Raimundo Fagner ainda não conseguiu vender mais discos do que Roberto Carlos – uma das muitas ambições do ambicioso cantor. Ainda não conseguiu chegar à marca de um milhão de cópias vendidas por disco – objetivo que ele pretendia alcançar já com o LP de 1980. Continue lendo “O tempo em que Fagner era superstar na gravadora”
Elvis, o mito e a indústria
Quando o corpo flácido, balofo, inchado, corroído por drogas e decadência, caiu no chão acarpetado do banheiro da mansão de 18 cômodos, há exatos cinco anos (ou seja, no dia 16 de agosto de 1977), Elvis Presley já estava, na verdade, morto há um bom tempo. Misericordiosa morte final – e extremamente lucrativa. Continue lendo “Elvis, o mito e a indústria”
Quando Paul McCartney fez 40 anos
Nenhum músico popular foi tão criticado e tão adorado quanto James Paul McCartney.
Leve, inconseqüente, contrafação de rock, muzak, raso demais, piegas, sem consistência, fácil, sentimental, indulgente, primitivo, tépido, desinteressante, aguado, indiferente, conversa fiada, completamente inócuo, o ponto mais baixo do rock, trivialidade charmosa e inofensiva, compêndio de gracinhas caseiras, viscosos produtos de confeitaria, lamaçal de doces nadas. Continue lendo “Quando Paul McCartney fez 40 anos”
A Gal dos velhos tempos, ótima como sempre
É inteiramente absurdo, mas nada menos que sete dos 15 LPs que Gal Costa gravou em 17 anos de carreira estavam fora de catálogo, ausentes das lojas de discos. Continue lendo “A Gal dos velhos tempos, ótima como sempre”
Mercedes Sosa recebe palmas, reverência e beijos
Na primeira das sete apresentações que fará em São Paulo, nesta sua turnê pelo Brasil, Mercedes Sosa recebeu do público que lotou o Tuca, ontem à noite (27 de abril de 1982), uma rosa (que segurou com carinho durante uma música), uma camiseta vermelha com a inscrição “Paz El Salvador” (que colocou sobre uma mesinha no palco sem ler o que estava escrito), e um tratamento somente dispensado aos grandes ídolos. Continue lendo “Mercedes Sosa recebe palmas, reverência e beijos”
Elis, brilhante. Até no disco que ela não quis
A primeira constatação a se fazer é triste, mas imprescindível: o LP Elis Regina – 13th Montreux Jazz Festival, que a WEA está lançando agora, só chega às lojas porque a cantora maior morreu. Continue lendo “Elis, brilhante. Até no disco que ela não quis”
Cauby, plumas e paetês
Há um ano e pouco, Cauby Peixoto disse que resolveu dar menos valor à popularidade, e se interessar mais pelo prestígio (este texto é de 1982). “Posso acordar amanhã totalmente esquecido. O prestígio é diferente; resiste ao tempo”. Continue lendo “Cauby, plumas e paetês”
Tom e Edu juntos, sem nenhum supérfluo
A característica mais impressionante de Edu & Tom, LP gravado em novembro do ano passado (1981) e lançado este mês (fevereiro de 1982) pela PolyGram, é a simplicidade dos acompanhamentos. Antônio Carlos Jobim e Edu Lobo são, além de compositores brilhantes, irrepreensíveis, dois dos nossos mais competentes arranjadores e regentes. Continue lendo “Tom e Edu juntos, sem nenhum supérfluo”
A estréia do Premê, num disco alegre e competente
Entre uma música e outra, no show de sexta-feira da semana passada, no Teatro Bandeirantes, e que o Canal 13 mostra hoje (dia 26 de dezembro de 1981) às 17h30, um dos músicos do Premeditando o Breque pediu aos programadores das emissoras de rádio que dessem uma chance aos novos: “As rádios ficam tocando só o Premeditando, o dia inteirinho; assim não dá, temos que deixar espaço para o pessoal novo aparecer…” Continue lendo “A estréia do Premê, num disco alegre e competente”
O show que reuniu a vanguarda paulista da MPB
Arrigo Barnabé pisou no palco do Teatro Bandeirantes sob vigorosos aplausos. Era o último a se apresentar: antes dele, já haviam sido aplaudidos, pela ordem, Itamar Assumpção e seu conjunto, o grupo Rumo e o Premeditando o Breque. Continue lendo “O show que reuniu a vanguarda paulista da MPB”
Uma certeza em 1981: Gal é a voz mais bonita da MPB
O gaúcho Vitor Ramil, 19 anos de idade, irmão mais novo de Kleiton e Kledir, gravou sua música “Estrela, Estrela” com um sofisticado, quase erudito acompanhamento de instrumentos de corda e de sopro, pouco comum na música popular, para valorizar a melodia bonita. Continue lendo “Uma certeza em 1981: Gal é a voz mais bonita da MPB”
Moraes Moreira versão 1981, descartável e gostoso
Moraes Moreira, o LP que a Ariola acaba de lançar (este texto é de 1981), é um disco excelente para quem gosta de Moraes Moreira. Não tem surpresas, imprevistos, mudanças, novidades. Continue lendo “Moraes Moreira versão 1981, descartável e gostoso”
No tempo em que o Rumo era um grupo novo
Os ouvidos que preferem repetição e a redundância (ouvidos que se chocaram com as guitarras elétricas e a colagem de imagens de “Alegria, Alegria”, ou com a justaposição concretista de vozes de ou não, o primeiro LP de Walter Franco, por exemplo), esses ficariam igualmente chocados ao ouvir o grupo Rumo interpretar músicas como “Canção Bonita”. Continue lendo “No tempo em que o Rumo era um grupo novo”
O primeiro disco do Uakti
Uakti – Oficina Instrumental é um dos melhores discos lançados este ano. E um dos discos mais criativos, arrojados, novos e fortes da música brasileira nos últimos tempos. Continue lendo “O primeiro disco do Uakti”
Um show da jovem Zizi Possi bem assim, assim
O palco está pouco iluminado. No canto direito, Zizi Possi lança a cabeça e os ombros bem para trás – e por um momento tem-se a impressão de que ela está fazendo aquele movimento para aliviar sua tensão. Continue lendo “Um show da jovem Zizi Possi bem assim, assim”