As barreiras

Caem barreiras, mas não aquelas que isolam e dividem as pessoas, as dos preconceitos e das intolerâncias. Caem barreiras de barro, de terra, que matam pessoas felizes a festejar um novo ano. O que une o que se passa na Ilha Grande e outros lugares do Brasil e o livro/disco primoroso que ouço e leio no primeiro dia de 2010? Continue lendo “As barreiras”

Cyd Charisse

Este é que é o grande e fascinante paradoxo: agora que a atriz e dançarina Cyd Charisse morreu, a triste notícia não mexe um milímetro com a certeza que sempre tive sobre a sua eternidade. Nem fez muitos filmes, porém todos que rodou foram absolutamente maravilhosos. Continue lendo “Cyd Charisse”

Chove lá fora

E pinga aqui dentro, como se costuma dizer em Minas. Mas chover lá fora me lembra a canção de Tito Madi e a interpretação de meu amigo Agostinho dos Santos. Ele que estava em um avião errado em dia errado. Ele que foi minha primeira perda de amizade e música. A água que cai no pátio, na casa e na rua, refresca o fim de tarde e nos prepara para uma noite amena. Continue lendo “Chove lá fora”

E brilhavam as estrelas

Faz poucos dias fiz rápida viagem à ilha na foz do rio Amazonas onde mantenho um franciscano tugúrio. Fui apenas acariciar as paredes da casinha, beijar os seculares troncos da floresta, pilastras da catedral do verde, e juntar folhas secas no chão para esfregar em minha pobre cabeça na esperança de que restos de seiva me alcançassem a alma. Continue lendo “E brilhavam as estrelas”

Um lugar para as flores

Silvie, uma querida amiga francesa, possui bela casa em Saint-Pierre-Sur-Mer, na Riviera. À frente da vivenda que se debruça sobre águas de azul profundo, há um lindo muro de pedras no qual vivem viçosos tufos de primaveras (buganvílias) de muitas cores, além de outras plantinhas cobertas de botões brancos, vermelhos, alaranjados. Continue lendo “Um lugar para as flores”

Na Avenida da Liberdade

A página está em branco mas eu já não estou. Escrevi, sem saber que estava escrevendo, uma vida. Ainda bem que não cheguei no ponto final, que espero esteja longe. Há um piano tocando ao fundo, mas o som é aquele pasteurizado, próprio do ambiente dos hotéis. Existem pessoas e mesas calmas ao meu redor. Tento seguir o conselho de minha amiga e manter a mente livre. Há um oceano me afastando fisicamente do Brasil (a alma viaja viaja longe) e eu não vou gastar esse meu tempo disponível me preocupando com o ódio que o atual Ministério da Cultura tem pela música brasileira e seus compositores. Continue lendo “Na Avenida da Liberdade”