Marxismo-Marilynismo

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Ainda está vivo o moço que nos anos 60 foi entregar mercearias a um apartamento de Manhattan e a quem uma distraída mulher agarrada a um ruidoso aspirador disse: “Ponha aí.” De boca aberta, ele percebeu que era, e não podia ser, Marilyn Monroe. “É a Marilyn?”, perguntou-lhe. “Sim, às vezes sou eu. E tu quem és?” Continue lendo “Marxismo-Marilynismo”

A língua de Einstein

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Temos presente a mais e o tempo, este tempo, é um cárcere. Sou inábil e inepto para o explicar, mas sei que a seta do tempo não existe. O passado está sempre a irromper no presente e o futuro já aconteceu. Acordam-nos pela manhã os nossos mortos e já dormimos há muito tempo com o amor que ainda nem conhecemos. Continue lendo “A língua de Einstein”

O pecado e a mulher jovem

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Raymond Chandler foi virgem até aos 32 anos. É sabido que o virgem tardio reverencia a mulher mais velha. Chandler entregou o seu puro ceptro a uma mulher de 50 anos. Raymond conhecia tudo da vida, a violência doméstica, a universidade, o poema, a guerra, o trabalho de contabilista, menos uma coisa, a mulher nua. Continue lendo “O pecado e a mulher jovem”

Os meus sentimentos

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Queria dizer os meus sentimentos, como se dizia, de negro, na aldeia beirã onde nasci. E são tantos os sentimentos. De admiração e orgulho por João Lobo Antunes, que nunca conheci. Dele sei esse desfile de méritos e talento que os jornais voltaram agora a publicar e que, por felicidade, ele escutou em vida com o pudor que era sua natureza. Continue lendo “Os meus sentimentos”

Pílulas

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Sou um fanático da pílula. E há pílulas de humor – frases ácidas, episódios insólitos – que, na sua concisão e surpresa, valem mais do que qualquer crónica. Vamos, então, às pílulas: Continue lendo “Pílulas”

O amor alemão

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Não foi com passos de traição à pátria que Francis Coppola e George Lucas entraram no átrio do Hotel Lancaster, em Paris. Mas punham os pés no mesmo chão que Arletty pisara a caminho da prisão. Coppola aceitara uma entrevista comigo, e Lucas apareceu como bónus, cada bolso dele a valer um milhão de dólares, frisou Francis. Continue lendo “O amor alemão”

É só fumaça

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Bardamerda pró fascista. Se fosse vivo, e o saudoso almirante lhe cedesse os direitos da inocente frase, o patrão Harry Warner, um dos irmãos fundadores da Warner Bros, teria como se defender do jovem crítico politizado. Continue lendo “É só fumaça”

Os loucos anos 20 tinham filmes nos olhos

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Meteu-se pelos olhos ocidentais dentro e o olho do mundo nunca mais foi o mesmo. Há uma imagem de Un Chien Andalou, que resume exemplarmente tudo: dois dedos abrem bem as pálpebras do olho de uma mulher, uma mão segura uma navalha de barbear. Continue lendo “Os loucos anos 20 tinham filmes nos olhos”