Há um ano e pouco, Cauby Peixoto disse que resolveu dar menos valor à popularidade, e se interessar mais pelo prestígio (este texto é de 1982). “Posso acordar amanhã totalmente esquecido. O prestígio é diferente; resiste ao tempo”. Continue lendo “Cauby, plumas e paetês”
Tom e Edu juntos, sem nenhum supérfluo
A característica mais impressionante de Edu & Tom, LP gravado em novembro do ano passado (1981) e lançado este mês (fevereiro de 1982) pela PolyGram, é a simplicidade dos acompanhamentos. Antônio Carlos Jobim e Edu Lobo são, além de compositores brilhantes, irrepreensíveis, dois dos nossos mais competentes arranjadores e regentes. Continue lendo “Tom e Edu juntos, sem nenhum supérfluo”
A estréia do Premê, num disco alegre e competente
Entre uma música e outra, no show de sexta-feira da semana passada, no Teatro Bandeirantes, e que o Canal 13 mostra hoje (dia 26 de dezembro de 1981) às 17h30, um dos músicos do Premeditando o Breque pediu aos programadores das emissoras de rádio que dessem uma chance aos novos: “As rádios ficam tocando só o Premeditando, o dia inteirinho; assim não dá, temos que deixar espaço para o pessoal novo aparecer…” Continue lendo “A estréia do Premê, num disco alegre e competente”
O show que reuniu a vanguarda paulista da MPB
Arrigo Barnabé pisou no palco do Teatro Bandeirantes sob vigorosos aplausos. Era o último a se apresentar: antes dele, já haviam sido aplaudidos, pela ordem, Itamar Assumpção e seu conjunto, o grupo Rumo e o Premeditando o Breque. Continue lendo “O show que reuniu a vanguarda paulista da MPB”
Uma certeza em 1981: Gal é a voz mais bonita da MPB
O gaúcho Vitor Ramil, 19 anos de idade, irmão mais novo de Kleiton e Kledir, gravou sua música “Estrela, Estrela” com um sofisticado, quase erudito acompanhamento de instrumentos de corda e de sopro, pouco comum na música popular, para valorizar a melodia bonita. Continue lendo “Uma certeza em 1981: Gal é a voz mais bonita da MPB”
Moraes Moreira versão 1981, descartável e gostoso
Moraes Moreira, o LP que a Ariola acaba de lançar (este texto é de 1981), é um disco excelente para quem gosta de Moraes Moreira. Não tem surpresas, imprevistos, mudanças, novidades. Continue lendo “Moraes Moreira versão 1981, descartável e gostoso”
No tempo em que o Rumo era um grupo novo
Os ouvidos que preferem repetição e a redundância (ouvidos que se chocaram com as guitarras elétricas e a colagem de imagens de “Alegria, Alegria”, ou com a justaposição concretista de vozes de ou não, o primeiro LP de Walter Franco, por exemplo), esses ficariam igualmente chocados ao ouvir o grupo Rumo interpretar músicas como “Canção Bonita”. Continue lendo “No tempo em que o Rumo era um grupo novo”
O primeiro disco do Uakti
Uakti – Oficina Instrumental é um dos melhores discos lançados este ano. E um dos discos mais criativos, arrojados, novos e fortes da música brasileira nos últimos tempos. Continue lendo “O primeiro disco do Uakti”
Um show da jovem Zizi Possi bem assim, assim
O palco está pouco iluminado. No canto direito, Zizi Possi lança a cabeça e os ombros bem para trás – e por um momento tem-se a impressão de que ela está fazendo aquele movimento para aliviar sua tensão. Continue lendo “Um show da jovem Zizi Possi bem assim, assim”
Um texto sobre Ivan Lins de 1981. E um mea culpa hoje
Ivan Lins andou melhorando bastante, ao longo destes dez anos de carreira profissional. (Este texto foi escrito em 1981.) Continue lendo “Um texto sobre Ivan Lins de 1981. E um mea culpa hoje”
Do forte ao sutil, na soma de Fagner
Os fanáticos com a arte irremediavelmente presa às raízes, os que não aceitam mistura ou evolução, as pessoas que acham que lugar de músico crioulo é (só) na quadra da escola de samba, ou na Marquês de Sapucaí, e que lugar de músico nordestino é (só) nos forrós, puxando xote e baião, esses devem passar bem ao largo de Traduzir-se, 8º LP de Raimundo Fagner. Continue lendo “Do forte ao sutil, na soma de Fagner”
O disco que apresentou a bossa nova. Não, não é de João Gilberto
Está de volta às lojas, reeditado há poucos dias (o texto é de 1981) pela PolyGram, um LP importantíssimo, um marco histórico da música popular brasileira. Seu lançamento original foi há 23 anos – quando, portanto, boa parte do público que consome disco no país estava engatinhando, ou nem isso. Continue lendo “O disco que apresentou a bossa nova. Não, não é de João Gilberto”
Nara, num momento especial
Saibam todos que Nara Leão canta bem.
Quem proclama isso, com a segurança tranqüila de quem sabe muito bem o que está proclamando, é Nara Leão. Continue lendo “Nara, num momento especial”
Um grande disco da cantora de sensibilidade rara
Quando Nara Leão estava ouvindo diversas músicas inéditas, gravadas em fitas, para a escolha deste que seria o 15º disco só seu, rejeitou várias delas por conterem “muita lamentação”. Essas músicas rejeitadas, diz ela, “tinham um clima pra baixo que era exatamente o oposto do que eu queria”. Continue lendo “Um grande disco da cantora de sensibilidade rara”
Os diferentes destinos de Dominguinhos e Anastácia
Quando, em 1974, Gilberto Gil gravou “Eu Só Quero um Xodó”, e a música fez um imenso sucesso no País inteiro (em apenas dois anos, teve 20 gravações diferentes), seus autores já eram veteranos. Continue lendo “Os diferentes destinos de Dominguinhos e Anastácia”