Alfredo Rizzutti faria uma foto comovente, em uma igreja de Tubarão, cidade catarinense devastada por uma enchente colossal. Quando deixamos a sede do Jornal da Tarde, no entanto, não tínhamos a menor certeza de que conseguiríamos chegar ao palco da tragédia. Tubarão estava isolada. Continue lendo “A imagem da tragédia”
Antes de mandar para a nuvem…
Primeiro Mônica dizia: “Salva o texto no disquete”. Bem, se minha filha falou, está falado. Ela entende… O pai dela, este modesto eu, estava na fase pós-datilografia (uso de máquina de escrever). Bem ou mal encarei o disquete. Continue lendo “Antes de mandar para a nuvem…”
Quando a besteira assolava o país
Stanislaw Ponte Preta (nascido Sérgio Porto) escreveu o Febeapá, Festival de Besteira que Assola o País, com fatos reais, em 1966, dois anos depois de instalada a “redentora”, como ele chamava o regime militar. Continue lendo “Quando a besteira assolava o país”
Não falta assunto no botequim
Nos tempos de Fernando Henrique Cardoso a conversa nos bares depois do trabalho era uma chatice. O presidente não atacava ninguém, não anunciava que ia intervir em questões banais, não via garras comunistas em órgãos técnicos, não saía a pé do Palácio… Não ia, dia sim dia não, a um evento oficial ou de outra natureza, e ficava de boca fechada. Continue lendo “Não falta assunto no botequim”
Tem alguém vivo aí?
César, meu neto, treze anos recém completados, segurava uma arma poderosa, na sala de seu apartamento. A arma, na verdade, estava na tela da tevê. O que César tinha nas mãos era um controle; nos ouvidos, fones. Mas era como se segurasse a arma, pois ela executava todos os movimentos, e disparava rajadas, num cenário de batalha. Continue lendo “Tem alguém vivo aí?”
Impeachment, não. Interdição
Acho um absurdo quando alguém fala em impeachment de Bolsonaro. Este é o remédio para governantes preparados, com grande capacidade de ação, mas que a utilizam para o mal. O presidente, para começar, é imaturo. Diante de problemas prementes, inadiáveis, preocupa-se com minudências como pontos na carteira de motorista. Continue lendo “Impeachment, não. Interdição”
E se o Borba Gato ganhasse vida?
Cuidado. Contém besteirol.
Começou com um WhatsApp que mandei para Yara, minha irmã, manicure e pedicure no Guarujá. O retorno veio em segundos: “Estou acabando um pé e já respondo”. Ora, replico, Michelangelo também pode ter dito isso a quem o interrompeu enquanto esculpia o David. Continue lendo “E se o Borba Gato ganhasse vida?”
Com a broxa na mão
Hoje em dia não existe mais o risco de tirarem a escada e o pintor ficar com a broxa na mão. Pelo menos em termos literais. Estou vendo no meu prédio, nestes dias. Os pintores sentam-se no que poderia se chamar andaime móvel, seguro por cordas, e vêm descendo, pintando, andar por andar. Vinte e três andares. Continue lendo “Com a broxa na mão”
Turismo na Estação Espacial
Em busca de assunto ameno, assim que iniciamos os trabalhos à frente de uma bebidinha e uns tira-gostos, começo a falar do turismo na Estação Espacial Internacional, que a Nasa programa para 2020. Continue lendo “Turismo na Estação Espacial”
Por que não um mórmon no STF?
Pela fala de Bolsonaro, o próximo candidato à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal terá que ter um novo atributo. Acima dessas obviedades de currículo, passado ilibado, qualidades pessoais, estará a religião que professa. A nota de corte, por assim dizer, é se o elemento é ou não evangélico. Se não for, estará fora. Continue lendo “Por que não um mórmon no STF?”
O termômetro
Fico um tanto irritado com os dias de hoje, em que nada mais é natural. Até há pouco, havia um termômetro no alpendre. Quando o filete de mercúrio descia, nos começos de madrugada, nos preparávamos para o frio. Continue lendo “O termômetro”
Nem o construtor suporta o Minhocão
O Estadão deste sábado, 18, abriu uma arte em seis colunas na primeira página sobre o Elevado João Goulart, ex-Elevado Costa e Silva, o Minhocão. A reportagem é sobre a tentativa de se produzir um fenômeno que vem sendo tentado ao longo dos anos. Transformar o elevado em uma aprazível passarela de lazer. Continue lendo “Nem o construtor suporta o Minhocão”
O homem com a muleta
Ao colocar o pé no terceiro degrau da escada, saindo da portaria do meu prédio, vi o homem. Estava do outro lado da rua, inerte; parecia ter estado assim havia semanas. No entanto, mal toquei a calçada, fez um gesto. Apanhou uma bengala, largada na mureta da casa em frente, e pôs-se a caminhar. Continue lendo “O homem com a muleta”
Se Rembrandt fosse brasileiro
Sob um céu crepuscular, o menino deitado às margens do Reno vê as pás do moinho refletidas na água. Súbito, é tomado de intensa emoção, pois parece enxergar naquelas pás a cruz de Cristo. As sombras, as cores, cambiam com o avançar dos minutos, e isso agora o atordoa. Continue lendo “Se Rembrandt fosse brasileiro”
Onde ele está com a cabeça?
Concluí recentemente que comprar em feiras-livres é arriscado. Isso de compre um jiló e leve três. E, de quebra, um abacaxi. E se for mercadoria ruim? Em política pode ser ainda pior. Compre um Bolsonaro e leve quatro. E ganhe um Olavo de Carvalho. Continue lendo “Onde ele está com a cabeça?”





