Voto útil ou voto no melhor (5)

Bons argumentos continuam sendo apresentados em defesa desse princípio básico de que o voto no primeiro turno deve ser no melhor candidato, no preferido de cada eleitor. Vou transcrever vários deles aqui. Ao mesmo tempo, estão aí bons argumentos em sentido contrário, em defesa do voto útil – e muitos nomes importantes vêm a público declarar apoio a Lula, para tentar extirpar já no primeiro turno o mal maior que é Jair Bolsonaro.

Outro dia mesmo – como comentei no volume 4 desta série – foi a vez do economista Henrique Meirelles, ex-presidente internacional do BankBoston, do Banco Central do Brasil durante o governo Lula, ministro da Fazenda no governo Michel Temer, secretário da Fazenda de São Paulo no governo João Doria.

Dias atrás foi Caetano Veloso, que até há pouco apoiava Ciro Gomes (PDT). Vídeos em que Caetano e diversos outros astros da música brasileira cantam em apoio a Lula inundam as redes sociais.

Na quarta-feira, 21/9, anunciaram que votarão em Lula o jurista Miguel Reali Jr., um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, e o cientista político Sérgio Fausto, diretor-geral da Fundação Fernando Henrique Cardoso.

“Estamos diante da mais séria ameaça à democracia desde que ela foi reconquistada quase 40 anos atrás. E da maior crise ambiental da nossa história, que põe em risco a Amazônia e o nosso lugar no mundo”, afirmou Sérgio Fausto. Segundo ele, o país precisa de uma “ampla frente de forças políticas para assegurar a democracia, defender o meio ambiente e recuperar o respeito pelo Brasil no sistema internacional. Neste momento, Lula se mostra o mais apto para liderá-la.”

Também nesta quarta, divulgou-se a carta assinada por dezenas de intelectuais e políticos latino-americanos de esquerda a Ciro Gomes, pedindo que ele desista de sua candidatura e passe a apoiar Lula desde já – algo a esta altura mais difícil que um camelo atravessar o buraco de uma agulha.

Na segunda-feira, 19/9, entrevistado no Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, o cientista político norte-americano Steven Levitsky (na foto acima), um dos autores do livro Como as Democracias Morrem, fez uma vigorosa defesa da concentração dos votos de todos os que são contra Jair Bolsonaro em Lula, para definir a parada de uma vez no primeiro turno. E chamou de “arriscado” votar, neste momento, em um dos candidatos que não estão entre os dois primeiros.

Vou transcrever mais adiante a carta das personalidades latino-americanas a Ciro Gomes, e também a íntegra da resposta de Steven Levitsky sobre o dilema voto útil ou voto no melhor.

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Em campanha em São Paulo nesta quarta-feira, Simone Tebet (MDB, PSDB-Cidadania) classificou a pregação pelo voto útil como um “desrespeito à democracia: “”Eu vejo mais como desrespeito do ex-presidente Lula com a democracia e com o povo brasileiro, porque não é só pregar o voto útil, que é um direito dele. Tentar, né? Ele prega um voto útil, mas não se apresenta ao Brasil. Quem é esse Lula que está chegando? Qual é o projeto que tem para educação? Qual é o projeto de desenvolvimento?”

Simone disse que se considera a real candidata do voto útil: “Eu sou o voto útil. Represento a única saída que o Brasil tem de não voltar com fórmulas ultrapassadas, de um governo que permaneceu quatro mandatos, mas não fez o dever de casa.”

Como já disse e repeti nos textos anteriores desta série, até alguns dias atrás eu tinha absoluta certeza de que votaria em Simone Tebet no primeiro turno. Continuo achando Simone Tebet a melhor candidata. Mas, diante da possibilidade aterrorizante de Bolsonaro crescer até o segundo turno, deixei de ter aquela certeza toda de que vou votar nela no dia 2.

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Situação bem diferente da do meu amigo Carlos Marchi, jornalista e escritor, um profundo conhecedor da política brasileira. Marchi tem feito defesas firmes do voto no melhor no primeiro turno. Nesta quarta-feira, 21/9, ele postou o seguinte no Facebook:

“Tudo bem, você quer votar útil, vote. Mas saiba que seu ato terá consequências graves.

1) Ao fazer voto útil, você neutraliza e/ou anula a pluralidade política e as forças de centro;

2) Nomeia Lula presidente SEM NENHUM PROGRAMA DE GOVERNO. Ou seja, dá um cheque em branco a ele;

3) Nomeia Bozo o chefe máximo da oposição a Lula. O que seria oposição será dizimado com seu voto;

4) Garante que o eleitorado brasileiro continuará raciocinando em sistema binário;

5) Garante mais 4 anos de polarização populista, ao eleger um populista e nomear outro como chefe da oposição;

6) Assegura que o Brasil passará quatro anos se afogando na mais absoluta crise.

Mas tudo bem. Pode ser que o Brasil aguente o rojão.

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A advogada Cely McNaughton escreveu no Facebook:

“Os dois populistas à frente nas pesquisas têm estilos diferentes. Para desrespeitar as instituições, Bolsonaro é escandaloso, Lula é sutil. Bolsonaro late, Lula morde. Mas ambos atacam a democracia.

O artigo 85 da Constituição dispõe que é crime de responsabilidade do presidente desacatar decisões judiciais e agir contra o livre exercício dos outros poderes.

Bolsonaro, o escandaloso, vocifera dia sim, dia não, contra o STF E o TSE. Sabe que não vai ganhar a eleição, e na mais canhestra imitação de Trump, pretende lançar dúvidas sobre o resultado que ele sabe que não vai lhe ser favorável.

Mas Lula, o esperto, não fica atrás. É mais dissimulado. Não latiu, mas mordeu. Quando presidente, presidiu o Mensalão. O esquema atacou as instituições, comprando os votos (com dinheiro público) do Congresso. Agiu contra o livre exercício do Legislativo. Desrespeitou a divisão dos poderes que é um dos pilares da democracia.

Lula ainda presidiu um colossal esquema de corrupção que também violou o artigo 85. Agir contra a probidade é crime de responsabilidade. Agora posa de defensor das instituições.

Votar em um desses dois é ignorar nossa Constituição.

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Elencar os males que o lulopetismo já fez ao país não é difícil. De forma alguma. Muito ao contrário. O Estado de S. Paulo fez isso em editorial nesta quarta-feira, 21/9 – e fez isso com vigor que gente boa considerou inapropriado para o momento que vivemos, com a ameaça de Bolsonaro e do bolsonarismo pairando sobre nossas cabeças como a espada de Dâmocles. O Estado não defende Bolsonaro, de forma alguma: dia sim, dia não tem editorial de pau firme no monstro – muitas vezes dia sim e o outro também. Mas chegamos a tal fundo do poço que consideramos errado, politicamente, um editorial que fala um monte de verdades e sequer uma mentira.

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Entre os mais de 50 políticos e intelectuais latino-americanos que assinaram a carta pedindo a Ciro Gomes que deixe de ser Ciro Gomes estão o ex-presidente do Equador Rafael Correa, a senadora colombiana Piedad Córdoba, o ex-chanceler do Paraguai Jorge Lara Castro. Há representantes de Bolívia, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Porto Rico e Venezuela. O arroz-de-festa Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz pela criação do Serviço Paz e Justiça na América Latina, é claro que está lá também.

Sim: pedir que Ciro Gomes abra mão de sua candidatura para apoiar Lula de forma a abater Bolsonaro já, e de forma massiva, é pedir que ele deixe de ser ele. No mesmo dia em que a carta foi divulgada, Ciro reclamou da pregação de voto útil falando em “fascismo de esquerda” e sintetizando que “o PT virou uma organização criminosa”.

Mas, como a esperança é a última que morre, mais de 50 políticos e intelectuais pediram ao cearense que se lembre de que o que está em jogo, nestas eleições, não é – apenas, eu acrescentaria – entre Bolsonaro e Lula, mas entre o fascismo e a democracia. Eis a íntegra da carta:

“Caro companheiro Ciro Gomes,

Os abaixo assinados são militantes da esquerda latino-americana, profundamente antiimperialistas e comprometidos com a emancipação de nossos povos e a criação da Grande Pátria. Somos também pessoas que amam e admiram o Brasil e seu povo; à cultura primorosa daquele país: sua música, sua literatura, suas pinturas, sua gastronomia, suas diversas manifestações artísticas e também a longa luta de seu povo para ter acesso a uma vida mais plena, espiritual e materialmente.

Sabemos que você foi um lutador pelas boas causas do povo brasileiro ao longo de sua vida. É por isso a perplexidade que nos leva a escrever-lhe esta carta e que nos move a enviar-lhe esta mensagem fraterna, porque é incompreensível para nós, na atual situação brasileira, sua insistência em apresentar sua candidatura presidencial para o primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil, neste 2 de outubro, que sem o menor exagero pode ser considerado um ponto de virada histórico. Por quê? Porque a escolha fundamental não será entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, mas entre fascismo e democracia. E você, um homem político, inteligente e com larga experiência atrás de você, sabe muito bem que sua candidatura não tem absolutamente nenhuma chance de chegar às urnas, muito menos vencer no primeiro turno. A dura realidade é que, mantendo sua candidatura, caro camarada Ciro, a única coisa que você fará é dispersar forças, enfraquecer a força do bloco antifascista, com todas as suas contradições, facilitar a vitória de Bolsonaro e, eventualmente, abrir caminho para um novo golpe. Apesar de sua boa vontade, infelizmente você não está em condições de fazer nenhum bem, nenhum bem, e está em condições de causar grandes danos ao Brasil e ao seu povo. Você não será capaz de fazer o bem apesar de suas intenções porque suas chances de ganhar são zero. Ao enfraquecer a candidatura unitária de Lula, ao dispersar as forças do bloco que se opõe ao fascismo, o que você fará objetivamente (além de suas intenções, que não duvidamos são boas) será pavimentar o caminho para a perpetuação de Bolsonaro no poder.

Parece-nos que por causa de sua carreira você não deve entrar na história do Brasil por aquela porta indigna, como a de um homem que, tendo lutado pelas boas causas de seu povo e alcançado importantes resultados, em uma instância crítica e decisiva para seu país comete um erro e abre as portas para um processo que semeia morte e destruição em seu país e que, sem dúvida, também o terá como uma de suas vítimas. Não se pode ignorar a natureza perversa do atual presidente do Brasil. Suas palavras e promessas, mesmo aquelas que ele possa ter feito a você, são completamente inúteis. Bolsonaro é um personagem imoral, um fanático alucinado sem princípios morais que deixou mais de 700.000 brasileiros e brasileiras morrerem sem fazer o menor esforço para salvá-los. Ele também é um traidor em série, comparável apenas aos piores personagens de Shakespeare. E ele não hesitará por um momento em traí-lo assim que for conveniente para ele.

Ainda há tempo de reparar seu erro, companheiro Ciro. Dirija-se aos seus apoiadores agora e diga-lhes que a urgência da luta contra o fascismo não lhes deixa outra escolha a não ser apoiar a candidatura presidencial de Lula. Peça-lhes aquele voto, crucial para derrotar no primeiro turno o capitão (assim, com letras minúsculas) e seus esquadrões armados; crucial também para impedir a perpetuação no poder de um homem que exaltava a figura do canalha que torturou Dilma Rousseff. Você, por causa de sua história e de suas ideias, tem que fazer o impossível para impedir que uma figura tão monstruosa fique mais um dia no Palácio do Planalto. Além disso, devido à sua idade, não temos dúvidas de que ele continuará sendo uma figura de destaque na política brasileira. Que não é a vez dele, que as circunstâncias o obrigam a esperar. Não se esqueça que a paciência é um dos traços que definem os grandes líderes políticos.

Nada mais por enquanto. Esperamos que você aprecie o senso de solidariedade nesta mensagem. Receba um abraço fraterno de seus companheiros lutadores de toda a América Latina e Caribe.”

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Uma íntegra pró-voto útil aí acima, uma íntegra pró voto no melhor aí abaixo. E, para encerrar este volume da série, transcrevo mais abaixo a argumentação do cientista Steven Levitsky.

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Como hostilizar a democracia em troca de um “tiquinho”

Por Marco Aurélio Nogueira, 16/9/2022

Está em plena articulação uma campanha, feita por petistas e eleitores de Lula, em favor de uma concentração de votos no ex-presidente logo no primeiro turno das eleições do próximo dia 2 de outubro.

A campanha está em sintonia com o plano seguido pela candidatura de Lula desde o início: formar uma articulação de esquerda com musculatura eleitoral suficiente para impulsionar o PT à conquista do governo federal.

Nada a se questionar nisso. É a marca petista: mostrar a própria força e vencer. Acordos, negociações e entendimentos, caso tenham de ser considerados, só serão empreendidos depois da vitória. E serão pontuais, olhos postos na formação de uma base parlamentar de perfil governista, pensada mais em termos aritméticos do que políticos. Não seria inédito se, em 2023, o governo Lula estivesse com um Centrão devidamente repaginado.

O cálculo petista prevê também que, na eventualidade de um segundo turno, os eleitores do centro democrático migrarão automaticamente para Lula. Não precisarão ser conquistados. É uma convicção que descarta, mais uma vez, a necessidade de articulações políticas, que serão empurradas para depois da posse.

Como disse o Lula dias atrás, se ele já tem um montão de votos segundo as pesquisas, por que não lutar para ter um “tiquinho a mais” e ganhar as eleições logo de uma vez?

A campanha é compreensível. Uma vitória esmagadora contra Bolsonaro no primeiro turno é o sonho de todos os democratas que disputam as eleições. Não é privilégio do PT ou de Lula.

Precisamente por isso, o voto útil é, nesse momento, uma postulação equivocada.

Antes de tudo porque parte de uma estimativa hipotética, que seria o fortalecimento avassalador de Bolsonaro no segundo turno. Não há indícios de que isso possa ocorrer, em que pese a caixinha de surpresas existir em todos os processos eleitorais.

Depois, porque a campanha pelo “voto útil” – que alguns preferem chamar de “voto estratégico” – se apoia numa ameaça. Alega que, se Bolsonaro crescer e, pior, vencer as eleições, a culpa será dos eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet. Trata-se de uma intimidação, uma tentativa de criar medo e insegurança, de explorar o emocional das pessoas.  E, também, de uma transferência de responsabilidades: se perdermos, dizem os petistas, não será por culpa nossa, que fizemos tudo certo.

A fundamentação dessa posição revela uma mentalidade, uma cultura política. Ela mistura, em doses que variam conforme o interlocutor, um desejo de vingança (apanhamos, agora é nossa vez de dar o troco) com uma empáfia partidária bem pouco democrática (não precisamos do apoio de ninguém; basta-nos o povo).

A campanha agride desnecessariamente as candidaturas de centro, como se quisesse demonstrar que elas não serão importantes caso Lula vença as eleições. Também aqui é forte a sintonia com o plano inicial.  Toda a campanha de Lula se fez sem abertura para o centro. Escolheu Geraldo Alckmin como trunfo, para exibir uma “prova” de que Lula estará atento aos humores liberais e conservadores.

É muito pouco. Como não há disposição negocial substantiva, nada melhor do que forçar a barra para que nenhuma negociação seja feita, coisa que seria necessária numa lógica eleitoral de dois turnos, como é a vigente no Brasil.

Não precisamos disso nessa hora tão complicada e decisiva.

Se a ideia é governar para todos, ciente de que as dificuldades serão enormes, negociações já deveriam ter sido iniciadas. Não com o mercado e as províncias mais conservadoras – atribuição que foi dada a Alckmin –, mas com os democratas e progressistas, que não estão todos, de antemão, a bordo do navio lulista. E que precisam, sim, ser convencidos de que o futuro governo Lula não será mera repetição do ciclo petista de 2003-2010, mas atuará segundo um programa efetivamente democrático e progressista, disposto a mudar a cara do Brasil.

Afinal, que garantias estão sendo dadas de que um futuro governo Lula trará de fato o futuro nas mãos? Que proposições programáticas foram apresentadas até agora? Quais serão suas diretrizes de atuação? Dizer que a cartilha será a mesma de quinze anos atrás é conversa prá boi dormir.

Desse ponto de vista, um segundo turno é o melhor caminho para que se acendam luzes de alerta e se façam as articulações políticas indispensáveis, caso a intenção seja mesmo ter, a partir de 2023, um governo democrático estável, sério e sustentável.

Tratar os segmentos do centro democrático como sendo antilulistas é, dos erros, o maior. Não beneficia a governança futura, nem a colocação em prática de um plano ousado de reforma. Não ajuda a que se constitua um bloco consistente para projetar um futuro melhor para o País.

Se você acha que o voto útil é fundamental para derrotar Bolsonaro, procure persuadir os que pensam diferente sem agressões ou chantagens. Não seria melhor se houvesse um segundo turno no qual as correntes democráticas se unissem e criassem as condições para que se tenha um governo efetivamente democrático e progressista a partir de 2023?

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De toda a movimentação destes dias da penúltima semana antes do segundo turno, o que mais me impressionou foi a argumentação do cientista político Steven Levitsky, o cara que estudou a fundo Como as Democracias Morrem.

A pergunta específica sobre voto útil ou voto no melhor, no programa Roda Viva da segunda-feira, 19/9, foi feito pelo jovem e claramente bem preparado Joel Pinheiro da Fonseca, colunista da Folha e do UOL, economista, mestre em Filosofia pela USP:

– “Eu e muitos outros eleitores neste país tendemos e muito provavelmente acabaremos votando numa terceira via, num desses outros candidatos menores, com a idéia de que haverá um segundo turno, e aí sim, no segundo turno é o momento de escolher e se unificar em torno daquele que puder vencer o Bolsonaro. O senhor considera essa minha postura irresponsável?”

Eis a resposta do autor de Como as Democracias Morrem:

– “Irresponsável é um pouco forte. Eu diria que é arriscado. Eu penso que é arriscado. Acho que a melhor maneira de assegurar a democracia em uma situação em que Bolsonaro provavelmente vai perder, e ele claramente vai tentar minar a legitimidade das eleições… Nós não sabemos como, eu não sei como, não sei quanto de sucesso ele vai obter, mas ele vai tentar, e os apoiadores dele vão tentar, e mesmo elementos do Exército vão tentar minar a legitimidade das eleições. Bolsonaro vai tentar criar uma crise – exatamente como Donald Trump criou uma crise. A melhor maneira, na minha opinião, de evitar uma crise é derrotar Bolsonaro terrivelmente, no primeiro turno. Por uma margem de 62 a 38 contra Bolsonaro no primeiro turno. Para que ninguém possa negar que Bolsonaro foi derrotado, e que foi derrotado duramente. Se as pesquisas estiverem corretas, e todo mundo tiver o luxo de votar por seus candidatos favoritos da terceira via, porque sabem que podem esperar pelo segundo turno, bem, talvez, sabe?, pode ser que fique 45 a 40 no primeiro turno. Talvez fique uma eleição apertada. Neste momento exato, talvez as pesquisas sugiram uma diferença de 7 ou 8 pontos entre Lula e Bolsonaro. Bolsonaro tem tido uma subida. Poderia ser uma eleição apertada, e uma eleição apertada torna muito mais fácil para Bolsonaro minar a legitimidade da eleição. Esse foi o problema nos Estados Unidos: a diferença entre Biden e Trump foi muito pequena, o que tornou muito mais fácil para Trump tentar convencer as pessoas de que alguma coisa tinha dado errado. Assim, a melhor maneira de evitar a crise é uma vitória massiva da oposição no primeiro turno.”

21 e 22/9/2022

Este post pertence à série de textos e compilações “Voto útil ou voto no melhor?”.

A série não tem periodicidade fixa.

Bolsonaro anuncia seu argumento para a tentativa de golpe: vai ganhar no primeiro turno. (4)

A 15 dias da eleição, Lula está na bica de vencer no primeiro turno. Bem perto, mas bem perto mesmo. (3)

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