O vírus que abala o mundo

A semana começou com dias difíceis para a economia mundial. As principais bolsas do planeta sofreram quedas expressivas em decorrência direta do avanço do coronavírus na China. Não apenas as bolsas desabaram, mas também o preço de diversas commodities como minério, petróleo e carne bovina.  Continue lendo “O vírus que abala o mundo”

Desafio para poucos

Em sua guerra contra o “marxismo cultural”, Jair Bolsonaro sempre dobrou a aposta quando se viu emparedado. Exemplo mais emblemático foi a substituição de Ricardo Vélez Rodrigues por Abraham Weintraub. Em todos os embates no interior do governo o presidente pendeu para seu núcleo ideólogico, como aconteceu nas quedas de Gustavo Bebianno e do general Santos Cruz. Essa rotina foi interrompida com a degola de Roberto Alvim da Secretaria da Cultura e sua substituição pela atriz Regina Duarte. Continue lendo “Desafio para poucos”

A utopia capitalista

Segundo Karl Marx, o capitalismo guia-se pela lógica implacável do lucro e a desigualdade é inerente ao modo de produção. O axioma marxista parece se confirmar diante do avanço da desigualdade no planeta, mas não responde às transformações em curso. E começa a surgir um capitalismo de partes interessadas (stakeholders) para um mundo coeso e sustentável. Esse será o tema do Fórum Econômico Mundial, a ser realizado na próxima semana. Continue lendo “A utopia capitalista”

O Brasil tem muito a perder

O mundo vive hoje seu momento de maior tensão desde a crise dos mísseis de 1962. Estamos longe de uma terceira guerra mundial ou de um holocausto nuclear,  mas nem por isso devem-se subestimar as consequências do ataque americano responsável pelo assassinato do general Qassim Suleimani, segundo homem do regime iraniano. Continue lendo “O Brasil tem muito a perder”

Entre a ideologia e o pragmatismo

Em um ano houve uma nítida mudança de rota na relação entre o governo Bolsonaro e a China. O presidente se elegeu dizendo que os chineses queriam comprar o Brasil e prometendo alinhamento automático com os Estados Unidos. O pragmatismo, contudo, falou mais alto, como evidenciaram a viagem ao país de Xi Jinping e o Brics-2019, realizado em Brasília. Continue lendo “Entre a ideologia e o pragmatismo”

Democracia sob tensão

A democracia está em baixa. Aqui e lá fora. Pesquisa realizada em 42 países com 36 mil entrevistas e coordenada pelo pesquisador francês Dominique Reyniê revela que podemos estar no limiar de uma nova era do autoritarismo, a exemplo do que aconteceu  na década de 1930, quando países de ordenamento democrático entraram em crise, enquanto  a Alemanha de Hitler e a União Soviética de Stálin deram grande salto econômico. Continue lendo “Democracia sob tensão”

A nova plumagem dos tucanos

Ainda que preste homenagens ao seu passado, o “novo PSDB” tem pouco a ver com o de sua fundação. Se na origem tinha uma forte preocupação social e de combate às  desigualdades, questões próximas às da social-democracia européia, sua nova configuração está mais para a de um partido de direita situado no campo democrático. Continue lendo “A nova plumagem dos tucanos”

O PT nunca errou e jamais errará

No século XI a Santa Madre Igreja publicou a obra Dictatus Papae sobre a infalibilidade papal. Em uma de suas passagens dizia “um papa nunca errou e nunca errará”. A doutrina foi oficialmente declarada como dogma, por Pio IX, em 1870, no Concílio Vaticano I, estendendo-a a todo episcopado pleno quando reunido em concílio ecumênico. Continue lendo “O PT nunca errou e jamais errará”

Ninguém é santo na Bolívia

O caos social e político da Bolívia que culminou na renúncia de Evo Morales diz de perto ao Brasil e a todos os países da América do Sul. Com ele a instabilidade política da região – que já era alarmante com as convulsões sociais do Chile, Equador e Peru – subiu vários graus. Continue lendo “Ninguém é santo na Bolívia”

O dia em que a história desembestou

Em junho de 1989 Mikhail Gorbachev, então presidente da União Soviética, visitou a Alemanha Ocidental, sendo aclamado por onde passou. Todos lhe fizeram a mesma pergunta: quando a Alemanha seria unificada? Diplomaticamente, o pai da perestroika dizia que o problema teria de ser resolvido um dia, mas não naquele momento. Isto havia sido combinado com o então primeiro-ministro alemão, Helmut Kohl: a unificação alemã era uma questão a ser equacionada apenas no século XXI. Continue lendo “O dia em que a história desembestou”

Macri no se fue

A vitória do peronista Alberto Fernández nas eleições presidenciais da Argentina, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, era pedra cantada desde as primárias, quando abriu uma frente de 12 pontos em relação ao atual presidente Maurício Macri. Desde então os peronistas tripudiavam sobre o suposto cadáver do presidente argentino, dizendo que ele “se fue”. Continue lendo “Macri no se fue”

Veias expostas

A América do Sul voltou a ser uma área de alta instabilidade, se é que em algum momento deixou de ser. O Chile – pais mais estável, de crescimento econômico sustentado e avanços sociais importantes, como a drástica redução da pobreza – vive dias de conflagração, com 15 mortos, toque de recolher e forças armadas nas ruas. Continue lendo “Veias expostas”