Os meninos crescem e o amor segue seus passos. A cada dia uma novidade. Aquele finge que não sabe falar, mas entende tudo e, por conforto, prefere esperar que os adultos lhes mostrem os objetos. Continue lendo “O amor cresce e se estabelece”
Os faraós do nosso tempo
O caminho que leva ao cemitério de Diamantina se chama avenida da Saudade. Ali eu assisti ao maior funeral dos meus tempos de menino, o do padre diretor do Seminário. Continue lendo “Os faraós do nosso tempo”
A ausência
Eu me lembro da primeira vez que o vi. Pequeno, pretinho, no colo dos meus filhos, que tinham ido nos buscar no aeroporto da Pampulha. Vínhamos de uma viagem para fora do Brasil e trazíamos forte, ainda, a dor da perda do Otto, basset-round que nos dera tanta alegria. Continue lendo “A ausência”
Francisco
Sentimento, todos sabemos, não se impõe. Fé, menos ainda. Ou temos ou não temos. Continue lendo “Francisco”
A importância do cachorro na cidade vertical
Não se trata de uma tese, daquelas acadêmicas. Caso contrário, haveria uma preposição no título da coluna (“Da importância do cachorro na cidade vertical”), as palavras e locuções “contudo”, “todavia”, “com efeito” seriam grafadas várias vezes. Haveria, claro, pelo menos cinco citações, três de autores estrangeiros, talvez até no original. Continue lendo “A importância do cachorro na cidade vertical”
Três estações
Sonhei que estava indo para Maracangalha, com o chapéu de palha, o linforme branco e a Nália de Dorival Caymmi. Acordei em Lisboa, com as meninas do Amaranto, flores amarelas do nosso sol, cantando coisas belas sobre o rio, o mar e a terra que amamos, regidos pelo talento de Geraldo Vianna. Fazia frio ou calor lá fora? Continue lendo “Três estações”
A paradinha
Há momentos na vida que são tão surpreendentes, mas tão inesperados, que nossa cabeça e nosso coração dão uma paradinha, é coisa de nanosmilionésimos de segundos, mas tudo pára e ficamos meio atônitos…
Continue lendo “A paradinha”
O Conde Boa Morte
Andava pela cidade vestido de negro. Dizia que sua cama era um caixão. Era poeta e, além de circular pela metrópole, ia às escolas. Lembro-me dele visitando o Colégio Estadual, desfilando seus trajes, seu palavreado erudito, suas criações poéticas. Continue lendo “O Conde Boa Morte”
Não sou manada
No mesmo passo apressado em que avança a tecnologia, trazendo inegáveis benefícios para a humanidade, o não pensar, o pensar em bloco e a massificação parecem confirmar o receio de Albert Einsten com a possibilidade de uma geração de idiotas tomar conta do mundo. Há muita velocidade e pouco pensamento. Continue lendo “Não sou manada”
Vagando e divagando no carnaval
Passeio de carro pelas ruas vazias de gente e carnaval. Sei que é cedo ainda para os blocos se espalharem pelos vários cantos da cidade. A festa está crescendo por aqui, cada bairro organizando sua folia, a animação reúne vizinhos, amigos e famílias para as comemorações regadas a marchas e sambas de sempre. Continue lendo “Vagando e divagando no carnaval”
O pintor e o menino
Guignard pintava sonhos e os distribuía para os que o conheciam, os que o procuravam, os que o protegiam. Ensinou pintura para uma geração de artistas mineiros na escola que comandou no parque municipal de Belo Horizonte. Conheci muitos de seus discípulos, admiradores de suas lições, seguidores de sua estética. Continue lendo “O pintor e o menino”
Quosque tandem?
Meu baú de esperança parece não ter fundo. Por mais que os fatos insistam em jogar baldes e baldes de água fria em minhas crenças eu, teimoso, costumo agir como diz a minha letra de “Coração Civil”: “se o poeta é o que sonha o que vai ser real, bom sonhar coisas boas que o homem faz e esperar pelos frutos no quintal”. Continue lendo “Quosque tandem?”
O primeiro mês
Em janeiro, a cidade não parece a mesma dos outros meses. Tempo de férias para alguns, é hora de ir para as praias, esticar as pernas na areia, sem lenço, horário ou documento. Os mineiros assumem o controle do litoral brasileiro, com sua graça, sua descontração, sua fome de aproveitar tudo o que merecem. Continue lendo “O primeiro mês”
Stanislaw Ponte Preta
Enquanto degusto a maçã verde que separei para o fim da tarde desse calmo janeiro, penso no cronista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que faria 90 anos na última sexta-feira. Não foi muito lembrada essa data, ao contrário dos justos festejos dedicados ao centenário de Rubem Braga. Cada um teve sua importância e seus escritos estão aí para comprovar. Continue lendo “Stanislaw Ponte Preta”
Saudade do Vera Cruz
Recebo, por e-mail, um filme antigo do Governo chamado “condenado pelo progresso”. Uma insossa cantilena, com imagens de uma ferrovia quase abandonada, querendo justificar que o desenvolvimento do país não combinava com as estradas de ferro. Quanta mentira já se usou para justificar o injustificável. Continue lendo “Saudade do Vera Cruz”
