Quando Paul McCartney fez 40 anos

Nenhum músico popular foi tão criticado e tão adorado quanto James Paul McCartney.

Leve, inconseqüente, contrafação de rock, muzak, raso demais, piegas, sem consistência, fácil, sentimental, indulgente, primitivo, tépido, desinteressante, aguado, indiferente, conversa fiada, completamente inócuo, o ponto mais baixo do rock, trivialidade charmosa e inofensiva, compêndio de gracinhas caseiras, viscosos produtos de confeitaria, lamaçal de doces nadas. Continue lendo “Quando Paul McCartney fez 40 anos”

Mercedes Sosa recebe palmas, reverência e beijos

Na primeira das sete apresentações que fará em São Paulo, nesta sua turnê pelo Brasil, Mercedes Sosa recebeu do público que lotou o Tuca, ontem à noite (27 de abril de 1982), uma rosa (que segurou com carinho durante uma música), uma camiseta vermelha com a inscrição “Paz El Salvador” (que colocou sobre uma mesinha no palco sem ler o que estava escrito), e um tratamento somente dispensado aos grandes ídolos. Continue lendo “Mercedes Sosa recebe palmas, reverência e beijos”

Tom e Edu juntos, sem nenhum supérfluo

A característica mais impressionante de Edu & Tom, LP gravado em novembro do ano passado (1981) e lançado este mês (fevereiro de 1982) pela PolyGram, é a simplicidade dos acompanhamentos. Antônio Carlos Jobim e Edu Lobo são, além de compositores brilhantes, irrepreensíveis, dois dos nossos mais competentes arranjadores e regentes. Continue lendo “Tom e Edu juntos, sem nenhum supérfluo”

A estréia do Premê, num disco alegre e competente

Entre uma música e outra, no show de sexta-feira da semana passada, no Teatro Bandeirantes, e que o Canal 13 mostra hoje (dia 26 de dezembro de 1981) às 17h30, um dos músicos do Premeditando o Breque pediu aos programadores das emissoras de rádio que dessem uma chance aos novos: “As rádios ficam tocando só o Premeditando, o dia inteirinho; assim não dá, temos que deixar espaço para o pessoal novo aparecer…” Continue lendo “A estréia do Premê, num disco alegre e competente”

Uma certeza em 1981: Gal é a voz mais bonita da MPB

O gaúcho Vitor Ramil, 19 anos de idade, irmão mais novo de Kleiton e Kledir, gravou sua música “Estrela, Estrela” com um sofisticado, quase erudito acompanhamento de instrumentos de corda e de sopro, pouco comum na música popular, para valorizar a melodia bonita. Continue lendo “Uma certeza em 1981: Gal é a voz mais bonita da MPB”

No tempo em que o Rumo era um grupo novo

Os ouvidos que preferem repetição e a redundância (ouvidos que se chocaram com as guitarras elétricas e a colagem de imagens de “Alegria, Alegria”, ou com a justaposição concretista de vozes de ou não, o primeiro LP de Walter Franco, por exemplo), esses ficariam igualmente chocados ao ouvir o grupo Rumo interpretar músicas como “Canção Bonita”. Continue lendo “No tempo em que o Rumo era um grupo novo”

Do forte ao sutil, na soma de Fagner

Os fanáticos com a arte irremediavelmente presa às raízes, os que não aceitam mistura ou evolução, as pessoas que acham que lugar de músico crioulo é (só) na quadra da escola de samba, ou na Marquês de Sapucaí, e que lugar de músico nordestino é (só) nos forrós, puxando xote e baião, esses devem passar bem ao largo de Traduzir-se, 8º LP de Raimundo Fagner. Continue lendo “Do forte ao sutil, na soma de Fagner”