Musas de A a Z

Na alameda da poesia chora rimas o luar. Madrugada e Ana Maria sonha sonhos cor do mar. Por quem sonha Ana Maria nesta noite de luar?

Se você fosse sincera, ô, õ, ô, ô, Aurora, veja só que bom que era, ô, õ, ô,ô, Aurora…

Bárbara, Bárbara, nunca é tarde, nunca é demais. Onde estou, onde estás? Meu amor, vem me buscar.

Sim, me leva para sempre, Beatriz, me ensina a não andar com os pés no chão.

Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo este mundo.

Que mistério tem Clarice? Que mistério tem Clarice pra guardar-se assim tão firme dentro do meu coração?

Será que Cristina volta? Será que Cristina fica por lá?

Meu anjo, minha luz, meu mar de rosas. Domingas, minha companheira, Domingas, minha namorada, você não é Ave Maria mas é cheia de graça.

Os clarins da banda militar tocam para anunciar: sua Dora agora vai passar, venham ver o que é bom.

Doralice, eu que lhe disse, amar é tolice, é bobagem, ilusão.

Etelvina, acertei no milhar! Ganhei 20 mil contos, não vou mais trabalhar.

Toda aquela luz acesa, na doçura e na beleza, terei sono, com certeza debaixo da tua sombra, ó Flora.

Em noite sem lua, pulei a cancela, cai do cavalo, perdi Gabriela. Ó lua de cera, ó lua singela, lua feiticeira, cadê Gabriela?

Eu quero ir, minha gente, eu não sou daqui, eu não tenho nada. Quero ver Irene rir, quero ver Irene dar sua risada.

Iracema, eu nunca mais eu te vi. Iracema, meu grande amor foi embora. Chorei, eu chorei de dor porque, Iracema, meu grande amor foi você.

Toda gente homenageia Januária na janela; até o mar faz maré cheia pra chegar mais perto dela. O pessoal desce na areia e batuca por aquela que malvada se penteia e não escuta quem apela.

Quando a maré vazar, vou ver Juliana. Vou ver Juliana, ê, vou ver Juliana.

Kathy, I’m lost”, I said, though I knew she was sleeping. “I’m empty and aching and I don’t know why”.

É tão difícil recordar os tantos mundos que vivemos, nossa amargura por viver, nossa esperança no amanhã. Em casa com nossos irmãos ou em triste exílio além do mar nunca faltou o teu alento, Laura.

Vem cá, Luiza, me dá tua mão. O teu desejo é sempre o meu desejo. Vem, me exorciza, dá-me tua boca e a rosa louca, vem me dar um beijo.

***

A letra M não. M são tantas que tem que ter um suelto só pra ela…

***

La Place Rouge était vide. Devant moi marchait Nathalie. Elle avait un joli nom, mon guide. Nathalie… La Place Rouge était blanche, la neige faisait un tapis et  je suivais par ce froid dimanche Nathalie…

Norma, ô Norma, eu quero o seu amor de qualquer forma…

Ó, Odete, eu quero falar com você. Ó, Odete, eu quero falar com você; Odete, eu vou-te falar. Odete, eu vou-te dizer: a mulher que é falsa ao homem tem que passar fome e aprender.

Pafunça, Pafunça, que pena, Pafunça, que a nossa amizade virou bagunça, e nem meu nome tu pronunça.

A Rita matou nosso amor de vingança, nem herança deixou. Não levou um tostão porque não tinha, não, mas causou perdas e danos; levou os meus planos, meus pobres enganos, os meus vinte anos, o meu coração. E além de tudo me deixou mudo um violão.

Descendo a rua da ladeira, só quem viu que pode contar, cheirando à flor de laranjeira Sá Marina vem pra dançar. De saia branca costumeira gira ao Sol que parou pra olhar. Com seu jeitinho tão faceira fez o povo inteiro cantar.

Suzanne takes you down to her place near the river. You can hear the boats go by, you can spend the night beside her, and you know that she’s half-crazy but that’s why you want to be there.

Ó Teresa, essa tristeza não tem solução. Tira o meu lugar na mesa, não me espere, não, não vou não. Pois homem quando é homem passa frio, passa fome mas não passa sem seu carnaval.

É a minha Tereza da praia. Se ela é tua é minha também. O verão passou todo comigo. O inverno pergunta com quem.

Teresa, quando ti ho dato quella rosa, rosa rossa, mi hai detto “Prima di te io non ho amato mai”. Teresa, quando ti ho dato il primo bacio sulla bocca mi hai detto “Adesso cosa penserai di me?”

De Vera, estou falando de Vera, de Vera, de Vera da primavera.

Xica dá, Xica dá, Xica da Silva! É negra…

Yara, minha santa, fica comigo pra sempre e, meu amor, te encho de presentes, te dou o último livro do Kundera.

Cadê Zazá? Cadê Zazá ? Saiu dizendo “vou alí, já volto já”, mas não voltou. Por que, por que será? Cadê Zazá, zá, zá, zá, zá ?”

***

Todas Elas juntas Num Só Ser

Lenine

Não canto mais Babete nem Domingas

Nem Xica nem Tereza de Ben Jor

Nem Drão nem Flora do baiano Gil

Nem Ana, nem Luiza do maior

Já não homenageio Januária

Joana, Ana, Bárbara de Chico

Nem Yoko, a nipônica de Lennon

Nem a cabocla de Tinoco e de Tonico

 

Nem a tigresa nem a Vera Gata

Nem a branquinha de Caetano

Nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga

Rosinha do sertão pernambucano

Nem Risoflora, a flor de Chico Science

Nenhuma continua nos meus planos

Nem Kátia Flávia, de Fausto Fawcett

Nem Anna Júlia do Los Hermanos

 

Só você, hoje eu canto só você

Só você, que eu quero, porque quero

Por querer

 

Não canto de Melô Pérola Negra

De Brown e Herbert, nem uma brasileira

De Ari, nem a baiana nem Maria

Nem a Iaiá também, nem minha faceira

De Dorival, nem Dora nem Marina

Nem a morena de Itapoã

Divina garota de Ipanema

Nem Iracema de Adoniran

 

De Jackson do Pandeiro nem Cremilda

De Michael Jackson nem a Billie Jean

De Jimi Hendrix nem a doce Angel

Nem Ângela nem Lígia, de Jobim

Nem Lia, Lily Braun, nem Beatriz

Das doze deusas de Edu e Chico

Até das trinta Leilas de Donato

E da Layla, de Clapton, eu abdico

 

Só você, canto e toco só você

Só você que nem você ninguém mais pode haver

 

Nem a namoradinha de um amigo

E nem a amada amante de Roberto

E nem Michelle-me-belle, do beattle Paul

Nem Isabel, Bebel, de João Gilberto

Nem B.B., La femme de Serge Gainsbourg

Nem de Totó na Malafemmena

Nem a Iaiá de Zeca Pagodinho

Nem a mulata mulatinha de Lalá

 

E nem a carioca de Vinícius

E nem a tropicana de Alceu

E nem a escurinha de Geraldo

E nem a pastorinha de Noel

E nem a namorada de Carlinhos

E nem a superstar do Tremendão

E nem a malaguenha de Lecuona

E nem a popozuda do Tigrão

 

Só você, hoje elejo e elogio só você

Só você, que nem você não há nem quem nem quê

 

De Haroldo Lobo com Wilson Batista

De Mário Lago e Ataulfo Alves

Não canto nem Emília nem Amélia

Nenhuma tem meus ”vivas” e meus ”salves”!

E nem Angie, do stone Mick Jagger

E nem Roxanne, de Sting, do Police

E nem a mina do mamona Dinho

E nem as mina pá do mano Xis!

 

Loira de Hervê, Loira do É O Tchan

Lôra de Gabriel, o Pensador

Laura de Mercer, Laura de Braguinha

Laura de Daniel, o trovador

Ana do Rei e Ana de Djavan

Ana do outro Rei, o do Baião

Nenhuma delas hoje cantarei

Só outra reina no meu coração

 

Só você, rainha aqui é só você

Este suelto foi pensado e escrito ao longo de várias semanas de marçabril de 2023. 

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