Faz tempo, deixei de trocar a roupa, pela manhã, entrar no carro, esperar o motor aquecer (mania de velho). No somenos, espiar pelo “olho mágico” do portão da garagem para ver se “eles” não estão à espera de que eu saia para me assaltar. Continue lendo “Made in China”
Assim a República chegou a São Paulo
São Paulo vivia grande expectativa, quando a noite de 15 de novembro de 1889 abateu-se sobre seus 64 mil habitantes. Da capital do País, o Rio de Janeiro, chegara a notícia de que o marechal Deodoro da Fonseca havia proclamado a República. Mas, aqui, não se tinham informações completas. Continue lendo “Assim a República chegou a São Paulo”
Palavras, conceitos
Ética. A palavrinha de cinco letras e um acento perdeu a vez no regimento interno do Senado. Foi despejada durante a elaboração do novo texto do regulamento. Muita gente protestou, mas a verdade é que ali não havia lugar para ela. Continue lendo “Palavras, conceitos”
Gozado, o Odair. Cabo eleitoral, e não gostava da urna
Odair era um bom militante do partido. Só tinha um defeito: detestava votar. Fazer boca de urna, fazia, mas ficar na fila, mesmo pequena, encarar o mesário e a urna, não combinava com seu temperamento. Pelo menos é o que dizia. Preferia depois, com calma, justificar a ausência. Continue lendo “Gozado, o Odair. Cabo eleitoral, e não gostava da urna”
Era um lugar bucólico
A rua da nossa casa, quando nela chegamos, em 1979, era de terra. Estava a poucos quarteirões da praça principal de Guarulhos, mas não passava de um lugar bucólico. Nos sentíamos afastados da civilização. Continue lendo “Era um lugar bucólico”
Porteiro, não. Controlador de acesso
Tenho procurado o filme O Controlador de Acesso da Noite, mas não consigo achar. Talvez tenha a ver com entrevista que fiz semana passada, na Avenida Paulista. O entrevistado me diz que trabalha no Fran’s Café. Continue lendo “Porteiro, não. Controlador de acesso”
Morando bem no olho do furacão
Patrícia Nogueira Rocha, tradutora, viajada, gosta de morar na Avenida Paulista. Está no olho do furacão. A Parada Gay parte a um quarteirão de seu apartamento. O show do réveillon acontece do outro lado, a meio quarteirão. Continue lendo “Morando bem no olho do furacão”
Só dá abobrinha na TV
Não digo “nasci desse jeito”, porque quando cheguei ao mundo não havia televisão. Mas posso dizer “cada um é como é”. E reconhecer que sou um desajustado em relação ao que Stanislaw Ponte Preta chamava “máquina de fazer doido”. Continue lendo “Só dá abobrinha na TV”
Se beber, não pule fogueira
A internet me trouxe um guia de festa junina nutricionalmente correta. Diz ali:
“São tantos quitutes típicos nas festas juninas que fica difícil manter uma dieta saudável diante das deliciosas opções. O segredo é saber fazer as escolhas certas como, por exemplo, escolher a versão light de uma receita.” Continue lendo “Se beber, não pule fogueira”
Dúvidas seculares
O novo século, a nova década, criaram em mim algumas ansiedades.
Elvis, por fim morreu? Continue lendo “Dúvidas seculares”
Zeladoria Gramatical
O grito da sirene morre em uma freada brusca. A equipe desce do carro e invade o restaurante, com a autoridade da fiscalização. “Aqui está tudo certo, casa limpa, alimentos frescos, higiene absoluta” – defende-se o dono. “Sim”, diz o fiscal. “Mas o senhor está preso e vamos enforcá-lo.” Continue lendo “Zeladoria Gramatical”
Tensão nas Coréias
(Das agências. Bomba da Coréia do Sul pesa 4 t, mas mísseis só levam 500 kg. Precisa ir de avião, mas a esquadrilha, dos anos 60, não aguenta. Pode acabar como sempre: eles ficam bonzinhos, e EUA mandam alimentos.) Continue lendo “Tensão nas Coréias”
Compre, compre, compre, compre, compre…
Você quer vender, eu não quero comprar. Você tenta me laçar de todas as formas, só me incomoda. Você ocupa todos os espaços com sua propaganda, só me oprime. Continue lendo “Compre, compre, compre, compre, compre…”
As assustadoras metrópoles e o idílico sertão
Exausto da vida sem qualidade de Gua(ba)rulhos e São Paulo, da violência, do medo, da barulheira do trânsito e dos alto-falantes, da agitação irracional, da descortesia, pus-me a imaginar como, na flor da aposentadoria, poderia mudar para longe e eventualmente frilar para um amável jornalzinho local. Continue lendo “As assustadoras metrópoles e o idílico sertão”
O homem que esculpiu o Borba Gato
Em um dia de 1957, um enorme bloco de gesso despontou acima dos muros de uma casa da Rua João Dias, em Santo Amaro. Nos dias e meses seguintes, as pessoas que passavam por essa movimentada rua viam o escultor Júlio Guerra trabalhando no gesso com uma machadinha. “O que será que vai sair daí?”, perguntavam-se.
Continue lendo “O homem que esculpiu o Borba Gato”