Uma casa bela, ampla. Porém…

Depois do que aconteceu, vão dizer que sou um saudosista irrecuperável. Não é assim. Quando a filha propôs deixarmos nossos apartamentos e viver em uma casa bonita, de um condomínio fechado, me animei. Lembrei dos anos, décadas, inesquecíveis passados em uma casa que eu e minha Haydeé havíamos construído à nossa feição e gosto. Continue lendo “Uma casa bela, ampla. Porém…”

Quando até os gestos tinham voz

No tempo em que o astro rei brilhava no firmamento era mais fácil escrever uma pequena crônica. As frases de efeito falavam por si – tempos em que até mesmo os gestos tinham voz. O leitor, inefável cúmplice de retóricas soberbas, não se assombraria diante da descoberta de algum amor abismal. Continue lendo “Quando até os gestos tinham voz”

Shazam! – e o repórter voava

Anotações de um confinado.

Um simples telefonema pode transformar um sujeito cansado, tarde da noite, em um enviado especial. Então… À uma e meia da madrugada, os últimos convidados de uma festa tinham saído. Este que vos escreve já estava no quarto, olhando amavelmente para a cama. O telefone toca, Haydeé atende. “É o Mitre.” Continue lendo “Shazam! – e o repórter voava”

Sem estante de livros atrás não há entrevista

Não posso imaginar por que a GloboNews me ligaria pedindo entrevista. Quem sabe pela cobertura que fiz (ao lado de uma penca de coleguinhas) da visita de um presidente da República brasileiro e militar a Portugal, o general Garrastazu Médici. Afinal, é data redonda. Faz 50 anos. Meio século! Continue lendo “Sem estante de livros atrás não há entrevista”

Primavera!

A primavera chegou nesta terça-feira, dia 22, no Hemisfério Sul. Não houve explosão de flores, pássaros cantando, borboletas esvoaçantes, a natureza em festa, porque isso só acontece em desenho animado. Continue lendo “Primavera!”

Fogaréu

Acho que tem a ver com muito tempo de confinamento, sob o noticiário da tevê e do celular, o fato de minha coerência estar indo para o espaço, junto com a lucidez e o senso crítico. Cheguei ao ponto de misturar realidade com o absurdo despejado por bárbaros nos meios de comunicação. Continue lendo “Fogaréu”

A nova arte do confinado

Nestes tempos estranhos, acontecem fatos mais do que estranhos. Quando eu poderia imaginar que viria a ser um pianista, admirado por todos na família? E mais isto: que me destacaria em consertos, com performances das quais eu próprio me admiro? Continue lendo “A nova arte do confinado”

Garçons sinceros

Na noite em que conheci o garçom mais sincero da minha vida, estávamos recém-chegados a Passos, no sul de Minas, para matéria sobre a Hidrelétrica de Furnas. Este da caneta, e Hélvio Romero, das câmeras e objetivas (mas pode chamar de texto e fotos). A hidrelétrica estava muito mal, com água pelas canelas. Continue lendo “Garçons sinceros”

Que falta fez o analista em Bagé

Alguém aí tem uma dica para um coroa cair na balada? Esse sou eu, um trouxa que há três meses não põe o pé fora de casa (um apartamento), com medo de que o corona esteja espreitando para me pegar. Já pensei em tomar um simples cafezinho na padaria, mas me assustei com o obituário. No vacilo, deu bacilo. Continue lendo “Que falta fez o analista em Bagé”