O cara sentado a uns dois metros de nós cantava junto com o som do bar – mas cantava aos berros, a plenos pulmões saudáveis de quem nunca fumou careta na vida, os pulmões saudáveis da minha filha que, quando começou a berrar naquele velho barco viking do PlayCenter, fez o camarada sentado atrás de mim ficar dizendo, seguidas vezes: – “Desliga ela, tio! Desliga ela!” Continue lendo “O roqueiro alegre”
Cuidado: a IA pode errar
Não se deve confiar cegamente nos textos escritos por inteligência artificial. Podem apresentar viés, podem tomar partido em questões polêmicas e fazer afirmações categóricas em temas sobre os quais há dúvidas ou diferentes visões. Podem, pura e simplesmente, errar. Continue lendo “Cuidado: a IA pode errar”
Medalhas olímpicas, PIB e IDH
Sete países do mundo estão no top 20 dos rankings de medalhas olímpicas, Produto Interno Bruto e Índice de Desenvolvimento Urbano: Estados Unidos, Japão, Austrália, Países Baixos, Reino Unido, Alemanha e Canadá. Nesta ordem segundo o quadro de medalhas de Paris 2024. Continue lendo “Medalhas olímpicas, PIB e IDH”
Os jornalões e a minha aldeia
Poucos meses atrás, a Folha publicou uma fotaça ocupando todas as seis colunas da primeira página do pedaço do bairro em que moro há uma montanha de anos – 47, para ser preciso. Nesta semana o Estado fez a mesma coisa Continue lendo “Os jornalões e a minha aldeia”
O Rambo e Alaíde Costa
Duas ações da publicidade brasileira nos últimos dias chamam a atenção. As duas se utilizam da imagem de artistas. Uma, massiva, fortíssima, milionária, na TV e nos jornais, traz o ator e o apresentador Marcos Mion ao lado de Sylvester Rambo Rocky Stallone, juntos e ao vivo. A outra, extremamente sutil, estranha, fala de Alaíde Costa, essa jóia da música popular brasileira tão esplêndida quanto pouco badalada. Continue lendo “O Rambo e Alaíde Costa”
Eu furei a Folha, meu!
A Pelágio Lobo era pouquíssimo, mas pouquíssimo, pouquíssimo conhecida. Posso garantir que muitas das raríssimas pessoas que já haviam notado a existência dela não tinham a menor idéia de seu nome. É uma ruazinha de nada, uma travessinha de apenas uma quadra, pouco mais de cem metros. Continue lendo “Eu furei a Folha, meu!”
Moças em férias
Parabéns, Fê!
“Seus filhos não são seus filhos, são filhos da vida.” Esse princípio básico, ensinado por Gibran Kalil Gibran, aprendi adolescente, com uns poucos anos mais do que tem hoje minha neta Marina, tão mais bem informada do que eram sua mãe e este seu avô aos 10 anos de idade. Continue lendo “Parabéns, Fê!”
O fenômeno Titanic e a pequenez
O Titanic é um dos maiores fenômenos da História. É um troço tão fora de série, fora de jeito, maluco, estrondoso, absurdo, que é fenômeno até mesmo neste + de 50 Anos de Textos. Continue lendo “O fenômeno Titanic e a pequenez”
Uma justa homenagem
Meu irmão Floriano não era un regazzo che come me amava i Beatles e i Rolling Stones, mas, como François Truffaut, amava as mulheres, os filmes e os livros – acho que nem ele mesmo saberia dizer em que ordem. Amava também os direitos dos homens, o trabalho, o direito e o Direito do Trabalho. O mundo do Direito do Trabalho prestou a ele, dias atrás, uma belíssima homenagem. Tenho certeza de que, lá da sua nuvem, ele adorou. Continue lendo “Uma justa homenagem”
Quando morre um imortal
Quando morre um imortal, os mortais pensam na morte ou dela fogem como o diabo da cruz. Já fugi dela, mas com as mortes de familiares, amigos e amigas se sucedendo sem fim, desde a minha infância e juventude, acabei com ela me acostumando. De modo que tenho alguma coisa a pensar e dizer, após tantas aparições. Continue lendo “Quando morre um imortal”
O prazer de remar contra a maré
Fiquei profundamente, apatetadamente triste com a eliminação do Brasil na Copa do Mundo do Catar. Ao mesmo tempo, vi que estava tendo reações completamente diferentes das de boa parte das pessoas. E, diacho: não acho ruim essa coisa de remar contra a maré, não. De forma alguma. Continue lendo “O prazer de remar contra a maré”
Sem texto sobre política, pelamordeDeus!
Dias atrás saiu Here It Is: A Tribute to Leonard Cohen. Pensei em escrever dois textos – um sobre o disco em si, o outro sobre como ele demonstrou que eu mudei completamente minha forma de ouvir música e meu relacionamento com os suportes físicos. Outro dia ouvi “Father and Son” e me ocorreu escrever um texto sobre a canção icônica, que eu ouvia me identificando com o filho quando era adolescente e agora ouço achando que o pai está tão certo quanto o filho. Continue lendo “Sem texto sobre política, pelamordeDeus!”
Bem-aventurados os de bom texto
Inês mostra que tem talento já de cara não apenas no primeiro texto que publica na vida, mas até mesmo no “quem é”, a minibiografia que o orientador do curso de Escrita Criativa, Marcelo Spalding, encomendou a ela: “Inês Lemos da Luz nasceu no Rio de Janeiro, foi para São Paulo com 5 anos. Filha de jornalistas, o som da máquina de escrever é o fundo musical da sua infância nos anos 70.” Continue lendo “Bem-aventurados os de bom texto”
The day the Queen died
Este é um site de textos, conforme diz o seu nome, e eu sou um sujeito de texto, de palavras. Sempre que posso, gosto de afirmar que ganhei a vida por saber mexer com palavras; virei jornalista não por ter faro de repórter, mas por saber escrever corretamente, e paguei minhas contas, criei minha filha e consegui me aposentar por me dar bem no texto. Mas a verdade é que, diante de Elizabeth Alexandra Mary, não tenho palavras. Continue lendo “The day the Queen died”