Boas novas

Mesmo contabilizando uma meia dúzia de jovens performáticos que alcançaram o Parlamento via diatribes nas redes sociais, o Brasil é um país de lideranças envelhecidas. Tanto o presidente Lula, única opção da esquerda há mais de 35 anos, quanto o inelegível Jair Bolsonaro traduzem ideias e práticas do arco da velha, repetidas até pelos ditos novatos no campo à direita, incapazes de dar respostas às demandas mais comezinhas dos cidadãos. As boas novas – e alguma esperança – vêm do Pernambuco, onde o centro reina. Continue lendo “Boas novas”

O Rio de Janeiro continua lendo

No último dia 23 de abril, o Rio de Janeiro foi oficialmente nomeado Capital Mundial do Livro pela Unesco, tornando-se a primeira cidade de língua portuguesa a receber essa distinção.  A cerimônia de abertura, realizada no Teatro Carlos Gomes, contou com a presença de autoridades, representantes da Unesco e figuras proeminentes da cultura brasileira, como os escritores Ruy Castro e Conceição Evaristo. Continue lendo “O Rio de Janeiro continua lendo”

Trump destrói em 100 dias obra de 100 anos

À medida que o governo Trump inunda a zona do euro com sucessivas mudanças radicais, suas tarifas têm recebido mais atenção. Mas a política que pode acabar custando ainda mais aos EUA a longo prazo é o ataque da Casa Branca às universidades e à pesquisa em geral. Continue lendo “Trump destrói em 100 dias obra de 100 anos”

O fim melancólico do PSDB

O PSDB vive a sina de Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto: caminha para um triste fim. Partido que por seis disputas presidenciais foi um dos polos da política nacional, hoje é apenas uma sombra do que foi nos tempos em que, no governo, modernizou o Estado, avançou na área social, promoveu reformas estruturantes e estabilizou a economia com o Plano Real.  Agora, precisa de uma fusão – possivelmente com o Podemos – para cumprir a cláusula de barreira na eleição de 2026.  Só assim para continuar existindo no Parlamento. Continue lendo “O fim melancólico do PSDB”

Francisco

Só deu ele. A imprensa do mundo inteiro esqueceu Trump e suas insanidades, largou pra lá Putin e suas atrocidades na Ucrânia, deixou de lado o massacre israelense contra acampamentos de deslocados no sul da Faixa de Gaza.  Continue lendo “Francisco”

Insano e calhorda

Criado há 30 anos em total desobediência à lógica, o pequeno município piauiense de João Campos retrata as mazelas de um Brasil disfuncional, ocupado por políticos que condenam o país ao subdesenvolvimento. Para atender a seus 2.970 habitantes, a cidade instalou 12 secretarias municipais em torno da Prefeitura e um Legislativo com 11 vereadores. Vive de transferências da União e é, proporcionalmente, a campeã na destinação de emendas parlamentares na modalidade Pix ou secreta. Nada menos de R$ 11.6 milhões foram enviados para lá pelo generoso Congresso, o que significa R$ 3,9 mil por habitante, mais do que o dobro do salário médio dos 417 trabalhadores locais. Continue lendo “Insano e calhorda”

Trump e Netanyahu trabalham juntos contra a democracia, pelas trevas

Houve uma época em que um encontro entre o presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro de Israel só trazia orgulho aos judeus israelenses e americanos, que viam dois líderes democráticos trabalhando juntos. Bem, sei que não estou sozinho quando digo que orgulho não é a emoção que me invadiu ao ver a foto de Donald Trump e Binyamin Netanyahu, bem próximos, se reunindo no Salão Oval na segunda feira. As emoções foram de repulsa e depressão. Continue lendo “Trump e Netanyahu trabalham juntos contra a democracia, pelas trevas”

Trumpismo, a negação do reaganismo

Em 6 de agosto de 1983, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, fez um pronunciamento radiofônico à nação sobre comércio internacional que permanece atual e revelador. Suas palavras servem como um alerta sobre os riscos do protecionismo comercial que voltou à cena com força sob a liderança de Donald Trump, cuja agenda tarifária ameaça desestabilizar a economia global e corroer a hegemonia americana. Continue lendo “Trumpismo, a negação do reaganismo”

Míssil chinês

Para quem mandou invadir o Capitólio e, com isso, melar a posse de seu adversário na presidência do país, melar o comércio internacional é o de menos. Só que se, por mais incrível que pareça, o primeiro ato não teve nenhuma consequência judicial para ele, o segundo levantou contra si um enxame de abelhas furiosas que estavam perdendo, de imediato, fortunas bilionárias nas Bolsas de Valores e no mercado de títulos da dívida dos EUA.  Continue lendo “Míssil chinês”

Marcha a ré

A queda abrupta dos treasuries americanos na semana passada — última linha de defesa dos Estados Unidos contra crises econômicas e financeiras — fez o que o Judiciário, o FBI e a oposição democrata não tinham conseguido até então para demover o Agente Laranja do seu intento de acabar com a América first, o capitalismo second e o bom senso em terceiro, nas relações comerciais com o mundo.  Continue lendo “Marcha a ré”

Eles só pensam naquilo

O dono do PSD, Gilberto Kassab, secretário de Governo de São Paulo, deve ter comemorado os números do Datafolha sobre o seu chefe Tarcísio de Freitas (Republicanos). A pesquisa reforça o que o espertíssimo auxiliar diz há mais de ano: o melhor para o Tarcísio é não trocar o certo pelo duvidoso. Apontado como o melhor nome para preencher o espaço do inelegível Jair Bolsonaro na disputa presidencial, Tarcísio seria derrotado por Lula na corrida pelo Planalto, mas reeleito ao governo paulista com folga se a eleição fosse hoje. Continue lendo “Eles só pensam naquilo”

Sonhos

Estava relendo alguns estudos antigos e encontrei um que pode contribuir para melhorar a zorra feita no mundo pelo agente laranja e seu tarifaço.  Continue lendo “Sonhos”

Anjos e demônios

Não é que a China seja uma santinha, como também não são o Japão, o resto da Ásia, a Europa, a Oceania, a África, a América Latina etc. Ninguém é santo no mundo, nem mesmo o Vaticano. Os EUA não são nem nunca foram. Mas a questão está longe de ser religiosa ou de justiça, como acha mister Trump. A questão é a “economia, estúpido” — como diria um estrategista de campanha de um presidente norte-americano tanto tempo atrás que já me esqueci quem foi. Continue lendo “Anjos e demônios”

Anistia não é a agenda do país

Grandes jornadas, como a luta pela anistia nos tempos da ditadura militar, as Diretas Já, o “Fora Collor” e o impeachment de Dilma Roussef, se afirmaram porque, além de encher as ruas, conquistaram os corações e mentes dos brasileiros. Em outras palavras, galvanizaram a opinião pública e se tornaram uma causa nacional como parte importante de sua agenda política. Esses requisitos não estão presentes na atual campanha pela anistia aos presos por participar da intentona bolsonarista do 8 de janeiro de 2023 e que resultou numa chocante depredação do patrimônio público. Continue lendo “Anistia não é a agenda do país”

O gado e a mula

O gado que foi para a frente do Masp no domingo, em São Paulo, capitaneado pelo Malafaia e o Inominável inelegível, cometeu um erro infantil: em vez de adular o presidente da Câmara, Hugo Motta — de quem dependem para levar adiante o projeto de impunidade aos golpistas de 8/1 —, desceu o cacete nele.  Continue lendo “O gado e a mula”