A solidão e os eternos amantes
É fascinante que Georges Moustaki tenha escrito uma canção chamada “Ma Solitude” e Barbara, uma canção chamada “La Solitude”.
E é fascinante que tenham os dois cantado a solidão como se ela fosse uma presença forte, grudenta, pegajosa. Como se fosse uma companheira, uma amante. Continue lendo “A solidão e os eternos amantes”
“Nunca pensei que pudesse ficar tão velho”
A melodia é lenta, bem lenta, triste. Os versos, é claro, ficam mais belos – e mais doídos – no original: “I never thought I’d get this old, dear / Never had a reason to live so long”. Continue lendo ““Nunca pensei que pudesse ficar tão velho””
Chove aqui dentro
Ouvíamos música na sala enquanto chovia no escritório, no quarto da Marina e nosso quarto. Continue lendo “Chove aqui dentro”
Um problema que os outros não têm
No dia em que completávamos 2 meses inteiros de quarentena, o exato dia em que caiu o segundo ministro da Saúde do Brasil em meio à pandemia, um dia depois que Carlos Alberto Sardenberg escreveu em O Globo que o Brasil tem – além da crise sanitária e da crise econômica – um problema que nenhum outro país do mundo tem, que se chama Bolsonaro, choveu dentro do meu apartamento. Continue lendo “Um problema que os outros não têm”
A pale blue dot
A fotografia da Terra tirada do ponto mais distante dela está fazendo 30 anos. Continue lendo “A pale blue dot”
Sons do Natal
E então é Natal, como nos lembra Simone, essa mulher que chega aos 70 anos belíssima como o pôr-do-sol visto do Porto da Barra da cidade em que nasceu. Quando John Lennon canta exatamente a mesma frase, and so this is Christmas, ninguém enche o saco – ela reclamou, com carradas de razão. Já se é ela, todo mundo chia. Continue lendo “Sons do Natal”
Vão sumir
Pertinho da minha casa há uma ruazinha especialmente charmosa, bonita, gracinha. Tem uma única quadra, e é planinha, planinha, o que é uma absoluta raridade neste meu bairro, construído em cima de morros altos – Perdizes tem mais ruas íngremes do que San Francisco, só que sem a vista da baía. Deveria figurar no Guinness. Continue lendo “Vão sumir”
Antônimos, opostos, antípodas
Gosto de antônimos, de palavras antípodas, de jogos de palavras que são o contrário de sinônimos. Continue lendo “Antônimos, opostos, antípodas”
A menudo los hijos se nos parecen
Está aí o post, não precisa mais nada. O post são essas fotos, essas duplas de fotos, esses combos.
Parecido com o que disse a Vera no post logo abaixo deste aqui: não precisa de texto.
Disco-voador na Benedito Calixto
Na Praça Benedito Calixto, onde ficava, no subsolo de uma loja, o pequenino teatro Lira Paulistana – o palco do que veio a ser conhecido como a Vanguarda Paulista, onde surgiram para o Brasil o grupo Rumo, o Premeditando o Breque que iria virar Premê, Itamar Assunção, Arrigo Barnabé, o Paranga, Passoca – deve ter pousado um disco-voador. Continue lendo “Disco-voador na Benedito Calixto”
Parque, o Minhocão já é. Quando tiver dinheiro, é derrubar
Aos 69 anos bem vividos, bem fumados e bem bebidos, participei pela primeira vez de uma prova de 5 quilômetros, uma Track & Field Run Series. A saída e a chegada eram no Memorial da América Latina, e praticamente todos os 5 quilômetros eram no Minhocão – desde o Largo Padre Péricles, em Perdizes, até a altura da Marquês de Itu, já em Santa Cecília, junto do Centro. Ida e volta.
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O menos ruim é não fazer nada com o Minhocão
Se eu pudesse fazer um pedido, uma sugestão ao prefeito Bruno Covas, seria assim: – “Pô, Bruno, desista dessa idéia de Parque Minhocão, vai. Pense melhor. Se você anunciar que abandonou a idéia, que vai encaminhar para que sejam feitos mais estudos, pesquisas, tenho a certeza de que esse será um grande legado para a cidade.” Continue lendo “O menos ruim é não fazer nada com o Minhocão”
Canção boa não morre no ar
Há canções que não duram mais que a gota de orvalho numa pétala em flor: brilham, depois de leve oscilam e caem como uma lágrima de amor – mas de um amor um tanto chinfrim, rastaquera, nada parecido com o grande amor. Continue lendo “Canção boa não morre no ar”
Os versos mais exagerados
Adoro os exageros. Não propriamente os materiais, os físicos, tipo soco demais, tiro demais – mas os que não ferem ninguém, a não ser os cultores do pouco, do mínimo. Continue lendo “Os versos mais exagerados”