Black ass

Em vez de apertar a mão a El Chapo, Sean Penn devia era dar beijos a Robert Trivers. El Chapo é barão da droga no México. Deixou-se seduzir por um filme sobre a sua vida e a polícia apanhou-o de mão na mão com Sean Penn. A vaidade tramou El Chapo. Continue lendo “Black ass”

Um lobo para o A-PV

With her husband, "Revolutionary Road" director Sam Mendes, right, Kate Winslet poses with awards for best actress drama for “Revolutionary Road” and supporting actress for “The Reader” backstage at the 66th Annual Golden Globe Awards on Sunday, Jan. 11, 2009, in Beverly Hills, Calif. (AP Photo/Mark J. Terrill)

Estremeço. Estremeci com o BPN, depois com o BES, agora com o Banif. Temo que, esquecido, Alves dos Reis perca o lugar no pódio dos nossos maiores burlões. António-Pedro Vasconcelos, tu que sabes o que são personagens, como bem se vê no “Amor Impossível”, faz dele, à Scorsese, o lobo de um filme teu! Continue lendo “Um lobo para o A-PV”

Pistola à cinta

zzmanuel

Can­tora de bole­ros, mexi­cana e pre­da­dora por opção, Cha­vela Var­gas tem uma vida dese­nhada para filme. E o cinema fez-lhe jus­tiça: nos fil­mes de Almo­dó­var, que tão bem lhe pilha a música, e no docu­men­tá­rio que lhe pro­du­ziu o meu amigo Alvaro Lon­go­ria. Não são fil­mes, são ramos de flores. Continue lendo “Pistola à cinta”

Um par de estalos

zzmanuel - vale

As lágri­mas de Faces são as lágri­mas da vida. Fil­ma­das por John Cas­sa­ve­tes em 16mm e ampli­a­das para 35, são lágri­mas cheias de grão, como o grão da vida que nos faz cho­rar no dia-a-dia. Fil­ma­das à mão – qual tripé, qual dolly –, são lágri­mas de Lynn Car­lin, uma não actriz, que Cas­sa­ve­tes esco­lheu por ter os mes­mos “olhos gor­dos” de Gena Rowlands. Continue lendo “Um par de estalos”

A mercearia de Scorsese

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Na minha rua da Vila Alice, em Luanda, havia três mer­ce­a­rias. Mas só a do Senhor Manel se podia gabar de ser o espe­lho bor­ge­si­ano das mer­ce­a­rias do Bronx Tale, gen­til filme que Robert De Niro diri­giu, ou das que Phi­lip Roth evoca em roman­ces abu­si­va­mente autobiográficos. Continue lendo “A mercearia de Scorsese”

O ditador e o macaco

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Todo o dita­dor fas­cista de pri­meira classe adora cinema. Ame­ri­cano. O dita­dor comu­nista, ou social-fascista, tam­bém. Há mais de um traço comum a ir de Hitler a Esta­line, mas há um, dese­nhado a fan­to­má­ti­cas luzes e som­bras, feito em salas escu­ras, que é o cinema. Continue lendo “O ditador e o macaco”

Verão interruptus

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Já devia estar preso há muito. Eu. Ques­tões de off-shore. Fale­mos de tama­nho. Há o tama­nho da abun­dante sen­su­a­li­dade de Kath­leen Tur­ner em Body Heat. Wil­liam Hurt toca-lhe e queima-se todo. Não é tama­nho que se com­pare com o tama­nho da ile­ga­li­dade que abrasa o meu passado. Continue lendo “Verão interruptus”

Pessoa e Godard

zzmanuel01Hollywood foi para Godard o que o sexo foi para Fer­nando Pes­soa: nunca expe­ri­men­tou. Não foi por falta de von­tade, e houve até um dia em que, como Pes­soa a colar a ansi­osa boca à boca de Ofé­lia, Godard bei­jou Hollywood no canto dos lábios. Continue lendo “Pessoa e Godard”