O trem dos poetas

Poetas do mundo latino viajavam, de trem, da Cidade do México para Guadalajara. Eu estava no meio dessa festa. Trem, poesia e cerveja são combinação excelente. Pela primeira vez eu passara meu aniversário longe de casa, a bordo de um avião, no rumo da terra dos astecas. Continue lendo “O trem dos poetas”

O dia do leão

São as águas de abril prorrogando o verão ou adiando o céu azul de minha cidade? Não sou meteorologista, mas o fato é que a chuva, que andava por outras bandas, resolveu bater em nossas casas. Melhor que fosse no norte de Minas ou no nordeste, onde a seca está brava.
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Três livros

Não alcanço as palavras justas para dizer de minha admiração pela Vera Brant, minha prima querida. Sua casa é paraíso da inteligência, sensibilidade e amizade. Recebi pelo correio seu mais recente presente, um livro com sua correspondência com Alice Brant, pseudônimo de Helena Morley, autora da obra-prima Minha vida de menina. Continue lendo “Três livros”

A ausência

Eu me lembro da primeira vez que o vi. Pequeno, pretinho, no colo dos meus filhos, que tinham ido nos buscar no aeroporto da Pampulha. Vínhamos de uma viagem para fora do Brasil e trazíamos forte, ainda, a dor da perda do Otto, basset-round que nos dera tanta alegria. Continue lendo “A ausência”

Três estações

Sonhei que estava indo para Maracangalha, com o chapéu de palha, o linforme branco e a Nália de Dorival Caymmi. Acordei em Lisboa, com as meninas do Amaranto, flores amarelas do nosso sol, cantando coisas belas sobre o rio, o mar e a terra que amamos, regidos pelo talento de Geraldo Vianna. Fazia frio ou calor lá fora? Continue lendo “Três estações”

O Conde Boa Morte

Andava pela cidade vestido de negro. Dizia que sua cama era um caixão. Era poeta e, além de circular pela metrópole, ia às escolas. Lembro-me dele visitando o Colégio Estadual, desfilando seus trajes, seu palavreado erudito, suas criações poéticas. Continue lendo “O Conde Boa Morte”

Não sou manada

No mesmo passo apressado em que avança a tecnologia, trazendo inegáveis benefícios para a humanidade, o não pensar, o pensar em bloco e a massificação parecem confirmar o receio de Albert Einsten com a possibilidade de uma geração de idiotas tomar conta do mundo. Há muita velocidade e pouco pensamento. Continue lendo “Não sou manada”

O pintor e o menino

Guignard pintava sonhos e os distribuía para os que o conheciam, os que o procuravam, os que o protegiam. Ensinou pintura para uma geração de artistas mineiros na escola que comandou no parque municipal de Belo Horizonte. Conheci muitos de seus discípulos, admiradores de suas lições, seguidores de sua estética. Continue lendo “O pintor e o menino”

Quosque tandem?

Meu baú de esperança parece não ter fundo. Por mais que os fatos insistam em jogar baldes e baldes de água fria em minhas crenças eu, teimoso, costumo agir como diz a minha letra de “Coração Civil”: “se o poeta é o que sonha o que vai ser real, bom sonhar coisas boas que o homem faz e esperar pelos frutos no quintal”. Continue lendo “Quosque tandem?”

O primeiro mês

Em janeiro, a cidade não parece a mesma dos outros meses. Tempo de férias para alguns, é hora de ir para as praias, esticar as pernas na areia, sem lenço, horário ou documento. Os mineiros assumem o controle do litoral brasileiro, com sua graça, sua descontração, sua fome de aproveitar tudo o que merecem. Continue lendo “O primeiro mês”

Stanislaw Ponte Preta

Enquanto degusto a maçã verde que separei para o fim da tarde desse calmo janeiro, penso no cronista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que faria 90 anos na última sexta-feira. Não foi muito lembrada essa data, ao contrário dos justos festejos dedicados ao centenário de Rubem Braga. Cada um teve sua importância e seus escritos estão aí para comprovar. Continue lendo “Stanislaw Ponte Preta”

Saudade do Vera Cruz

Recebo, por e-mail, um filme antigo do Governo chamado “condenado pelo progresso”. Uma insossa cantilena, com imagens de uma ferrovia quase abandonada, querendo justificar que o desenvolvimento do país não combinava com as estradas de ferro. Quanta mentira já se usou para justificar o injustificável. Continue lendo “Saudade do Vera Cruz”

Feliz tudo para todos

Gosto desta época do ano, de festas, principalmente porque é um tempo em que as pessoas desaceleram o ritmo de trabalho, encontram hora para alegria e abraços, fazem projetos para o próximo ano que nem sempre cumprirão. Mas são momentos de relaxamento que fazem bem a qualquer um. Continue lendo “Feliz tudo para todos”