Histórico, destinado a figurar nas enciclopédias, nos livros – tem presença garantida nas próximas edições do catatau 1001 Dias Que Abalaram o Mundo –, o 20 de janeiro de 2021 foi, é claro, repleto de símbolos. Houve os mais efetivamente importantes, os que mudam o curso dos eventos, como a assinatura dos documentos que garantem a volta dos Estados Unidos ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde. Continue lendo “A canção de Jennifer Lopez”
“Nunca pensei que pudesse ficar tão velho”
A melodia é lenta, bem lenta, triste. Os versos, é claro, ficam mais belos – e mais doídos – no original: “I never thought I’d get this old, dear / Never had a reason to live so long”. Continue lendo ““Nunca pensei que pudesse ficar tão velho””
Todos os brasileiros do bem
Assim que Caetano começou a cantar a primeira música de sua segunda live nestes tempos da pandemia, “Muito Romântico”, do disco Muito, de 1978, uma das canções que ele fez para Roberto gravar, não consegui me conter, e fiz um post no Facebook: “Putaqueopariu”. Continue lendo “Todos os brasileiros do bem”
O melô do abandonado
Posso chocar muita gente, mas, na minha opinião, nem a obra completa de Lupicínio Rodrigues vale sequer uma das estrofes de “I Will Survive”. Continue lendo “O melô do abandonado”
Que pena, Gal. Que beleza, Wanderléa
Gal Costa é uma artista esplendorosa, uma das maiores cantoras de todos os tempos deste país de tantas, tantas, tantas ótimas cantoras.
É uma das artistas que marcaram as vidas de uma geração inteira.
Gal é divina-maravilhosa. Continue lendo “Que pena, Gal. Que beleza, Wanderléa”
Obrigado, Caetano
Nesta sexta-feira, às 9 e meia da noite, o Brasil do bem parou para ver a live do Caetano, a primeira que ele fez, no dia dos seus 78 anos, junto com os três filhos, Moreno, Tom e Zeca. Continue lendo “Obrigado, Caetano”
Tempo de terror
Tem surgido na minha cabeça, com alguma insistência, nos últimos dias, a canção “Dois e Dois: Quatro”. Hoje é pouquíssimo conhecida. É um poema de Ferreira Gullar: “Como dois e dois são quatro, / Sei que a vida vale a pena / Mesmo que o pão seja caro / E a liberdade, pequena”. Continue lendo “Tempo de terror”
Um show para a História
Foi o mais fantástico, importante, impactante, histórico, sensacional acontecimento da música pop do mundo desde o Live Aid – os dois concertos simultâneos em Londres e na Filadélfia reunindo todos, todos os grandes grupos e artistas dos países de língua inglesa, no dia 13 de julho de 1985, para arrecadar dinheiro para ajudar as vítimas da fome na África. Continue lendo “Um show para a História”
Tá doendo em mim
De que outra coisa pode ter morrido ele que não fosse de saudades de seu pai? Sérgio Bittencourt morreu aos 38 anos, não muito depois de ter composto “Naquela Mesa”, canção que brota como hera, alindando a gloriosa coluna da morte de Jacob do Bandolim, seu pai. Artur, meu pai, também tocava bandolim. Continue lendo “Tá doendo em mim”
Canções made in Brazil para o mundo
Duas listas de 10 Mais da MPB divulgadas recentemente demonstram, de forma clara e impressionante, verdades incontestáveis. Uma: a música popular é mesmo, como digo há muitos anos, nosso melhor produto. A outra: toda lista de 10 melhores é, para dizer o mínimo, complicada, polêmica. Ou simplesmente uma grande bogagem – embora exerça um imenso fascínio sobre todos nós. Continue lendo “Canções made in Brazil para o mundo”
Sons do Natal
E então é Natal, como nos lembra Simone, essa mulher que chega aos 70 anos belíssima como o pôr-do-sol visto do Porto da Barra da cidade em que nasceu. Quando John Lennon canta exatamente a mesma frase, and so this is Christmas, ninguém enche o saco – ela reclamou, com carradas de razão. Já se é ela, todo mundo chia. Continue lendo “Sons do Natal”
José Mário Branco
Foi paixão daquelas imediatas, à primeira vista (no caso, à primeira audição). Paixão forte, poderosa. Ouvia as canções de Zé Mário sem parar, de novo, de novo, e de novo de novo. A abertura do disco – ruídos de uma estação de trem, que se ligava à primeira música, “Cantiga para pedir dois tostões”. Continue lendo “José Mário Branco”
Zé Mário, qual é a tua, ó meu?
Para onde foi, para tão longe, o Zé Mário que hoje nos deixou? Estava eu sentado, em Luanda, nos meus 17 anos, e quem me mostrou o primeiro álbum dele foi o Carlos Brandão Lucas. O nosso grande patrão Carlos, o António Macedo, o Artur Neves e o Emílio Cosme tinham-me adoptado e metido no programa Equipa, da Emissora Católica de Angola. E puseram-me a ouvir, e a Luanda inteira, o “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Continue lendo “Zé Mário, qual é a tua, ó meu?”
Walter Franco, o zen irrequieto
A música popular brasileira é uma coisa tão absolutamente rica, ampla, multifacetada, poderosa e, ao mesmo tempo, o Brasil é tão doido, que um compositor brilhante, genial, respeitado desde o primeiro momento pelos grandes e pela crítica, consegue a proeza de ficar conhecido como o mais maldito dos malditos. Continue lendo “Walter Franco, o zen irrequieto”
Não é o Chico que compõe
Bilhete ao editor:
Servaz, estava este seu companheiro de tantas lutas e tantos assombros almoçando com um grupo de pessoas, quando a conversa se volta para a decisão de Bolsonaro de não assinar o diploma do Prêmio Camões concedido ao Chico Buarque. Continue lendo “Não é o Chico que compõe”