Em um país tão perverso, no qual o imprescindível equilíbrio das contas públicas esbarra em um Parlamento que limita o reajuste real do salário mínimo e ao mesmo tempo libera o fura-teto nos ganhos dos privilegiados de sempre, é difícil se imbuir do espírito do Natal. Nem os mais otimistas, entre os quais me encaixo, encontram ânimo diante da sucessão de escárnios perpetrados em todas as esferas e níveis de poder. Mas é Natal, então, escoro-me na ficção do bom velhinho, a quem se remetem desejos – mesmo os impossíveis. Continue lendo “Querido Papai Noel”
Grana!
De um lado, um mercado terrorista; do outro, um Congresso chantagista; e num terceiro lado desse triângulo nada amoroso tem um ajuste fiscal a fazer, herdado de um presidente que gastou dinheiro público a rodo para se reeleger e deixou a conta para o governo seguinte. Continue lendo “Grana!”
Golpe militar ou de militares?
A prisão do general Braga Neto – o primeiro militar de patente máxima a ir para o cárcere em um regime democrático no Brasil – levanta uma questão que não é semântica: afinal, estivemos diante de uma tentativa de golpe de militares ou de um golpe militar? Continue lendo “Golpe militar ou de militares?”
Gênios
Tem uns gênios da raça dizendo que a tentativa de golpe não é crime. O crime, então, seria o golpe propriamente dito? Não! Ainda não. O golpe só seria crime se fracassasse! Ora, e por quê? Continue lendo “Gênios”
Troféu de viagem
Jornalista de chapéu, como nos velhos e elegantes tempos, podia ser visto nos dias de hoje, não por exibição de elegante indumentária, mas para proteção contra o sol escaldante de tantas regiões de nosso País. No caso deste que vos escreve, tratava-se de peça esportiva, de uso comum em praias e lugares despojados de sombra.
De costas para o país
Para comemorar
O Bom Velhinho Desbotou!
Sem cabeça
A Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que deveria se preocupar com a reconstrução da cidade após as enchentes devastadoras de maio passado, aprovou ontem um projeto de lei que estabelece a censura aos professores nas escolas municipais. Continue lendo “Sem cabeça”
Acordo Mercosul-União Européia é resposta ao protecionismo
Quando Fernando Henrique Cardoso e Jacques Chirac, então presidente da França, anunciaram no Rio de Janeiro, em 1999, o início das negociações para o acordo Mercosul-União Européia, o mundo era inteiramente diferente dos dias atuais. A globalização da economia estava em marcha ascendente, as cadeias produtivas globais estavam em formação, a China não era uma ameaça à hegemonia econômica dos Estados Unidos, não havia a possibilidade de uma nova guerra mundial e a democracia se afirmava como grande valor vitorioso ao final do século 20. A guerra fria, por sua vez, era coisa do passado. Continue lendo “Acordo Mercosul-União Européia é resposta ao protecionismo”
Sherlock Holmes come mosca
Em uma noite de insônia, peguei ao acaso um dos livros da minha estante. Um Sherlock Holmes, que nem lembrava possuir. Trazia memórias do Dr. Watson, com o relato de como, recém-chegado da Índia, o médico acabou indo morar com o famoso detetive, e se envolveu com seu trabalho. Continue lendo “Sherlock Holmes come mosca”
O elemento Marçal
Desde junho do ano passado, quando o TSE tornou Jair Bolsonaro inelegível, pretensos herdeiros começaram a colocar suas fichas na mesa, movimento que se intensificou com o indiciamento do ex pela Polícia Federal. Alguns mais afoitos, como o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil), outros menos, como os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) – já descartado do baralho -, o do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e o de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), o preferido. Correndo por fora, Michele Bolsonaro (PL) e o autodeclarado plano B, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O que os engarrafados postulantes à direita e boa parte dos analistas parecem desprezar é o elemento Pablo Marçal, que só não disputará a Presidência em 2026 se for judicialmente impedido. Continue lendo “O elemento Marçal”
“Brutalidade como política de segurança”
“Cada dia que o sr. Guilherme Derrite continuar à frente da Secretaria da Segurança Pública sinalizará à sociedade que, para o atual governo de São Paulo, vale tudo em nome de um suposto combate ao crime, até mesmo jogar um suspeito de uma ponte durante uma abordagem policial de rotina, matar uma criança de 4 anos durante uma suposta troca de tiros com criminosos, desferir um tiro fatal à queima-roupa em um estudante que deu um tapa no retrovisor de uma viatura ou executar outro suspeito com 11 tiros nas costas porque ele teria furtado pacotes de material de limpeza em um supermercado.” Continue lendo ““Brutalidade como política de segurança””
Lula, o populista e o estadista
As condições eram as mais favoráveis possíveis para o governo fazer um ajuste fiscal consistente, com medidas estruturantes para equacionar a questão da dívida pública. Hoje é o principal gargalo para o crescimento sustentado. Não lhe faltaria apoio no Congresso Nacional, largamente reformista, nem entre os agentes econômicos. A própria sociedade tem consciência da necessidade de se evitar o retorno da inflação. A conjuntura lhe dava a oportunidade de ouro de fazer o ajuste em um bom momento da economia, com o PIB crescendo além das expectativas e o emprego em expansão. Continue lendo “Lula, o populista e o estadista”
O Brasil cresce
Má notícia para a turma da Faria Lima hoje: a economia brasileira está crescendo, e bem acima do esperado. É a oitava com maior crescimento do mundo no terceiro trimestre deste ano. Continue lendo “O Brasil cresce”