior parte dos desembolsos correspondeu à liquidação de restos a pagar. Na gestão da saúde a inépcia é igualmente espantosa. Dos R$ 5,09 bilhões previstos para investimento neste ano, o governo só pagou R$ 1,44 bilhão até o fim de agosto, segundo tabela divulgada pela organização Contas Abertas.
“Seria fácil multiplicar os exemplos de gestão ineficiente. Facílimo, também, seria apontar as muitas bandalheiras praticadas com dinheiro público, a pulverização de verbas por meio de emendas parlamentares de má qualidade e o enorme desperdício perpetrado por meio de convênios. Antes de pedir mais dinheiro ao contribuinte, a presidente Dilma Rousseff deveria passar a limpo o funcionamento do próprio governo. Que tal começar com a leitura do site do Tribunal de Contas e com o exame de algum material da Controladoria-Geral da União?” (Editorial, Estadão, 8/9/2011.)
Irregularidades e roubalheira aqui, ali, acolá
* ONG leva R$ 13 milhões do Turismo em menos de 2 horas
“No apagar das luzes de 2010, o Ministério do Turismo aprovou, em menos de duas horas, um projeto de R$ 13,8 milhões do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Cultural (Indesc), de Jundiaí (SP), para qualificar 11.520 profissionais do turismo, preferencialmente, nas 12 cidades-sedes da Copa de 2014. Criada em 2005 pelo sindicalista Luiz Gonzaga da Silva, a ONG não tem nenhuma experiência em programas relacionados ao turismo, mas já recebeu R$ 1,9 milhão do ministério. Até o momento, nenhum aluno foi matriculado. Dirigentes da entidade dizem que as aulas só vão começar em janeiro de 2012. Ainda não há equipes prontas, nem centros de treinamento disponíveis, mas o Indesc já mudou de fachada. Na próxima semana, inaugura um novo escritório em uma das áreas comerciais mais valorizadas de São Paulo: a Avenida Paulista, nº 2001, conjunto 19, sala 14, 19ª andar. (Jailton de Carvalho, O Globo, 2/9/2011.)
* Ministério do Esporte manterá projeto fantasma
“O Ministério do Esporte vai insistir no convênio de R$ 6,2 milhões com um sindicato de cartolas do futebol para um projeto da Copa do Mundo de 2014 que, apesar da liberação do dinheiro há mais de quatro meses, ainda não saiu do papel. Após duas horas de reunião ontem (quinta, 1º/9), o Secretário Nacional de Futebol, Alcino Reis, e o presidente do Sindicato das Associações de Futebol (Sindafebol), o ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi, adotaram um discurso de que tudo está dentro do planejado no contrato assinado no dia 31 de dezembro que trata do cadastramento de torcidas organizadas. (…) Diante do fracasso até agora, o presidente do Sindafebol avisou que deve pedir a prorrogação do prazo do contrato que, oficialmente, encerra em março do ano que vem. “Nós temos direito de requerer”, afirmou o dirigente, que admitiu à reportagem a falta de experiência para tocar o projeto. (Leandro Colon, Estadão, 2/9/2011.)
* Um exemplo típico do estilo de gestão do governo petista
“A maneira como foi firmado o convênio entre o Ministério do Esporte e o sindicato das associações de clube de futebol para o cadastramento das torcidas organizadas, a rapidez com que todo o dinheiro foi liberado, o fato de, oito meses depois, rigorosamente nada ter sido feito pelo contratado e, mesmo assim, o Ministério decidir que nada mudará, sob a justificativa de que tudo está dentro do que foi planejado, retratam o estilo de gestão do governo petista dos planos, projetos e dos recursos públicos destinados à realização da Copa de 2014.” (Editorial, Estadão, 3/9/2011.)
* TCU suspende contrato suspeito de órgão do Meio Ambiente
“Com base em fortes indícios de irregularidades no pregão eletrônico realizado em julho pelo Instituto Chico Mendes para contratação de serviços gráficos, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a execução do contrato de R$ 20,3 milhões com a Gráfica Esdeva, vencedora da licitação. Além disso, proibiu o Instituto de autorizar a adesão de outros órgãos à ata de registro de preços, o que, na prática, impede a empresa de executar qualquer serviço vinculado a esse pregão. (…) A licitação milionária realizada pelo instituto para a contratação de serviços gráficos chamou a atenção do Ministério Público Federal e do TCU, entre outros motivos, porque o órgão fez um pregão de R$ 20,3 milhões, embora registre gastos em 2010 com esses serviços de R$ 775 mil. O Globo mostrou que essa disparidade acontece porque o contrato de um órgão serve de guarda-chuva para outras contratações, sem licitação, por meio de adesão à ata de registro de preços.” (Regina Alvarez, O Globo, 2/9/2011.)
* Infraero paga para funcionários passarem dez dias na Disney
“Estatal que cuida de aeroportos, a Infraero autorizou viagem de dois de seus altos funcionários à Disney, em Orlando, na Flórida, com programação recheada de passeios. A superintendente de Recursos Humanos, Regina Helena Ferreira Alvares Azevedo, e o gerente de Gestão Estratégica de pessoas, Roberto Celso Habbema de Maia, receberam aval do presidente da estatal, Gustavo do Vale, para participar do seminário ‘A Magia Disney e os segredos da excelência em serviços”, com dez dias de hospedagem em hotel cinco estrelas, sendo três livres. (O Globo, 2/9/2011.)
* Pega no flagra, Infraero volta atrás
“A Infraero confirmou ontem (sexta, 2/9) o cancelamento da viagem de dois de seus funcionários à Disney, em Orlando (EUA). (…) Os funcionários embarcariam na noite de quinta-feira. A desistência foi anunciada horas antes, depois de o Globo pedir informações à Infraero.” (Fábio Fabrini, O Globo, 3/9/2011.)
* Corrupção faz Brasil perder uma Bolívia
“Pelo menos o valor equivalente à economia da Bolívia foi desviado dos cofres do governo federal em sete anos, de 2002 a 2008. Cálculo feito a partir de informações de órgãos públicos de controle mostra que R$ 40 bilhões foram perdidos com a corrupção no período – média de R$ 6 bilhões por ano, dinheiro que deixou de ser aplicado na provisão de serviços públicos. Com esse volume de recursos seria possível elevar em 23% o número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família – hoje quase 13 milhões. Ou ainda reduzir à metade o número de casas sem saneamento -no total, cerca de 25 milhões de moradias. (Mariana Carneiro, Folha de S. Paulo, 4/9/2011.)
* Mais seis altos funcionários do Dnit são demitidos
“O Ministério dos Transportes demitiu ontem seis altos funcionários do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), no Paraná. Segundo o ministério, as demissões decorrem de um processo administrativo de 2009 e não fazem parte da faxina promovida pela presidente Dilma Rousseff. O processo foi instaurado após auditores do Tribunal de Contas da União encontrarem irregularidades em contratos e licitações que causaram prejuízo de R$ 8,8 milhões aos cofres públicos. (O Globo, 6/9/2011.)
* Quem rouba para um partido rouba duas vezes
“Enquanto na Europa e nos Estados Unidos a motivação política é considerada agravante de um crime, por suas consequências na sociedade, no Brasil é vista como um atenuante, como se ainda vivêssemos no tempo da ditadura. Quando flagrados, os ladrões militantes se dizem inocentes: ‘Era para o partido”. Quem rouba dinheiro público para um partido rouba duas vezes. Primeiro, dos contribuintes, de todos nós; depois, quando usa o dinheiro para interferir no processo eleitoral, fraudando leis e regras, corrompendo as instituições democráticas. O ladrão que gasta o produto do roubo em causa própria só dá prejuízo ao erário, o partidário assalta também os direitos dos cidadãos a um processo eleitoral limpo e republicano. Rouba a vontade popular.” (Nelson Motta, O Globo, 2/9/2011.)
Pego com a boca na botija, o PT diz que a culpa é da imprensa|
* Se a imprensa investiga e denuncia, restrinja-se a liberdade da imprensa
“Em seu libelo contra o apoio geral à faxina que foi sem nunca ter sido, o PT mais uma vez levanta a tese da ‘conspiração midiática’ à falta de argumentos para defender o indefensável, propõe censura e aponta a reforma política como solução para os males da corrupção. Em resumo é a pauta do 4.º Congresso do partido que começou na sexta-feira e se encerra hoje (domingo, 4/9) em Brasília. Graças às garantias coletivas e individuais da Constituição, cada um discute o que bem entende. Inclusive quando escolhe debater o retrocesso e por mais que a agenda se localize a léguas do que seja relevante para o País. O partido detentor da Presidência da República, pelo terceiro período consecutivo, de fato não está preocupado com o destino do Brasil: dedica-se exclusivamente a cuidar de si. (…)
“Se a imprensa livre faz seu papel de fiscalizar, investigar e denunciar evidenciando a negligência governamental, restrinja-se a liberdade, ainda que isso rebaixe o Brasil à condição de não democracia. Não há a menor importância, desde que o PT se safe e possa prosseguir na consecução de seu projeto de poder a qualquer custo. Ainda que o preço seja pago por todos na conta do atraso.” (Dora Kramer, Estadão, 4/9/2011.)
* O PT tenta politizar seus crimes para descaracterizá-los
“O PT deve repelir com firmeza as manobras da mídia conservadora e da oposição de promover uma espécie de criminalização generalizada da base de sustentação do governo.” Este é um trecho do documento que norteia as discussões do 4º Congresso do PT. De forma previsível, o partido voltou à carga. Como no caso do mensalão, há de novo a tentativa de transformar o governo e o PT em vítimas de uma “conspiração midiática”, como se aquilo que o procurador-geral da República chamou de quadrilha fosse uma ficção da mídia, como se a chamada criminalização da base aliada não fosse fruto da ação de seus membros. Ao insistir na tecla da criminalização da aliança, o PT, na verdade, está politizando seus crimes a fim de descaracterizá-los. O discurso da desculpabilização funciona como imagem invertida da realidade.” (Fernando de Barros e Silva, Folha de S. Paulo, 4/9/2011.)
* À procura de formas de censura à imprensa, 2.0
“A malhação da imprensa revelou-se o assunto principal do congresso do PT. No partido, há quem reconheça que não havia outro disponível.” (Renata Lo Prete, Folha de S. Paulo, 4/9/2011.)
* “O PT quer evitar que o imenso telhado de vidro do seu líder supremo fique exposto”
“O PT aproveitou o 4º Congresso Nacional para aplicar o já conhecido truque de culpar o mensageiro pelo teor negativo da mensagem. Assim como no mensalão, quando, com a ajuda de alguns intelectuais orgânicos petistas, criou o ‘golpe da mídia’, na tentativa de justificar o injustificável, agora, acuado pela descoberta de vários casos de corrupção na base partidária do governo Dilma, herdada de Lula, o partido reage propondo ‘novo marco regulatório’, com a intenção de aumentar o controle sobre os meios de comunicação. Deve considerá-los com liberdade em excesso na publicação de escândalos lulo-petistas. (…) O mensalão incomodou o PT assim como agora o partido se incomoda com a série de casos de corrupção explícita surgidos no amplo arco de alianças partidárias montadas dentro do mais escancarado fisiologismo. Por ser uma distorção grave deixada por Lula, o PT quer evitar que este imenso telhado de vidro do seu líder supremo fique exposto. Prefere culpar a imprensa independente, como se ela pudesse criar personagens como Luiz Pagot (Dnit), aloprados e similares.” (Editorial, O Globo, 6/9/2011.)
* “Horror a ver suas lambanças estampadas na mídia”
“Ficou então combinado (após o 4º Congresso do PT) que não se fala mais em ‘controle social’ da mídia, expressão politicamente inconveniente porque indissociável da ideia de censura, e os petistas passam a lutar pela ‘democratização’ da imprensa. A nova palavra de ordem não quer dizer absolutamente nada – e até por isso é tão perigosa para a liberdade de imprensa quanto a anterior -, mas satisfaz as duas tendências que, dentro do PT, não se conformam com a liberdade que os veículos de comunicação têm para denunciar as bandalheiras da companheirada no governo. São elas a ala minoritária, ideológica, de esquerda radical e totalitária, e por isso contrária por definição à liberdade de imprensa; e a ala majoritária, populista, pragmática, que sob o comando de Lula manda de fato no partido e está exclusivamente preocupada em se perpetuar no poder, e por isso tem horror a ver suas lambanças estampadas na mídia. (Editorial, Estadão, 6/9/2011.)
* O projeto do governo é a ocupação feroz da máquina pública
“O grande projeto da sucessora de Lula está em plena marcha, sem obstrução. Trata-se de manter e ampliar a ocupação feroz da máquina pública pelos amigos dos amigos, liberados para fazer política e negócios nos balcões espalhados por quatro dezenas de ministérios. É dessa ordenha geral que brotam as tais manchetes escandalosas — que forçaram Dilma a apresentar-se como uma combatente surrealista de si mesma. A sangria não é abstrata, está nos números: aumento brutal de quase 5% dos gastos públicos em relação a 2010, que por sua vez já foi ano de gastança eleitoral.” (Guilherme Fiúza, O Globo, 3/9/2011.)
A “faxina” que foi jogada no lixo antes de existir
* Faxina nos nossos bolsos
“O melhor retrato da postura do PT diante de toda e qualquer faxina foi conseguido na noite de terça-feira (30/9) pelo repórter fotográfico Ailton de Freitas. Ele mostrou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), paternal e sorridente, cumprimentando a deputada Jaqueline Roriz durante a sessão em que ela viria a ser consagrada pelos seus pares. Vaccarezza e a doutora Dilma informam que o governo precisa de um novo imposto para financiar a Saúde. Durante a campanha eleitoral ela dizia o contrário. Eremildo, o idiota, entendeu os recados: a faxina será feita no bolso da choldra.” (Elio Gaspari, Folha de S. Paulo e O Globo, 4/9/2011.)
Orçamento contra austeridade, política monetária afrouxada antes da hora
* Proposta de Orçamento contradiz as promessas de austeridade fiscal
“Prometer uma coisa e fazer outra muito diferente é caminho certo para o governo perder a confiança da sociedade e destruir a credibilidade de suas políticas. Mas foi o escolhido para a proposta do Orçamento de 2012, que a presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso na quarta-feira. Ao aumentar os gastos mais do que as receitas e criar facilidades para o cumprimento da meta de superávit estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a proposta contradiz promessas feitas e reiteradas nos últimos dias pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, de que a política fiscal seria mais rigorosa pelo menos até o fim de 2012, para aliviar o peso da política monetária no combate às pressões inflacionárias. (…) É uma proposta orçamentária pouco realista e que antecipa o afrouxamento da gestão fiscal em 2012 – ano eleitoral.” (Editoral, Estadão, 2/9/2011.)
* Corte de juros veio na hora errada, dizem economistas
“Para especialistas, o corte da Taxa Selic foi adotado na hora errada já que a inflação no país ainda não dá sinais de desaceleração. “O sistema de metas de inflação está em xeque. Mudou a política monetária. O tripé superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação está um pouco mambembe”, afirma Alessandra Teixeira, economista da Tendências Consultoria. Para Alessandra, a queda da Selic em um momento de pressão inflacionária e temores em relação aos preços de commodities (produtos básicos com cotação mundial, como petróleo, soja e minério de ferro) é um indicativo de que o governo desistiu de convergir o IPCA para a meta de 4,5% em 2012, com intervalo de dois pontos percentuais para mais ou para menos.” (Gerson Camarotti e Henrique Gomes Batista, O Globo, 2/9/2011.)
* Dilma dobra a espinha do BC, algo que nem Lula fez
“Com o corte de juros anunciado nesta quarta-feira, os diretores do Banco Central (BC) apagaram a imagem de autonomia da instituição, já muito embaçada nos últimos oito meses. (…) Sobram razões, neste momento, para considerar precipitado o afrouxamento da política anti-inflacionária. Mas o fato mais grave é a perda de credibilidade do presidente do BC, Alexandre Tombini, e, de modo geral, da própria instituição. (…) Ao dobrar a espinha do BC, a presidente Dilma Rousseff rejeitou uma das poucas heranças benditas da era Lula – a autonomia de fato da autoridade monetária, que o ex-presidente fez questão de prestigiar mesmo às vésperas de eleições importantes para seus projetos de permanência do PT no poder.” (Editorial, Estadão, 2/9/2011.)
* PIB põe em dúvida decisão de baixar juros já
“O repentino corte da taxa de juros pelo Banco Central (BC) (…) não encontra respaldo no resultado do PIB do segundo trimestre, de acordo com analistas. O fraco crescimento da economia não consegue, segundo economistas, conter uma inflação que, em 12 meses, já está na casa dos 7%, acima, portanto, do teto da meta do governo. Além do consumo das famílias em alta, o mercado de trabalho esquenta ainda mais o debate dos juros ao abrir espaço a reajustes salariais acima da alta geral dos preços. Os dados do PIB indicam que a economia brasileira cresce abaixo de seu potencial, explica Joaquim Eloi, diretor da Gahema. Mas o freio puxado, segundo ele, não conseguiu segurar a inflação, fortemente concentrada no setor de serviços. (…) Para o economista da LCA, Bráulio Borges, a decisão do BC foi precipitada e influenciará negativamente as expectativas para a inflação, por ter criado um ambiente de incerteza.” (Fabiana Ribeiro, Mariana Durão e Letícia Lins, O Globo, 3/9/2011.)
* Só o BC parece acreditar nas promessas de austeridade
“Quando se examinam os novos dados gerais da economia brasileira, fica evidente, mais uma vez, a precipitação do Banco Central (BC) ao decidir o corte dos juros básicos. O esfriamento econômico, alegado pelo governo e pelo BC para justificar essa decisão, é apenas parcial. É muito mais sensível do lado da oferta interna de bens e serviços. O cenário é diferente do lado da demanda. O crescimento do consumo familiar foi maior no segundo trimestre do que no primeiro, quando havia ficado em 0,7%. E continua vigoroso, como indica, por exemplo, o número de veículos emplacados em agosto, 6,9% maior que o de julho e 4,7% maior que o de um ano antes. (…) Por enquanto, só diretores do BC parecem acreditar nas promessas de austeridade. Até pagaram adiantado, cortando os juros antes da prometida contenção de gastos.” (Editorial, Estadão, 3/9/2011.)
* Governo caminha, “de forma hesitante”, para o abandono das metas de inflação
“Ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central no primeiro governo Lula e ex-economista-chefe do Santander, Alexandre Schwartsman acredita que o BC foi precipitado ao cortar a taxa de juros em 0,5 ponto percentual semana passada, pois não há indícios de que a crise econômica global de 2011 seja tão grave quanto a de 2008. Ele afirma que a decisão do BC mostra que a gestão Dilma caminha ‘de forma hesitante’ para o abandono do sistema de metas de inflação e que o tripé da política econômica (regime de metas, câmbio flutuante e superávt primário) ‘está capenga’. Ao permitir o descolamento entre expectativas e meta de inflação, diz, o BC joga o país num cenário de PIB fraco e inflação alta. Se o pessimismo do BC não se confirmar, os juros voltarão a subir mais cedo ou mais tarde. (Danielle Nogueira, O Globo, 4/9/2011.)
* Dilma corre o risco de colher inflação alta e crescimento raso
“A presidente Dilma cancelou, na prática, a autonomia do Banco Central e levou-o a reduzir juros contando com um ajuste fiscal futuro e duvidoso. Um baita risco. Ela simplesmente pode colher inflação elevada e crescimento raso, uma bomba política e econômica. Terá ela tudo planejado ou está seguindo assim no vai-da-valsa?” (Carlos Alberto Sardenberg, Estadão, 5/9/2011.)
* Mercado já admite estouro do teto da meta de inflação este ano
“Depois de serem surpreendidos na semana passada – com a redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros para 12% ao ano –, analistas do mercado financeiro ficaram mais pessimistas com a inflação. A projeção para o Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que orienta o sistema de metas, passou de 6,31% para 6,38%. Esta foi a terceira semana seguida de alta das expectativas na pesquisa Focos, que o BC faz semanalmente entre os bancos. (…) Os analistas ouvidos pelo BC também reduziram a projeção para o crescimento do país de 3,79% para 3,67%. (Gabriela Valente e Henrique Gomes Batista, O Globo, 6/9/2011.)
* Inflação pelo IPCA é a mais alta em seis anos
“O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), da meta do governo, ficou em 0,37% em agosto e, em 12 meses, acumula 7,23%, o maior em seis anos. O limite para o IPCA é de 6,5% no ano. Com o resultado, economistas subiram o tom das críticas à redução de 0,5 ponto na taxa básica de juros, decretada pelo Banco Central. Os juros menores podem colocar mais lenha na inflação, argumentam analistas. (O Globo, 7/9/2011.)
* IPCA confirma os perigos da aposta do Copom
“A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,37%, em agosto, e de 7,23%, em 12 meses, patamar mais alto dos últimos seis anos. E o Índice Geral de Preços (IGP-DI), calculado pela FGV, voltou a subir (0,61%, em agosto, ante a deflação de 0,05%, em julho). O comportamento dos índices mostra como foi arriscada a aposta do Comitê de Política Monetária (Copom) na queda da inflação doméstica, influenciada pela deflação externa decorrente do agravamento da crise global. (Editorial econômico, Estadão, 8/9/2011.)
* Dilma aos trancos e barrancos, se perdendo nos atalhos que tenta abrir
“Aos trancos e barrancos, a presidente Dilma vai reescrevendo por linhas tortas um novo programa de governo, e o corte de juros determinado na quarta-feira pelo Banco Central já é parte dessa nova postura, que difere radicalmente de tudo o que ela disse e prometeu durante sua campanha eleitoral. (…) O fato é que a presidente Dilma está tentando encontrar um caminho novo para trilhar, e tem se perdido nos atalhos que busca abrir. Começou um movimento de combate à corrupção que teve o apoio da opinião pública, e parece ter recuado diante da reação dos aliados. Busca o equilíbrio entre manter a popularidade que a economia aquecida tem proporcionado, mas sabe que não pode continuar nessa marcha da insensatez de gastos maiores e juros reduzidos artificialmente.” (Merval Pereira, O Globo, 2/9/2011.)
Outras más notícias na Economia
* Uma sucessão de confusões na área de combustível
“O governo está numa sucessão de confusões na área de combustível. A Petrobras está importando gasolina mais cara do que vende, vai importar mais álcool, o governo subsidia os dois produtos e vai reduzir impostos. Isso incentiva mais o consumo. Até agora ninguém parece ter entendido o tamanho do nó que está sendo dado nos combustíveis. Para completar, a empresa de petróleo vai produzir açúcar. Os problemas são piorados por excesso de intervenção governamental, uma empresa monopolista, e falta de compreensão do setor. Logo que a crise do álcool surgiu, o governo primeiro disse que era só um problema de entressafra. Depois, ofereceu mais dinheiro para a indústria e em seguida mandou a Petrobras entrar no mercado para produzir álcool. (…) Para onde se olha no mercado de combustível fica claro que a cada tentativa do governo de consertar o problema ele se agrava ainda mais. Mas a pior distorção é o governo subsidiar – com preço abaixo do mercado internacional ou com redução de impostos – o consumo do produto que o Brasil está sendo obrigado até a importar.” (Míriam Leitão, O Globo, 2/9/2011.)
* Governo cede em tudo à Argentina e prejudica a economia brasileira
“Desde 2003, o governo brasileiro vem tratando dos problemas comerciais com a Argentina com um critério principal: a leniência. O fundamento errôneo desta política é que, por ser um parceiro estratégico, nosso grande vizinho do Sul precisa ser compreendido e acatado mesmo quando decide contra interesses importantes do Brasil. Por exemplo, aceitamos a aplicação de salvaguardas (autorização de barreiras às importações) contra produtos brasileiros em 2006, isto é, firmamos um documento que representa uma ilegalidade no Mercosul e que dá ao governo argentino a faca e o queijo na mão para paralisar exportações de produtos brasileiros. Em 1999, havíamos rejeitado com energia esta fórmula e a Argentina acabou por conformar-se abdicando de sua decisão unilateral de criar salvaguardas. (…) Com relação a um parceiro da importância da Argentina, aceitamos timidamente que sejam dirigidas contra nós medidas que violam as regras da OMC e do Mercosul, prejudicam nossas empresas e vão na contramão da chamada relação estratégica. Creio, porém, que nosso acatamento de cada medida distorsiva do comércio só provoca o aumento da fatura que nos é apresentada, posto que é corretamente interpretada pelas autoridades de Buenos Aires como predisposição nossa de acabar aceitando qualquer agravo de política comercial e pagando a conta.” (Luiz Felipe Lampreia, em O Globo, 8/9/2011.)
9 de setembro de 2011
Outros apanhados de provas da incompetência de Dilma e do governo:
Volume 1 – Notícias de 20 a 27/4
Volume 2 – Notícias de 28/4 a 4/5
Volume 3 – Notícias de 4 a 6/5
Volume 4 – Notícias de 7 a 10/5
Volume 5 – Notícias de 10 a 17/5
Volume 6 – Notícias de 17 a 21/5
Volume 7 – Notícias de 22 a 27/5
Volume 8 – Notícias de 28/5 a 2/6
Volume 9 – Notícias de 3 a 10/6
Volume 10 – Notícias de 11 a 17/6
Volume 11 – Notícias de 18 a 23/6
Volume 12 – Notícias de 24/6 a 8/7
Volume 13 – Notícias de 8 a 14/7
Volume 14 – Notícias de 15 a 21/7
Volume 15 – Notícias de 22 a 28/7
Volume 16 – Notícias de 29/7 a 4/8
Volume 17 – Notícias de 5 a 11/8
Volume 18 – Notícias de 12 a 18/8
Dá-lhe Sergio! Aqueles que prestam lhe agradecem!