Jair Bolsonaro, o doido babento, raivoso, perigoso, hoje citou Napoleão. É para não deixar qualquer dúvida: o sujeito que está na Presidência da República é um Napoleão de hospício!
Em um único dia, o Brasil ficou sabendo que:
* Na sua luta incessante para destruir os sistemas de defesa do meio-ambiente, o presidente nomeou na terça-feira, 12/5, três policiais militares aposentados para as gerências do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio.
O ICMBio é o órgão federal responsável pelas 334 unidades de conservação federais. Antes de Jair Bolsonaro, tinha 11 coordenações regionais, divididas conforme a extensão das unidades de conservação. Em fevereiro, o governo reduziu para cinco gerências, uma por região: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
No mesmo decreto, permitiu-se que pessoas que não sejam funcionários públicos, com experiência em ações como monitoramento da biodiversidade, possam comandar essas gerências. Nas nomeações desta terça-feira, apenas Fabio Menezes de Carvalho, indicado para a gerência Norte, é servidor de carreira. Ronei Alcantara da Fonseca, da gerência do Nordeste, é da reserva do Corpo de Bombeiros e está no ICMBio desde outubro de 2019. Ademar do Nascimento, Centro-Oeste, é policial militar de Mato Grosso. Lideraldo da Silva, Sudeste, é policial militar aposentado. Na região Sul, o cargo ainda está vago.
* Em mais um capítulo da fritura do ministro da Saúde que ele mesmo nomeou há menos de um mês, no lugar de Luiz Henrique Mandetta, que defendia o isolamento social como a melhor medida para diminuir o número de mortos pela pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro voltou a defender o uso da cloroquina. Falou no cercadinho do Palácio da Alvorada, diante de admiradores fanáticos e pobres repórteres.
No dia anterior, o ministro Nelson Teich – que, apesar de recém nomeado, caiu em desgraça por não defender o fim do isolamento social – havia divulgado as recomendações da pasta e do Conselho Federal de Medicina, alertando para os efeitos colaterais do medicamento. “Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o Termo de Consentimento antes de iniciar o uso da cloroquina”, escreveu o ministro.
Hoje, quarta-feira, no cercadinho, o jumento relinchou que todos os ministros devem estar “afinados” com ele. “Todos são indicações políticas minhas. E quando converso com os ministros quero eficácia na ponta da linha. Esse caso não é sobre eu gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo.”
* Depois de 61 dias, foram apresentados os testes do presidente para o coronavírus: apontam resultado negativo para Covid-19. O estranho é que os exames só vieram a público depois de duas negativas da Assessoria de Comunicação da Presidência em fornecê-los, da tentativa de obtê-los via Lei da Informação, de três recursos da AGU em diferentes instâncias judiciais em reação ao processo movido pelo jornal O Estado de S. Paulo para que viessem a público. Mais estranho ainda: os testes foram feitos com codinomes e, no último, sem a identificação do CPF. Tudo em sintonia com o que já se sabe da fatídica reunião ministerial do dia 22 de março, quando Bolsonaro vociferou, entre um palavrão e outro, que não aceitaria impeachment pelo resultado exame.
* Quando afirmou, naquela ridícula entrevista dada no alto da rampa do Palácio do Planalto para os jornalistas situados lá embaixo, no solo, que nenhum filho seu esteve sob investigação da Polícia Federal, Jair Bolsonaro mentiu. Em depoimento nesta quarta-feira, o delegado da Polícia Federal Carlos Henrique Oliveira, tirado agora da superintendência da PF no Rio de Janeiro, afirmou que Flávio Bolsonaro foi, sim, investigado por crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo sua declaração de bens à época das eleições de 2014, 2016 e 2018. O caso foi aberto após notícia-crime do advogado Eliezer Gomes da Silva. Ele apontou que o filho do presidente apresentou valores distintos em anos diferentes para o mesmo imóvel, localizado no bairro carioca de Laranjeiras, em declarações à Justiça Eleitoral.
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Bolsonaro mente. Mente constantemente, repetidamente, insidiosamente – mas nem é isso que é o pior.
O pior – como sabem todas as pessoas que conseguem somar 1 + 1 ou b + a – é que Bolsonaro conspira todos os dias, incansavelmente, contra a democracia.
Bolsonaro é um autoritário. Tudo o que Bolsonaro quer é ser um ditador.
O Napoleão de hospício chegou mesmo a citar Napoleão!
O criminoso ditador da França foi o responsável, segundo os historiadores, pela morte de 2,3 milhões de pessoas, entre mortos e desaparecidos durante as guerras de ocupação de diversos países europeus.
Dois milhões e 300 mil mortes.
O outro ditador criminoso que seguramente o cão raivoso admira, o que tem até algumas semelhanças físicas com ele, esse provocou um número maior de mortes: são avaliados entre 70 e 85 milhões os números totais dos mortos durante a Segunda Guerra Mundial.
Bolsonaro não parece querer tanto. Pelo que diz, pelo que seus fanáticos dizem nas ruas, se morreram pela pandemia uns 10 milhões de brasileiros é possível que eles se dêem por satisfeitos.
Mas é preciso lembrar sempre, sempre, sempre: quando permitiram que um louco de pedra, apoiado por uma minoria barulhenta, assumisse o governo do país, aqueles milhares e milhares e milhares de alemães achavam que a democracia, as regras democráticas, não permitiriam que ele fizesse besteiras.
Um louco no comando de um país faz muito mais que besteiras.
Faz genocídio.
12/5/2020
Um lembrete: esta série de textos e compilações “Fora, Bolsonaro” não tem periodicidade fixa.
Esperava-se dos generais bom-senso, não “adulação de avós condescendentes com diabruras”. (15)
Até quantos mortos por dia o país vai esperar para botar Bolsonaro para fora? (14)
É preciso concentrar o foco no que importa: tirar Bolsonaro. (13)
É exatamente porque estamos afundados no meio do caos que o impeachment é urgente. (12)
4 Comentários para “É preciso botar Napoleão no hospício”