Made in China

Faz tempo, deixei de trocar a roupa, pela manhã, entrar no carro,  esperar o motor aquecer (mania de velho). No somenos, espiar pelo “olho mágico” do portão da garagem para ver se “eles” não estão à espera de que eu saia para me assaltar. Continue lendo “Made in China”

Assim a República chegou a São Paulo

São Paulo vivia grande expectativa, quando a noite de 15 de novembro de 1889 abateu-se sobre seus 64 mil habitantes. Da capital do País, o Rio de Janeiro, chegara a notícia de que o marechal Deodoro da Fonseca havia proclamado a República. Mas, aqui, não se tinham informações completas. Continue lendo “Assim a República chegou a São Paulo”

Palavras, conceitos

Ética. A palavrinha de cinco letras e um acento perdeu a vez no regimento interno do Senado. Foi despejada durante a elaboração do novo texto do regulamento. Muita gente protestou, mas a verdade é que ali não havia lugar para ela. Continue lendo “Palavras, conceitos”

Gozado, o Odair. Cabo eleitoral, e não gostava da urna

Odair era um bom militante do partido. Só tinha um defeito: detestava votar. Fazer boca de urna, fazia, mas ficar na fila, mesmo pequena, encarar o mesário e a urna, não combinava com seu temperamento. Pelo menos é o que dizia. Preferia depois, com calma, justificar a ausência. Continue lendo “Gozado, o Odair. Cabo eleitoral, e não gostava da urna”

Se beber, não pule fogueira

A internet me trouxe um guia de festa junina nutricionalmente correta.  Diz ali:

“São tantos quitutes típicos nas festas juninas que fica difícil manter uma dieta saudável diante das deliciosas opções. O segredo é saber fazer as escolhas certas como, por exemplo, escolher a versão light de uma receita.” Continue lendo “Se beber, não pule fogueira”

Zeladoria Gramatical

O grito da sirene morre em uma freada brusca. A equipe desce do carro e invade o restaurante, com a autoridade da fiscalização. “Aqui está tudo certo, casa limpa, alimentos frescos, higiene absoluta” – defende-se o dono. “Sim”, diz o fiscal. “Mas o senhor está preso e vamos enforcá-lo.” Continue lendo “Zeladoria Gramatical”

As assustadoras metrópoles e o idílico sertão

Exausto da vida sem qualidade de Gua(ba)rulhos e São Paulo, da violência, do medo, da barulheira do trânsito e dos alto-falantes, da agitação irracional, da descortesia, pus-me a imaginar como, na flor da aposentadoria, poderia mudar para longe e eventualmente frilar para um amável jornalzinho local. Continue lendo “As assustadoras metrópoles e o idílico sertão”

O homem que esculpiu o Borba Gato

Em um dia de 1957, um enorme bloco de gesso despontou acima dos muros de uma casa da Rua João Dias, em Santo Amaro. Nos dias e meses seguintes, as pessoas que passavam por essa movimentada rua viam o escultor Júlio Guerra trabalhando no gesso com uma machadinha. “O que será que vai sair daí?”, perguntavam-se.
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