Nos últimos sete dias – o período entre a sexta passada, dia 5, e esta quinta, dia 11 –, o país continuou sendo bombardeado pelas notícias de roubalheira dentro do governo leiloado aos partidos que o apóiam. Ainda sob o impacto das denúncias sobre corrupção no Ministério dos Transportes, tivemos conhecimento da ladroagem nos Ministérios das Cidades e da Agricultura, e, na terça, dia 9, vieram as prisões de 35 funcionários do Turismo.
É, como diz o editorial do Estadão, “uma rede de quadrilhas na administração federal como decerto nunca antes se viu na história deste país.”
Mas a notícia mais apavorante (e intrigante) da semana, na minha opinião, foi a fala do chefe da Secretaria Geral da Presidência, em conferência no Instituto Ethos, em São Paulo, na segunda, dia 8. Depois de criticar a imprensa e defender a regulação da mídia, ele fez esta espantosa declaração, segundo transcreveu O Globo:
“Vivemos no Brasil uma necessidade de profunda revisão da ética. Da ética na política, nos negócios, da ética empresarial, social. E essa ética não pode nos levar apenas a um farisaísmo, ela tem que estar vinculada a um projeto político, a um projeto de uma sociedade de fato igualitária, justa e participativa.”
É preciso, então, diz o braço direito do ex-presidente, auxiliar direto da atual, rever a ética. Ética tem que deixar de ser o que sempre foi, há três mil anos, e passar a ser uma outra coisa.
É possível que, na novilíngua do lulo-petismo, queiram reescrever os dicionários, de tal forma que ética passe a significar que roubar para o partido é moralmente defensável.
Me parece estranho, porque, afinal de contas, faz oito anos e meio que esta é exatamente a ética do lulo-petismo. Por que, então, fazer profunda revisão dela agora?
***
Com a enxurrada de revelações diárias sobre a roubalheira institucionalizada no governo, corre-se o risco de deixar de lado outras más notícias. Algumas delas vão aí abaixo, neste 17º apanhado de notícias e análises que comprovam a incompetência do governo Dilma Rousseff. Algumas, porque é humanamente impossível catalogar todas.
Corrupção e incompetência aqui, ali, acolá
* Conab é cabide de empregos, loteada por PMDB e PTB
“Um cabide de emprego a serviço da ingerência política e da sanha dos aliados. Esse é o retrato da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), que tem parte de seus cargos ocupada por sobrenomes conhecidos da política – como Calheiros e Benevides -, por derrotados nas urnas, amigos do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e outras indicações e nomeações sem critério técnico. Esses apadrinhados recebem salários que variam de R$ 8 mil a R$ 10 mil. Controlada por um consórcio do PMDB com o PTB, partidos que lotearam os principais cargos da companhia, a Conab está na mira da Controladoria Geral da União (CGU), que, desde a semana passada, enviou 12 técnicos para investigar denúncias de corrupção no órgão. (Evandro Éboli, O Globo, 7/8/2011.)
* Lobista distribui pacotes de dinheiro na Agricultura
“No Ministério da Agricultura, lobistas que se diz amigo do ministro Wagner Rossi distribui pacotes de dinheiro a funcionários do setor de licitações. Na Conab, representantes da estatal cobraram propina de R$ 22 milhões para liberar pagamento de dívidas judiciais. (…)
“(No Ministério da Agricultura, o lobista Júlio Fróes) “se comporta e é tratado como uma autoridade. Mesmo sem nenhum vínculo formal com a pasta, o lobista cuida dos processos de licitação, redige editais, escolhe empresas prestadoras de serviços – e, ao fim de cada trabalho bem sucedido, distribui pacotes de dinheiro aos funcionários. Em outras palavras, paga propina aos que o ajudam a tocar seus negócios escusos. O mais impressionante é que o lobista faz tudo isso com o conhecimento e o aval da cúpula do órgão. E, segundo suas próprias palavras, com a autorização do seu amigo, o ministro Wagner Rossi.” (Rodrigo Rangel, Hugo Marques e Danel Pereira, Veja, edição que circulou a partir de 6/8/2011.)
* No mesmo dia da nova denúncia, cai o número 2 da Agricultura
“Novas denúncias de corrupção no Ministério da Agricultura, comandado pelo peemedebista Wagner Rossi, provocaram ontem (sábado, 6) a demissão do número 2 da pasta, o secretário-executivo Milton Ortolan. Homem de confiança e amigo de Rossi há 25 anos, segundo declarações do próprio ministro, ele pediu para deixar o cargo após a revista Veja desta semana afirmar que o secretário-executivo garantiu livre acesso ao Ministério para o lobista Júlio Fróes.” (Adriana Vasconcelos, O Globo, 7/8/2011.)
* Ministro da Agricultura usa funcionários sem concurso de estatal
“Depois de inchar a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, transferiu para seu gabinete funcionários contratados sem concurso e até hoje remunerados pela principal estatal do setor agrícola. Antes de assumir a pasta, Rossi dirigiu a companhia de junho de 2007 a março de 2010. Em sua gestão, ele mais do que quadruplicou o número de cargos de confiança na empresa. Ao sair de lá, levou pelo menos sete funcionários para seu gabinete. Esses servidores continuam recebendo salários da Conab e deixaram acéfalos seus postos na empresa. Entre eles há funcionários que ocupavam cargos de chefia na Conab, como as gerentes de eventos e de acompanhamento de programas.” (José Ernesto Credendio, Andreza Matais e Natuza Nery, Folha de S. Paulo, 8/8/2011.)
* Controladoria faz devassa na Agricultura; Dilma diz que confia no ministro
“Apesar do apoio da presidente Dilma Rousseff e do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi, a Controladoria-Geral da União (CGU) recolheu ontem (segunda, dia 8) computadores do ministério e abriu uma nova investigação para apurar as denúncias de tráfico de influência e corrupção na pasta.
“Na semana passada, uma comissão disciplinar já havia sido instaurada para apurar as responsabilidades administrativas após notícias de pagamento indevido da Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab) a uma empresa goiana de silos. O responsável pela liberação da verba foi Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Demitido, Jucá Neto acusou o Ministério da Agricultura e o PMDB de participação e conivência com o esquema de corrupção.
“A presidente Dilma Rousseff, que havia defendido Rossi no domingo, por intermédio de uma declaração da Secretaria de Imprensa, voltou a dizer ontem que confia no ministro da Agricultura. ‘Não há razão para ter qualquer questão em relação ao ministro Wagner Rossi’, disse Dilma a jornalistas.” (João Domingos, Rafael Moraes Moura e Gustavo Uribe, Estadão, 9/8/2011.)
* “PF prende 35 em escândalo no Ministério do Turismo”
“A Polícia Federal prendeu ontem (terça, dia 9) o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, o secretário de Programas e Desenvolvimento, Colbert Martins, e mais 33 pessoas acusadas de desviar dinheiro destinado ao treinamento de profissionais de turismo no Amapá. Entre os presos estão ainda o ex-presidente da Embratur Mário Moysés e o diretor-executivo da ONG Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), Luiz Gustavo Machado, entre outros empresários e servidores públicos.
“Os recursos teriam sido desviados a partir de convênio assinado na gestão do ex-ministro petista Luiz Barreto. Frederico Costa chegou ao governo por indicação do PTB e tem como padrinho político o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves. Moysés é ligado ao PT, mais especialmente ao grupo político da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Colbert é ex-deputado do PMDB. (…) As investigações da polícia, batizadas de Operação Voucher, tiveram como origem uma emenda de R$ 4 milhões da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP). A deputada, uma das candidatas a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), também indicou o Ibrasi para firmar convênio com o ministério.
“Pelos indícios recolhidos pela PF ao longo da investigação, Costa e Moysés teriam recebido propina de empresários acusados de envolvimento nas fraudes. Só num dos endereços de Luiz Gustavo Machado, apontado como um dos chefes do grupo, policiais apreenderam R$ 610 mil em espécie.” (Jaílton de Carvalho, O Globo, 10/8/2011.)
* “Número 2 do Ministério do Turismo tem currículo repleto de denúncias”
“Preso ontem (terça, dia 9) pela Polícia Federal, o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, foi promovido ao segundo cargo mais importante da pasta, em janeiro deste ano, mesmo sob acusações de desvio de verbas da extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), favorecimento de empresa de sua família e irregularidades na gestão de convênios federais. Graças ao apoio das bancadas de diversos partidos no Congresso, devidamente recompensadas com a liberação de emendas, atravessou oito anos blindado das denúncias em postos importantes do ministério, administrado no período por PTB, PT e PMDB.” (Fábio Fabrini e Chico de Gois, O Globo, 10/8/2011.)
* “Número 2 do Turismo orientava empresários a ludibriar Ministério”
“Gravações feitas pela Polícia Federal com autorização judicial mostram que o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Costa, teria orientado dirigentes de empresas a montar negócios onde o mais importante era a fachada. Na conversa, revelada ontem (quarta, dia 10) pelo Jornal Nacional, Frederico diz a Fábio de Mello, apontado como dono de uma das empresas subcontratadas pela ONG Ibrasi, que era necessário buscar um prédio grande para garantir credibilidade ao serviço da entidade.
– Pega um prédio moderno aí, meio andar, fala que tá com uma sede que está em construção – diz Frederico, na gravação.
– A gente tem um prédio de três andares, grande – responde Fábio.
– Mas o importante é a fachada. Tem que ser uma coisa moderna que inspira confiança em relação ao tamanho das coisas que vocês estão fazendo.
“Fábio de Mello está na lista de 18 das 36 pessoas presas na Operação Voucher que foram ouvidas pela PF ontem e liberadas. Outros 18 permanecem presos. Entre eles Frederico Costa.” (Jaílton Carvalho, O Globo, 11/8/2011.)
* Cúpula do Turismo zelou pelo “interesse de Sarney”
“O esquema fisiológico e fraudulento que regia a assinatura de convênios e liberação de dinheiro no Ministério do Turismo aparece nas investigações da Operação Voucher cuidando para não prejudicar os interesses de ninguém menos que o senador José Sarney (PMDB-AP), padrinho da indicação de Pedro Novais para o comando da pasta. Em uma gravação da PF, feita com autorização judicial, o secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, manda a assessora prestar atenção e não cancelar dinheiro para obras de interesse de Sarney para não dar ‘mais confusão’. Colbert foi preso anteontem (terça, dia 9). Na conversa, na tarde do último dia 28 de julho, ele disse à secretária: “E tem que ver aquela obra lá do Amapá, aquela lá da Fátima Pelaes, daquela confusão do mundo todo que é interesse do Sarney. Tá certo? Que, se cancelar aquilo, aquilo tá na bica de cancelamento, enfim, algumas que eu sei de cabeça, assim. Cancela aquela, pega Sarney pela proa, já vai ser mais confusão ainda, ok?”. (Leandro Colon, Estadão, 11/8/2011.)
* R$ 2,3 mil para ensinar a cada trabalhador como dobrar guardanapos
“Se o dinheiro público tivesse chegado ao seu destino, a qualificação de pessoas no Amapá pelo Ibrasi para atividades como dobrar guardanapos teria custado R$ 2.339,47 por cabeça. Em meio às irregularidades colhidas por auditores, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu ontem (quarta, dia 10) bloquear novos pagamentos de R$ 2 milhões à entidade protagonista do escândalo na pasta. O Ibrasi já recebeu R$ 14 milhões de convênios que somam R$ 16 milhões. O mais recente pagamento, de R$ 900 mil, foi feito em abril, quando os auditores do TCU já tinham cobrado explicações. A auditoria baseou a Operação Voucher. A conta feita pelo TCU é simples: os auditores dividiram o custo do convênio destinado à ‘capacitação profissional para o turismo no Estado do Amapá’ pelo número de pessoas (1.900) que assistiriam a aulas e cursos à distância. O objetivo era treinar camareiras e garçons.” (Marta Salomon, Estadão, 11/8/2011.)
* Dilma, “furiosa”, cobra explicações sobre algemas. Não sobre a corrupção, mas sobre as algemas
“Insatisfeito com o que classificou de ‘exageros’ da Operação Voucher, o Palácio do Planalto exigiu que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) cobrasse explicações da Polícia Federal sobre o uso de algemas nas prisões realizadas pela instituição. A presidente Dilma Rousseff ficou, segundo a Folha apurou, ‘furiosa’ ao ver, logo pela manhã de ontem (quarta, dia 10), foto de um dos detidos chegando algemado a Brasília. (…)
“Ela chamou de ‘acinte’ a forma com a qual a PF conduziu a ação policial. A interlocutores disse ter visto excessos e, por isso, deu ordem ao titular da Justiça para responder de forma enérgica.” (Natuza Nery e Valdo Cruz, Folha de S. Paulo, 11/8/2011.)
* “Uma rede de quadrilhas na administração federal como decerto nunca antes se viu na história deste país”
“O então secretário executivo da pasta (de Turismo), Mário Moysés, assinou o primeiro convênio com o tal do Ibrasi, cujos cabeças apresentaram documentos falsos para se qualificar. (Na casa de seu diretor Luiz Gustavo Machado, a PF achou R$ 610 mil em dinheiro.) O convênio seguinte, de 2010, foi assinado pelo atual secretário, Frederico da Costa, à época responsável pela área de programas de desenvolvimento do turismo, encargo atual do ex-deputado baiano Colbert Martins. Nesses dois anos, o Ibrasi recebeu R$ 14 milhões do governo. Teixeira, o delegado da PF, sustenta serem ‘robustas’ as evidências de envolvimento deles com o esquema fraudulento. Se está certo, a Justiça dirá. O episódio, de qualquer modo, confirma a desalentada certeza da opinião pública de que ‘se gritar, pega ladrão, não fica um, meu irmão’, como no samba de Bezerra da Silva. E propaga entre os políticos atordoados com a ameaça à impunidade a pergunta ‘Onde é que isso vai parar?. Só lhes resta culpar a presidente ou acusar o Judiciário de ‘abuso de autoridade’, como fez o líder petista na Câmara, Cândido Vaccarezza, pois onde já se viu mandar prender figuras tão notáveis?
“Nem pensar em ir à raiz do problema: os incentivos de Lula, por ação ou omissão, à montagem de uma rede de quadrilhas na administração federal como decerto nunca antes se viu na história deste país.” (Editorial, Estadão, 11/8/2011.)
* Ministro das Cidades favorece município administrado por sua mulher
“Desde que foi nomeado ministro das Cidades, em janeiro, Mário Negromonte, do PP da Bahia, já conseguiu liberar R$ 1,4 milhão em emendas do Orçamento para a cidade baiana de Glória. Desse total, R$ 200 mil foram pagos pelo próprio ministério que ele comanda. O município, de 15 mil habitantes, tem como prefeita Ena Vilma Negromonte, mulher do ministro. As emendas haviam sido apresentadas por Negromente em 2009, quando era deputado, mas estavam congeladas até ele chegar ao ministério. Esse valor é maior do que o que a cidade havia recebido nos oito anos do governo anterior.” (Otávio Cabral, Veja, 10/8/2011.)
* “TCU diz que comandante do Exército favoreceu empresas”
“Fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) afirma que o general Enzo Martins Peri, comandante do Exército, beneficiou empresas ligadas a militares com dispensas de licitação entre 2003 e 2007, quando administrou o DEC (Departamento de Engenharia e Construção), do Exército. De acordo com relatório concluído em junho, há casos de projetos contratados que não foram entregues e outros de duplicidade de pagamentos – quando duas entidades recebem dinheiro por um mesmo contrato. A análise do TCU verificou os convênios do Exército com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), entre os anos de 2003 e 2010. Foram vistoriados pelos fiscais do tribunal 200 contratos. No período em que o general Enzo esteve à frente do DEC foram assinados 27 acordos com a Fundação Ricardo Franco, que subcontratou dez empresas ligadas a militares. Todos sem licitação.” (Marco Antônio Martins, Folha de S. Paulo, 9/8/2011.)
* Fiscais da Receita flagrados com R$ 12 milhões em dinheiro vivo
“A Polícia Federal prendeu ontem (quinta, 4) oito pessoas, entre as quais cinco auditores fiscais, envolvidas em um esquema de corrupção montado na delegacia da Receita Federal de Osasco, na Grande São Paulo, que permitiu a sonegação de cerca de R$ 3 bilhões em impostos. Na operação, foram recolhidos R$ 12,8 milhões em dinheiro vivo, entre reais, dólares e euros, escondidos em forros de telhado e caixas de leite.” (Sérgio Roxo, O Globo, 5/8/2011.)
* Minha Casa, Minha Vida, Meu Desabamento
“Os primeiros moradores do Residencial São Francisco, conjunto habitacional do ‘Minha Casa Minha Vida’ inaugurado ontem (sexta, 5) pela presidente Dilma Rousseff em Juazeiro (BA), encontraram na entrada de cada bloco de prédios uma placa advertindo para que não façam reformas, sob risco de ‘danos à solidez’. É que os prédios foram construídos com a tecnologia ‘alvenaria estrutural’, que os levou a serem conhecidos no Nordeste como ‘prédios-caixão’ – sem pilotis e com alicerces em alvenaria, mas de estabilidade discutível. O sistema é muito adotado na Região Metropolitana de Recife, mas tornou-se um problema para os mutuários e para o governo do estado. Na Grande Recife, existem dez mil prédios do tipo ‘caixão’, mas estudos acadêmicos revelam que cerca de 60% deles apresentam algum tipo de risco. Destes, 12 já desabaram, inclusive fazendo vítimas fatais.” (Letícia Lins, O Globo, 6/8/2011.)
* “Dilma perde prazo e Defensoria Pública fica sem comando”
“Com uma lista tríplice há mais de um mês, a presidente Dilma Rousseff perdeu o prazo para nomear o chefe da Defensoria Pública da União, que ficará sem comando a partir de hoje (segunda, 8). Não há nem sequer substituto interino, pois o Ministério da Justiça nunca ocupou os cargos subalternos. A instituição é responsável por defender pessoas sem condições de pagar por um advogado, normalmente em ações contra a própria União.” (Folha de S. Paulo, 8/8/2011.)
* Contrato de aplicação do Enem tem aumento de 190% em um ano
“Em apenas um ano, o contrato do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quase triplicou: saltou de R$ 128,5 milhões para R$ 372,5 milhões, um aumento de 190%. Publicado ontem (quarta, dia 10) no Diário Oficial, o extrato de dispensa de licitação prevê ‘duas ou mais edições’ do exame sob responsabilidade da Fundação Universidade de Brasília. Na prática, quem executará novamente o serviço será o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), o órgão da Universidade de Brasília (UnB) que o Ministério da Educação (MEC) pretende transformar em uma espécie de ‘Concursobrás’.” (Rafael Moraes Moura, Estadão, 11/8/2011.)
* Pós “faxina”, Transportes libera 165 licitações sob suspeita
“Após 30 dias de suspensão por conta de denúncias de corrupção, o Ministério dos Transportes liberou ontem (sexta, 5) o pagamento de aditivos contratuais e o andamento de 165 licitações do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), mas não apresentou conclusões sobre a regularidade dos processos. Sob suspeitas de favorecimento e cobrança de propina, as concorrências foram temporariamente paralisadas por ordem do Planalto.” (Fábio Fabrini e Carolina Brígido, O Globo, 6/8/2011.)
Faxina? Que faxina?
* “Nada vai mudar o DNA da privatização partidária do poder”
“A presidente Dilma declarou que o combate à corrupção não será pautado pela mídia. Fez eco ao ex-presidente Lula, que dissera pouco antes que a imprensa prefere as notícias ruins. De fato, se não fosse essa impertinência da imprensa, as notícias sobre o governo seriam muito melhores: o Ministério dos Transportes seria um mar de rosas, a consultoria de Palocci seria problema dele, e até Erenice Guerra estaria despachando normalmente com seus parentes e amigos no Palácio. (…)
“Apesar dessa impertinência, Dilma pode ficar tranquila: a imprensa não vai mesmo pautar o combate à corrupção – pelo menos enquanto jornalistas não tiverem poder de polícia. O máximo que a mídia pode fazer é passar adiante as ‘notícias ruins’ que saem das tripas do governo popular. Mas nem o mais implacável bombardeio de manchetes será capaz de desfazer o método petista de ocupação do Estado, pelo menos não retroativamente. Nem tampouco mudar o DNA da privatização partidária do poder. Essa seria a verdadeira faxina. O resto é maquiagem para distrair a opinião pública. E ela se distrai facilmente. A novela da CPI do Dnit é a melhor prova. Mais do que investigar a corrupção, essa CPI poria na berlinda o mito da grande gestora que virou presidente. Como supervisora de todos os projetos do governo, mãe do PAC e outros apelidos, Dilma conviveu com a montagem da farra orçamentária do Dnit, e seus aditivos intermináveis. Ralos de dinheiro público se abriram sob seus pés, configurando, no mínimo, um desastre administrativo. E o Brasil continua achando que elegeu uma gerente.” (Guilherme Fiúza, em O Globo, 6/8/2011.)
* “A herança maldita do fisiologismo” (1)
“A presidente, então, se não quiser um governo amorfo, passivo, encostado nas cordas, acossado pela inflação, apenas à espera de passar a faixa daqui a três anos e cinco meses, precisa fazer o que tenta: aumentar os investimentos públicos e ativar os privados, algo relacionado de forma direta a melhorias substantivas na baixa qualidade de gestão na máquina estatal. Um projeto de governo nesta direção não comporta um ministério como o dos Transportes, doado de porteira fechada ao PR, o qual aproveitou a posse literal do pedaço e o converteu numa máquina de gerar caixa dois para o partido — nunca se pode descartar desvios também para patrimônios privados — e instrumento de aliciamento de parlamentares para a legenda. A explosão de custos em obras públicas, a demora na execução de projetos e a má qualidade do trabalho serão fatais para o governo Dilma.” (Editorial, O Globo, 5/8/2011.)
* “A herança maldita do fisiologismo” (2)
“Revelações feitas pelo Globo sobre Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, autor de denúncias contra o ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), são espelho fiel do que acontece em Brasília. Pelo menos uma passagem de Jucazinho pela iniciativa privada foi desastrosa. O irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), administrou um restaurante da família no Recife e foi responsável por cerrar as portas do estabelecimento devido à incompetente gestão. Então, o extremoso irmão Jucá, que já havia encaixado o mano na Infraero, tendo sido Jucazinho demitido quando se tornou inevitável limpar a estatal de apaniguados, usou sua influência e conseguiu nomear o problemático parente como diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura. Não consegue gerenciar restaurante, mas pode ser diretor de estatal. É assim que funcionam as coisas no Brasil fisiológico. No mundo privado, a empresa fecha. No paraíso estatal, o contribuinte paga. Jucazinho foi demitido acusado de desvio de dinheiro. Caiu e atirou no ministro. Este respondeu com a mesma munição. Como neste mundo não há mocinhos, é provável que Rossi e Jucazinho tenham razão. E resta para Dilma uma equipe de governo disforme.” (Editorial, O Globo, 5/8/2011.)
Um esquerdóide bajulador de ditadores no Ministério da Defesa
* Ele politizou o Itamaraty. Vai politizar as Forças Armadas?
“A escolha do ex-chanceler Celso Amorim para substituir Nelson Jobim no Ministério da Defesa desagradou a almirantes, generais e brigadeiros e foi considerada ‘a pior surpresa’ dos últimos tempos pelos militares, só comparável à escolha de José Viegas Filho, também diplomata, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, para o mesmo cargo. No caso de Celso Amorim, de acordo com oficiais-generais da ativa ouvidos pelo Estado – e que não podem se identificar para não quebrar o regulamento disciplinar – a situação é ainda mais delicada. Todos eles conhecem as posições assumidas pelo ex-chanceler em sua passagem pelo Itamaraty, quando, segundo avaliam, ele ‘contrariou princípios e valores’ dos militares. (…)
“’É quase como nomear o flamenguista Márcio Braga para o cargo de presidente do Fluminense ou do Vasco, ou vascaíno Roberto Dinamite como presidente do Flamengo’, comentou um militar, recorrendo a uma imagem futebolística e resumindo o sentimento de ‘desgosto’ da categoria. ‘O governo está apostando na crise’, observou outro oficial-general. (…)
“O maior desafio para os militares é que, durante todo o governo Lula, Celso Amorim usou a ideologia para tomar decisões e conduzir a política externa brasileira. Além disso, Amorim priorizou a relação com Fidel Castro, de Cuba, e Hugo Chávez, da Venezuela, além de Mahmmoud Ahmadinejad, do Irã. “Ele colocou o MRE (Ministério de Relações Exteriores) a serviço do partido”, salientou outro militar, acrescentando que temem, por exemplo, a forma de condução do programa nuclear brasileiro. Isso porque Amorim sempre defendeu, segundo esses oficiais, posições ‘perigosas’ no que se refere aos programas de pesquisa que constam nos planos das Forças Armadas.
“Outro oficial salientou ainda que, em vários espisódios, Jobim saiu em defesa dos militares, inclusive contra a posição de Amorim. ‘E agora, quem nos defenderá?’, observou ele, acrescentado que temem até o risco de uma certa politização do processo de promoção de militares.” (Tânia Monteiro, Estadão, 5/8/2011.)
* “Diplomacia ideológica marcou gestão sob Lula”
“Patrocinador de uma política externa ideológica com foco em países periféricos e filiado ao PT por inspiração do ex-presidente Lula, Celso Amorim colecionou polêmicas à frente das Relações Exteriores. No caso mais notório, meteu-se na questão nuclear do Irã, atraindo a censura dos países mais ricos. Ministro dos governos Itamar Franco (1992-94) e Lula (2003-10), o embaixador foi responsável pelo direcionamento da política externa brasileira ao Oriente Médio, à América do Sul, à África e a demais nações emergentes. Também estreitou laços diplomáticos com Cuba, Síria, Líbia e Irã.” (João Domingos e Denise Chrispim Marin, Estadão, 5/8/2011.)
* “O homem errado no lugar errado”
“Eis que (Nelson Jobim) é sucedido pelo homem errado no lugar errado. Primeiro, Dilma errou por entregar a Defesa a quem passou os últimos oito anos – com o entusiasmado aval de Lula – impondo um viés ideológico bolivariano à diplomacia brasileira, com a agravante de ter sido um fracasso total. O apoio ao Irã de Ahmadinejad, a identificação com a Cuba dos irmãos Castro e a confraternização com a Venezuela de Hugo Chávez configuraram uma política que ‘contrariou princípios e valores’ das Forças Armadas, na avaliação de oficiais-generais da ativa ouvidos por este jornal sob a condição de anonimato. Em segundo lugar, Dilma errou por nomear um egresso do Itamaraty para cuidar dos assuntos militares, aparentemente alheia à verdade elementar de que a função do soldado começa quando se esgota a do negociador. (…) As culturas profissionais inerentes a uma e a outra são distintas, quando não, distantes. Essa questão de fundo continuaria a existir fosse o escolhido de Dilma um ex-chanceler que tivesse se pautado pelo interesse nacional como o interpretam os militares. Com um ideólogo, então, é brincar com fogo.” (Editorial, Estadão, 6/8/2011.)
As más notícias na Economia
* Inflação sobe mais, e acumulado de 12 meses vai a 6,87%, maior nível desde 2005
“A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,16% em julho, nível ligeiramente superior ao de junho (0,15%). Os preços dos alimentos acentuaram o ritmo de queda, mas o impacto foi anulado por um aumento nos combustíveis, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, a inflação subiu para 6,87% em julho, o maior nível desde junho de 2005. O resultado se afasta ainda mais do teto da meta fixada pelo governo, de 6,5% em 2011.” (Daniela Amorim, Estadão, 6/8/2011.)
* Apertem os cintos: o que restava de uma política econômica sensata sumiu de vez
“O ministro (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando) Pimentel me disse que na equipe atual todos pensam de forma muito parecida. De fato, Pimentel, Guido Mantega e Aloizio Mercadante são economistas da mesma corrente de pensamento. Eles acreditam em medidas de defesa do mercado interno, conselhos com empresários e governo discutindo regimes especiais para setores, dinheiro entregue na mão de exportadores e renúncias fiscais em favor das montadoras de automóveis. A presidente Dilma também acredita. Portanto, o que o governo fez esta semana foi assumir a política na qual ele se sente realmente à vontade, ao invés de sustentar teses de austeridade fiscal, aperto monetário, metas de inflação, câmbio flutuante, que herdou do partido adversário. Se divergência houve entre os ministros, foi apenas de intensidade das medidas, não de direção.” (Míriam Leitão, O Globo, 6/8/2011.)
* Ajuda à indústria não é nada disso que o governo anunciou
“Se o governo quer ajudar a indústria, precisa cortar seus gastos correntes, a fim de aumentar a poupança pública e reduzir a necessidade de poupança externa (e, portanto, de apreciação cambial ou dos déficits externos, que são o irmão siamês de sua entrada no País). Reduzindo os gastos, diminui a necessidade de o Banco Central subir juros e cortar parcela da demanda privada. Diminuindo os juros, reduz-se o déficit público (e, em tese, a carga tributária), além de desestimular a entrada de capitais especulativos (que produzem apreciação adicional do câmbio). (…)
“As críticas deveriam, então, ser dirigidas às forças políticas que, desde a Constituição de 1988, parecem ter descoberto o modelo da ‘multiplicação dos votos’. Teimam em aumentar o contingente de beneficiários de programas previdenciários e assistenciais e, além disso, em reajustar, acima da inflação, os valores pagos a cada beneficiário. Aqui, as transferências federais a pessoas, que hoje alcançam possivelmente 100 milhões de brasileiros, passaram de 22%, em 1987, para 62% do gasto total, no ano passado, algo chocante. (Raul Velloso, Estadão e O Globo, 7/11/2011.)
* Pacote de apoio à indústria decepciona – e erra
“À decepção que o anúncio do pacote de apoio à indústria causou, pela timidez do conjunto e pela indefinição das regras e da amplitude de muitas de suas medidas, agora se soma a surpresa com a medida provisória e as novas decisões que fazem parte do Plano Brasil Maior, como o governo o denominou. Um programa financiado com recursos públicos, que já cumpriu seu papel e por isso tinha data para acabar, será prorrogado por mais um ano e ampliado. Setores industriais que gozam de benefícios especiais desde a chegada do PT ao governo serão novamente agraciados com vantagens fiscais, mesmo que continuem a apresentar excelente desempenho no que se refere à produção, vendas e geração de emprego. Já o enfrentamento do real desafio da indústria, que é o aumento de sua capacidade de competir globalmente, continua a aguardar medidas concretas.
“Embora venha afirmando que faz um severo ajuste de suas contas, o governo decidiu aumentar os empréstimos do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para que este amplie os financiamentos que concede a juros subsidiados, e prorrogar por mais 12 meses o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que oferece financiamentos em condições ainda mais favoráveis. (…)
“As montadoras instaladas no País, todas multinacionais, terão direito ao mais longo dos benefícios tributários do pacote industrial. A medida provisória editada pelo governo reduz o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as empresas que elevarem o conteúdo nacional em seus veículos, aumentarem os investimentos e produzirem veículos inovadores. Em outras isenções ou reduções tributárias, boa parte dos ganhos foi transferida para os consumidores. Desta vez, os ganhos irão integralmente para as empresas.
“É difícil entender as razões desse benefício, pois, como diria o ex-presidente Lula, nunca antes na história deste país as montadoras venderam tantos carros nos sete primeiros meses do ano como venderam em 2011. Foram 2,03 milhões de unidades, 8,6% mais do que em igual período de 2010. Ainda assim precisam de benefícios tributários?” (Editorial, Estadão, 8/8/2011.)
* O governo erra no diagnóstico da situação fiscal
“A crise pode se agravar, mas o Brasil tem muitas armas. Imune, nenhum país fica numa crise internacional. Mas o Brasil tem US$ 340 bilhões de reservas, depósito compulsório para liberar, gastos para cortar, juros para baixar. Do ponto de vista fiscal, cambial e monetário, há muita coisa que as autoridades podem fazer. Mas o governo, inclusive o Banco Central, erra no diagnóstico fiscal. (…)
“Ao contrário do que diz o governo, inclusive o Banco Central, o fiscal não está nada bem. O erro está nas comparações feitas pelo governo entre o déficit brasileiro e o de outros países. Nossa dívida é mais cara e o Brasil vem de anos excelentes, com crescimento, elevação da arrecadação e ganhos espantosos nos termos de troca: o que a gente exporta ficou mais valorizado; o que a gente compra, mais barato. Ainda assim, o país elevou consistentemente todas as despesas e tem um primário menor do que em 2008. Subiu mais gasto de custeio do que os investimentos. Recriou um orçamento paralelo na relação entre Tesouro-BNDES, no qual há contratado gasto público não adequadamente contabilizado, e até o ano passado usou fórmulas criativas na contabilidade que tiraram solidez e transparência dos dados fiscais. Esse é o ponto fraco do Brasil na crise atual.” (Míriam Leitão, O Globo, 11/8/2011.)
* O governo se intromete na Vale e na Petrobrás, e ajuda a Bolsa a despencar
“Outro motivo (da queda da Bovespa, maior que a de todas as demais bolsas do mundo) apontado por 10 em cada 10 analistas é que há dúvidas sobre governança das duas grandes empresas brasileiras, que juntas representam 30% do Ibovespa: Vale e Petrobrás. Uma é privada, mas passou a ser administrada como estatal; outra é estatal, mas tem ações em bolsa e até o preço da gasolina tem que ser decidido pelo Palácio do Planalto.” (Míriam Leitão, O Globo, 5/11/2011.)
A Copa, a infra-estrutura, as obras que não andam
* Dilma tenta se distanciar das decisões erradas. Mas ela é a anfitriã!
“Dizem que a presidente Dilma ficou irritada com isso (a exclusividade dada à Rede Globo para cobertura do sorteio das chaves das eliminatórias, ao custo de R$ 30 milhões pagos pelo governo estadual do Rio e pela prefeitura da capital). O que significa, no jargão jornalístico, que ela quer distanciar-se da decisão. Toda vez que o governo faz algo errado e é preciso salvar a reputação do presidente, alguém divulga que ficou muito irritado. Os patrocinadores, apesar de não nos terem consultado, foram Sérgio Cabral e Eduardo Paes, ambos aliados de Dilma. Por que não chamá-los a um canto e perguntar: que história é essa? Na Copa, a presidente não é apenas uma convidada. É a anfitriã. (…)
“Dilma-Cabral-Paes são experientes o bastante para saber que os jornalistas estrangeiros não se contentam com as notícias oficiais nem com a representação estética da Globo. Eles vão examinar aeroportos, viajar pelas estradas, conversar com o ministro do Turismo. Esse, então, será um momento sublime. Depois do encontro com o ministro Pedro Novais, vão se interrogar se o Brasil está gastando dinheiro só pelo amor ao futebol ou tem algum plano sério de recuperá-lo na frente. Vão acabar no Maranhão, também abençoado por Deus, bonito por natureza e governado pela família Sarney. Essa previsão é uma decorrência natural de quem acompanha o trabalho da imprensa. Foi assim na África do Sul e será assim em todos os países que sediarem a Copa.” (Fernando Gabeira, Estadão, 5/8/2011.)
* “Lentidão na alfândega gera protestos no Galeão”
“Passageiros que chegaram ao Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) na manhã de ontem (sexta, 5) perderam até a metade do tempo de seus vôos internacionais na alfândega do terminal. A insuficiência de funcionários da Receita Federal irritou cerca de 1.400 pessoas, que haviam enfrentado dez horas de viagem, com procedência dos Estados Unidos. A revolta não partiu apenas dos passageiros. Pelo menos mil parentes e amigos que aguardavam no saguão do aeroporto protestaram. Aos gritos de ‘vergonha’, os manifestantes fizeram barulho batendo nos carrinhos de bagagens, nas paredes e em outros objetos.” (Ronaldo Braga, O Globo, 6/8/2011.)
* Com os Jogos Militares, governo gastou R$ 1,8 bilhão
“Da linha de partida à de chegada, os oito dias de Jogos Mundiais Militares custaram à Viúva R$ 1,8 bilhão. O investimento do governo federal para formação de alunos do ensino profissionalizante, incluindo transporte e alimentação, será de R$ 2 bilhões.” (Elio Gaspari, Folha de S. Paulo e O Globo, 7/8/2011.)
* “A atabalhoada decisão sobre a transposição do Rio São Francisco dá em desperdícios e atrasos”
“Quando foram iniciadas, em 2007, as obras de transposição das águas do Rio São Francisco para o semiárido nordestino, Lula previa inaugurar, ainda no seu mandato, o Eixo Leste de um dos dois canais de escoamento, numa extensão de 400 km. Não só o ex-presidente não pôde incluir essa façanha nas suas grandes obras, mas há risco de que nem mesmo a presidente Dilma Rousseff possa dar por concluída essa parte do projeto, o mais caro do PAC. Balanço recente do Ministério da Integração Nacional indica que os primeiros testes do trecho inicial do Eixo Leste só poderão ser realizados nos últimos meses de 2014. (…) Tudo isso faz do projeto de transposição do São Francisco um dos melhores exemplos de falta de planejamento e má gestão de recursos públicos na história recente do País. A obra está praticamente parada. (…)
“Na realidade, tem-se a impressão de que a obra de transposição do São Francisco vai começar de novo, embora o governo já tenha gastado R$ 2,4 bilhões em sua construção e já tenha comprometido mais R$ 1,3 bilhão. Como estudos técnicos têm demonstrado, o custo original excedia em muito os benefícios do projeto, que, se e quando for concluído, beneficiará apenas 5% do semiárido.” (Editorial, Estadão, 9/8/2011.)
Um governo que não tem o apoio da sua própria base
* “Uma base inquieta prestes a explodir”
“De volta do recesso parlamentar, deputados governistas demonstram que a paciência com a presidente Dilma Rousseff está se esgotando e já não escondem as críticas. Mais do que as habituais reclamações, eles estão incomodados com o que consideram uma deliberada estratégia da presidente de carimbar nos congressistas a imagem de que assumem cargos no Executivo para fazer ‘negociatas’ e que todos são ‘chantagistas’. Parlamentares aliados dizem que a CPI dos Transportes só não foi criada porque atingiria o PR. “Não haverá CPI quando a denúncia atingir o PR, o PMDB, o PP ou o PTB. Mas quando alguma denúncia pegar eles (PT ou Palácio do Planalto), uma CPI será criada sem dó nem piedade”, avisou um deputado aliado. A maneira da presidente de tratar seus aliados é criticada até por petistas. Um integrante da cúpula do PT resumiu: ‘Ela quer mandar, não quer governar’.” (Denise Madueño, Estadão, 7/8/2011.)
* Estilo de Dilma deixa aliados e assessores incomodados
“O tratamento dispensado por Dilma a ministros, assessores e políticos aliados já provoca, nos bastidores, mágoas e descontentamentos com a presidente. A situação anda tão difícil que os principais operadores políticos do governo não escondem sua preocupação. Receiam que Dilma, que andou segurando um pouco o estilo agressivo, mas não consegue se controlar totalmente, crie uma rede de inimigos no governo. Até assessores mais antigos da presidente, como seu secretário particular, Anderson Dornelles, se ressentem do jeito rude de Dilma.
– O Anderson já pediu demissão várias vezes. Quando ele faz isso, a presidente manda ele tirar uma semana de folga. Já era assim antes e continua do mesmo jeito – confidencia um auxiliar de um ministro palaciano.” (Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti, O Globo, 7/8/2011.)
12 de agosto de 2011
Outros apanhados de provas da incompetência de Dilma e do governo:
Volume 1 – Notícias de 20 a 27/4
Volume 2 – Notícias de 28/4 a 4/5
Volume 3 – Notícias de 4 a 6/5
Volume 4 – Notícias de 7 a 10/5
Volume 5 – Notícias de 10 a 17/5
Volume 6 – Notícias de 17 a 21/5
Volume 7 – Notícias de 22 a 27/5
Volume 8 – Notícias de 28/5 a 2/6
Volume 9 – Notícias de 3 a 10/6
Volume 10 – Notícias de 11 a 17/6
Volume 11 – Notícias de 18 a 23/6
Volume 12 – Notícias de 24/6 a 8/7
Volume 13 – Notícias de 8 a 14/7
Volume 14 – Notícias de 15 a 21/7
Não condordo chamar como governo dilma. Este é o terceiro mandato do governo lula.