Nesta semana, o presidente do PT “disse com todas as letras que o Poder Judiciário, neste caso representado por seu tribunal maior, se submete ao papel de ‘instrumento’ da oposição; que cada um dos ministros que até agora declararam voto de condenação aos réus petistas está a serviço de uma ‘elite conservadora, suja e reacionária’”.
A afirmação vai entre aspas porque é a transcrição de trecho de editorial do Estadão, publicado na quinta, 6 de setembro.
O líder maior do lulo-petismo, o Messias, ele próprio, desabafou o seguinte, sobre os nomes que indicou para o STF: “O meu erro foi escolher nomes sem biografia. E o camarada, assim, tenta fazer sua biografia no exercício do cargo.”
No lulo-petismo, é proibido fazer biografia no exercício do cargo. No cargo, só se deve fazer folha corrida, ficha na polícia.
Os companheiros estão indignados. Estavam certos de que já tinham dominado tudo – e descobriram, estupefatos, que o Supremo não está dominado.
Mas dentro de alguns meses haverá três vagas no STF. Os companheiros estão procurando desesperadamente três novos Dias Toffoli.
Os comentários sobre a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão são o segundo tópico desta 67ª compilação de notícias e análises que comprovam os malefícios e a incompetência do lulo-petismo como um todo e do governo Dilma Rousseff em especial. Foram publicadas nos jornais entre os dias 31 agosto e 6 de setembro.
O primeiro item fala da gloriosa marcha a ré empreendido pelos ministros da área econômica rumo a uma época pré-histórica em que “os bichos falavam, a inflação era alta, o país era fechado e tinha um czar ao qual as leis da economia teimavam em desobedecer”, como diz Míriam Leitão no Globo.
A marcha a ré dos aprendizes de feiticeiro
* “O governo decidiu errar erro velho”
“O governo aumentou o imposto de importação de 100 produtos. O primeiro da lista é a batata. Se o tubérculo for de origem estrangeira pagará ao entrar no país o pedágio de 25%. O que há de tão perigoso nas batatas externas? Não se sabe. A batata é o terceiro alimento com maior inflação. Em 12 meses, acumula 24% de alta, e só em agosto subiu 4,4%. A barreira elevará mais o preço.
“Pode-se fugir da batata, e de seus tentadores carboidratos, eliminando-a do cardápio. O problema é o que fazer com uma política econômica que resolveu convocar do mundo do além ideias que morreram de velhice. O ministro Guido Mantega alertou: ‘Esses produtos serão monitorados pela Fazenda, de modo a verificar se há aumento de preços. Os setores não podem aumentar preços. Caso contrário, derrubaremos a alíquota imediatamente.’
“Bom esclarecimento. Com ele, a medida ficou muito pior. Agora temos a reedição de uma dupla que, antes de cair em completo desuso, foi muito prejudicial ao Brasil: tarifa de importação alta e controle de preços.
“Na lista de barrados estão químicos, móveis, petroquímicos, material de construção, como tijolo refratário e vidro. Há coisas assim: óleo de vaselina ou de parafina; agentes orgânicos de superfície, exceto sabões; serviços de mesa e outros artigos de uso doméstico, de higiene ou de toucador, de plásticos. (…)
“A área econômica do governo dizia que quando o dólar subisse tudo estaria certo na economia brasileira e a indústria estaria protegida da competição desleal. Ele subiu. E as exportações caíram. Várias empresas tiveram prejuízos com o aumento do custo cambial de suas dívidas, inclusive a Petrobras. Não é apenas com desvalorização da moeda que o país terá competitividade. É com a remoção dos obstáculos à eficiência.
“Quem não foi contemplado não perdeu as esperanças. O governo avisou que haverá outra lista de produtos que terão alíquotas elevadas. A lista está em discussão. Anunciar isso já é o bastante para se formar uma fila em Brasília, todos dizendo que o seu produto está sob grave ameaça de desnacionalização se a importação não for barrada.
“Tudo isso é do tempo em que os bichos falavam, a inflação era alta, o país era fechado e tinha um czar ao qual as leis da economia teimavam em desobedecer. O governo decidiu errar erro velho.” (Míriam Leitão, O Globo, 6/9/2012.)
* É uma esquisitice. Pelo que diz o ministro, a proteção não vai para a indústria que mais precisa de proteção, mas para a indústria cuja proteção não prejudique as demais
“Na ânsia de proteger a indústria nacional, os ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, comportam-se como aprendizes de feiticeiro.
“Estão fascinados com o truque que faz a vassoura carregar água para dentro do reservatório, mas correm o risco de provocar uma inundação.
“A decisão de aumentar o Imposto de Importação, desta vez de 100 produtos, com promessas de ampliar a lista em novas edições, tem tudo para sufocar a própria indústria.
“À primeira vista, a ideia pode parecer atraente. Trata-se de proteger o produtor nacional, que vem enfrentando concorrência braba num ambiente de crise internacional em que prevalece mais a oferta do que a procura. Uma forte elevação das taxas alfandegárias, como esta, encarece os produtos importados e amplia a faixa de mercado interno para o produto nacional.
“Uma das novas características da indústria brasileira é seu maior grau de integração com a economia mundial. Isso ficou claro nos três últimos anos, quando aumentou substancialmente o componente importado dos produtos nacionais. A estagnação da produção industrial num ambiente de forte crescimento do consumo interno mostra o alto nível de dependência de insumos, componentes, peças e conjuntos importados.
“Se com esta decisão sobem os preços do aço, de produtos químicos, dos bens de capital e de matérias-primas de embalagem, como a indústria pode ficar protegida? Nesta quarta-feira (5/9), o diretor de Relações Comerciais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, nem se deu ao trabalho de apoiar a iniciativa, mesmo com as ressalvas de sempre. Disse logo que a lista contém excessos protecionistas que prejudicarão a indústria e o País.
“O ministro Pimentel reconhece a existência desse nível de integração. Por isso, adverte: ‘Só podemos aceitar o aumento de tarifas alfandegárias de setores que não prejudiquem os demais’. Por aí já se vê a esquisitice. Pelo que diz o ministro, a proteção não vai para a indústria que mais precisa de proteção, mas para a indústria cuja proteção não prejudique as demais. Além disso, tudo tem de ficar combinado com os demais sócios do Mercosul que têm sobre a matéria pontos de vista raramente coincidentes.
“A afirmação mais esquisita foi do ministro Mantega, de que esse reforço tarifário não poderá vir a ser usado pelos empresários para aumentar os preços de seus produtos no mercado interno. ‘Não podem aumentar os preços, caso contrário, derrubaremos as alíquotas imediatamente’, disse ele. Quer dizer, mesmo sem lei nem portaria que estabeleça e defina uma política de preços, sempre que se verifique um reajuste de que não goste, o ministro se reunirá com os comissários de comércio do Mercosul e decidirá com eles o rebaixamento das tarifas, porque o empresário tupiniquim desrespeitou sua vontade…
“Decisões desse tipo não têm fim. É como puxar lenço de papel de uma caixa: embaixo tem outro e depois outro… Mesmo os subsetores que foram beneficiados passarão a achar que a proteção foi insuficiente e que é preciso mais e mais.
“Além disso, esta não é uma decisão que vai ao coração do problema, que é a falta de competitividade do produto nacional. Essa proteção poderá eventualmente dar mais mercado interno para algum beneficiado, mas não expande a capacidade de vendas no mercado externo.” (Celso Ming, 6/9/2012.)
Tem companheiro indignado: mas esses ministros do STF não são nossos?
* Lula critica seus indicados ao STF
“Desabafo de Lula numa roda de amigos, sobre suas indicações ao STF:
“- O meu erro foi escolher nomes sem biografia. E o camarada, assim, tenta fazer sua biografia no exercício do cargo.” (Jorge Bastos Moreno, O Globo, 1º/9/2012.)
* O comissariado enfureceu-se…
“O comissariado enfureceu-se com alguns votos de ministros do Supremo. Estavam certos de que haviam combinado tudo.” (Elio Gaspari, O Globo e Folha de S. Paulo, 2/9/2012.)
* Alguém aí duvida que os petistas vão pressionar por ter gente do partido, como Toffoli, no STF?
“Tomara que Dilma resista à partidarização do STF.
“Mas alguém duvida que essas condenações no Supremo farão aumentar a pressão dos comissários petistas para que a presidente, daqui para frente, só nomeie para as vagas de ministro gente dos quadros do partido, como Antônio Dias Toffoli?
“Pelas regras atuais, o ex-advogado do PT, que tem 44 anos, ficará no Supremo até 2037, quando completará 70.” (Ancelmo Gois, O Globo, 2/2012.)
* Que se evite o critério fidelidade ao Planalto
“Queira o bom senso que a surpresa geral e dos petistas em particular, com o rigor e a independência dos ministros indicados para o Supremo nos governos Lula/Dilma não tenha o poder de incluir o critério de fidelidade ao Planalto no processo de escolha dos futuros integrantes da Corte.” (Dora Kramer, Estadão, 4/9/2012.)
* Haverá pressões de grupos petistas na escolha dos novos ministros do STF
“É feliz a coincidência entre este julgamento e a tarefa que terá a presidente de preencher mais três das 11 cadeiras da mais elevada instância do Poder Judiciário — Luiz Fux e Rosa Weber já foram indicação de Dilma. Como o tribunal tem dado grande demonstração de seriedade e conhecimento técnico no processo do mensalão, a presidente precisará, por óbvio, encontrar nomes que mantenham o nível da Corte.
“É bastante provável que a presidente terá de resistir a pressões de grupos petistas insatisfeitos com os votos proferidos neste início de julgamento por ministros indicados por Lula. Será desastroso para a própria institucionalização da democracia se o Planalto permitir a contaminação da escolha de ministros do Poder Judiciário por interesses político-partidários e ideológicos.” (Editorial, O Globo, 4/9/2012.)
* Decisão do STF é “golpe” da oposição, diz presidente do PT
“O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, disse ontem (3/9) que houve um ‘golpe’ da oposição ‘conservadora, suja e reacionária, através da mídia e do Judiciário’, para destruir o partido na condenação do deputado federal João Paulo Cunha (PT) no julgamento do mensalão. Falcão discursou para cerca de 2 mil pessoas em Osasco, no lançamento do substituto de João Paulo na disputa pela prefeitura – o ex-secretário municipal de Governo Jorge Lapas (PT).” (Felipe Frazão, Estadão, 4/9/2012.)
Tá tudo dominado
* As pavorosas confissões de Luiz Antonio Pagot e Henrique Eduardo Alves mostram como as coisas funcionam
“Não é todo dia que os brasileiros que ainda não perderam inteiramente o interesse pela política têm a oportunidade de encontrar no noticiário um manual, claro como o sol, do funcionamento do sistema que entrelaça autoridades, parlamentares, candidatos e empresários em torno dos recursos – em todos os sentidos do termo – que o Estado, e ninguém mais do que este, pode proporcionar a tutti quanti. O melhor do manual é a descrição dos passos essenciais dessa ciranda, que se complementam admiravelmente. Em um dos movimentos, o político de alguma forma associado a um grupo de homens de negócio, ou que lhe deve favores, procura um órgão oficial para conseguir que sejam beneficiados numa determinada parceria da administração pública com agentes privados. No outro volteio, por iniciativa própria ou a pedido, a autoridade procura empresários do setor que comanda do outro lado do balcão para que contribuam para a campanha de um candidato.
“Todos os envolvidos têm algo a ganhar e algo a temer. A autoridade receia cair futuramente em desgraça se não carrear dinheiro alheio para os cofres da tal candidatura. Carreando, espera, se ela vingar, que os seus esforços venham a ser devidamente reconhecidos. O mesmo se dá com os donos do dinheiro: recusando-se a contribuir, serão rotulados de ingratos – porque, afinal, já foram premiados em transações com a área pública -, prenúncio, a seu ver, de dificuldades até então não enfrentadas por suas empresas; fazendo a parte que lhes toca, é como se fizessem um investimento de risco mínimo e alto retorno. Com os políticos, a dialética dessa modalidade de custo-benefício é ainda mais evidente. Tendo sido eleitos com a mão em geral invisível do poder econômico, seria irracional do ponto de vista de suas ambições deixar de retribuir os favores recebidos. O sociólogo Fernando Henrique cunhou a expressão ‘anéis burocráticos’ para retratar esses enlaces de recíproca conveniência à sombra do Estado e às expensas do contribuinte. Mas pode-se chamá-los simplesmente ‘toma lá dá cá’.
“Dois casos de livro didático vieram à luz nos jornais de quarta-feira passada (29/8). Um deles, nas citações do depoimento do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot à CPI do Cachoeira. O apadrinhado do rei da soja e senador Blairo Maggi deixou a função em julho do ano passado, ao ser alcançado pela faxina da presidente Dilma Rousseff nos altos escalões do governo. Ele contou ter arrecadado cerca de R$ 6 milhões em doações legais de mais de 30 empresas detentoras de contratos com o Dnit para a candidatura Dilma Rousseff. Teria também intermediado financiamentos para as campanhas aos governos de Santa Catarina e Minas Gerais da atual ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, do PT, e do senador Hélio Costa, do PMDB. Os dois negam e Pagot confirma. Quem o procurou para ajudar Dilma foi o tesoureiro da campanha, o deputado petista por São Paulo, José de Filippi. Ele o orientou para deixar de lado as grandes empreiteiras, das quais outros se ocupariam, e se concentrasse nas de menor porte.
“As confissões de Pagot, além de tirar da catalepsia a CPI do contraventor, nacionalizando o seu alcance até então concentrado no Centro-Oeste, parecem justificar o cínico dito de que, na política, deve prevalecer a presunção de culpa, salvo prova em contrário. Isso se aplica, evidentemente, ao deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte – o outro personagem da hora. O Estado revelou que o candidato a presidente da Câmara em 2013 fez lobby no Tribunal de Contas da União (TCU) para que o Consórcio Rodovia Capixaba ganhe a concessão por 25 anos da BR-101 entre o Espírito Santo e a Bahia – um contrato da ordem de R$ 7 bilhões. ‘Fiz um favor pessoal a um empresário meu amigo’, alega o parlamentar, como se a gentileza não configurasse tráfico de influência. O TCU, afinal, é um órgão do Legislativo. Na realidade, é pior: o consórcio cujos interesses foram abraçados por Alves é ligado a um grupo do qual ele é sócio no controle da TV Cabugi de Natal. Pagot, um tanto tardiamente, pelo menos admitiu na CPI ter sido ‘antiético’.” (Editorial, Estadão, 2/9/2012.)
* Em português claro, o que o ministro disse é que probidade, honestidade valores irrelevantes
“O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, notório homem de confiança de Lula, perdeu uma excelente oportunidade de manter a boca fechada na última sexta-feira, em São Paulo, durante a solenidade de posse da nova diretoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT: ‘Não vão destruir a imagem do PT’, garantiu, referindo-se ao julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal, em consequência do qual os petistas começam a lamber suas feridas. ‘A ilusão de quem apostava muito no mensalão para destruir a imagem do partido não vai se verificar’ (sic), prometeu aos jornalistas. (…)
“O ministro Gilberto Carvalho exagerou. Sem poder contar com a ‘indulgência plenária’ que beneficia o Grande Chefe escorado no lastro de enorme apoio popular, Carvalho tem a responsabilidade de ser ministro de Estado, o que, para dizer o mínimo, confere peso diferenciado a suas afirmações. Deveria, por essa razão, tomar mais cuidado ao desenvolver em público argumentos sub-reptícios como o que usou durante o evento da CUT para minimizar a importância da repercussão do julgamento do mensalão sobre a imagem do PT e de Lula, e consequentemente sobre as eleições municipais: ‘O povo conhece o governo Lula desde 2003 e, postos na balança esses problemas, o saldo é que a vida do povo melhorou’.
“Em português claro, o que Gilberto Carvalho quis dizer é que probidade, honestidade, escrúpulos na gestão da coisa pública são valores irrelevantes diante da evidência – que ninguém nega – de que houve efetivamente uma melhora no padrão de vida de contingentes importantes da população brasileira em função dos programas sociais nos quais Lula concentrou a ação governamental ao longo de seus dois mandatos na Presidência da República. Do que Gilberto Carvalho disse, pode-se depreender que, se o povo está satisfeito, os governantes podem meter a mão à vontade na coisa pública, subtraindo da população, por um lado, os benefícios que lhe concedem, por outro. É a típica pregação demagógica e populista que mergulhou o País no reino das aparências, do pão e circo.” (Editorial, Estadão, 4/9/2012.)
Dominaram até o Jardim Botânico do Rio! Mas aí veio um chega pra lá
* “Facções do PT ameaçam futuro do Jardim Botânico do Rio”
“A decisão do presidente do Jardim Botânico, Liszt Vieira, de colocar o cargo à disposição não é apenas mais um lance no imbróglio das ocupações irregulares que colocam a instituição no centro de uma guerra entre grupos dentro do PT, o principal partido de sustentação do governo federal. O pedido de afastamento, irreversível a julgar pelo decepcionante resultado do encontro que Liszt teve no início da semana com o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, acrescenta um tom mais preocupante ao problema das invasões de terras do parque. Não por acaso, foi de desânimo o sentimento que o presidente do parque passou na entrevista publicada anteontem (30/8) pelo Globo.
“O Planalto dá claras demonstrações de que, na briga, continua se inclinando para o front em que há um nítido aparelhamento de órgãos públicos. Essas forças, que se armam a partir da leniência da Secretaria do Patrimônio da União, atropelam o interesse científico pela qual o JB se bate, passam por cima de decisões já tomadas pela Justiça e impõem à sociedade a manutenção de agravos a uma instituição reconhecida internacionalmente por sua importância na defesa da biodiversidade.
“A direção do Jardim Botânico luta para fazer o parque exercer a função para a qual foi criado — portanto, pelo cumprimento da lei. O JB precisa de espaço para plantar espécies ameaçadas de extinção, representativas do bioma brasileiro, e para instalar laboratórios de pesquisa. Mas, em vez de sair em apoio às legítimas iniciativas de reaver terras ocupadas irregularmente, fundamentais para os projetos da instituição e sua consolidação dentro da agenda científica do país, o governo alimenta projetos oportunistas que estão por trás das querelas fundiárias.
“Não bastasse o pressuposto científico e ambiental da questão, bem como as decisões judiciais que a SPU jogou no lixo, a retomada das áreas ocupadas é objeto também de análise do Tribunal de Contas da União. No processo que considera ilegal as ocupações, o relator já determinou providências de curto prazo para que a lei seja cumprida. Há ainda outros aspectos a amparar a direção do parque, como o Plano Diretor do Rio, que estabelece a ocupação das áreas do JB para atividades científicas. Por fim, atropela-se o bom senso com a construção de casas numa região de preservação ambiental. Nada disso é levado em conta.
“Figura de ponta no front da baderna fundiária, o ex-ministro da Integração Racial, Edson Santos, toma o parque como feudo próprio. Age com desenvoltura para solapar as tentativas de reintegração da área, alegando que ele e sua família sempre moraram no local. Uma argumentação inaceitável, mas que se sustenta à sombra do aparelhamento de órgãos públicos, como ensina a cartilha de gestão de facções com visível influência no Planalto.” (Editorial, O Globo, 1º/9/2012.)
* Mas o TCU deu um chega pra lá nos invasores. Ah, bom…
“O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu ontem (5/9) que, em até 390 dias, nenhuma família poderá mais morar dentro dos limites do Jardim Botânico. O prazo de quase treze meses se deve às diversas etapas que deverão ser cumpridas por órgãos públicos até a definitiva reintegração de posse. Nos próximos dois meses, o Jardim Botânico e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deverão concluir a delimitação da área do parque. Em seguida, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e o Ministério do Planejamento deverão transferir para o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico todos os bens imóveis da área, inclusive o Horto Florestal. De acordo com a determinação do tribunal, até julho de 2013, as delimitações do Jardim Botânico deverão ser registradas em cartório. Isso porque, apesar de existir uma área tombada pelo Iphan desde 1938, os limites efetivos do parque até hoje não estão formalmente registrados.
“O registro é fundamental para que se consiga retirar do parque as cerca de 620 famílias que hoje moram lá irregularmente. A grande preocupação das associações de moradores da região é que o governo federal considere que toda a área tombada faz parte dos limites do parque. Assim, seria possível fazer a desocupação integral. Isso porque o TCU decidiu por unanimidade que logo após os limites do parque serem registrados em cartório, a Secretaria de Patrimônio da União e a Advocacia-Geral da União (AGU) terão 60 dias para adotar ‘todas as medidas judiciais e extrajudiciais necessárias’ para executar os mandados de reintegração de posse já julgados para imóveis da área definitiva.” (Paulo Celso Pereira e Luiz Ernesto Magalhães, O Globo, 6/9/2012.)
Imagina na Copa
* Coca-Cola já tem problemas para reservas vagas de hotel
“A Coca-Cola, como sempre faz nos grandes eventos mundiais, vai trazer convidados estrangeiros para a Copa de 2014. Mas a gigante do refresco já começa a encontrar problemas para reservar vagas de hotel em Belo Horizonte.” (Ancelmo Gois, O Globo, 2/9/2012.)
O crescimento pífio
* PIB cresce só 0,6% no pior semestre desde a recessão de 2009
“A economia brasileira no primeiro semestre teve seu pior desempenho desde 2009, ano em que o país entrou em recessão afetado pela crise global. A pequena alta de 0,6% foi o resultado mais fraco desde a retração de 2,6% no mesmo período daquele ano, de acordo com os números das Contas Nacionais Trimestrais, divulgados ontem pelo IBGE. O consumo continuou carregando a economia, juntamente com a agropecuária, enquanto o investimento, por causa de uma indústria fraca e confiança abalada, desabou.
“A aparente recuperação do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país), de 0,4% no segundo trimestre frente ao início do ano (quando o crescimento se limitou a 0,1%), esconde uma deterioração de setores que até março mostravam um desempenho melhor, como comércio (-0,1%) e construção civil (-0,7%).
“Frente ao mesmo período do ano passado, o país cresceu apenas 0,5% e, no acumulado dos últimos 12 meses, 1,2%. No trimestre, o PIB somou R$ 1,10 trilhão. Se a economia repetir este avanço de 0,4% nos próximos três trimestres, o país crescerá apenas 1,6%.” (Cássia Almeida e Fabiana Ribeiro, O Globo, 1º/9/2012.)
* Dilma chegará à metade do seu mandato com dois números magros de crescimento e sem pousar a inflação no centro da meta
“Os empréstimos e os calotes permanecem em alta. O estoque de crédito na economia subiu novamente em julho e atingiu 50,7% do PIB, num ritmo de crescimento de 17,7% em 12 meses. Em julho do ano passado, estava em 46,1%. A inadimplência das pessoas físicas voltou a 7,9%, mesmo com a queda dos juros e o aumento dos prazos para pagamento.
“Difícil achar que esse ritmo de alta do crédito seja sustentável, mesmo que caia para um nível de 15%, que o Banco Central considera como ‘moderado’. O estoque das dívidas em atraso é de R$ 83 bilhões, com uma alta de 28% nos últimos 12 meses. O crédito podre subiu 20% em um ano e já soma R$ 68 bilhões.
“A presidente Dilma Rousseff chegará à metade do seu mandato, no fim do ano, com dois números anuais magros de crescimento econômico e sem pousar a inflação no centro da meta. O desafio dos condutores da economia não é fácil. O nível de atividade vai responder mais positivamente no segundo semestre aos estímulos, mas isso tem que acontecer sem aumentar a inflação. Num quadro de aceleração, será mais fácil manter o que tem sido a boa notícia que é o mercado de trabalho aquecido. Apesar da alta do dólar, as exportações caíram no PIB do segundo trimestre. O incentivo via crédito está claramente se esgotando. O segredo tem que ser aumentar o investimento. Com mais investimento o país pode ter em 2013 um ritmo mais forte de crescimento.” (Míriam Leitão, O Globo, 1º/9/2012.)
* O governo culpa a crise externa, mas os principais obstáculos ao crescimento nacional são made in Brazil
“A economia brasileira cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre, mas essa foi apenas a segunda pior notícia embutida nas contas nacionais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A mais preocupante refere-se tanto ao futuro quanto ao passado recente. Entre abril e junho, o investimento em máquinas, equipamentos e obras foi 0,7% menor que nos três meses anteriores e 3,7% inferior ao realizado no mesmo trimestre de 2011. A fraca expansão do Produto Interno Bruto (PIB) pertence ao passado. Já o baixo investimento compromete o futuro, porque limita o potencial de crescimento da produção, da criação de empregos e da melhora das condições de vida dos brasileiros.
“Para crescer pelo menos 5% ao ano de forma segura, sem risco de inflação ou de crise nas contas externas, o Brasil precisa investir o equivalente a uns 24% do PIB, segundo cálculos geralmente aceitos. Nos últimos 20 anos, as maiores taxas foram pouco superiores a 19% – e isso ocorreu apenas três vezes. Na semana passada, o governo reduziu de 20,4% para 19,1% do PIB o investimento previsto para 2012.
“Hoje, até essa projeção parece otimista. No trimestre passado, a taxa ficou em 17,9%. Descontada a inflação, o valor investido foi 3,7% inferior ao de um ano antes. No primeiro trimestre, o valor aplicado havia sido 2,1% menor que o de janeiro a março de 2011. Entre abril e junho a poupança ficou em 16,9% do PIB. O ingresso de capital permitiu investir pouco mais que isso. (…)
“As autoridades ainda atribuem boa parte dos atuais problemas brasileiros à piora do quadro externo. O cenário global é ruim, de fato, mas os principais obstáculos ao crescimento nacional são made in Brazil. O produtor brasileiro enfrenta custos muito maiores que os suportados pelos concorrentes estrangeiros. A produtividade geral do País é baixa e a maior parte dos problemas está fora das fábricas e das fazendas. Um dos mais graves é a ineficiência governamental, evidenciada pela baixa qualidade dos serviços e pela incapacidade de elaboração e execução de projetos. Erros de diagnóstico e de prescrição de terapias têm atrasado a remoção dos entraves. A estagnação já dura um ano e meio e evidencia o alcance cada vez menor das políticas centradas no estímulo ao consumo e a indústrias selecionadas. Mas o governo demora a mudar de rumo.” (Editorial, Estadão, 3/9/2012.)
* Mercado prevê crescimento de apenas 1,64% no ano, com inflação maior
“Na primeira pesquisa Focus após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2012, o mercado financeiro voltou a reduzir a previsão de crescimento da economia brasileira, só que de forma mais acentuada: caiu de 1,73% para 1,64%. Esta foi a quinta vez consecutiva que os analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) revisam para baixo a projeção, e acontece logo após a equipe econômica anunciar mais um pacote bilionário de estímulo ao crescimento – o oitavo deste governo – que, só para os últimos quatro meses do ano, prevê a injeção de pouco mais de R$ 2 bilhões na economia.
“A variação nas projeções dos analistas para a queda no PIB foi a maior das últimas três semanas. É a estimativa mais pessimista manifestada por este grupo ouvido pelo BC, desde março de 2010. Para o ano que vem, a aposta continua sendo de crescimento econômico de 4,5%.” (Vivian Oswald, O Globo, 4/9/2012.)
Outras más notícias da Economia
* 60,9 milhões de brasileiros estão endividados
“Quase um em cada três brasileiros já tem algum empréstimo de pelo menos R$ 1 mil em bancos, financeiras ou no cartão de crédito. Inédito, o dado do Banco Central revela que 60,9 milhões de pessoas atualmente têm operações de crédito ativas em instituições financeiras no País. A quantidade não oscilou muito nos últimos meses e deve seguir perto desse patamar até o fim do ano, prevê o Banco Central. Mesmo assim, o volume de operações tende a crescer porque os atuais clientes devem tomar novos financiamentos.
“Os números mostram que o universo de brasileiros que usam crédito não é desprezível. Se fosse um país, o grupo de quase 61 milhões de pessoas seria a 23.ª nação mais populosa do mundo, à frente da África do Sul e da Espanha. O time dos que tomam empréstimo já é maior até que as torcidas do Flamengo e do Corinthians, juntas – uma vez que o clube carioca tem 29,2 milhões de torcedores e os corintianos somam 25,1 milhões, segundo a Pluri Pesquisas Esportivas.(…)
“Dentre os brasileiros que têm empréstimos ativos, 31,2 milhões estão com dívidas que de mais de R$ 5 mil. O restante – 29,7 milhões de pessoas – deve entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Nesses valores, estão todas as operações oferecidas por bancos, financeiras e cartões, tais como financiamento imobiliário e de veículos, cheque especial, empréstimo consignado, crédito pessoal e uso do parcelamento rotativo do cartão.
“Também são incluídos na pesquisa os clientes que usam o cartão de crédito para compras que somam mais de R$ 1 mil ao mês e pagam toda a fatura à vista. Ou seja, não usam o rotativo. Vale observar que o número do BC não faz distinção entre os que pagam em dia ou estão inadimplentes. Todos são contabilizados porque devem algo aos bancos. (Fernando Nakagawa, Estadão, 3/9/2012.)
* A política oficial depende de mais endividamento das famílias
“O governo tem induzido os consumidores a se endividarem. Evidência disso é o fato de que 60,9 milhões de brasileiros já têm dívidas de no mínimo R$ 1 mil, segundo o Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR). E mais 40 mil devedores engordaram as estatísticas em maio e junho.
“Estimular endividamento é uma política arriscada, dados os índices de inadimplência das pessoas físicas, que são os maiores do ano (7,9%, em julho) e cresceram em relação a 2010 e 2011, segundo o Banco Central. A inadimplência mede a qualidade do crédito e ameaça famílias, empresas e países. Há 30 anos, a insolvência atingia o Brasil, que lutava com a falta de reservas.
“Técnicos do governo têm argumentado que, como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o endividamento não é alto. Mas outros fatores têm de ser levados em conta, como emprego e renda real. E esta depende da estabilidade dos preços ou inflação sob controle. (…)
“No entanto, os fatores contrários ao endividamento têm grande peso: os juros cobrados das pessoas físicas ainda são muito elevados, em termos reais, apesar da queda da Selic. E a prorrogação da queda das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos e produtos da linha branca pode estimular alguma forma de consumo não essencial.
“O problema é que as pressões inflacionárias ressurgem: o índice de aluguéis (IGP-M) subiu 1,43%, em agosto, e 6,07%, nos primeiros oito meses do ano; e as projeções de inflação oficial (IPCA) são de 5,65%, nos próximos 12 meses. O resultado será a perda do poder aquisitivo das categorias de trabalhadores que não conseguirem a reposição salarial plena.
“Parece incerta a obtenção de maior crescimento do PIB por meio do aumento do consumo e do endividamento. De qualquer forma, se ocorrer, as pressões sobre inflação e juros poderão voltar com mais força, em 2013, como ocorreu em 2011.” (Editorial, Estadão, 4/9/2012.)
* “Estímulo passageiro ao consumo não recupera o PIB”
“Os números confirmaram as expectativas. A economia desacelerou fortemente desde o segundo semestre do ano passado, e a retomada vem ocorrendo em ritmo bem lento. No primeiro trimestre de 2012, o Produto Interno Bruto evoluiu apenas 0,1% sobre os três meses anteriores. E no segundo trimestre, o crescimento não passou de 0,4% sobre o primeiro. Anualizada, a taxa foi de 1,2%. (…)
“Não se pode esperar que a economia brasileira se recupere mais rapidamente por meio de estímulos ao crédito — pois o grau de endividamento das famílias recomenda um crescimento mais cauteloso — destinado a financiar uma antecipação de consumo de bens que tiveram preços temporariamente reduzidos pela desoneração de impostos. Esta não está esgotada, mas não deveria ser vista como a fonte principal de impulso da economia. A alavanca adequada é o investimento e, neste aspecto, os números mais recentes do PIB foram preocupantes, pois mostraram uma trajetória de queda que precisa ser revertida, o quanto antes.” (Editorial, O Globo, 1º/9/2012.)
* Decisões do governo para estimular consumo criam insegurança
“O governo Dilma anunciou, na quarta-feira (29/8), a prorrogação da isenção (ou da redução) do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, máquinas, materiais de construção e aparelhos domésticos.
“O objetivo imediato é estimular o consumo, para que o setor produtivo possa recuperar fôlego e, assim, apresentar algum resultado nos quatro meses restantes do ano.
“Ontem (30/8), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez ampla defesa da decisão tomada. Chegou a dizer que, além de não prejudicar a solidez das finanças públicas, a renúncia tributária favorece a economia, na medida em que promove comércio que não aconteceria e é aplicada com a contrapartida de garantia de emprego.
“No entanto, essa política de distribuição de favores a alguns setores da economia – e não a todos – tende a trazer mais incertezas do que benefícios.
“Boa parte da elevação da nova procura de bens de consumo duráveis ou de bens de capital corresponde à antecipação de vendas. Quem aproveita uma redução de impostos para comprar um carro, uma geladeira, uma máquina ou materiais de construção não deve repetir tão cedo operação desse tipo. É também compra que não será feita quando o imposto voltar com era antes. O ministro Mantega reconhece que o mau desempenho do setor produtivo interno é consequência da grave crise global que, no entanto, deverá durar pelo menos por mais um ou dois anos. Enfim, o estímulo não pode funcionar como motor de arranque que coloque o veículo em movimento. Se a crise continuar segurando o setor produtivo, não há como esperar eficácia desse dispositivo. Em outras palavras, a recuperação da atividade econômica não parece, por si só, sustentável.
“O segundo problema vem com a eleição arbitrária de favorecidos. Se todo o sistema produtivo enfrenta suas limitações e se todo o mercado de trabalho é prejudicado por uma crise, por que apenas meia dúzia de setores pode contar com desonerações ou reduções tributárias? Não há nenhuma razão especial para que o negócio de veículos ou o de aparelhos domésticos atraia em seu benefício um pedaço maior do salário ou do crédito do consumidor e que os demais setores (têxteis, calçados, alimentos, medicamentos, etc.) tenham tratamento menos favorecido. Por que é melhor para a economia que o consumidor gaste suas disponibilidades, por exemplo, com um fogão novo e não com o enxoval da filha? Nesse sentido, fica incompreensível que os líderes empresariais, representantes de todo o setor produtivo e não só de uma parte, aplaudam essas iniciativas temporárias e parciais.
“São decisões que criam insegurança. Não é somente o planejamento da economia que exige condições de longo prazo. A saúde de qualquer negócio requer regras estáveis. Não pode depender da distribuição de antibióticos com prazo incerto de validade, sujeita à boa vontade de quem estiver no comando ou da força de reivindicação dos lobbies da hora. Como gerenciar um fluxo de caixa ou uma carteira de encomendas, se a cobrança de um tributo tão importante como o IPI pode ou não ser suspensa ou se determinadas isenções podem ou não ser prorrogadas?
“Além disso, se esses benefícios tributários são tão bons como assegura o ministro, então é preciso pensar em torná-los permanentes.” (Celso Ming, Estadão, 31/8/2012.)
* Incompetência na administração de portos e aeroportos
“No momento em que se afirma a importância dos investimentos públicos – diretos ou por meio de parcerias e concessões – no crescimento econômico do País, é oportuno observar o comportamento de algumas das empresas estatais no 1° semestre deste ano.
“Apesar de os aeroportos serem considerados um dos maiores gargalos para a realização dos megaeventos esportivos que o País irá sediar, a Infraero, por exemplo, só aplicou R$ 369,9 milhões dos R$ 2 bilhões previstos (18,4%). Aliás, a Infraero vive, há anos, verdadeira ‘anorexia’ quanto aos seus investimentos. Nos últimos 12 anos, somadas as dotações autorizadas pelo Congresso Nacional, chega-se a R$ 10,5 bilhões, enquanto as aplicações foram de somente R$ 5,4 billhões (51%). A diferença acumulada de mais de R$ 5 bilhões explica o caos nos aeroportos brasileiros. Imagine na Copa…
As Companhias Docas – sociedades de economia mista responsáveis pela administração dos portos – também permanecem atracadas com a inépcia, acumulando décadas de incompetência no desenvolvimento da infraestrutura e na gestão dos portos do Brasil. No 1° semestre de 2012, as sete Docas aplicaram só 7,5% (R$ 81,3 milhões) do orçamento de R$ 1,1 bilhão para empreendimentos que vão do Norte ao Sul do País. Com certeza, há algo de errado na previsão ou na execução. Ou em ambas.
Como os aeroportos e portos estão sucateados, tal como as rodovias e ferrovias, ninguém discorda do óbvio, ou seja, de que é preciso alterar o modelo de gestão das administrações portuária e aeroportuária. Quanto aos portos, seja qual for o desenho adotado, será necessário enfrentar a falta de coordenação entre os órgãos públicos instalados nos terminais, o loteamento político das empresas e o corporativismo dos funcionários. Isso para não falar do atraso tecnológico administrativo e operacional, fatos que, somados, colocam os portos brasileiros entre os 13 piores do mundo, numa lista de quase 150 países.
Quanto à modelagem dos aeroportos, é preocupante o aparente recuo do governo no que diz respeito ao formato das concessões. Diferentemente daquelas já efetuadas, na nova concepção a Infraero Participações (Infrapar) ficaria encarregada de buscar novos sócios entre operadoras de grandes aeroportos internacionais. Como o tempo urge, resta saber se haverá interesse de grupos estrangeiros em se associar ao filhote da Infraero, verdadeiro sinônimo de incompetência. (Gil Castello Branco, economista, Estadão, 3/9/2012.)
* “Um passo à frente, dois atrás: o Planalto continua alimentado por um vasto manancial de idéias tortas”
“Há pouco mais de duas semanas, o governo anunciou que havia decidido repassar ao setor privado grande parte dos projetos de expansão de infraestrutura que não vinha conseguindo levar adiante. A notícia teve boa repercussão. Afinal, velhos preconceitos nutridos no Planalto pareciam estar dando lugar a uma visão mais pragmática do papel do investimento privado. Em meio às louvações, houve até quem chegasse a ver no anúncio das concessões uma guinada tão pronunciada quanto a que representou a Carta ao Povo Brasileiro, anunciada por Lula, ainda como candidato a presidente, em meados de 2002.
“Exageros à parte, o fato é que uma análise objetiva do que foi anunciado há 15 dias sugeria uma mudança inegavelmente promissora no equacionamento das graves carências da infraestrutura de transportes no País. É bem verdade que um exame realista do complexo cronograma do programa de concessões indicava que as primeiras obras só poderiam ter início no final de 2013. Ou, mais provavelmente, no início de 2014. E que, dificilmente, o esforço de investimento começaria a trazer melhoras palpáveis à infraestrutura antes de 2015, já no próximo mandato presidencial.
“Mas, por outro lado, percebia-se que, além dos óbvios benefícios de prazo mais longo, as medidas anunciadas poderiam ter efeitos importantes, de prazo bem mais curto, na recuperação do investimento privado no País. A esperança era a de que a simples reorientação da política econômica que o programa de concessões sinalizava, com o claro abandono de preconceitos ideológicos arraigados, pudesse ter efeito decisivo sobre o investimento privado, ao contribuir para uma mudança de clima que ajudasse a liberar os ‘espíritos animais’ do empresariado.
“É essa possibilidade que o governo parece estar agora botando a perder. Menos de dez dias após o anúncio das concessões, surgiram notícias de que, nas discussões internas sobre a segunda fase do programa, que envolveria aeroportos, o governo havia se dividido em acirrada disputa entre ‘privatistas’ e ‘estatistas’. Embate que deixou exposto à luz do dia um retrato altamente desalentador da real extensão da convicção que estaria lastreando a suposta guinada na política econômica do governo.
“A disputa envolve não só preconceitos ideológicos, mas também complexa mescla de interesses econômicos e corporativistas encastelados na Infraero. Companhias áreas que preferem manter aeroportos sob o comando estatal, por temer elevações de tarifas aeroportuárias que poderiam ser impostas por gestores privados. Funcionários da Infraero e políticos com influência na empresa que jamais esconderam sua resistência a ‘qualquer forma de privatização’ de aeroportos. Autoridades sensibilizadas com a falta de recursos que terá de ser enfrentada pela Infraero, se vier a perder a exploração dos Aeroportos do Galeão e de Confins, e dispostas a preservar, a todo custo, o sistema pouco transparente de subsídios cruzados entre aeroportos que vem sendo operado com grande ineficiência pela estatal.
“Na cúpula do governo, não falta quem defenda que, na modernização do Galeão e de Confins, a Infraero ‘seja parte da solução’. E que se busquem gestores estrangeiros de aeroportos de grande porte dispostos a aceitar a Infraero como sócia majoritária. Para investigar a factibilidade de uma solução desse tipo, foi enviada à Europa esta semana uma comitiva formada pela ministra-chefe da Casa Civil, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, o presidente do BNDES e várias outras autoridades envolvidas no embate sobre a questão. Só faltou o secretário do Tesouro Nacional, que, de acordo com o que vem sendo reportado na mídia, seria o ‘cérebro’ da ala ‘estatista’ nesse embate.
“É preciso refrear as ilusões. O Planalto continua alimentado por vasto manancial de ideias tortas. Sobram razões para temer que a suposta guinada na política econômica do governo, sugerida pelo anúncio das concessões, acabe sendo muito menos pronunciada do que se imaginava.” (Rogério Furquim Werneck, economista, Estadão e O Globo, 31/8/2012.)
* Governo submete os interesses comerciais a preconceitos ideológicos, e o país vai perdendo mercados na América Latina
“A indústria brasileira continua perdendo mercado na América Latina, principal destino de suas exportações de manufaturados. Até na Argentina, o maior parceiro no Mercosul, fabricantes de outros países vêm tomando espaço antes ocupado por empresas do Brasil. A invasão ainda é liderada pelos chineses, mas é cada vez mais importante a presença de produtores de outras nacionalidades. Empresas de países emergentes, como Turquia e México, também têm aumentado sua presença na região, assim como companhias do mundo rico. É cada vez mais difícil – e irrealista – atribuir os infortúnios das empresas brasileiras às condições de competição da indústria chinesa, como o câmbio depreciado e os custos muito baixos e pouco transparentes. As dificuldades principais são de outra natureza e quem quiser observá-las deve olhar para dentro do País, em vez de buscar culpados no exterior.
“Estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por solicitação do jornal Valor, lançou mais luz sobre o grande problema comercial da indústria brasileira, tornou alguns detalhes mais visíveis e, afinal, confirmou um diagnóstico bem estabelecido há algum tempo. O produtor instalado no Brasil tem perdido competitividade. Mesmo quando consegue aumentar as vendas, sua participação no mercado pode diminuir, porque os concorrentes avançam mais rapidamente na exploração de oportunidades. No primeiro semestre deste ano, as vendas brasileiras para o Peru foram 2,7% maiores que as de um ano antes. Aumentos muito maiores foram conseguidos por China e Japão (25%), México (25%) e Alemanha (cerca de 50%), segundo informações da Comissão de Promoção para Exportação e Turismo, do Peru, citados na reportagem.
“A valorização do real, mencionada frequentemente por empresários e até por técnicos da CNI, explica apenas parcialmente as dificuldades enfrentadas pelos fabricantes brasileiros fora do País e também no mercado interno. De fato, o câmbio valorizado encareceu o produto nacional durante alguns anos. A valorização decorreu de vários fatores, como o excesso de dólares no mercado internacional e as oportunidades de lucro abertas no Brasil ao aplicador estrangeiro. Mas o real desvalorizou-se amplamente desde o trimestre final do ano passado e as exportações brasileiras continuaram emperradas e chegaram a encolher nos últimos meses.
“O problema, portanto, vai muito além do câmbio, embora alguns empresários continuem reclamando uma desvalorização maior. O dólar é hoje cerca de 15% mais caro do que em novembro do ano passado. A variação supera com folga 20%, quando a comparação se refere a momentos de maior valorização do real, quando a cotação da moeda americana oscilou entre R$ 1,50 e 1,60. Qual seria o câmbio que satisfaria o industrial brasileiro? Há quem mencione a cotação de R$ 2,60 por dólar. Levar a sério essa reivindicação seria um grande erro.
“Quem atribui o poder de competição da indústria chinesa principalmente ao câmbio comete um grave engano. Esse fator é importante, mas é preciso levar em conta, entre outros fatores, a infraestrutura disponível nas áreas industriais da China, a oferta de mão de obra em condições de trabalhar nas fábricas, a incorporação de avanços tecnológicos e a qualidade do sistema tributário. Da mesma forma, é preciso considerar vários outros fatores, além do câmbio, para entender as vantagens competitivas de outros países, tanto emergentes quanto desenvolvidos.
“A perda de espaço nos mercados latino-americanos começou há alguns anos. Os brasileiros deveriam ter dado atenção ao sinal de alerta muito mais cedo. Só no ano passado, teria vendido à América Latina US$ 5,5 bilhões a mais, se a sua participação fosse a mesma de 2008. Fatores políticos, como os acordos especiais com a Argentina, também afetaram o comércio. Não só o custo Brasil prejudica a economia nacional. Também a diplomacia em vigor a partir de 2003 impõe custos irracionais ao Brasil, porque submete os interesses comerciais a preconceitos ideológicos, a objetivos partidários e a fantasias de liderança regional.” (Editorial, Estadão, 31/8/2012.)
* O governo culpa os deuses malvados pelos números do comércio exterior
“Mais uma vez o governo atribuiu aos fados, isto é, à crise internacional, o mau desempenho do Brasil no comércio exterior. No mês passado o País faturou com a exportação apenas US$ 22,4 bilhões, valor 14,4% menor que o de um ano antes. Em oito meses, a receita comercial ficou 4,8% abaixo da obtida entre janeiro e agosto do ano passado. Nesse período, o gasto com a importação recuou apenas 0,7%, pela média dos dias úteis. Ou seja, a crise externa afetou mais as vendas do que as compras do Brasil. Os deuses devem estar prejudicando mais o Brasil do que os concorrentes. O efeito da retração global é inegável, até pelo menor dinamismo da China, mas essa explicação conta apenas uma parte da história. Outra parte, provavelmente muito mais importante, aparece num documento divulgado um dia depois da balança comercial brasileira. Embora tenha avançado cinco posições, o Brasil ficou em 48.º lugar, entre 144 países, no Índice de Competitividade Global 2012-2013 do Fórum Econômico Mundial. Os principais entraves estão relacionados a instituições, ao seu funcionamento e a outros fatores vinculados à ação do governo, como a infraestrutura e a instrução. Fica mais difícil culpar os deuses, quando se examina o dia a dia de quem precisa de 13 procedimentos e 119 dias para iniciar a exploração de um negócio ou recebe a educação primária brasileira, classificada em 126.º lugar pelo critério de qualidade.” (Rolf Kuntz, Estadão, 5/9/2012.)
* As críticas à política energética são procedentes: está tudo errado mesmo
“As fortes críticas à política energética dos dois governos do PT feitas no domingo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado no Estadão, foram as primeiras manifestações consistentes da oposição sobre essa matéria.
“A questão mais séria é a desorganização da produção de etanol (álcool), em consequência do tabelamento dos preços da gasolina, política que, de resto, “não é compatível com os esforços de capitalização da Petrobrás”.
“Nos primeiros anos de seu governo, o presidente Lula era um entusiasta dos biocombustíveis. Quando da visita do presidente Bush ao Brasil, em 2007, Lula fez questão de levá-lo a um posto de gasolina para sentir o que era abastecer o carro com o etanol mais competitivo do mundo.
“Mas veio a descoberta do pré-sal e, sabe-se lá por que, o governo Lula se desinteressou tanto pelo etanol quanto pelo biodiesel. Hoje, o setor sucroalcooleiro é asfixiado pelos preços achatados da gasolina. A produção de etanol está sendo insuficiente para substituir a gasolina nos motores flex e para compor a mistura com a gasolina à proporção de 25%.
“Mais do que isso, o setor perdeu competitividade até em relação ao etanol de milho americano, de onde o Brasil vai importando perto de 2 bilhões de litros por ano (cerca de 18% do consumo interno).
“A primeira impressão de quem olha a política de preços da Petrobrás, hoje cerca de 20% abaixo da paridade internacional, é de que há aí uma prática de dumping, cujo resultado seria alijar a concorrência do etanol do mercado.
“E, no entanto, as coisas não são assim tão simples. A Petrobrás precisa dramaticamente de mais oferta de álcool no mercado interno porque não tem como produzir toda a gasolina que vem sendo queimada nos motores de ciclo Otto. Hoje, a Petrobrás vem importando cerca de 80 mil barris diários de gasolina a preços mais altos do que os autorizados a serem cobrados no mercado interno. Nos próximos dez anos, não poderá contar com aumento interno de produção de gasolina. Nenhum projeto de refinaria prevê esse perfil de craqueamento. Caso o etanol não seja reestimulado, a partir dos atuais níveis de consumo, a Petrobrás terá de aumentar em mais de 300% suas importações de gasolina nos próximos oito anos.
“A política de preços dos combustíveis imposta pelo governo Lula e continuada pelo governo Dilma é tão irracional que não consegue viabilizar nenhum projeto de renovação dos canaviais. O BNDES colocou à disposição dos usineiros uma linha de crédito de nada menos que R$ 4 bilhões e, no entanto, à atual relação de preços, não é capaz de encontrar interessado por ela.
“Fernando Henrique ainda criticou a disparada dos custos da Refinaria Abreu e Lima, de Pernambuco, que, orçada em US$ 2,3 bilhões em 2005, já ultrapassa hoje os US$ 20 bilhões. Mas nada disse sobre se convém ou não para o Brasil a parceria nesse projeto com a Venezuela, que aparentemente vem fazendo corpo mole no desembolso dos investimentos. Ele tampouco se manifestou sobre a capacidade da Petrobrás de dar conta de 30% de todos os novos investimentos que vierem a ser feitos no pré-sal. E é preciso que alguém reexamine essas decisões.” (Celso Ming, Estadão, 5/9/2012.)
* Neste governo, o Copom deixou de lado seu objetivo básico – conter a inflação – para virar instrumento da Fazenda
“As decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) não se vinculam mais ao seu objetivo natural, mas à política econômica ou, mais exatamente, anticíclica, em estreita colaboração com o governo. Não é mais a tendência da inflação que as dita, mas a necessidade de cumprir uma meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
“Assim, é inútil procurar adivinhar se o Copom acha que haverá um aumento dos preços. A decisão de ontem, nessa perspectiva, era esperada e foi sem surpresa que o mercado recebeu a notícia da fixação da Selic em 7,5%. A novidade foi o comunicado da reunião dizer que, ‘considerando os efeitos cumulativos e defasados das ações da política implementada até o momento, que em parte se refletem na recuperação em curso da atividade econômica, o Copom entende que, se o cenário prospectivo vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia’.
“Dado o resultado restrito dessa nova política econômica, interpretou-se que o Copom encerrará o ciclo de redução da Selic com mais uma queda de 0,25 ponto de porcentagem apenas. O Copom parece estar consciente de que foi além do razoável, no papel de aprendiz de feiticeiro.
“Apesar de falar da ‘recuperação em curso’, parece que o Copom não obteve resultados à altura dos meios utilizados, embora empregando artilharia pesada. Em todos os tipos de crédito tivemos, em sete meses, um crescimento de 7,8% – e o crédito direcionado, controlado pelo governo, cresceu 8,8%. O crédito para as pessoas físicas acusou, no período, aumento de 18,7%, ante 16,7% para as pessoas jurídicas. O estoque de crédito está em 23% do PIB, nas instituições públicas, e em apenas 19,1%, nas instituições privadas nacionais. As concessões acumuladas do crédito livre, em sete meses, diminuíram de 7,2% no caso das empresas e aumentaram 3,1% para as famílias, enquanto as taxas de juros apresentaram queda de 7,8% para empresas e 9,5% para famílias.
“Realmente, a atuação do Banco Central favoreceu essencialmente as pessoas físicas, e não tanto as empresas. Até agora é difícil falar, como faz o Banco Central, em recuperação econômica, mas no máximo de uma política que visou a amortecer os efeitos de uma crise mundial. Foi um período em que a taxa Selic estava alta demais e qualquer elevação dela seria excessiva. Hoje, a manipulação da taxa básica de juros é mais fácil, porém deveria continuar sendo instrumento de contenção da inflação.” (Editorial, Estadão, 31/8/2012.)
7 de setembro de 2012
Outros apanhados de provas de incompetência de Dilma e do governo:
Volume 41 – Notícias de 24/2 a 1º/3.
Volume 42 – Notícias de 2 a 8/3.
Volume 43 – Notícias de 9 a 15/3.
Volume 44 – Notícias de 16 a 22/3.
Volume 45 – Notícias de 23 a 29/3.
Volume 46 – Notícias de 30/3 a 5/4.
Volume 47 – Noticias de 6 a 12/4.
Volume 48 – Notícias de 13 a 19/4.
Volume 49 – Notícias de 20 a 26/4.
Volume 50 – Notícias de 27/4 a 3/5.
Volume 51 – Notícias de 4 a 10/5.
Volume 52 – Notícias de 11 a 17/5.
Volume 53 – Notícias de 18 a 24/5.
Volume 54 – Notícias de 25 a 31/5.
Volume 55 – Notícias de 1º a 6/6.
Volume 56 – Notícias de 15 a 21/6
Volume 57 – Notícias de 22 a 28/6.
Volume 58 – Notícias de 29/6 a 5/7.
Volume 59 – Notícias de 6 a 12/7.
Volume 60 – Notícias de 13 a 19/7.
Volume 61 – Notícias de 20 a 26/7.
Volume 62 – Notícias de 27/7 a 2/8.
Volume 63 – Notícias de 3 a 9/8.
Volume 64 – Notícias de 10 a 16/8.
As viúvas do FHC continuam compilando as mazelas do governo Dilma, herança maldita segundo o pavão misterioso. As boas noticias do país da Dilma foram minimizadas. O STF deveria ser destaque. Os nomes indicados para ocupar as 11 vagas, demonstraram coragem e independência até agora. Vamos esperar o julgamento do Dirceu e Genoíno, os verdadeiros culpados da cagada petista. Torcer que um dos indicados ao STF seja escolhido o jurista Luiz Edson Fachim. No mais continuar lendo as compilações das carpideiras lotadas no Estadão(SP) e no Globo (RJ)baluartes da elite dirigente, já que os 72% do povo são considerados imbecis úteis.
Estranhei esta sua frase, Milton: “As boas notícias do país da Dilma foram minimizadas”.
Não estou aqui para realçar eventuais boas notícias que venham do governo – se é que chega a ser boa notícia saber que, entre os oito ministros indicados ao STF pelo lulo-petismo, seis demonstram ter independência e dignidade. Ora, não fazem mais do que sua obrigaçãzo.
Mas não estou aqui para dar eventuais boas notícias que venham do governo – se é que há alguma. Para isso existem as revistas e as centenas de blogs regiamente pagos com dinheiro das estatais e dos ministérios.
Estou aqui para realçar as muitas más notícias. Só isso.
Um grande abraço.
Sérgio