Um texto é considerado panfleto, pela etimologia, se não tiver capa nem brochura. Geralmente expressa idéias de opositores ao governo do momento, pode ser ou não anônimo e revela, antes de mais nada, que o autor não teve condição econômica de produzir algo mais caprichado. Continue lendo “Um panfleto”
Há dez anos
Saí de casa às oito e pouco da manhã e às nove estava a bordo do Embra 45, para viajar do aeroporto da Pampulha para o Santos Dumont. Esse era um vôo bom, pois em trinta e poucos minutos desembarcávamos no Rio. Continue lendo “Há dez anos”
Cismas e devaneios
A memória filtra o que deve ser lembrado. Ou põe fatos desagradáveis em algum escaninho tão escondido que nunca será encontrado. É defesa, sobrevivência. Melhor recordar o que de bom fizemos ou fizeram por nós, embora esses também sejam acontecimentos que podem e são esquecidos. Continue lendo “Cismas e devaneios”
O menino e o cavalo
Viver é perigoso, como disse Guimarães Rosa, mas é muito perigoso mesmo. Às vezes nos damos conta de que já vivemos um monte de dias, e queremos sempre mais, e nos lembramos de trapalhadas e estripulias em que nos metemos, saindo ilesos, ou quase, de todas. Continue lendo “O menino e o cavalo”
Música e vida
Às vezes falta música em minhas crônicas. Não é culpa minha. A vida é que, às vezes, chega muito dura e não abre espaço para boas sonoridades. Continue lendo “Música e vida”
As preciosidades ridículas
Na saída do supermercado, com produtos espalhados em seu carrinho, a senhora olha para os companheiros de infortúnio e protesta. Continue lendo “As preciosidades ridículas”
Lucas
A vida não pára. No mês de junho eu me despedi de minha mãe com um misto de muita tristeza e um pouco de alívio. Não foi, não é mole não. Continue lendo “Lucas”
Billy Blanco
Cresci ouvindo músicas brasileiras que entraram definitivamente em minha alma de menino e me acompanham até hoje. Canções e pessoas, naturalmente. Continue lendo “Billy Blanco”
Tristeza e desânimo
Sempre convivi bem com a tristeza, aquela interior vinda de pensamentos que nos pegam de repente, aquela melancolia que toma conta de nós, com ou sem metafísica. Um pequeno choque que nos faz refletir. Esses momentos costumam me levar à criação e à compreensão do que é humanidade, do que somos. Continue lendo “Tristeza e desânimo”
O que fica
São as lembranças, pequenas ou grandes, recentes ou longínquas, como a primeira recordação de estar vivo. Pés descalços na terra da cidadezinha que continua igual ao que era há mais de meio século. A casa de tantos meninos e meninas, cada qual nascido em um lugarejo de Minas. Continue lendo “O que fica”
Minha mãe
Essa mulheres são essenciais em nossas vidas. Estou diante da que me gerou e ouço o seu respirar intenso e sei do seu coração forte. Ela está ali, mas não como esteve antes. Beijo sua testa, seu rosto, mas a cada dia que passa, são mais imperceptíveis as respostas, mais diminutas ou inexistentes. Continue lendo “Minha mãe”
Diário de viagem
Estava eu descansando da tortuosa subida à Torre de Belém quando, ao olhar para o lado, vejo o nosso governador Antônio Anastasia. Ao me aproximar vi que não era ele, naquele momento certamente despachando em seu gabinete na Cidade Administrativa. Continue lendo “Diário de viagem”
O aluno e o professor
Na mesa, entre amigos, provocado por um comentário meu, ele conta suas peripécias em seu tempo de aluno. Narra com tanta clareza que parece que os acontecimentos são recentes. As traquinagens infantis e juvenis, fatos que se passaram nos tempos da calça curta e da inocência, saem de sua boca com um humor raro, o que nele é comum. Continue lendo “O aluno e o professor”
Não sou gado
Quanto mais informação, mais ou menos reflexão? Depende. O que assistimos no dia a dia é, confesso, desanimador. Alguém berra em algum lugar da internet, ou mesmo nos meios convencionais de comunicação, uma bobagem e todos assimilam e repetem como se verdade ou filosofia fosse. Continue lendo “Não sou gado”
Aprendendo com Clara
Clara, em seu universo de carinho, diz que o vovô é maior que o mundo. Poesia pura que me enche de orgulho. Não é mais o coração do Drummond que é maior que o mundo. E a declaração vem de uma pessoa insuspeita. Continue lendo “Aprendendo com Clara”