Trumpismo, a negação do reaganismo

Em 6 de agosto de 1983, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, fez um pronunciamento radiofônico à nação sobre comércio internacional que permanece atual e revelador. Suas palavras servem como um alerta sobre os riscos do protecionismo comercial que voltou à cena com força sob a liderança de Donald Trump, cuja agenda tarifária ameaça desestabilizar a economia global e corroer a hegemonia americana. Continue lendo “Trumpismo, a negação do reaganismo”

Míssil chinês

Para quem mandou invadir o Capitólio e, com isso, melar a posse de seu adversário na presidência do país, melar o comércio internacional é o de menos. Só que se, por mais incrível que pareça, o primeiro ato não teve nenhuma consequência judicial para ele, o segundo levantou contra si um enxame de abelhas furiosas que estavam perdendo, de imediato, fortunas bilionárias nas Bolsas de Valores e no mercado de títulos da dívida dos EUA.  Continue lendo “Míssil chinês”

Marcha a ré

A queda abrupta dos treasuries americanos na semana passada — última linha de defesa dos Estados Unidos contra crises econômicas e financeiras — fez o que o Judiciário, o FBI e a oposição democrata não tinham conseguido até então para demover o Agente Laranja do seu intento de acabar com a América first, o capitalismo second e o bom senso em terceiro, nas relações comerciais com o mundo.  Continue lendo “Marcha a ré”

Eles só pensam naquilo

O dono do PSD, Gilberto Kassab, secretário de Governo de São Paulo, deve ter comemorado os números do Datafolha sobre o seu chefe Tarcísio de Freitas (Republicanos). A pesquisa reforça o que o espertíssimo auxiliar diz há mais de ano: o melhor para o Tarcísio é não trocar o certo pelo duvidoso. Apontado como o melhor nome para preencher o espaço do inelegível Jair Bolsonaro na disputa presidencial, Tarcísio seria derrotado por Lula na corrida pelo Planalto, mas reeleito ao governo paulista com folga se a eleição fosse hoje. Continue lendo “Eles só pensam naquilo”

Sonhos

Estava relendo alguns estudos antigos e encontrei um que pode contribuir para melhorar a zorra feita no mundo pelo agente laranja e seu tarifaço.  Continue lendo “Sonhos”

Anjos e demônios

Não é que a China seja uma santinha, como também não são o Japão, o resto da Ásia, a Europa, a Oceania, a África, a América Latina etc. Ninguém é santo no mundo, nem mesmo o Vaticano. Os EUA não são nem nunca foram. Mas a questão está longe de ser religiosa ou de justiça, como acha mister Trump. A questão é a “economia, estúpido” — como diria um estrategista de campanha de um presidente norte-americano tanto tempo atrás que já me esqueci quem foi. Continue lendo “Anjos e demônios”

Anistia não é a agenda do país

Grandes jornadas, como a luta pela anistia nos tempos da ditadura militar, as Diretas Já, o “Fora Collor” e o impeachment de Dilma Roussef, se afirmaram porque, além de encher as ruas, conquistaram os corações e mentes dos brasileiros. Em outras palavras, galvanizaram a opinião pública e se tornaram uma causa nacional como parte importante de sua agenda política. Esses requisitos não estão presentes na atual campanha pela anistia aos presos por participar da intentona bolsonarista do 8 de janeiro de 2023 e que resultou numa chocante depredação do patrimônio público. Continue lendo “Anistia não é a agenda do país”

O gado e a mula

O gado que foi para a frente do Masp no domingo, em São Paulo, capitaneado pelo Malafaia e o Inominável inelegível, cometeu um erro infantil: em vez de adular o presidente da Câmara, Hugo Motta — de quem dependem para levar adiante o projeto de impunidade aos golpistas de 8/1 —, desceu o cacete nele.  Continue lendo “O gado e a mula”

O Lula liberal e o antipatriota Bolsonaro

Enquanto a economia mundial entrava em colapso com o tarifaço de Donald Trump, que, em um misto de insanidade, maldade e capricho, enterrou o modelo de produção global que consolidou os Estados Unidos como a maior potência do planeta, a sintonia política do Brasil era outra. Ou melhor, mantinha-se a mesma que há tempos expõe o digladio barato entre pólos raivosos, impondo a escolha entre o ruim e o menos pior. Continue lendo “O Lula liberal e o antipatriota Bolsonaro”

Nas últimas

O dia que o Trump chamou de Libertação, ocorrido esta semana com o tarifaço, é na verdade o Dia da Perdição. Isso para mim, que escrevo estas mal traçadas sem nenhuma esperança de influir no resultado do jogo. Já para a revista britânica The Economist em sua última edição, saída hoje, é simplesmente o Dia da Ruína.  Continue lendo “Nas últimas”

As Arcadas e o dever de preservar o pluralismo

A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com sua história bicentenária, sempre se apresentou como bastião da liberdade, espaço do pensamento crítico e da convivência entre diferentes ideias. Foi ali que se redigiram cartas em defesa do Estado Democrático de Direito e ecoaram vozes contra o arbítrio em diferentes momentos da vida nacional. As Arcadas, como são conhecidas, cultivaram ao longo do tempo uma reputação de pluralismo e civilidade intelectual. Continue lendo “As Arcadas e o dever de preservar o pluralismo”

O bom combate

Algo me impressiona no Inominável. É sua capacidade de enterrar-se sozinho, sem necessidade de perguntas, quando se põe a falar do plano golpista, que ele chama de cogitações. O pântano que ele mesmo criou é seu atoleiro e não aparece ninguém para impedi-lo de afundar cada vez mais na fossa movediça em que tenta nadar de braçada. 

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O impasse provocado por Bolsonaro

A direita pode se dividir em diversas candidaturas na próxima disputa presidencial. Não que lhe falte alguém com potencial de aglutinar o seu campo e de dialogar com o eleitorado do centro. Todas as análises convergem para o nome  de Tarcísio de Freitas como o único com esse poder de aglutinação e de ampliação. Essa possibilidade esbarra na obstinação  de Jair Bolsonaro de repetir a estratégia de Lula de 2018, mantendo sua candidatura até a undécima hora, quando o Tribunal Superior Eleitoral negar o seu registro. Continue lendo “O impasse provocado por Bolsonaro”

O golpe vitorioso de Maduro

Diz-se que o Brasil é um país sem memória, o que facilita a reincidência de eventos danosos na política e na economia. Populismo, tentativa de golpe, corrupção e arrepios fiscais estão aí para provar a tese. Mas a amnésia está longe de ser um fenômeno verde-amarelo – é global. A ponto de o mundo aceitar governos déspotas como o da Hungria de Viktor Orbán e da Turquia de Tayyip Erdoğan, ou a tímida reação à tomada da Criméia por Vladimir Putin, em 2014, ensaio para a absurda invasão da Ucrânia. Continue lendo “O golpe vitorioso de Maduro”

Viajando

Mudando de assunto, uma vez fiz com meu amigo Fernando Portela e outros jornalistas convidados, entre eles o José Carlos Cafundó, uma viagem à Itália a convite da Fiat para conhecermos a fábrica mais moderna da montadora, localizada em Malfi, uma região de campos verdes sem fim, a caminho do sul italiano.  Continue lendo “Viajando”