Na mão a faca e o queijo. Não qualquer um, desses fabricados pelos grandes laticínios, feitos com leite pasteurizado, à moda norte-americana. Ou aquela coisa mole, soro puro, que faz sucesso nos supermercados e lojas sofisticadas do país. Continue lendo “Mineiro: o queijo”
Filhos únicos
Mais de dez da noite, o ônibus deixa a rodoviária simples, no interior mineiro, e toma o rumo da maior cidade do país. Poucos metros adiante, procura o acostamento: Continue lendo “Filhos únicos”
A morte manda lembranças
Eu aprendi a gostar de Getúlio Macedo, sempre presente nas assembléias e nas festas dos compositores. Eis que chegou sua hora, como é inevitável: ele morreu no mês de outubro. Continue lendo “A morte manda lembranças”
Sonho brasileiro
Quase nove da noite, chuvinha chata – ir pra casa, nem pensar –, converso com o porteiro do prédio em que trabalho.
O sotaque nordestino me conta que seu dono acalenta um sonho antigo, nascido há tempos, antes de vir pro sul. Continue lendo “Sonho brasileiro”
A música em minha vida
A memória nos revela, como filme, pedaços esquecidos de nossa vida. Eu me vejo, calças curtas em Diamantina, saindo de um parque de diversões e o som da praça tocando uma canção de Luiz Vieira, “Menino de Braçanã”: “é tarde, eu já vou indo, preciso ir embora, té manhã; mamãe, quando eu saí, disse meu filho não demora em Braçanã”. Continue lendo “A música em minha vida”
Controle externo dos poderes
Bebendo nas águas do desembargador Rogério Medeiros, cito quem ele cita, o jurista italiano Mauro Capelletti: “os juízes exercitam o poder e onde há poder deve haver responsabilidade. Um poder não sujeito a prestar contas representa uma patologia.” Continue lendo “Controle externo dos poderes”
A bermuda folgazã
O relacionamento dos casais na velhice não é coisa fácil. As mulheres implicam muito com os maridos. Vejam meu caso (fatos reais). Continue lendo “A bermuda folgazã”
De Nova York para Araçuaí
Eu não inventei o amor, nem o Caymmi. Mas eu fico aqui pensando se seria possível viver sem esse sentimento que faz com que tudo seja bonito, que a vida seja essa aventura maravilhosa. Continue lendo “De Nova York para Araçuaí”
Passear, tão somente
Sábado, dez da manhã, vou passear – coisa antiga – no Mercadão, como é chamado, carinhosamente, o Mercado Central. Continue lendo “Passear, tão somente”
Chuva e sorvete
Na semana passada a água caiu por uns quinze minutos e eu fiquei pensando “ufa”, acabou a secura, a vida lá fora continua complexa mas a natureza nos traz finalmente a primavera. No fim do dia, notei que a chuva se fora sem deixar marcas e o sol voltou firme e forte, a umidade retornou aos níveis baixos de antes. Continue lendo “Chuva e sorvete”
Chuva e queijo com doce de leite
Depois de quase quatro meses de seca, a chuva bate em nossa casa. O cheiro de terra molhada penetra pelo nariz e traz uma sensação de tempos melhores. Continue lendo “Chuva e queijo com doce de leite”
O destino desfolhou
Na rua, relâmpagos e trovões. Dentro de casa, conversas e lembranças.
Entre uma e outra xícara de café, eu me perguntava, naquela noite escura e molhada, por que levara tanto tempo para conhecer os olhos miúdos e atentos, e o riso largo e ruidoso de minha tia Olinda. Continue lendo “O destino desfolhou”
Histórias queimadas
Dizem que era um jovem bonito e bom poeta, admirado pelos rapazes e moças de seu convívio. Atingido pela tuberculose, viveu menos do que merecia e sem obter o reconhecimento da cidade e de seus contemporâneos. Para os que viemos depois nada dele ficou, pois queimaram seus escritos, suas roupas, seus pertences. Continue lendo “Histórias queimadas”
Uma da tarde, quase duas
Uma da tarde, quase duas. Hora de ficar em casa, sem inventar.
Hora – por exemplo – de almoçar. Salada, arroz, feijão, couve, angu. Ah, pimenta. Ah, malagueta. Continue lendo “Uma da tarde, quase duas”
Um panfleto
Um texto é considerado panfleto, pela etimologia, se não tiver capa nem brochura. Geralmente expressa idéias de opositores ao governo do momento, pode ser ou não anônimo e revela, antes de mais nada, que o autor não teve condição econômica de produzir algo mais caprichado. Continue lendo “Um panfleto”
