O pai torce pelo galo, o avô pelo coelho e ela sabe do time do Brasil. Ela diz que é do galo. Escolheu ter uma camisa cor de rosa muito antes que o clube adotasse, para um de seus uniformes, essa cor. Continue lendo “Sabedoria precoce”
Liberdade
Um belo rosto de mulher, com um cartaz nas mãos. Juliette Binoche chora, lágrimas rolam por sua face de atriz. Mas ela não está representando nenhum papel cinematográfico. Seu choro é real, vivo e de protesto pela prisão, nos porões do governo do Irã, do cineasta Jafar Panahi. Continue lendo “Liberdade”
Glória suprema
Foi só receber a segunda parcela do 13.° salário, minha amiga entrou numa agência de viagens.
— Não acredito! Tudo isso? Nem que o Nordeste fosse no fim do mundo! Continue lendo “Glória suprema”
Me deixem em paz
Gosto de ficar em casa. Trabalho, leio, escrevo. E descanso, recebo amigos. Tenho minhas ocupações externas, principalmente fora de minha cidade. Mas o meu lugar é a minha casa, que construí aos poucos, longe da confusão do centro e da zona sul. Continue lendo “Me deixem em paz”
Amor e licantropia
Quando ocorrem órbitas coincidentes, garantem os astrônomos, a lua cheia fica mais bonita, mais clara, mais, naturalmente, plena. Isso aconteceu recentemente e, segundo meus arquivos da chamada cultura inútil, é resultado do periélio, que é quando o Sol se aproxima da Terra. Continue lendo “Amor e licantropia”
A revolução sardinista
Nessa eu embarco com força, vontade e apetite. Não confundir com o que ocorreu na Nicarágua há alguns anos, tempos quentes da guerra fria. Estou me referindo à sardinha, o peixe mais democrático e barato que existe. E o melhor, na minha opinião. Continue lendo “A revolução sardinista”
Por favor, entenda
Nos dias em que se lembraram a execução de Tiradentes, os cinqüenta anos de Brasília e os vinte e cinco da morte de Tancredo Neves, uns escritos guardados me levaram ao reencontro de mais uma personagem dessa época. Continue lendo “Por favor, entenda”
Uma onça no pomar
Nos velhos filmes de Tarzan com Johnny Weissmüller, o ruído de um hidroavião monomotor a passar sobre os domínios do Homem Macaco era, em geral, prólogo de boa aventura. Foi isso que senti anteontem quando, atento a ajeitar a linha de pesca, em busca do almoço, escutei o ronco. Continue lendo “Uma onça no pomar”
Apenas um envelope
Dois dias em São Paulo para participar de um seminário sobre propriedade intelectual. Nenhuma chuva enquanto lá estive, mas foi inevitável enfrentar o lento trânsito da cidade. Gastei quase duas horas para me encontrar com meu amigo-irmão Pelão, que me esperava com muitos chopes de vantagem. Continue lendo “Apenas um envelope”
No Brasil ninguém lê ficção brasileira
Olho, com tristeza, mas uma tristeza inominável e profunda, a lista de livros mais vendidos. Pego como referência a revista Veja de fins de abril de 2010: na ficção, lá estão os leitores brasileiros prestigiando nada menos do que 10 entre 10 estrangeiros. Continue lendo “No Brasil ninguém lê ficção brasileira”
Dois recados
Em 1991, segundo ano do governo Collor, eu escrevia para um jornal de Belo Horizonte. Esta crônica é daquela época. Submetida a um teste de antiguidade, penso que continua valendo nestes nossos dias atuais, com governantes polêmicos, contraditórios, nada edificantes. Continue lendo “Dois recados”
A vida e a morte na ilha
Ora, amigos, quem imagina que numa pequena ilha na foz do Rio Amazonas que abriga apenas dois moradores não acontece quase nada, cai em ledo engano. Continue lendo “A vida e a morte na ilha”
Veradiamantinabrasília
Passei o final de semana em Brasília, para rever e homenagear amigos. Aquele céu azul de arrebentar que eu cantei junto com Toninho Horta estava lá. Mas o bom mesmo é saber que tenho pouso seguro e carinhoso por aquelas bandas. Continue lendo “Veradiamantinabrasília”
Buganvílias x Primaveras
Uma vez, alguns anos após me arranchar em São Paulo, me convidaram pra ir a São José dos Campos. Continue lendo “Buganvílias x Primaveras”
A última flor do Lácio
A um gabinete presidencial, como se sabe, chegam muitas cartas. Nestes tempos petistas a coisa não é diferente. E como ocorre em qualquer administração, as mensagens dificilmente sequer roçam as mãos do chefe do governo – há uma equipe de assessores que faz a triagem e responde o que é para responder. Continue lendo “A última flor do Lácio”