Esperavam-se as ruas pintadas de vermelho e incendiadas, no último final de semana, depois do rufar dos tambores do ex-presidente Lula. Mais: em um partido estruturado à base da unichefia e do centralismo lulista, a expectativa era a de que todos os candidatos petistas vestissem a farda, pendurassem a estrelinha no peito e fizessem da defesa de Lula o carro-chefe de suas campanhas, particularmente em seus programas televisivos. Continue lendo “Deu chabu”
A cabra e a confiança
O cronista Nelson Rodrigues não tem culpa nenhuma, mas a cabra vadia tomou conta de nós. Nelson teria gostado muito de Samuel Goldwyn, se o tivesse conhecido. Judeu nascido Gelbfisz na Polónia, passou a Goldfish em Inglaterra e fez-se Goldwyn e produtor em Hollywood. Ora Goldwyn não queria cá saber da cabra vadia: nunca se deixou atormentar pela dúvida que hoje nos corrói a confiança. Continue lendo “A cabra e a confiança”
Rastros do crime
Corruptores e corruptos não registram seus negócios em cartório, não emitem recibos. Tentam não deixar vestígios. Buscam o crime perfeito. Mas quando as investigações de delitos se aproximam dos que se consideram incomuns e, portanto, autorizados a surfar acima da lei, não raro eles tropeçam em suas próprias pegadas. Tornam-se vítimas de seu auto-endeusamento. Continue lendo “Rastros do crime”
Que tal concurso público para corrupto, Lula?
“A profissão mais honesta é a do político. Sabe por quê? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir pra rua encarar o povo e pedir voto. O concursado, não. Ele se forma numa universidade, faz um concurso e está com o emprego garantido.” Continue lendo “Que tal concurso público para corrupto, Lula?”
Vai melhorar (14). O Programa de Parcerias é bom
A semana que está terminando foi coalhada de acontecimentos de grande impacto. Alguns deles muito bem-vindos, como, finalmente, após quase um ano de processo se arrastando na Câmara dos Deputados, a cassação de Eduardo Cunha. Continue lendo “Vai melhorar (14). O Programa de Parcerias é bom”
O bisavô Lula fala aos seus
Entrevista não foi. Entrevista coletiva, então, vamos falar sério, é que não foi mesmo. Coletiva sem perguntas dos jornalistas é piada, não é, não?
Que nome dar então àquela apresentação de Lula ontem em um hotel em São Paulo? Continue lendo “O bisavô Lula fala aos seus”
Três anos e meio esta noite
Marina hoje me contou um sonho.
Não vou conseguir reproduzir as palavras dela, o jeito com que ela contou, então não vou sequer tentar. Continue lendo “Três anos e meio esta noite”
Um site de filmes com mais buracos que queijo suíço
Nas últimas semanas, recebi uma meia dúzia de e-mails que me cobravam pelas omissões do meu site 50 Anos de Filmes.
Transcrevo alguns: Continue lendo “Um site de filmes com mais buracos que queijo suíço”
A nova Mae West
Tenho amigos poetas, romancistas, pintores, espíritos inquietos e brilhantes. Ouço-lhes o uivo nocturno. É um uivo que faria corar Allen Ginsberg, o morto e enterrado poeta beatnik. Continue lendo “A nova Mae West”
Sandálias de pescador
Em sua primeira semana como titular, o presidente Michel Temer venceu em diversas frentes: no plano externo, na Suprema Corte e no Senado. Mas continua encalacrado com a rejeição que inspira. E para enfrentá-la sua equipe comete o mesmo erro fatal da deposta ex: abusa da soberba. Continue lendo “Sandálias de pescador”
“Disto tenho certeza: ao iniciar uma briga entre o passado e o presente, acabaremos por perder o futuro”
A reflexão que cito no título é de Sir Winston Churchill, o grande inglês que dispensa apresentações. Ele também dizia que a verdade é incontroversa: o pânico pode ofendê-la, a ignorância diminuí-la, a maldade distorcê-la, mas ao fim, lá estará ela, vitoriosa. Continue lendo ““Disto tenho certeza: ao iniciar uma briga entre o passado e o presente, acabaremos por perder o futuro””
O calcanhar de Temer
Como Aquiles, o presidente Michel Temer também tem seu calcanhar. E não é o grito de “fora Temer” que começou a ecoar nas ruas em manifestações que não devem ser subestimadas. Elas crescerão, mais ou menos, na relação direta da capacidade de o governo se embaralhar nas próprias pernas. Continue lendo “O calcanhar de Temer”
Cenas de bastidores: uma lista
1. O realizador King Vidor pedira à actriz Lilian Gish que aprendesse a morrer. Filmavam La Bohéme, ela era Mimi e o destino de Mimi, sabe-se, é morrer. Venham ver, estão a filmar a cena.
Supremo imbroglio
O país encerrou o mês de agosto com o afastamento definitivo de Dilma Rousseff e a posse do presidente Michel Temer, pondo fim a uma agonia de nove meses. Mas, diferentemente do dito popular, está longe de encerrar o desgosto. Continue lendo “Supremo imbroglio”
Vai melhorar (13). O poço é muito fundo, mas vai melhorar.
O fundo do poço em que a incompetência, o desatino, a soberba, o voluntarismo de Dilma Rousseff enfiaram a economia brasileira é exatamente isso: fundo. Muito fundo. Quem sabe somar 1 + 1 sabe também que não será nada fácil, nem rápido, tirar a economia da recessão em que ela foi colocada. Continue lendo “Vai melhorar (13). O poço é muito fundo, mas vai melhorar.”