Escândalos de hoje abafam os de ontem

Sempre que um novo escândalo vem à tona – e eles têm sido férteis e velozes como crias de ratos – , o script se repete. Primeiro, os envolvidos negam. Depois, buscam desqualificar o denunciante para diminuir o poder de fogo da denúncia e, em seguida, tentam explicar o inexplicável com a cartilha de sucesso recitada pelo ex-presidente Lula: todo mundo faz igual ou pior. Continue lendo “Escândalos de hoje abafam os de ontem”

Sangue no Deserto

Quem é que disse que os wes­terns se divi­diam em três tipos: os de ima­gens, os de ideias, e os de ima­gens e de ideias? Só pode ter sido Godard. E agora me lem­bro: foi jus­ta­mente num texto sobre um wes­tern de Anthony Mann, O Homem do Oeste, que ele, aliás, con­si­de­rava um exem­plo do wes­tern de ima­gens e ideias. Continue lendo “Sangue no Deserto”

CPI une Lula e Collor

Quase vinte anos depois da CPI de PC Farias, que apeou Fernando Collor de Mello da Presidência, o vilão agora é algoz e seus acusadores mais ferozes, capitaneados pelo ex Lula há duas décadas, aliados. Se depois que chegaram ao poder, perdões e gentilezas tornaram-se freqüentes, na CPI mista de Cachoeira, PT e Collor, de novo com o aval de Lula, confessam a mesma cartilha e inimigos em comum, a começar pela mídia. Continue lendo “CPI une Lula e Collor”

Cemitérios, tabuletas e epitáfios

Sem­pre pen­sei que, a haver epi­tá­fios imba­tí­veis, sai­riam cer­ta­mente da pena de gran­des escri­to­res. Mas andei a ver, ouvir e ler e, zás, lá se foram as minhas cer­te­zas. Os epi­tá­fios que alguns acto­res esco­lhe­ram para si mes­mos são desar­man­tes e de uma (ai, como é que se diz?!) deri­são que me fez rir, bater palmas. Continue lendo “Cemitérios, tabuletas e epitáfios”

Os profissionais

Dis­traio os ner­vos: será Vítor Gas­par o herói moderno? O herói antigo era Hér­cu­les. Tinha a lúdica argú­cia de um Ulis­ses. Há um século, o herói era cine­ma­to­grá­fico e vinha com a abne­ga­ção de um John Wayne. Por vezes, dis­far­çava o ide­a­lismo com o cínico desin­te­resse de um Humph­rey Bogart. Continue lendo “Os profissionais”

O Bem e o Mal

O pai mor­rera e ele nunca mais almo­çava. O cai­xão era pau­pér­rimo, uma coisa dic­ken­si­ana ao lado da qual cami­nhava a aflita dor da mãe. O futuro Char­lot vinha atrás da urna do pai e do pranto da mãe. Para dis­trair a fome, ia mimando, cari­ca­tu­ral, o sofri­mento materno. Continue lendo “O Bem e o Mal”