Depois do que aconteceu, vão dizer que sou um saudosista irrecuperável. Não é assim. Quando a filha propôs deixarmos nossos apartamentos e viver em uma casa bonita, de um condomínio fechado, me animei. Lembrei dos anos, décadas, inesquecíveis passados em uma casa que eu e minha Haydeé havíamos construído à nossa feição e gosto. Continue lendo “Uma casa bela, ampla. Porém…”
Quando até os gestos tinham voz
No tempo em que o astro rei brilhava no firmamento era mais fácil escrever uma pequena crônica. As frases de efeito falavam por si – tempos em que até mesmo os gestos tinham voz. O leitor, inefável cúmplice de retóricas soberbas, não se assombraria diante da descoberta de algum amor abismal. Continue lendo “Quando até os gestos tinham voz”
Terraplanistas e outros sete temas
Estadão: descoberta água congelada na lua. Ótimo, agora é só levar o uísque. Continue lendo “Terraplanistas e outros sete temas”
Traços de personalidade (momentos)
Frase lapidar: “Quem manda sou eu!”.
As notícias pingam na tela
Notícias brotam a qualquer momento no alto da tela do meu laptop, desde que aceitei um serviço sem medir consequências. Surgem em uma linha fina que felizmente logo se apaga. Ora, o que há de mal nisso? Continue lendo “As notícias pingam na tela”
Shazam! – e o repórter voava
Anotações de um confinado.
Um simples telefonema pode transformar um sujeito cansado, tarde da noite, em um enviado especial. Então… À uma e meia da madrugada, os últimos convidados de uma festa tinham saído. Este que vos escreve já estava no quarto, olhando amavelmente para a cama. O telefone toca, Haydeé atende. “É o Mitre.” Continue lendo “Shazam! – e o repórter voava”
Sem estante de livros atrás não há entrevista
Não posso imaginar por que a GloboNews me ligaria pedindo entrevista. Quem sabe pela cobertura que fiz (ao lado de uma penca de coleguinhas) da visita de um presidente da República brasileiro e militar a Portugal, o general Garrastazu Médici. Afinal, é data redonda. Faz 50 anos. Meio século! Continue lendo “Sem estante de livros atrás não há entrevista”
Primavera!
A primavera chegou nesta terça-feira, dia 22, no Hemisfério Sul. Não houve explosão de flores, pássaros cantando, borboletas esvoaçantes, a natureza em festa, porque isso só acontece em desenho animado. Continue lendo “Primavera!”
Fogaréu
Acho que tem a ver com muito tempo de confinamento, sob o noticiário da tevê e do celular, o fato de minha coerência estar indo para o espaço, junto com a lucidez e o senso crítico. Cheguei ao ponto de misturar realidade com o absurdo despejado por bárbaros nos meios de comunicação. Continue lendo “Fogaréu”
Alice no mundo do celular
Alice fazia questão de qualificar-se como “do lar”. Era sua marca, quando preenchia questionários para o crediário em loja de eletrodomésticos. A expressão correspondia inteiramente a sua faina. Continue lendo “Alice no mundo do celular”
A nova arte do confinado
Nestes tempos estranhos, acontecem fatos mais do que estranhos. Quando eu poderia imaginar que viria a ser um pianista, admirado por todos na família? E mais isto: que me destacaria em consertos, com performances das quais eu próprio me admiro? Continue lendo “A nova arte do confinado”
Garçons sinceros
Na noite em que conheci o garçom mais sincero da minha vida, estávamos recém-chegados a Passos, no sul de Minas, para matéria sobre a Hidrelétrica de Furnas. Este da caneta, e Hélvio Romero, das câmeras e objetivas (mas pode chamar de texto e fotos). A hidrelétrica estava muito mal, com água pelas canelas. Continue lendo “Garçons sinceros”
Eta juiz porreta
O que faz um confinado para evitar o canto da sereia – a Melô do Bolsô – quando se dispõe a escrever um texto? Abre o baú de antigas reportagens. Continue lendo “Eta juiz porreta”
Que falta fez o analista em Bagé
Alguém aí tem uma dica para um coroa cair na balada? Esse sou eu, um trouxa que há três meses não põe o pé fora de casa (um apartamento), com medo de que o corona esteja espreitando para me pegar. Já pensei em tomar um simples cafezinho na padaria, mas me assustei com o obituário. No vacilo, deu bacilo. Continue lendo “Que falta fez o analista em Bagé”
Dize-me o que dizes e te direi quem és
Graham Bell – Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros já foram.
Bernard Shaw – A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos. Continue lendo “Dize-me o que dizes e te direi quem és”


