Os dois países de Lula

Um país está indo bem, com a cabeça no lugar.

O presidente do Banco Central, com a austeridade de um monge, preside a reunião de um comitê de sábios financeiros que aumenta, por unanimidade, em 0,75% a taxa básica de juros, porque a inflação de demanda ameaça ressuscitar o velho e aparentemente adormecido dragão da inflação. Continue lendo “Os dois países de Lula”

Historinhas de redação (2): O Cafa e a lista telefônica

O Inajar de Souza morreu jovem e hoje é nome de avenida da zona norte de São Paulo. Era pessoa amável, e se divertia fazendo o gênero cafajeste. Na redação, havia uma repórter bonita, que vestia com sobriedade, mas, obediente à moda, com a saia acima do joelho. Continue lendo “Historinhas de redação (2): O Cafa e a lista telefônica”

Apostas em postes

Há 65 anos, a ditadura do Estado Novo chegava ao fim, mas Getúlio Vargas não fora de todo vencido. Deposto, nem mesmo teve seus direitos políticos cassados, como fizera com seu antecessor. Permutou sua alforria em troca do apoio explícito a Eurico Gaspar Dutra, seu leal ministro da Guerra. Continue lendo “Apostas em postes”

A última flor do Lácio

A um gabinete presidencial, como se sabe, chegam muitas cartas. Nestes tempos petistas a coisa não é diferente. E como ocorre em qualquer administração, as mensagens dificilmente sequer roçam as mãos do chefe do governo – há uma equipe de assessores que faz a triagem e responde o que é para responder. Continue lendo “A última flor do Lácio”

Comércio internacional de armas

Journal intime d’un marchand de canons, que poderia ser traduzido como Diário íntimo de um vendedor de canhões é uma ficção de Philippe Vasset. O autor é jornalista. E já no Prefácio, adverte: “…por trás dessas histórias, se agita uma realidade globalizada, sobre a qual nada se sabe, ou quase nada. Apesar de ser ficção, todos os episódios aconteceram, os nomes e as datas são verídicos.” Continue lendo “Comércio internacional de armas”

O Kindle, os livros de papel e a Catherine

Em artigo para esta página, Anélio Barreto demonstra o gosto pelo livro impresso, e o desencanto com o virtual. Ora, imaginemos que uma pessoa, um amigo da gente, vá passar duas semanas em uma ilha sem recursos. Vem a pergunta clássica: “O que você levaria para uma ilha?”. Continue lendo “O Kindle, os livros de papel e a Catherine”

Mentir ou mentir

O não às privatizações, que tanto sucesso fez nas eleições de 2006, é hoje uma zona de risco perigosa para a pré-candidata Dilma Rousseff. Ao entoar essa mesma cantilena, a ex-ministra não só se apresenta com um discurso envelhecido, surrado e ultrapassado, como expõe de maneira cruel o seu patrocinador. Continue lendo “Mentir ou mentir”

Saudade na portaria

Sardas desenhando o rosto claro, cabelos brancos presos em um coque antigo, a primeira moradora do prédio recém construído chega ao décimo e último andar – três quartos, sala, cozinha, área de serviço -, ajeita frutas, verduras, jornais, ajeita-se. Continue lendo “Saudade na portaria”

O Kindle, o iPad e o Google

Existe um mundo em que, em uma floresta maravilhosa, por onde passeia um riacho que vai descansar em um lago onde cintilam estrelas, vivem os homens-livros. Lá estão Madame Bovary, Ulysses, Lolita, Dom Quixote, Peter Pan, Narizinho e todos – todos – os seus amigos. Eles passeiam, por toda a floresta, contando suas histórias. A floresta é uma enorme, interminável biblioteca que anda e fala. Continue lendo “O Kindle, o iPad e o Google”