Minha terra natal (Pão de Açúcar, em Alagoas) tem o privilégio ímpar de ser banhada pelo Rio São Francisco. Naquela parte final do “Velho Chico”, chamada de baixo São Francisco, a água é geralmente cristalina, límpida e de um azul impossível, antes de se precipitar e se perder no mar. Continue lendo “Eu e a jumenta”
Canções, Natal, Marina
Quando Neil Young lançou After the Gold Rush, eu tinha 20 anos, dois de São Paulo. Era uma época de inícios: começava a trabalhar no Jornal da Tarde e, no começo do ano seguinte, começaria a namorar a menina mais especial do pedaço e a fazer Jornalismo na ECA. Nem me lembro por que, mas o LP e a canção que dá o nome a ele ficaran na minha cabeça com um gostinho de ECA, de juventude, de muito sonho à frente. Continue lendo “Canções, Natal, Marina”
O que eles fizeram com seu primeiro salário
Como se diz nas séries: “Previously, on Dexter…”
Nos capítulos anteriores, vimos que Carmo Chagas começou a trabalhar em 1958, meses antes de completar 17 anos, e usou seu primeiro salário para comprar um aparelho de som. Continue lendo “O que eles fizeram com seu primeiro salário”
O que eu fiz com meu primeiro salário
Meu primeiro salário veio dentro de um envelope marrom, alto, estreito, típico dos RHs da época, quando o uso dos bancos ainda era muito restrito. Foi em espécie, não me lembro o valor, só me lembro que era gordo: eu havia conseguido meu primeiro emprego por indicação de meu irmão, Mauro, diretor de um banco que atendia solícito às demandas do meu primeiro patrão, Moysés Gorodetski, dono da São Bento TV Discos, uma loja de eletrodomésticos na Rua São Bento, na parte mais nervosa do que hoje é chamado de Centro Velho de São Paulo. Continue lendo “O que eu fiz com meu primeiro salário”
O que você fez com seu primeiro salário?
O que você fez com o primeiro salário que recebeu na vida?
Meu amigo Dirceu Martins Pio acha que esse tema pode dar samba, pode dar jogo, pode dar um bom papo. Continue lendo “O que você fez com seu primeiro salário?”
A Casa Verde
Volta e meia penso que, sem a Casa Verde, Fernanda não teria nascido.
A vida é assim uma espécie de colar feito de coincidências, acasos, às vezes descasos, encontros, desencontros. Continue lendo “A Casa Verde”
“Bem-aventuradas as pessoas de bom texto”
“Tomou o rumo da Praça Júlio Mesquita. Ali estava o Filé do Moraes, onde tantas vezes jantara com amigos de sempre e amigas de ocasião.” Continue lendo ““Bem-aventuradas as pessoas de bom texto””
Levar você pra jantar no Maksoud
Leio na Vejinha que há um movimento para reavivar o Maksoud – e aí me dá uma vontade danada de escrever um textinho sobre o Maksoud, ou – vá lá – escrever um textinho usando o Maksoud como pretexto.
Conta outra, vó – A aposta com o diabo
Nota: Esta última historinha vem trazer a minha coletânea um tema muitíssimo repetido na literatura popular: uma disputa com o Diabo. Este tema tem lá suas variantes mais nobres e cheias de filosofia, até o seu tanto de metafísica; os dois exemplos mais fantásticos são o Livro de Jó, do Velho Testamento e o Fausto de Goethe (1749-1832). Continue lendo “Conta outra, vó – A aposta com o diabo”
Conta outra, vó – O enigma
Nota: Historinhas em que o irmão mais novo, às vezes tido como bobo, leva a melhor, existem aos montes na literatura popular do mundo inteiro. Dentre as que eu conheço, a mais elaborada e mais poética é o maravilhoso relato bíblico da história de José. Continue lendo “Conta outra, vó – O enigma”
Filhas
Inês pergunta sobre as pessoas, sobre as coisas. Quer saber como está minha irmã, minha sobrinha tal, meu sobrinho tal. Me pergunta sobre minhas coisas, meus sites, como estou. Continue lendo “Filhas”
Conta outra, vó – A morta-viva
Nota: O sepultamento de pessoa ainda viva, tendo os sintomas de morta, sempre foi tema de narrativas terríveis. Allan Poe (1809-1849), como não podia deixar de ser, tem duas (Premature Burial e The fall of the House of Usher); na introdução da primeira, ele apresenta casos famosos em sua época. Numa novela cheia de emoções, Selma Lagerllöf (1858-1940) também narra a história de uma moça que acaba sendo resgatada do sepultamento (En herrgårdssägen -1899). Continue lendo “Conta outra, vó – A morta-viva”
Conta outra, vó – O padre
Nota: A segunda novela do Decameron de Boccacio (1313/1375), entre algumas outras, mostra a devassidão no comportamento dos religiosos católicos no século XIV. Parece que nem a contra-reforma conseguiu alterar a moral de muitos padres. Continue lendo “Conta outra, vó – O padre”
Conta outra, vó – O ladrão ladino (4) Origens
Nota: Conforme eu tinha dito na nota inicial deste conto, sua parte final sempre foi intrigante porque nunca encontrei uma variante em outro livro. Finalmente, há dois anos, achei uma narrativa que certamente é a sua origem. É o capítulo 121 do segundo livro da História, de Heródoto (480-425aC). Continue lendo “Conta outra, vó – O ladrão ladino (4) Origens”
Conta outra, vó – O ladrão ladino (3)
Durante algum tempo o moço não quis roubar o castelo. Tinha dinheiro pra viver e não precisava se arriscar. Aconteceu então que o dinheiro foi sumindo e um dia acabou. Continue lendo “Conta outra, vó – O ladrão ladino (3)”