Minha amiga perguntou, ao telefone. Vai sair? Com que roupa? Duas peças, respondi. Ela disse que uma blusinha leve e uma saia iam bem. Desliguei. Tinha acabado de me pentear e maquiar. Estava nua. Coloquei o vestido e peguei a bolsa. Duas peças. Continue lendo “Conto”
Conto
Logo que Carlos saiu, Laura sentou no sofá, bem à minha frente, e cruzou as pernas. A saia não era curta, mas, do jeito que ela arrumou, subiu à metade das coxas. Continue lendo “Conto”
Pérolas do Febeapá
Mexendo em meus livros, notei um volume de capa cor de abóbora, com letras pretas. Era o Febeapá, edição de 1966. Continue lendo “Pérolas do Febeapá”
A última edição
Os jornalistas do Jornal da Tarde fecharam a última edição da publicação, ontem (terça-feira, dia 30 de outubro), com moral alta – e dois furos. “Queremos fazer um jornal memorável”, disse um deles. Não só isso. “Alcançar um final digno, que não pareça um simples abandono.” Continue lendo “A última edição”
O trem supersônico
Êta trem bão. Desde que trocou Arraialzinho por Belo Horizonte, Marquinho sempre deu um jeito de se dar bem. Agora havia voltado para, como disse, “assumir a prefeitura”. Cada vez que um morador falava “Êta trem bão”, repetia o slogan da campanha do candidato. Continue lendo “O trem supersônico”
Coleguinhas ruins de serviço
Houve uma época, depois dos anos de ouro, em que estranhos fatos aconteciam na redação do Jornal da Tarde. Belo dia se materializa uma magrinha, jovem, vinda da Folha. A nova chefe de reportagem. Tinha um pé frio colossal. Continue lendo “Coleguinhas ruins de serviço”
O Brasil olímpico já foi pior
Havia uma multidão no cais do porto do Rio de Janeiro, a capital do País. Era manhã de 26 de junho de 1932. O vapor Itaquicé zarparia para Los Angeles, levando nossos atletas à disputa da 10ª Olimpíada. Continue lendo “O Brasil olímpico já foi pior”
Por dentro da cabeça do atleta
O competidor de tiro com arma tem tal nível de concentração e preparo mental que percebe os movimentos do coração. Quando o órgão se contrai para bombear o sangue (sístole), ele atira. Se disparar quando o coração relaxa (diástole), a mão pode tremer, e ele errar o tiro. Continue lendo “Por dentro da cabeça do atleta”
Gaviões de Penacho contra Vermelhinhos
Quatro aviões para derrubar uma ditadura e impor uma Constituição? Era do que dispunham os revolucionários de 1932, logo após 9 de julho – há oitenta anos. Continue lendo “Gaviões de Penacho contra Vermelhinhos”
A Transilvânia paulista
Há bom tempo, escrevi uma história sobre um repórter a quem o jornal destinara um foca. O profissional experiente deveria ensinar o principiante. O foca passou a ser sua sombra. Continue lendo “A Transilvânia paulista”
Carlos Cachoeira, cidadão honesto e trabalhador
Se alguém disser a Carlos Cachoeira que é um bandido e deve ser preso, ele acha graça. Não é cinismo. Esse Carlos Cachoeira é pessoa de bem. Só tem o mesmo nome do outro, o poderoso bicheiro, cheio de tentáculos, investigado pela CPI do Congresso. Continue lendo “Carlos Cachoeira, cidadão honesto e trabalhador”
O Cachoeira do Itaim-Bibi
Parece improvável, mas nunca se sabe, que Carlinhos Cachoeira venha a ter uma rua batizada com seu nome. Já João Cachoeira, que abria a porteira para o patrão passar, deu nome à mais conhecida rua do Itaim Bibi – o valorizado bairro no sudoeste de São Paulo. Continue lendo “O Cachoeira do Itaim-Bibi”
O esplendor dos filmes japoneses na Liberdade
Uma menina de quatro anos ia ao cinema, sem saber o que era cinema. O grande carro preto importado – o táxi – partia da Rua da Cantareira, onde a família morava e trabalhava. No banco da frente, o pai, de terno e gravata. Atrás, bem penteadas e vestidas, a mãe e as duas irmãs. Continue lendo “O esplendor dos filmes japoneses na Liberdade”
Lascas da mesa no uísque
O gostinho. Estilo de vida está no gostinho. Peguei o avião para a Suíça, essa banalidade. Hoje tem gente pegando avião só para comprar chocolate. Minha viagem tinha destino mais definido. Continue lendo “Lascas da mesa no uísque”
O treino para o Mundial de Dominó é no bar
Entre bolinhos de bacalhau e coxinhas, a Federação Paulista de Dominó forja seu destino. Sua sede não tem pompa, mas o agradável clima de uma confraria de vizinhos de bairro. Onde os vizinhos se encontram? No Bar do Valdeci. Pois o bar, em Cidade Patriarca, na zona leste, é a sede da Federação. Continue lendo “O treino para o Mundial de Dominó é no bar”