Caem barreiras, mas não aquelas que isolam e dividem as pessoas, as dos preconceitos e das intolerâncias. Caem barreiras de barro, de terra, que matam pessoas felizes a festejar um novo ano. O que une o que se passa na Ilha Grande e outros lugares do Brasil e o livro/disco primoroso que ouço e leio no primeiro dia de 2010? Continue lendo “As barreiras”
Pecado de omissão
Desde que o jornalista José Casado, de O Globo, trouxe à tona, no início deste ano, detalhes do quase inacreditável terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, assinado “sem ler” pelo presidente Lula no apagar das luzes de 2009, o PNDH-3 tornou-se um dos principais temas em debate no país. Quase não se fala de outra coisa. Continue lendo “Pecado de omissão”
Puxa, mãe, você não sabia?
Introdução:
Quando meu filho mais novo tinha dez anos – outubro de 1990 – tivemos uma conversa que transformei em crônica. Hoje, tanto tempo passado, penso que a conversa continua valendo. A crônica, quem sabe? Continue lendo “Puxa, mãe, você não sabia?”
A revelação da minha vida
Dobrei a esquina para a Rua Araújo, com o coração aos pulos. Logo aprenderia que essa expressão – coração aos pulos – morreu com os antigos folhetins literários. Mas, naquela época, eu não sabia disso. Continue lendo “A revelação da minha vida”
Uma bela homenagem a Laïs de Castro
Sem saber ao certo o que a estava esperando, Laïs de Castro acompanhou na quarta-feira (dia 20 de janeiro de 2010) a equipe deste Jornalistas & Cia para um encontro-surpresa. Reservamos para ela, com o apoio da Abril, uma espécie de reencontro com o seu passado, com seus primeiros dias de jornalista, com seu tempo de repórter da revista InTerValo, um grande sucesso editorial da editora nos anos 60. Continue lendo “Uma bela homenagem a Laïs de Castro”
O Doutor do Baião
Na sala escura, imagens e sons da mais pura música popular brasileira. Fico pensando em como nossa memória cultural mais esquece do que lembra. Na tela assisto à biografia de um importante compositor e letrista que, ao lado de Luiz Gonzaga, fez dançar e cantar a nossa gente. Continue lendo “O Doutor do Baião”
O Sermão do Planalto
Confusão e sono. Sono e dor. Dor e ruídos. Ruídos e dormência.
João tentou levantar a perna insensível mas não conseguiu, sentiu que não conseguia. Pensou, no meio do nevoeiro, pensou com dificuldade que, se respirasse muito fundo, conseguiria levantar a perna morta. Respirou mas ouviu zumbidos, estalos que rebentavam e luziam ante seus olhos inchados e meio cegos. Continue lendo “O Sermão do Planalto”
O capoeirista
Ao advertir que neste ano não encarnará o “Lulinha paz e amor” e que está pronto para revidar o “jogo rasteiro” da oposição e os chutes “do peito para cima”, o presidente Lula propositadamente elevou o tom, antecipando a escala e os instrumentos que pretende usar para tentar eleger a sua sucessora. Continue lendo “O capoeirista”
Eu vi “Disparada” tomar forma (e outras histórias dos festivais)
Em 1966, a cantora Maria Odette defendeu a música “Boa Palavra”, de Caetano Veloso, no II Festival do Música Popular Brasileira da TV Excelsior, e ficou com o quinto lugar. Caetano era ainda um jovem baiano que não se arriscava a subir no palco para cantar. Hoje canta e fala… até demais! Continue lendo “Eu vi “Disparada” tomar forma (e outras histórias dos festivais)”
Cyd Charisse
Este é que é o grande e fascinante paradoxo: agora que a atriz e dançarina Cyd Charisse morreu, a triste notícia não mexe um milímetro com a certeza que sempre tive sobre a sua eternidade. Nem fez muitos filmes, porém todos que rodou foram absolutamente maravilhosos. Continue lendo “Cyd Charisse”
Meu irmão de longe
Não nascemos do mesmo pai nem da mesma mãe, mas tenho, cada dia mais, certeza de que nos sentíamos irmãos.
Não nascemos nem no mesmo país, mas tenho, cada dia mais, certeza de que falávamos a mesma língua. Continue lendo “Meu irmão de longe”
Só os políticos lucram com o voto obrigatório
Pelo simples fato de ser uma imposição, tudo aquilo que é obrigatório tende a ser rejeitado ou feito com alguma má vontade. Continue lendo “Só os políticos lucram com o voto obrigatório”
Juízes de futebol, gatunos ou não
O gatunos do título devo a Nelson Rodrigues, que teceu as mais saborosas crônicas sobre o juiz ladrão. Como diria ele, vamos aos fatos, pelo menos a um deles: Continue lendo “Juízes de futebol, gatunos ou não”
Chove lá fora
E pinga aqui dentro, como se costuma dizer em Minas. Mas chover lá fora me lembra a canção de Tito Madi e a interpretação de meu amigo Agostinho dos Santos. Ele que estava em um avião errado em dia errado. Ele que foi minha primeira perda de amizade e música. A água que cai no pátio, na casa e na rua, refresca o fim de tarde e nos prepara para uma noite amena. Continue lendo “Chove lá fora”
Dalva, Herivelto, amarcord.
Dalva de Oliveira e Herivelto Martins? Claro que me lembro! Eu me lembro??
Existe um tipo de mentira que não transforma o mentiroso em pecador: é aquela, resultado de uma traição da memória. Continue lendo “Dalva, Herivelto, amarcord.”