estive de pé, um tempo, assombrado. minha cabeça delira. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 49”
A Espécie Humana. Capítulo 48
chamei-a de Morte mas acho que me enganei quando a desenhei. é a Vida. seus véus voam de leve e a coroa tem um brilho de lua. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 48”
A Espécie Humana. Capítulo 47
meio que durmo, meio que devaneio… não sei se tenho febre, mas tremo por um nada. ando de cá para lá, quarto, sala, cozinha, banheiro, quero sair à rua mas trocar-se é tão demorado e eu acabo comendo uma fruta ou um pão com leite se sair à noite comerei algo, não, não sairei à noite. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 47”
A Espécie Humana. Capítulo 46
me escondo na toca mais escura,
cavo meus túneis protetores,
abro janelas camufladas Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 46”
A Espécie Humana. Capítulo 45
eis-me aqui, no apartamento. o menino ficou em São Paulo e eu voltei. após uma limpeza, coloquei o mínimo necessário: um colchão no chão, um chuveiro e uma tábua sobre três tijolos. sobre a tábua coloquei vasos com plantas. no chão da sala ainda uma peneira grande cheia de frutas. na cozinha foi deixado um fogãozinho de duas bocas, que funciona. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 45”
A Espécie Humana. Capítulo 44
mexemo-nos na cama. o menino já deve ter dormido. num momento, meu pai rompe com o silêncio. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 44”
A Espécie Humana. Capítulo 43
à noite, deitados, pergunto a meu pai:
que música pra hoje?, pai. mas o menino é mais rápido:
pai, ponha uma música… que não seja clássica.
posso escolher? Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 43”
A Espécie Humana. Capítulo 42
no café, o menino:
pedi uma história de vida e você contou uma história de morte.
nada disso, mocinho. minha história é de vida. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 42”
A Espécie Humana. Capítulo 41
pai, leia uma história antes de nós dormirmos. uma história de vida.
uma história? vou então ler uma que eu traduzi do Esperanto.
como se chama?
O pássaro todo maravilha. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 41”
A Espécie Humana. Capítulo 40
na manhã seguinte, durante o café:
vovô, o diabo existe?
existe. diabo é o nome da burrice humana. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 40”
A Espécie Humana. Capítulo 39
percebi aos poucos que nenhum de nós conseguira dormir. de vez em quando alguém se mexia. meu pai era o mais discreto. finalmente, o menino:
A Espécie Humana. Capítulo 38
estamos deitados, cada um no seu colchão. temo que o menino não durma logo porque hoje, ao contrário da tarde de ontem, quando ele ficou perambulando com os cães, hoje ele dormiu praticamente o dia inteiro. comeu em horas erradas e não falou absolutamente nada. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 38”
A Espécie Humana. Capítulo 37
pai, qual é a música mais triste que você conhece?, perguntou-me meu filho. já estamos deitados nos nossos colchões. o dia foi pesado. meu pai não conseguiu esconder aqueles olhares em que eu comecei a perceber um tipo de censura muda. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 37”
A Espécie Humana. Capítulo 36
meu filhinho como que está só em presença da morte. Isaías falou e Pedro repetiu, séculos depois:
toda a carne é erva
e todo o seu encanto é uma florzinha campestre; Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 36”
A Espécie Humana. Capítulo 35
não gostaria de viver novamente aquela manhã. não podemos escolher: atendemos ao telefone e alguém nos dá a notícia; abrimos a porta e nos deparamos com a notícia; recebemos o telegrama ou a carta e ei-la, a notícia. a coroa do silêncio. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 35”