Este é que é o grande e fascinante paradoxo: agora que a atriz e dançarina Cyd Charisse morreu, a triste notícia não mexe um milímetro com a certeza que sempre tive sobre a sua eternidade. Nem fez muitos filmes, porém todos que rodou foram absolutamente maravilhosos. Continue lendo “Cyd Charisse”
Meu irmão de longe
Não nascemos do mesmo pai nem da mesma mãe, mas tenho, cada dia mais, certeza de que nos sentíamos irmãos.
Não nascemos nem no mesmo país, mas tenho, cada dia mais, certeza de que falávamos a mesma língua. Continue lendo “Meu irmão de longe”
Juízes de futebol, gatunos ou não
O gatunos do título devo a Nelson Rodrigues, que teceu as mais saborosas crônicas sobre o juiz ladrão. Como diria ele, vamos aos fatos, pelo menos a um deles: Continue lendo “Juízes de futebol, gatunos ou não”
Chove lá fora
E pinga aqui dentro, como se costuma dizer em Minas. Mas chover lá fora me lembra a canção de Tito Madi e a interpretação de meu amigo Agostinho dos Santos. Ele que estava em um avião errado em dia errado. Ele que foi minha primeira perda de amizade e música. A água que cai no pátio, na casa e na rua, refresca o fim de tarde e nos prepara para uma noite amena. Continue lendo “Chove lá fora”
Todo amor para a guerra
Não, meus amigos. Isto não é uma declaração belicista. É um problema de acento. Como ocorreu na segunda-feira, 21/12. Washington já estava coberta de neve, e o portal do Globo dava o título: “Neve para a capital dos Estados Unidos”. Mais neve, não chegava tanto? Continue lendo “Todo amor para a guerra”
E brilhavam as estrelas
Faz poucos dias fiz rápida viagem à ilha na foz do rio Amazonas onde mantenho um franciscano tugúrio. Fui apenas acariciar as paredes da casinha, beijar os seculares troncos da floresta, pilastras da catedral do verde, e juntar folhas secas no chão para esfregar em minha pobre cabeça na esperança de que restos de seiva me alcançassem a alma. Continue lendo “E brilhavam as estrelas”
O filho de Dona Diva
Não sabia da Dona Diva, mas acompanho com atenção, há muito tempo, o filho dela. Erasmo Carlos é uma unanimidade para quem o conhece, mesmo de longe. Continue lendo “O filho de Dona Diva”
Um lugar para as flores
Silvie, uma querida amiga francesa, possui bela casa em Saint-Pierre-Sur-Mer, na Riviera. À frente da vivenda que se debruça sobre águas de azul profundo, há um lindo muro de pedras no qual vivem viçosos tufos de primaveras (buganvílias) de muitas cores, além de outras plantinhas cobertas de botões brancos, vermelhos, alaranjados. Continue lendo “Um lugar para as flores”
Na Avenida da Liberdade
A página está em branco mas eu já não estou. Escrevi, sem saber que estava escrevendo, uma vida. Ainda bem que não cheguei no ponto final, que espero esteja longe. Há um piano tocando ao fundo, mas o som é aquele pasteurizado, próprio do ambiente dos hotéis. Existem pessoas e mesas calmas ao meu redor. Tento seguir o conselho de minha amiga e manter a mente livre. Há um oceano me afastando fisicamente do Brasil (a alma viaja viaja longe) e eu não vou gastar esse meu tempo disponível me preocupando com o ódio que o atual Ministério da Cultura tem pela música brasileira e seus compositores. Continue lendo “Na Avenida da Liberdade”