O perigo pode morar nas flores, é o que constatei recentemente. Quando alguém abre a porta e, do outro lado, surge um braço carregando um buquê, é certo que corações se derretam. Quem envia expõe sua gentileza e homenageia quem recebe com o melhor de sua humanidade. Continue lendo “As flores do bem, as flores do mal”
Favre e o sonho
A grande verdade é que nós, os seres humanos, fomos feitos para a fábula. Poucos conseguem se inserir nela, alcançá-la, porém todos buscam, e a prova mais evidente disso é o imenso sucesso das dezenas de loterias que a Caixa Econômica Federal explora. Continue lendo “Favre e o sonho”
Felizes são os peixes
Café tomado, dentes escovados, roupas e bolsa em relativa ordem, percorro com calma, do meu jeito, os 11 ou 12 quarteirões que me separam de um dos meus mais antigos amigos paulistanos. Continue lendo “Felizes são os peixes”
Certa manhã nas areias de Copacabana
Vinte anos de idade, meio confuso diante do que estava acontecendo nos últimos dias, eu fora poucas vezes ao Rio de Janeiro. O desconhecido, as pessoas, o mar, a cidade enorme me assustavam. Continue lendo “Certa manhã nas areias de Copacabana”
Mal rompe a manhã
É esquisito, mas, ás vezes, tenho a sensação de que já fui feliz. Completamente. Continue lendo “Mal rompe a manhã”
Viajando no Padre Antonio Vieira
Viajei com meus amigos para Bilbao, para enfrentar um desafio e buscar uma vitória. Enfrentamos os obstáculos e conquistamos o que queríamos, ao final de três longos dias de muita conversa e chuva. Continue lendo “Viajando no Padre Antonio Vieira”
Concerto para clarineta
Sempre que chove à noite como hoje aqui em Campinas, uma chuva mítica e de lentos espantos, lembro de Lars Bjenikold. Imagine uma pequena cidade perdida no litoral do Pará, onde a estação das águas provoca dias de umidade tão intensa que as gotas de vapor chegam a escorrer em nossa própria alma. Pois ali eu tinha uma casinha, franciscana e simpática, há tempos. Continue lendo “Concerto para clarineta”
O repórter vai atrás do diamante puro
Falo por mim, mas sei que repórteres adoram quando acham (ou lhes cai no colo) um personagem sob medida para sua matéria. Agora, esse personagem é como diamante. A menor imperfeição compromete a qualidade. Continue lendo “O repórter vai atrás do diamante puro”
Culpa de quem?
Mesmo tendo sido criada em fazenda, custei a conviver com tratores.
Meu pai, mineiro, antigo, cauteloso, incapaz de um passo maior que as pernas, pelejava com arados e carros de bois. Continue lendo “Culpa de quem?”
Os órfãos e os roedores do Estado
Existe gente que, diante de qualquer problema, clama pela bênção do Estado ou do governo do momento. Muitas são as tarefas que o poder, representante dos eleitores e cidadãos, arrecadador voraz de impostos, deve assumir. Continue lendo “Os órfãos e os roedores do Estado”
A moça da tarde
Foi então que, meio na fossa, resolvi, naquele verão, ir para uma cidadezinha na região de Serra Negra para procurar, como se dizia antigamente, meu eixo. Instalei-me numa pousadinha barata e, em poucos dias, estava relativamente bem inserido num pequeno grupo que, todo fim de tarde, ia tomar seus drinques no Ponto Chic. Continue lendo “A moça da tarde”
O avô e o neto
Mandei mensagem à minha filha, que estava fora de casa: “Não conte para o César, mas estou usando a caneca do Batman”. Não vejo problema em um avô usar a caneca do neto, às escondidas. Continue lendo “O avô e o neto”
Reticências, vírgulas, parágrafos
Um dia, vendo um de meus filhos extasiados diante do aparelho preferido, não resisti:
— Até parece que você nasceu vendo televisão, filho. Continue lendo “Reticências, vírgulas, parágrafos”
Josino, nosso pai
Os dois tomaram o ônibus na rodoviária de Belo Horizonte. Seu destino era Três Pontas mas, naquele horário, só havia condução até Varginha. Continue lendo “Josino, nosso pai”
A estátua
A rigor, a cidadezinha de Corumbebatêua, no litoral maranhense quase divisa com o Pará, ainda é um lugar paradisíaco. Praias lindas, poupadas e limpas, rodeadas por mangues absolutamente íntegros, vive dias de ventos constantes e noites de estrelas indesmentíveis. Continue lendo “A estátua”