Positivismo tosco

A idéia da necessidade de um regime autoritário para servir de alavanca para o progresso está nas raízes da fundação da nossa República. Antes mesmo de sua proclamação, o caudilho gaúcho Julio de Castilhos propugnava que o governante deveria ser escolhido por qualidades morais e não pela representação popular. Entendia que esse governante deveria regenerar o Estado e comandar a modernização da sociedade. Continue lendo “Positivismo tosco”

Os limites do bolsonarismo

A vitória de Jair Bolsonaro foi vista por muitos como o início de um novo ciclo de longa direção, em sintonia com a onda nacional-populista que varre o mundo. Um dos líderes petistas, José Dirceu, com boa dose de realismo, alertou seu partido quanto à longevidade da hegemonia da extrema-direita estabelecida com a assunção do bolsonarismo. Continue lendo “Os limites do bolsonarismo”

Alberto Goldman, um artesão da unidade

A era de Aquário tinha ficado para trás. O Brasil vivia o clima do ame-o ou deixe-o do governo Médici. O “milagre econômico” entorpecia a classe média e parcelas de trabalhadores que passavam a ter acesso a bens duráveis. A ditadura vivia o seu período mais truculento, enquanto a esquerda armada, com suas ações de assalto a banco e sequestros, se isolava da sociedade. A desarticulação política se espraiava, com vários setores aderindo à tese do voto nulo para as eleições de 1970. Continue lendo “Alberto Goldman, um artesão da unidade”

Mais cooperação e diplomacia, menos beligerância

O resultado da reunião do G7 – grupo dos sete países mais desenvolvidos – abriu espaço para o Brasil virar o jogo a seu favor. Em vez de represálias, o grupo ofereceu ajuda ao Brasil e aos países da região, com vistas a colaborar na preservação da maior floresta tropical do mundo. A virada, no entanto, só se dará se o governo Bolsonaro mudar de mentalidade e de atitude na questão ambiental, em especial em relação à Amazônia. Continue lendo “Mais cooperação e diplomacia, menos beligerância”

A Terceira Lei de Newton

Até agora o nacional-populismo avançou livre, leve e solto no continente europeu, sem que houvesse uma reação na mesma direção, com a mesma intensidade e sentido contrário. Sim, a Terceira Lei de Newton vale também para a política e começa a aparecer na Europa, com o movimento de união de partidos de esquerda e de centro para evitar o avanço dos radicais da extrema direita. Continue lendo “A Terceira Lei de Newton”

A anistia faz 40 anos

Faria bem ao país se Jair Bolsonaro deixasse de mirar no retrovisor e zelasse pela pacificação conquistada graças à engenharia política que nos permitiu virar a página dos anos de chumbo e ingressar no maior período democrático de nossa história. Continue lendo “A anistia faz 40 anos”

Escalada da intolerância

A liberdade de expressão é um valor fundamental para definir o grau de civilização de uma sociedade e de seu ordenamento democrático. Quanto maior, mais avançado é o estágio civilizatório. E quanto mais cerceada, maior o déficit democrático de um país. Continue lendo “Escalada da intolerância”

Vanguarda iluminada

O aglomerado de esquerda formado pelo Partido dos Trabalhadores e assemelhados (PSOL, PC do B, PDT e PSB) sofreu mais uma grande derrota política, a quarta nos últimos três anos, com a aprovação de forma arrasadora da Reforma da Previdência.  Continue lendo “Vanguarda iluminada”

A vida como ela é

A mais recente rodada dos dois principais institutos de pesquisa – Datafolha e Ibope – revelou uma importante mudança na cabeça dos brasileiros e para a qual o mundo político deveria estar atento, a começar pelo presidente da República. Ao contrário das eleições do ano passado, quando seu impacto foi menor, o chamado mundo real, com suas questões concretas, como desemprego e serviços públicos de baixíssima qualidade, passam a ser o centro das preocupações das pessoas. Continue lendo “A vida como ela é”

Quando o dragão secular foi derrotado

A inflação foi um tormento na vida dos brasileiros desde os tempos do encilhamento de Rui Barbosa, no início da República Velha. Abateu ministros da Fazenda, degolados de seus postos por não conseguirem livrar o país desse pesadelo: nos primeiros 40 anos da República a pasta teve nada menos do que 25 ministros. Continue lendo “Quando o dragão secular foi derrotado”