Mário de Andrade caminhava pela Rua Barão de Itapetininga. Sem pressa. O centro da cidade o atraia. Espiou a vitrine de uma livraria, cogitou tomar um café. Mas foi em frente. Na mesma toada branda chegou à Praça da República. Cumprimentou mentalmente o prédio do Colégio Caetano de Campos, deu mais alguns passos e… entrou na estação do metrô.
Aprendiz de leitor
— Alô – atendo o telefone.
— Salve, grande Matias.
A voz de Tonico. O que poderá querer depois de tantos anos sem uma única palavra? Continue lendo “Aprendiz de leitor”
Simples assim
Laurinha entrou na sala de almoço com o bolo recém confeitado. Coberto de chantili, cerejas por cima, uma obra de culinária. Sucesso garantido, no encontro com colegas de escola que teriam à noite. Colocou-o sobre a mesa de refeições, muito feliz. E deixou a sala. Estava em seu quarto, quando ouviu o grito de pavor de sua irmã, a Beth. Quase se chocam no corredor. Continue lendo “Simples assim”
Carrocinha de cachorro
Nos tempos em que se amarrava cachorro com linguiça, assim dizia antiga expressão, a carrocinha de pegar cães de rua recolheu um cãozinho branco, pequenino e muito peludo. Havia escapado de sua casa, por alguns momentos. Seu dono, quando se deu conta do que acontecia, entrou em desespero. Um menino de seis anos que amava Pirulito, assim chamado o bichinho. Continue lendo “Carrocinha de cachorro”
Guardados da memória
Trem de ferro, Maria Fumaça, resfolegando uma tarde inteira pelo Noroeste de São Paulo. Por fim, surge a estação com a placa: Birigui. Na plataforma, tios e primos esperam. O pré-adolescente e sua irmã, mais nova que ele, o pai e a mãe, preparam-se para o desembarque. Tanto tempo sem se ver… O reencontro é ao mesmo tempo alegre e emocionante.
O gesto da rainha
Sua Alteza já era muito bem conhecida do repórter quando ele recebeu a instrução de que não podia tirar os olhos dela. Explicando melhor. O profissional já tinha participado da cobertura da visita da monarca a Recife e Salvador. Agora, ela estava em São Paulo. À noite seria recebida pelo governador Abreu Sodré em palácio, em banquete. Continue lendo “O gesto da rainha”
Questão de flores e pinceladas
Um rapaz com gosto pelas criações da natureza, especialmente flores, que via como um adorno da Humanidade. Estava justamente em uma floricultura, quando uma moça muito bonita entrou. Num impulso, apanhou um buquê de flores e o ofereceu a ela. O que disse a agraciada? Continue lendo “Questão de flores e pinceladas”
Faíscas verbais
Um fato ocorrido com o então deputado Jair Bolsonaro, há 14 anos, mostra que, de lá para cá, ele não mudou nada. O episódio está no livro Faíscas Verbais, de Márcio Bueno. Abaixo, a íntegra do episódio. (Valdir Sanches) Continue lendo “Faíscas verbais”
O presidente ripador
Bolsonaro definitivamente não se dá bem com o ph. Com o do Iphan, que cuida do patrimônio histórico nacional, engasgou. “Liguei para o ministro da pasta (Justiça). Que trem é esse? (…) ‘O que é Iphan?’, com ph?” Continue lendo “O presidente ripador”
O duelo Bolsonaro x Lula
Jair e Flávio Bolsonaro são seres insensíveis para quem disputar eleição não tem limite de nenhuma espécie. O torneiro mecânico Lula, muitos anos atrás, sofreu um acidente de trabalho e perdeu o dedo mínimo da mão esquerda. Em cima disso, ambos atacam o adversário como “ladrão de nove dedos.” Continue lendo “O duelo Bolsonaro x Lula”
A malhação de Moro
Este observador, não profundo conhecedor dos meandros ardilosos da política, está perplexo com a malhação do judas promovida contra Sérgio Moro por articulistas da grande imprensa, como aconteceu nestes dias na Folha. O que me consta: Lula foi condenado, pelo episódio do triplex, por onze magistrados. O primeiro, Moro, na primeira instância. Continue lendo “A malhação de Moro”
Na Torre de Pizza
A Torre de Pizza de Bolsonaro tem elevador. Passageiros a bordo, porta fechada, começa a subida. O ascensorista vai informando. Primeiro andar, mozarela, segundo calabresa, terceiro quatro queijos… Tudo muito diferente da Torre de Pisa, que ele visitou, em sua estada na Itália – e que acabou em pizza, quando a chamou por esse nome durante entrevista. Continue lendo “Na Torre de Pizza”
Como não apanhar dos seguranças
Jornalistas deviam ser pessoas mais preparadas para o trato social. Um pouco de educação não faz mal a ninguém. Por que os fatos não podem se passar como refiro abaixo? Jair Bolsonaro chega a Roma, onde se dará o encontro do G20. Primeiro contato com a Imprensa. Continue lendo “Como não apanhar dos seguranças”
Vai demorar tanto assim na China!
Em uma hora dessas eu gostaria de ser um faquir. Teria minha cama de pregos… não vou dizer confortável, mas disponível. O que tenho hoje é um sofá velho, sempre suficiente para minhas necessidades. No entanto, com súbita crise de dor nas costas, tomei duas providências. Busquei os serviços de uma fisioterapeuta e tratei de comprar um sofá novo. Uma dessas empreitadas deu problema. Qual? A simples compra de um sofá.
Um amigo, que trabalha no ramo, logo veio com o book de fotos de sofás, e o mostruário de tecidos para o revestimento, para eu escolher. Tratei de escapar. “Não precisa disso, compro um ali nas casas…” Nem pensar. O episódio logo teve o apoio da família. A situação requer um bom sofá, foi o veredito.
Afinal, qual é o problema para a compra? A entrega demora 40 dias! A situação tem a ver com a importação dos tecidos à China. Estes, pelo que entendi, vêm em containers, e por complicações econômicas provocadas pela pandemia há embaraços.
Não me esmerei em apurar a situação toda, porque tudo o que quero é um sofá. Enquanto não chega, sou um sem assento. Não posso sentar no velho, tampouco em outro sofazão que temos, muito fofo, você senta e é engolido, ótimo para pessoas sãs. Temos duas poltronas, também inadequadas.
A opção que me restou foi uma singela cadeira, por sorte com um design que me é favorável. Mas a situação, em seu contexto, é ridícula. Precisa de um sofá? Espera sentado…
Outubro de 2021
No tempo do pós-moticiatas
Nova modalidade esportiva pode surgir no País, em 2023. Certo militar reformado do Exército, depois de alçar altos vôos, se vê no nível mais rasteiro do chão. O que fará? Ora, por que não aproveitar o caldo daquilo que foi chamado de motociata para instituir um rally? Continue lendo “No tempo do pós-moticiatas”