Michel Temer fez um contrato de risco na composição de seu governo. Sabia que estava sujeito a trovoadas e tempestades ao ceder espaços a políticos e parlamentares arrolados – e enrolados – nas investigações da Lava-Jato. Continue lendo “Contrato de risco”
O fim da dicotomia
Durante 13 anos, Marco Aurélio Garcia, assessor dos presidentes Lula e Dilma Rousseff, foi o todo poderoso da política externa brasileira. Seu reinado chega ao fim e com ele a dicotomia estabelecida pelo lulo-petismo. Continue lendo “O fim da dicotomia”
O parto da girafa
O abalo sísmico provocado pelo deputado Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara e ilustre desconhecido até anteontem, é emblemático de quanto chão temos pela frente até o Brasil se transformar em um país estável e de instituições fortes. Iniciar a travessia de um Estado patrimonialista, onde a política é uma intermediação de interesses subalternos, para um Estado verdadeiramente republicano será a prova dos nove para o vice-presidente Michel Temer. Continue lendo “O parto da girafa”
Vai que dá certo
Não se ignora a dramaticidade do quadro social, econômico e político no qual Michel Temer terá de operar como futuro presidente da República. Os desafios são imensos. Mas não está escrito nas estrelas que o próximo governo, apropriadamente caracterizado de “emergência nacional”, dará com os burros n’água, como preconizam algumas pitonisas de plantão. Vai que dá certo, como ficam as premonições catastrofistas? Continue lendo “Vai que dá certo”
Sem ambiguidades
Mais uma vez o PSDB vive o drama shakespeariano. O dilema é participar ou não do governo Michel Temer. Diante do histórico dos tucanos, a nova dúvida existencial seria cômica não fosse a extrema gravidade do momento. Nele, não há o menor espaço para ambiguidades. Não cabe a postura de semi-governo ou semi-oposição. Continue lendo “Sem ambiguidades”
Do ABC aos grotões
O mapa da votação na Câmara Federal aponta uma dessas ironias da História. No seu nascedouro, no ABC paulista, o lulo-petismo pintou como produto da modernidade do desenvolvimento capitalista – a exemplo de outros partidos operários que se erigiram em poder em países capitalistas e, de fato, criaram um ordenamento social mais justo. Continue lendo “Do ABC aos grotões”
Beijou a lona
A presidente Dilma Rousseff pode não admitir. Pode fazer leitura cor-de-rosa da votação na Comissão Especial da Câmara, mas não conseguirá empanar a nua e crua realidade. O governo beijou a lona no primeiro round do impeachment. Continue lendo “Beijou a lona”
Vivandeiras e provocadores
Em momento tão conturbado da vida política nacional é importante registrar um fato: a crise, ao menos por enquanto, passa ao largo dos quartéis. É irrelevante aqui discutir se isto acontece porque os militares já não têm a mesma força política de 1964, ou porque a comunidade internacional e os brasileiros não aceitam mais soluções fora do escopo do Estado de Direito Democrático. Continue lendo “Vivandeiras e provocadores”
Lei & Ordem
Os fatos acontecem à velocidade de um raio e dissipam ilusões quanto à capacidade da presidente Dilma Rousseff construir um mínimo de apoio no Parlamento para barrar o processo de impeachment. Continue lendo “Lei & Ordem”
Matar ou morrer
Absolutamente ilhado e sentindo cada vez mais a falta de oxigênio, o governo Dilma Rousseff decidiu ir à guerra. Ou como disse um assessor presidencial: “agora é matar ou morrer”. Dada a ordem, o Palácio do Planalto passou a viver o seu faroeste, muito embora a turma que lá habite esteja mais para Frank Miller (Ian MacDonald) do que para o xerife Will Kane (Gary Cooper), personagens do genial filme de Fred Zinnemann. Continue lendo “Matar ou morrer”
Sem bala de prata
Quando lançou seu plano econômico, o então presidente Fernando Collor justificou o confisco da poupança com a necessidade de dar um tiro certeiro no tigre da inflação. Só lhe restava o último cartucho, a bala de prata, dizia ele. Onde foi parar essa história, todos nós sabemos. Continue lendo “Sem bala de prata”
General sem tropas
Foi-se o tempo em que um simples brado de Lula poderia provocar convulsão no país, tal o seu poder de levar multidões ao delírio. O velho general já não tem tropas para segui-lo até as últimas consequências, a não ser um punhado de militantes suficientes para lotar a quadra de um sindicato, e até criar brigas isoladas, confusão. Mas não para tomar as ruas. Continue lendo “General sem tropas”
Sobre anéis e dedos
Uma das peças de resistência da presidente Dilma Rousseff tem sido a alegação de que seu governo se pauta de forma republicana, sem interferir no andamento de ações que investigam a ela própria ou seus aliados. Continue lendo “Sobre anéis e dedos”
Adeus, Lula
Estava tudo combinado. O encontro comemorativo do 36º aniversário do PT marcaria a ofensiva contra o “cerco e aniquilamento” de Lula, uma fábula existente apenas nas mentes petistas. O resgate da imagem do caudilho tinha um objetivo claro: fazer do seu retorno ao trono presidencial a bandeira de coesão de um projeto de poder que pretendia ser eterno, mas que se encontra em acelerado desmanche. Continue lendo “Adeus, Lula”
A mão à palmatória
Foi preciso o preço do petróleo ir ao fundo do poço – US$ 30 – para a presidente Dilma Rousseff começar a admitir a alteração das regras que obrigam a Petrobrás ser a única operadora da área do pré-sal. Quem te viu e quem te vê. Continue lendo “A mão à palmatória”