A estrela some

A ser coerente com a narrativa do seu discurso de defesa no Senado, Dilma Rousseff deveria percorrer o país de ponta a ponta, logo após a consumação do impeachment, e usar o palanque eleitoral do seu partido como trincheira de denúncia e resistência ao que ela e sua trupe chamam de golpe. Continue lendo “A estrela some”

Adorável Blumenau

Blumenau é uma cidade em que a religião tem presença forte. São magníficas as igrejas principais – a luterana e a católica -, há diversos outros templos por toda parte e impressiona como são várias as livrarias e lojas dedicadas a temas religiosos. No entanto, Blumenau tem tanto orgulho de si própria e de sua curta mas fascinante história que roça o pecado da soberba. Continue lendo “Adorável Blumenau”

Flagelação masoquista

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Não se procure nos filhos o que muito admirámos nos pais. Era o que eu devia ter pensado, quando o filho de Buñuel veio ilustrar o ciclo que dedicávamos ao pai recentemente morto. E seja como for, nem eu, nem ninguém pensou coisa nenhuma, de esgazeados que ficámos com a plenitude e a pele Channel de Carole Bouquet, a outra «ilustração» da retrospectiva em que meia Lisboa viu religiosamente os filmes do bispo do ateísmo chamado Buñuel. Continue lendo “Flagelação masoquista”

A História descarta canastrões

Renan Calheiros acertou: o Senado virou um hospício. Não se trata mais de apreciar o impeachment de Dilma Rousseff, cujo placar foi antecipado pelos julgadores ao longo do processo e, com mais precisão, na sessão de pronúncia. Durante essa fase de julgamento, iniciada na quinta-feira, o que se quer é holofote e, se possível, escrever o nome na História. Nem que seja no rodapé. Continue lendo “A História descarta canastrões”

Vai melhorar (12). Ou querem Dilma e Mantega de volta?

O governo interino, provisório, de Michel Temer fez 100 dias, e continuaram a pipocar, nos últimos dias, sinais de dúvidas quanto à capacidade dele de encaminhar o país para começar a sair do fundo do abismo em que os 13 anos de governo do PT nos enfiaram. Continue lendo “Vai melhorar (12). Ou querem Dilma e Mantega de volta?”

Agora que falta pouco

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Você já foi a Brasília? Se foi, naturalmente, não perdeu a oportunidade de visitar os belos edifícios que fazem da cidade uma Capital da Arquitetura. Da emocionante Catedral que nos remete à imagem de mãos postadas em oração, aos palácios do Itamaraty, do Planalto, da Alvorada e tantos outros. Continue lendo “Agora que falta pouco”

Essa medalha vale ouro!

É como se a Olimpíada tivesse ajudado a cicatrizar velhas feridas.

Mesmo segmentos ainda ressabiados com os militares em função de velhos antagonismos dos anos de chumbo e dos tempos da guerra fria reconheceram, e vibraram, com o papel altamente positivo desempenhado pelas Forças Armadas na conquista de medalhas olímpicas. Continue lendo “Essa medalha vale ouro!”

Sonho

Em noite de sono mais leve, pós dia não-álcool, tive um longo sonho: eu e diversos colegas, ainda jovens, ali pelos 30 anos, saíamos do jornal para abrir uma empresinha nossa, especializada nisso mesmo – a elaboração de textos para qualquer tipo de necessidade, para qualquer tipo de cliente. Continue lendo “Sonho”

Banhos turcos

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Cinco da tarde é uma bela hora para se cortar o cabelo, pensou Frank Capra, a 10 de Março de 1933. Foi, portanto, cortar o cabelo, sacudindo a chatice das reuniões entre um comité da Academia de Hollywood e um comité de trabalhadores dos estúdios para discutir cortes salariais, à conta do fecho por vários dias de todos os bancos americanos, ditado pelo Emergency Bank Act de Roosevelt, moratória que faria estremecer de felicidade Costa e Centeno. Continue lendo “Banhos turcos”

A melhor lição olímpica

O Brasil fez bonito. Atletas, organizadores, voluntários, público daqui e de todo o lugar do planeta. Um espetáculo de orgulhar até os mais ranzinzas. Mas em seu cotidiano o país está longe do espírito e das lições olímpicas. Digladia-se com o seu próprio sucesso, alimenta polêmicas inúteis. E não tem Engov capaz de refazê-lo da ressaca do dia seguinte, quando tudo voltará a ser como antes. Continue lendo “A melhor lição olímpica”

Vai melhorar (11). A não ser que Dilma volte

Após apenas três meses do afastamento de Dilma Rousseff, a principal responsável por ter enfiado o Brasil maior crise econômica da sua História, jornalistas da área econômica, economistas, empresários e analistas manifestam dúvidas sobre o governo Michel Temer e sua equipe econômica. A mesma equipe econômica que apenas três meses atrás foi quase unanimemente saudada como o dream team. Continue lendo “Vai melhorar (11). A não ser que Dilma volte”

Vai melhorar (10). Até porque, depois do PT, não dá para piorar

Têm se avolumado, nas últimas três, quatro semanas, manifestações – de respeitados jornalistas da área econômica, e também de economistas, empresários e analistas – de dúvidas quanto à capacidade de o governo Michel Temer e sua equipe econômica chefiada por Henrique Meirelles de conseguir implementar as medidas de ajuste fiscal, fundamentais para começar a tirar o país do fundo do poço em que foi enfiado pelos governos Lula e Dilma. Continue lendo “Vai melhorar (10). Até porque, depois do PT, não dá para piorar”

Fogo amigo

Lula deve estar esfregando as mãos de felicidade com a troca de chumbo entre tucanos e peemedebistas. Sabe, por experiência própria, o quanto o fogo amigo é desagregador. O caudilho vislumbra, na divisão da base de sustentação do governo Michel Temer, a possibilidade de se reposicionar no tabuleiro, com vistas a retornar ao poder em 2018. Continue lendo “Fogo amigo”

O que eu fiz com meu primeiro salário

Meu primeiro salário veio dentro de um envelope marrom, alto, estreito, típico dos RHs da época, quando o uso dos bancos ainda era muito restrito. Foi em espécie, não me lembro o valor, só me lembro que era gordo: eu havia conseguido meu primeiro emprego por indicação de meu irmão, Mauro, diretor de um banco que atendia solícito às demandas do meu primeiro patrão, Moysés Gorodetski, dono da São Bento TV Discos, uma loja de eletrodomésticos na Rua São Bento, na parte mais nervosa do que hoje é chamado de Centro Velho de São Paulo. Continue lendo “O que eu fiz com meu primeiro salário”