Quem não se comunica se trumbica, dizia o Velho Guerreiro. Chacrinha estava certo quando apregoava o bordão. Mas no que dependesse dos meios de comunicação daqueles tempos não era fácil. Pegava-se folha de papel e caneta. Lançava-se a escrita e levava-se ao correio. Ou redigia na máquina de escrever… e depois, correio. Continue lendo “Bilhetes digitais”
A quadratura dos dois círculos
Nonsense.
Cheguei a pensar em uma bicicleta com rodas quadradas, para não fazer feio diante das inovações do condomínio onde moro. A vida nesses amontoados de moradias feitas em série, empilhadas umas sobre as outras, é cheia de surpresas. Principalmente se tiver na gerência pessoa muito ativa. Ora, direis – mas isso é ótimo! Continue lendo “A quadratura dos dois círculos”
A noite em que o Alemão fechou cedo
Pirou! É o que certamente diriam deste profissional se o vissem descendo a Sumaré diretamente para o Bar do Alemão mas entrando no restaurante ao lado! Imagino um colega de passagem parando o carro e me chamando, ô cara, você está louco, o Alemão é o do lado. No entanto… buscava exatamente o Não Lembro o Nome, de comida regional. Continue lendo “A noite em que o Alemão fechou cedo”
A PEC do reitor da UERJ estava em caixa alta
Nos velhos e bons tempos, quando se usava essa expressão, e não se supunha a existência da informática e do Google, os jornais eram escritos para entendimento “do engenheiro ao lixeiro (hoje coletor)”. Não usavam linguagem técnica como o economês ou o juridiquês, sem “traduzi-las” para o leitor. Tão pouco o deixavam sucumbir à hermética das siglas. Isto, se bem lembro, valia também para o noticiário da tevê. Continue lendo “A PEC do reitor da UERJ estava em caixa alta”
Um personagem liberto do autor
O autor não responde por gestos e palavras do personagem desta história. Esse tipo tem hábitos de trato social e costumes muito diferentes daqueles de seu criador – minha modesta pessoa. Tenho-me por cidadão equilibrado, razoável, sobretudo educado. Aquele… tire suas conclusões, pelo episódio que segue. Continue lendo “Um personagem liberto do autor”
Namoro na quarentena
O amor nos tempos do corona não tem nada a ver com aqueles do cólera, mas também não é fácil. Em uma família conservadora, como a de Evelyn, menos ainda. Ela também não facilitou nada. Deu um gole no café da manhã e disse: “O Robertinho é uma pessoa muito bacana”. “Quem?”, pergunta a mãe. “Meu namorado.” Continue lendo “Namoro na quarentena”
A polícia é a última a aparecer
Anotações de um confinado.
Notas de um repórter.
A diferença entre as anotações do primeiro e as notas do segundo é um século. Continue lendo “A polícia é a última a aparecer”
Enquanto o trânsito continuar fluindo
Anotações de um confinado
O quarto/ a parede dos fundos/ a janela moldurada por sua esquadria. Adiante, a cena da rua deserta. Começo da madrugada. Não se vê um único carro passar, ou mesmo apontar um farol distante. Isto é absolutamente inédito. Continue lendo “Enquanto o trânsito continuar fluindo”
Palavrão no Estadão!
Anotações de um confinado, volume 8.
Quem diria, o Estadão, aos 141 anos de idade, escrevendo palavrão. É verdade que só reproduziu os que foram ditos na assombrosa reunião de ministros da sexta-feira, 22 de abril, com Jair Bolsonaro, pelo próprio. Continue lendo “Palavrão no Estadão!”
Anotações de um confinado, volume 7
O idoso se desculpa por dar tratos à bola e tentar fazer graça com assunto sério, como a pandemia e a outra praga que assola o País. É preciso preencher o tempo… Continue lendo “Anotações de um confinado, volume 7”
Revolução na moda
Surjo na sala mal desperto, o cabelo desgrenhado, a barba enroscada, só não uma bituca de cigarro no canto da boca porque não fumo. Na mão levo um pé de meia furada, com o dedo indicador saindo pela avaria. “Credo!”, faz minha filha ao me ver. À pantomima, segue-se a condução coercitiva para o banheiro. Continue lendo “Revolução na moda”
Luiz Maklouf Carvalho
Luiz Maklouf Carvalho tinha, entre tantas qualidades, a ousadia. Este grande amigo que faleceu hoje, levado por um câncer aos 67 anos, deixa um legado de obras e prêmios importantes. Livros sobre Lula, Bolsonaro, para citar os mais recentes; prêmios Esso, Vladimir Herzog, Jabuti. Continue lendo “Luiz Maklouf Carvalho”
O interfone toca. Aí vem problema
Tenho direito a ficar de mau humor por causa do confinamento, e das notícias que a tevê traz sobre as duas pragas que assolam o País. Mas não imaginava que diante de um fato corriqueiro poderia escorregar para uma… digamos, certa de falta de modos. Continue lendo “O interfone toca. Aí vem problema”
¿Por qué no te callas?
¿Por qué no te callas? – Do Rei Juan Carlos de Espanha, para Hugo Chávez, presidente da Venezuela, que havia chamado o primeiro-ministro espanhol de fascista, em cúpula no Chile de 2007. Continue lendo “¿Por qué no te callas?”
Frevo lusitano
O isolamento faz a mente viajar por baús de lembranças, muitas delas já a pedir uma boa espanada na poeira. Por algum motivo, voltou-me à cabeça um tombo. Um tombo antigo, tombo de estudante num Portugal pós-revolução. Foi mais ou menos assim… Continue lendo “Frevo lusitano”

