A eleição presidencial que se aproxima está cada vez mais parecida com a que aconteceu em 2018, mas agora com sinal trocado. Em vez do antipetismo, vamos ter o antibolsonarismo, com o petismo surfando sobre os fracassos retumbantes do atual governo em encontrar um rumo nas áreas mais sensíveis da vida brasileira. Continue lendo “O ajuste de outubro”
A riqueza e a pobreza
Semana passada eu estava rico, e feliz com minha riqueza. Esta semana tudo mudou. No começo do ano eu gastava na feira uns R$ 35 por semana. Fiquei fora dois meses e a conta explodiu. Pensei que minha mulher estava aproveitando para dar banquetes para as amigas e voltei cheio de má intenção. Ela me paga, pensei. Aí fui à feira com R$ 30 no bolso, só para provar que dava. Ela do meu lado. A gente estava na segunda barraca e os 30 já tinham ido embora. E ainda faltava comprar as batatas, o alface, o tomate. A minha sacola tinha umas cenouras, um brócolis, umas beterrabas e uma bandejinha de quiabos. A dela ainda estava vazia. Continue lendo “A riqueza e a pobreza”
Estou rico
Sim, estou rico. Tenho quatro cenouras no gavetão da minha geladeira. E tem mais. Uma berinjela e uma bandejinha de quiabos. Beleza, né? Mas já fui mais rico. Até ontem havia uma batata doce e até anteontem duas beterrabas. Comi-as ontem e anteontem. E até o fim da semana vou ficar um pouco menos rico, pois hoje programei para o almoço uma cenoura ralada e amanhã vai embora a metade dos quiabos. Continue lendo “Estou rico”
Os camarões e as eleições
O presidente da República engoliu nas férias um camarão sem mastigar e teve o intestino entupido. Eu e um cirurgião gastroenterologista muito meu amigo ficamos admirados, ele mais do que eu, com a explicação do cirurgião oficial do paciente. Como é que pode um camarão pistola passar inteiro pela goela do indigitado, atravessar incólume seu estômago e aninhar-se entre uma volta e outra do intestino, não se sabe se na parte de cima ou já lá embaixo? Não há registro nos anais (ops) da medicina de um caso tão extraordinário. Continue lendo “Os camarões e as eleições”
A Vida x A Morte
Parece que agora a coisa ficou assim, neste alvorecer de 2022: quem é tarado por vacina e pela vida vota em outubro a favor da democracia, quem é tarado pela morte e antivacina vota pelo Napoleão de hospício, contra a vida e a democracia. Eu sou tarado por vacina, tomei três doses e podem mandar a quarta e a quinta que aceito. Continue lendo “A Vida x A Morte”
O deserto nos contempla
Cometeram um assassinato em série hoje de manhã na minha rua. Uma quadrilha muito bem organizada e coordenada chegou logo cedo e fechou o trânsito com dois caminhões enormes e um bando de gente vestida de macacão e usando máscaras ou capuzes que cobriam todo o rosto, ficando só os olhos de fora. Ajustei meus óculos recém consertados e vi que alguns portavam máquinas mortíferas, dessas que se vêem em filmes de ficção, que disparam mil balas por segundo. Continue lendo “O deserto nos contempla”
O sabotador
Talvez haja precedentes na História política da humanidade de um presidente que sabota seu próprio governo. Mas um que sabote a si mesmo eu aposto minha bola de cristal que não tem. Certo ou errado? Errado! Teve um sim, por aqui mesmo, no Brasil. O ano era 1961 e o nome dele era Jânio da Silva Quadros. Continue lendo “O sabotador”
Poço sem fundo
Em mais uma afronta à Constituição, o Congresso Nacional aprovou o orçamento do ano que vem com uma maçã podre colocada na última hora pelo governo federal que certamente vai contaminar o cesto inteiro. O aumento salarial discriminatório para a Polícia Federal já está produzindo um estrago de bom tamanho na Secretaria da Receita Federal, que terá seus recursos cortados para bancar o aumento dos policiais. Vem mais por aí, a lambança mal começou. Continue lendo “Poço sem fundo”
É para acalmar ou acelerar?
O general que ocupa o cargo oficial de babá de inteligência do presidente da República diz que anda tomando Lexotan na veia. É coisa comum, pensei. Drogas são usadas por forças armadas ao redor do mundo, seja para acalmar, seja para acelerar. A soldadesca nazista, por exemplo, era entupida de Pervitin para ficar 72 horas seguidas “acesa” e dar conta das ordens insanas do Chefe nas blietzkrieg da Segunda Guerra Mundial. Milhares de toneladas de comprimidos de Pervitin foram produzidas na Alemanha exclusivamente para as tropas. Continue lendo “É para acalmar ou acelerar?”
O último prego
O Banco Central do Brasil cravou ontem o último prego no caixão do atual governo. Um prego de 9,5 cm de comprimento e grossa bitola. Não foi culpa da oposição, não foi culpa dos governadores, não foi culpa dos prefeitos. O único culpado é o próprio governo, que entre cortar despesas ou aumentar os juros para enfrentar a inflação, que ele mesmo encomendou e embalou, preferiu a segunda opção. A população e o setor produtivo pagam pela incompetência. Que é duplamente incompetente, porque a alta de juros não vai funcionar. Continue lendo “O último prego”
Vento em popa
A mistureba de política com religião e vice-versa vai de vento em popa. Os aproveitadores, claro, aproveitam. Perdi a conta dos livros, teses e artigos que li sobre esse fenômeno nos últimos 30/40 anos. Ele coincide com a retirada de restrições à filiação política que havia antes da Constituição Federal de 1988. Continue lendo “Vento em popa”
De queixo no chão
Tem gente que não sabe ficar de boca fechada. Parece, que se não falar, o monte de besteira que tem dentro da cabeça vai sair pelas orelhas. E os nossos ouvidos, pra variar, são os penicos. Colhi do noticiário nos últimos dias que o Enem está ficando cada vez mais parecido com a cara desse governo. Até hoje não consegui ver, nem com aqueles potentes binóculos de marechal de campo, a cara desse governo. Continue lendo “De queixo no chão”
Motociata das Arábias
Ele pode não ter porrete para dar o golpe que gostaria de dar, mas tem maluquice de sobra sob o capacete para dar golpes de publicidade inesperados, para não dizer tresloucados. Eu nem acreditei quando vi o homem e sua escolta desfilando de motocicleta nas Arábias. Temos aí uma nova forma de fazer campanha eleitoral: se não é no asfalto ou dentro d’água, é nas areias do deserto. E não importa se é em Brasília, na Praia Grande ou em Dubai. Em qualquer lugar e a qualquer hora, é sempre hora de fazer alguma coisa muito ridícula para chamar a atenção. Continue lendo “Motociata das Arábias”
Mala sem alça
Ele não está ouvindo direito. Do jeito que a coisa vai, daqui a pouco não tem mais partido pra ele. Quem vai querer carregar uma mala sem alça? Se se contentasse com o Senado, poderia sair por qualquer partido da direita. Mas tem um DNA de broncossauro no núcleo de suas células, quer arrombar a porta do ônibus lotado com um pontapé, botar o motorista pra fora e sentar na cadeirinha. Ainda não entendeu que menino mimado e teimoso dorme sem sobremesa. Continue lendo “Mala sem alça”
Adiós compañeros
Se tem um dia para esquecer foi terça-feira, 9/11/2021. O STJ caiu na armadilha dos defensores do indefensável 01 e o processo por peculato no seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro voltou à estaca zero. Há sério risco de tudo virar uma grande pizza fria por decurso de prazo. É só embromar um pouco mais. Continue lendo “Adiós compañeros”