Para quem não aplaudir, o Gulag

Agora tem gente dizendo que quem não acha que Lula acabou com todos os problemas no Oriente Médio e com toda a questão das armas atômicas é impatriótico. Traidor da pátria. Quinta coluna.

Juntam-se a infantilidade, o patriotismo juvenil, o pouco conhecimento, a falta de informação, com o viés torto de que vale tudo por uma eleição, a sensação psiquiatricamente problemática de que o Grande Chefe é infalível, a tortuosa necessidade de agradar às 432 facções reunidas no PT, a premência por manter as vários milhares de boquinhas no governo e nas estatais no pós-2010, para determinar que

a) o acordo de Teerã é algo jamais visto neste planeta, neste sistema solar, nesta galáxia, neste universo;

b) Ahmedinejad é do bem, e todo o resto do mundo que não concorda com ele é do mal;

c) a diplomacia começou a existir quando Lula Primeiro e Único assumiu, e todos os 6 mil anos que vieram antes na verdade não existiram.

Pouco importa que o Irã tenha declarado que vai continuar enriquecendo urânio. Que o Irã esteja desafiando a comunidade internacional continuamente, permanentemente, há vários anos.

Assim como também pouco importa que o Irã seja uma ditadura teocrática, e o próprio Ahmedinejad seja não mais que um ventríloquo dos aitolás, e que o governo assassine – nas ruas ou nas prisões – as pessoas que protestam contra as eleições fraudadas.

Governos ditatoriais assassinarem opositores, isso não importa nada. Opositor que faz greve de fome, que vai às ruas protestar, isso é tudo igualzinho a bandido comum, nos ensinou Lula Primeiro e Único.

Porque há ditaduras e ditaduras, é claro. As que são simpáticas ao governo de Lula Primeiro e Único, como as de Cuba, Líbia, Irã, e as que se encaminham para tal, como a da Venezuela, essas são maravilhosas e democráticas e a favor do povo.

Assim como há guerrilheiros e guerrilheiros, conforme nos ensinou Dona Marta, aquela que passou a vida se dizendo prafrentrex e na hora do pega pra capar disse que o adversário não merecia o voto porque era veado. Dona Marta agora nos ensina que houve guerrilheiros bons, como Dilma, e guerrilheiros maus, como Gabeira.

(Aliás, pensando bem, é o seguinte: se Dilma foi guerrilheira, mas não seqüestrou, não assaltou banco, não matou ninguém, então que tipo de guerrilheira ela foi, afinal? Só foi guerrilheira para dizer depois que foi torturada?)

Porque, no fim, tudo volta a isso: a eleição de outubro. Tudo, tudo, é a eleição de outubro.

Não adianta muito se perguntar se Lula é um sofisticadíssimo jogador de xadrez, um grande mestre da política que enxerga sempre várias jogadas à frente, ou se está apenas tão rempli de soi-même, tão absolutamente barrigudo após engolir tanto endeusamento (quem nunca comeu melado, quando como se lambuja, repetia minha mãe), tão cego diante de tanto 80% de aprovação, que se arrisca a fazer papel de débil mental diante do mundo inteiro, ao patrocinar um acordo que obviamente só dá mais tempo à louca ditadura iraniana para preparar a sua bomba atômica.

Não adianta muito fazer esse tipo de pergunta. Vivemos numa realidade tão fantástica, tão louca, tão impossível, tão improvável, que muita gente de fato crê que essa figura merece ser o próximo secretário-geral da ONU, o prêmio Nobel da Paz, o papa, o Jesus, o Maomé, o Deus, o Jeová, o Alá.

E quem for contra, quem duvidar disso, merece as Obans, os Auschwitz, os Gulags.  

Quem não concordar é traidor da pátria. Quinta coluna. Filho da puta. Judeu na Berlim de 1937, negro no Mississippi de 1962, ou branco estudante de cursinho no Brasil de 2010. Campo de concentração, Gulag pra ele.

19 de maio de 2010

2 Comentários para “Para quem não aplaudir, o Gulag”

  1. Lula, o cachaceiro que cortou o seu dedo para não trabalhar, é um Analfabeto da merda, e isso os brasileiros elegeram por duas vezes!

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