A janela e a saideira

Quantas vezes, na hora da conta, eu e meus amigos, deslumbrados pela boa conversa e inebriados pelo álcool suave das cervejas não imploramos por uma rodada saideira? Sempre sem consequências a não ser desfrutar por mais algum tempo de um momento agradável com pessoas que a gente gosta e admira. Continue lendo “A janela e a saideira”

O melhor da viagem

Confesso que sou um péssimo turista. E as grandes viagens me cansam cada vez mais. Por mais experiência que tenha adquirido, não sou mais o passageiro desinformado de antes, enfrentar as agruras de aeroportos e alfândegas, de autoridades ferozes a nos esperar depois de horas e horas de vôo e noites mal dormidas é algo que ainda me incomoda. Continue lendo “O melhor da viagem”

Liberdade sempre

Um mês e meio depois do golpe militar de 64, Millôr Fernandes lançou a revista Pif Paf, primeira publicação a enfrentar o regime policialesco que nos infelicitou por quase um quarto de século. Em seu primeiro número a revista dizia: “Em todos os números do Pif Paf falaremos de liberdade. É um assunto que nos têm presos.” Continue lendo “Liberdade sempre”

Se beber, não pule fogueira

A internet me trouxe um guia de festa junina nutricionalmente correta.  Diz ali:

“São tantos quitutes típicos nas festas juninas que fica difícil manter uma dieta saudável diante das deliciosas opções. O segredo é saber fazer as escolhas certas como, por exemplo, escolher a versão light de uma receita.” Continue lendo “Se beber, não pule fogueira”

Boa letra

Daqui a pouco ninguém mais terá a caligrafia de nossas mães. Aquelas letras claras e bem elaboradas contornando nossa admiração de filhos. Como desenhar as palavras como elas?, esse era o desafio. Na escola bem que tentávamos, diante do carinho e da paciência das professoras do primário. Continue lendo “Boa letra”

A lição do juiz poeta

Na tevê, o jornalista quer saber de Carlos Ayres Britto, ex-ministro e presidente do STF, qual a sua opinião sobre o propagado conflito entre o Congresso e o Supremo. Com sua tranquila serenidade, que os brasileiros atentos já se acostumaram a admirar, ele joga toalha fria nos que apostam em confronto. Continue lendo “A lição do juiz poeta”

Zeladoria Gramatical

O grito da sirene morre em uma freada brusca. A equipe desce do carro e invade o restaurante, com a autoridade da fiscalização. “Aqui está tudo certo, casa limpa, alimentos frescos, higiene absoluta” – defende-se o dono. “Sim”, diz o fiscal. “Mas o senhor está preso e vamos enforcá-lo.” Continue lendo “Zeladoria Gramatical”

Quase não houve show

Eu tinha um show com o Geraldo Vianna e o Trio Amaranto, no Sesc Palladium, às 8 da noite do último domingo. Depois de uma tarde calma e alegre com filhos e netos, saí de casa com uma hora e meia de antecedência. Com o trânsito normal não demoraria 15 minutos para chegar ao destino. Continue lendo “Quase não houve show”

Construir, destruir

Semear, plantar, colher. Muita gente no mundo se esmera em construir, para si ou para outros. Formar uma família é um prazer e quase um dever para os que amam a vida e querem que ela prossiga de um jeito amoroso, pacífico e sempre renovador. Se existem tristezas em nossa existência, que ao menos não sejamos responsáveis por elas. Continue lendo “Construir, destruir”

O trem dos poetas

Poetas do mundo latino viajavam, de trem, da Cidade do México para Guadalajara. Eu estava no meio dessa festa. Trem, poesia e cerveja são combinação excelente. Pela primeira vez eu passara meu aniversário longe de casa, a bordo de um avião, no rumo da terra dos astecas. Continue lendo “O trem dos poetas”

O dia do leão

São as águas de abril prorrogando o verão ou adiando o céu azul de minha cidade? Não sou meteorologista, mas o fato é que a chuva, que andava por outras bandas, resolveu bater em nossas casas. Melhor que fosse no norte de Minas ou no nordeste, onde a seca está brava.
Continue lendo “O dia do leão”

Três livros

Não alcanço as palavras justas para dizer de minha admiração pela Vera Brant, minha prima querida. Sua casa é paraíso da inteligência, sensibilidade e amizade. Recebi pelo correio seu mais recente presente, um livro com sua correspondência com Alice Brant, pseudônimo de Helena Morley, autora da obra-prima Minha vida de menina. Continue lendo “Três livros”