O palco está pouco iluminado. No canto direito, Zizi Possi lança a cabeça e os ombros bem para trás – e por um momento tem-se a impressão de que ela está fazendo aquele movimento para aliviar sua tensão. Continue lendo “Um show da jovem Zizi Possi bem assim, assim”
Um texto sobre Ivan Lins de 1981. E um mea culpa hoje
Ivan Lins andou melhorando bastante, ao longo destes dez anos de carreira profissional. (Este texto foi escrito em 1981.) Continue lendo “Um texto sobre Ivan Lins de 1981. E um mea culpa hoje”
Do forte ao sutil, na soma de Fagner
Os fanáticos com a arte irremediavelmente presa às raízes, os que não aceitam mistura ou evolução, as pessoas que acham que lugar de músico crioulo é (só) na quadra da escola de samba, ou na Marquês de Sapucaí, e que lugar de músico nordestino é (só) nos forrós, puxando xote e baião, esses devem passar bem ao largo de Traduzir-se, 8º LP de Raimundo Fagner. Continue lendo “Do forte ao sutil, na soma de Fagner”
O disco que apresentou a bossa nova. Não, não é de João Gilberto
Está de volta às lojas, reeditado há poucos dias (o texto é de 1981) pela PolyGram, um LP importantíssimo, um marco histórico da música popular brasileira. Seu lançamento original foi há 23 anos – quando, portanto, boa parte do público que consome disco no país estava engatinhando, ou nem isso. Continue lendo “O disco que apresentou a bossa nova. Não, não é de João Gilberto”
Nara, num momento especial
Saibam todos que Nara Leão canta bem.
Quem proclama isso, com a segurança tranqüila de quem sabe muito bem o que está proclamando, é Nara Leão. Continue lendo “Nara, num momento especial”
Um grande disco da cantora de sensibilidade rara
Quando Nara Leão estava ouvindo diversas músicas inéditas, gravadas em fitas, para a escolha deste que seria o 15º disco só seu, rejeitou várias delas por conterem “muita lamentação”. Essas músicas rejeitadas, diz ela, “tinham um clima pra baixo que era exatamente o oposto do que eu queria”. Continue lendo “Um grande disco da cantora de sensibilidade rara”
Os diferentes destinos de Dominguinhos e Anastácia
Quando, em 1974, Gilberto Gil gravou “Eu Só Quero um Xodó”, e a música fez um imenso sucesso no País inteiro (em apenas dois anos, teve 20 gravações diferentes), seus autores já eram veteranos. Continue lendo “Os diferentes destinos de Dominguinhos e Anastácia”
João Gilberto é a perfeição
Nove meses de gestação, e o disco ainda não chegou às lojas. Muito mistério, repertório guardado em segredo até poucos dias atrás, todos os estranhos proibidos de entrar no estúdio de gravação. Primeira apresentação pública através de uma rádio do Interior, de Aparecida, escolhida não se sabe exatamente por que motivos. A fita máster com as vozes indo para os Estados Unidos, para receber o acompanhamento. Na volta, o Artista, descontente, mexe no resultado, remixa várias vezes algumas faixas. Continue lendo “João Gilberto é a perfeição”
Joan Baez Volume 2: a ditadura põe o Brasil em seletíssima companhia
Três países impediram que a voz de Joan Baez fosse ouvida, durante sua carreira que já tem 23 anos e diversas viagens por vários continentes: a União Soviética, a Argentina e o Brasil. Continue lendo “Joan Baez Volume 2: a ditadura põe o Brasil em seletíssima companhia”
Dylan Volume 1 – O artista que é três, cinco, vários, alguns milhões
“Bob Dylan reescreveu a gramática do rock assim como James Joyce reescreveu as regras do romance. Ele é o único autor de rock a quem o termo poeta pode ser rigorosamente aplicado. É o maior e mais invulgar talento da música rock. O que os Beatles fizeram, em conjunto, pelo rock, ele fez sozinho.” (Jeremy Pascall, em The Illustrated History of Rock Music, Londres, 1977.) Continue lendo “Dylan Volume 1 – O artista que é três, cinco, vários, alguns milhões”
Um Gonzaguinha cheio de energia, e fascinante
Coisa Mais Maior de Grande – Pessoa, nono LP de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior em 13 anos de carreira, demonstra algumas verdades fascinantes. Continue lendo “Um Gonzaguinha cheio de energia, e fascinante”
O disco em que Caetano inventou outras palavras
Em entrevistas que deu entre a gravação (dezembro de 1980) e o lançamento (março de 1981) de Outras Palavras, seu 12º LP solo, Caetano Veloso fez algumas constatações sobre este seu mais recente trabalho. Constatações que mostram, em suma, que o autor não ficou completamente contente com a sua obra – ou, pelo menos, que o autor não executou a sua obra da maneira como gostaria de a ter executado. Continue lendo “O disco em que Caetano inventou outras palavras”
Fernando Falcão, um nome que devia ser gravado
Seguramente é mínimo o número de pessoas que já ouviram sequer falar de Fernando Falcão, o artista que se apresenta; a partir de hoje e até o próximo dia 5 (este texto é de abril de 1981), na Sala Guiomar Novaes. Continue lendo “Fernando Falcão, um nome que devia ser gravado”
Um disco histórico, raro: 12 pérolas de Geraldo Pereira
A primeira grande qualidade do LP Geraldo Pereira, que o Estúdio Eldorado acaba de lançar (em março de 1981) como o quinto volume de sua série “Evocação”, é simplesmente o fato de ele existir. Continue lendo “Um disco histórico, raro: 12 pérolas de Geraldo Pereira”
Os tempos em que o grande Baden tropeçava na voz
O violonista Baden Powell, todos sabem, é um dos maiores (se não o maior) do País. É tido por muita gente boa como um dos melhores de todo o mundo. É respeitado e aplaudido aqui, e também na França, na Alemanha, na Itália. Pois, Baden Powell resolveu cantar. E o violonista genial é um péssimo cantor. Continue lendo “Os tempos em que o grande Baden tropeçava na voz”