Mineiro: o queijo

Na mão a faca e o queijo. Não qualquer um, desses fabricados pelos grandes laticínios, feitos com leite pasteurizado, à moda norte-americana. Ou aquela coisa mole, soro puro, que faz sucesso nos supermercados e lojas sofisticadas do país. Continue lendo “Mineiro: o queijo”

Sonho brasileiro

Quase nove da noite, chuvinha chata – ir pra casa, nem pensar –, converso com o porteiro do prédio em que trabalho.

O sotaque nordestino me conta que seu dono acalenta um sonho antigo, nascido há tempos, antes de vir pro sul. Continue lendo “Sonho brasileiro”

A música em minha vida

A memória nos revela, como filme, pedaços esquecidos de nossa vida. Eu me vejo, calças curtas em Diamantina, saindo de um parque de diversões e o som da praça tocando uma canção de Luiz Vieira, “Menino de Braçanã”: “é tarde, eu já vou indo, preciso ir embora, té manhã; mamãe, quando eu saí, disse meu filho não demora em Braçanã”. Continue lendo “A música em minha vida”

Chuva e sorvete

Na semana passada a água caiu por uns quinze minutos e eu fiquei pensando “ufa”, acabou a secura, a vida lá fora continua complexa mas a natureza nos traz finalmente a primavera. No fim do dia, notei que a chuva se fora sem deixar marcas e o sol voltou firme e forte, a umidade retornou aos níveis baixos de antes. Continue lendo “Chuva e sorvete”

O destino desfolhou

Na rua, relâmpagos e trovões. Dentro de casa, conversas e lembranças.

Entre uma e outra xícara de café, eu me perguntava, naquela noite escura e molhada, por que levara tanto tempo para conhecer os olhos miúdos e atentos, e o riso largo e ruidoso de minha tia Olinda. Continue lendo “O destino desfolhou”

Histórias queimadas

Dizem que era um jovem bonito e bom poeta, admirado pelos rapazes e moças de seu convívio. Atingido pela tuberculose, viveu menos do que merecia e sem obter o reconhecimento da cidade e de seus contemporâneos. Para os que viemos depois nada dele ficou, pois queimaram seus escritos, suas roupas, seus pertences. Continue lendo “Histórias queimadas”

Um panfleto

Um texto é considerado panfleto, pela etimologia, se não tiver capa nem brochura. Geralmente expressa idéias de opositores ao governo do momento, pode ser ou não anônimo e revela, antes de mais nada, que o autor não teve condição econômica de produzir algo mais caprichado. Continue lendo “Um panfleto”