abro os olhos e vejo que meu pai tem papéis na mão. meus papéis! não tenho coragem para falar. sei que estou sonhando. e ele: Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 56”
Só rasgando a Constituição
O barulho de sempre.
O 4º Congresso do PT voltou a cumprir o seu papel de animar a torcida e prometer despejar os raios de trovões de sua ira militante sobre os suspeitos de sempre: a imprensa, à qual eles acrescentam o gentil e desproporcionado epíteto de “golpista”, como se ela tivesse poder para tanto. Continue lendo “Só rasgando a Constituição”
Más notícias do país de Dilma (21)
A inflação não dá sinais de desaceleração; o IPCA – o índice usado pelo governo – ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, deixando mais claro ainda, para diversos analistas, que a decisão de baixar a taxa básica de juros foi precipitada, arriscada – em suma, foi uma medida tomada diante da pressão política, e não com base em argumentos técnicos. Continue lendo “Más notícias do país de Dilma (21)”
Relíquia sem cofrre
Passaporte vencido, lá fui eu em busca de um novo. Com preguiça, confesso.
— Acesse o site da Polícia Federal, é fácil –, disseram. Continue lendo “Relíquia sem cofrre”
A presidente-tampão
Em 2014, Luiz Inácio Lula da Silva será candidato à Presidência da República e ponto. O plano foi e é esse desde que a idéia de tri-eleição naufragou. Continue lendo “A presidente-tampão”
Cismas e devaneios
A memória filtra o que deve ser lembrado. Ou põe fatos desagradáveis em algum escaninho tão escondido que nunca será encontrado. É defesa, sobrevivência. Melhor recordar o que de bom fizemos ou fizeram por nós, embora esses também sejam acontecimentos que podem e são esquecidos. Continue lendo “Cismas e devaneios”
A Espécie Humana. Capítulo 55
liguei a fita de Gounod. e sentei-me, colocando sobre as pernas um travesseiro onde deitei a cabeça de meu filho.
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Alguém aí conhece João de Minas?
Duvido que haja mais de 20 professores de literatura no Brasil que conheçam João de Minas, tenham lido João de Minas, falado de João de Minas para seus alunos. Continue lendo “Alguém aí conhece João de Minas?”
O crime na paisagem
Uma mocinha vestida de diaba, com chifrinhos na cabeça e tudo, e com um cartaz mandando “para o inferno” os deputados que votaram pela absolvição de Jacqueline Roriz. Isso foi tudo de sólido que se viu até o momento em matéria de indignação pelo ato indecoroso cometido na Câmara Federal no começo da semana. Continue lendo “O crime na paisagem”
Más notícias do país de Dilma (20)
Na mesma semana em que a revista Veja mostrou que José Dirceu – réu no processo do mensalão, em que é acusado de ser o chefe da quadrilha que assaltava os cofres públicos – mantém um gabinete de governo paralelo, a Folhateen publicou um depoimento do ex-ministro, o poderoso chefão, em que confessa, candidamente, que rouba desde criancinha: Continue lendo “Más notícias do país de Dilma (20)”
Profissão, silêncio
Ele era magro tal um alfinete de cabeça e silencioso qual uma noite em Alcobaça. Quase nem fazia barulho para andar, como um gato. Sabia que, a todo barulho, corresponde o silêncio. Ficava com este lado da moeda. Continue lendo “Profissão, silêncio”
Extraléxico
Rapinar, furtar, afanar, depenar, escorchar, saquear, pilhar, surrupiar, bifar, gualdripar, suquir. A língua portuguesa é farta em definições para o verbo roubar. Há palavras para todo tipo de ladroagem. Roubar gado é abigear; furto de coisa pequena é sisar, carchear é rapar o adversário morto em batalha. Roubo pode ser estruncho, ranfo, gaziva. Continue lendo “Extraléxico”
O menino e o cavalo
Viver é perigoso, como disse Guimarães Rosa, mas é muito perigoso mesmo. Às vezes nos damos conta de que já vivemos um monte de dias, e queremos sempre mais, e nos lembramos de trapalhadas e estripulias em que nos metemos, saindo ilesos, ou quase, de todas. Continue lendo “O menino e o cavalo”
A Espécie Humana. Capítulo 54
coloquei o menino sobre as almofadas do grande banco de cimento e o cobri. sentei meu pai no canto e fiz com que se cobrisse com seu enorme casaco preto. Continue lendo “A Espécie Humana. Capítulo 54”
A Grande Sombra
Chega desse negócio: faxina não é programa de governo e o Brasil não é a Roma antiga. ”Se combate o malfeito, não se faz disso meta do governo. Faxina no meu governo é faxina contra a pobreza, o resto são ossos do ofício da Presidência.” Continue lendo “A Grande Sombra”